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12 de setembro de 2016

Os Grupos - Quem são? Como eles se formam? Para que eles servem?




Muitas são as teorias a respeito dos motivos pelos quais o homem se reúnem em grupos. Uma das características que difere o humano dos demais animais é justamente o fato de o homem ser um ser social. Esse aspecto é estudado por diversas ciências e cada uma tem sua teoria a respeito dessa necessidade humana. Entre elas, a sociologia, filosofia, antropologia e a psicologia - na verdade existem muitos motivos para o homem se socializar e formar grupos. Vejamos algumas teorias.

           O filósofo Emile Durkheim dizia que  “A partir do instante em que, no seio de uma sociedade política, certo número de indivíduos tem em comum ideias, interesses, sentimentos, ocupações que o resto da população não partilha com eles, é inevitável que, sob influência dessas similitudes, eles sejam atraídos uns para os outros, que se procurem, teçam relações, se associem e que se forme assim, pouco a pouco, um grupo restrito, com sua fisionomia especial no seio da sociedade geral. Porém, uma vez formado o grupo, dele emana uma vida moral que traz, naturalmente, a marca das condições particulares em que é elaborada. Porque é impossível que homens vivam juntos, estejam regularmente em contato, sem adquirirem o sentimento do todo que formam por sua união, sem que se apeguem a esse todo, se preocupem com seus interesses e o levem em conta em sua conduta. Ora, esse apego a algo que supera o indivíduo, essa subordinação dos interesses particulares ao interesse geral, é a própria fonte de toda atividade moral. Basta que esse sentimento se precise e se determine, que, aplicando-se às circunstâncias mais ordinárias e mais importantes da vida, se traduza em fórmulas definidas, para que se tenha um corpo de regras morais em via de se constituir.” (DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2a. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p. XXI.)

          
A sociologia entende que a sociabilidade é uma das principais características humanas. Diferentemente do que ocorre com outras espécies, o Homem não se associa por instinto, mas por vontade. O Homem não é dependente, mas senhor da sociedade; não está nela devido aos instintos, mas porque assim o quer - entretanto aqui precisa se fazer uma ressalva. O ser humano também sente necessidades e tem medos. Portanto, não nos parece que o Homem seja, essencialmente, um ser social, mas se faz social a partir de suas necessidades e para superar seus medos. A vontade de viver em grupo se deve ao fato de que o ser humano é limitado, o que significa dizer que tem necessidades e se tem necessidades sente medo de não as satisfazer. Em razão disso decide-se por viver em grupo, pois o grupo, expressão da sociedade, é um fator de segurança. Associando-se o ser humano torna-se mais forte e dessa forma satisfaz muitas necessidades e supera situações assustadoras.

Ainda, brevemente, podemos definir que grupo social é uma forma básica de associação humana que se considera como um todo, com tradições morais e materiais. Para que exista um grupo social é necessário que haja uma interação entre seus participantes. Um grupo de pessoas que só apresenta uma ‘serialidade’ entre si, como em uma fila de cinema, por exemplo, não pode ser considerado como grupo social, visto que estas pessoas não interagem entre si.

Os grupos sociais possuem uma forma de organização, mesmo que subjetiva. Outra característica é que estes grupos são superiores e exteriores ao indivíduo, assim, se uma pessoa sair de um grupo, provavelmente ele não irá acabar. Os membros de um grupo também possuem uma consciência grupal (“nós” ao invés do “eu”), certos valores, princípios e objetivos em comum.



Um conjunto de pessoas constitui um grupo quando estas:

·          Interagem com frequência
·          Partilham normas e valores comuns
·          Participam de um sistema de papéis
·          Reconhecem e são reconhecidos pelos outros como pertencentes do grupo

Os grupos diferenciam-se nestes aspectos:

a)    Dimensão: quanto mais amplo um grupo for, mais formal ele se torna e menor a interação pessoal entre os seus membros.
b)    Duração: as famílias são grupos que sobrevivem as muitas gerações; as associações de estudantes ao fim de alguns anos acabarão por se desfazer.
c)     Valores objetivos: o Instituo do câncer certamente terá objetivos bem diferentes dos objetivos de um clube recreativo.
d)    Amplitude das atividades realizadas: grupos como a família envolvem-se numa grande diversidade de atividades, o que não acontece num time de futebol.

Tipologia dos Grupos:

Grupos primários: unidades sociais cujos membros contatam diretamente. Os grupos primários são normalmente pequenos e o contato entre os seus membros é frequente. Grupo baseado em vínculos afetivos.
Ex.: Família, grupo de amigos.

Grupos secundários: unidades sociais cujos membros comunicam mais indireta do que directamente entre si, sendo escassa a vinculação afetiva e limitando-se a solidariedade a um campo de interesses normalmente de natureza laboral e formal.
Ex: um sindicato, uma empresa, um partido político.

Grupos formais: é um grupo hierarquizado segundo normas que definem com exactidão o papel dos seus membros, estando às regras de funcionamento, na maior parte dos casos, expressa por escrito num regulamento interno. São grupos relativamente estáveis e duráveis
Ex: família, empresa, concelho executivo.

Grupos informais: grupos cujos laços afetivos estão mais vinculados em gostos e interesses comuns. Não há hierarquias fixas, podendo, contudo haver liderança. São grupos efemeros, como por exemplo, o grupo da escola.

Formação dos Grupos
Podemos dizer de maneira simplificada que a formação do grupo se dá por uma tendência natural do ser humano de procurar uma identificação em alguém ou em alguma coisa. Quando uma pessoa se identifica com outra e passa a estabelecer um vínculo social com ela, ocorre uma associação humana. Com o estabelecimento de muitas associações humanas, o ser humano passa a estabelecer verdadeiros grupos sociais.

No trabalho, a formação de um grupo é um processo complexo porque para agrupar pessoas é necessário que sejam definidos interesses comuns. As diferenças individuais incluem objetos variados, valores, aptidões motivações, crenças e demais características de personalidade.
Os grupos nas empresas são formados por elementos inter-relacionados, levando-se em consideração, além dos aspectos psicológicos, a hierarquia, competência, diversidade de opiniões, padrão comum de cultura.



Determinadas as diferenças que ocasionam as heterogeneidades do grupo, há necessidade de neutralizá-las, tendo-se em vista o máximo de produção do grupo. O que não pode ocorrer na formação dos grupos é a causalidade, isto é, a constituição dos grupos por acaso.

Ao se referir ao tamanho do grupo, Crosby diz que deve ser relativamente pequeno. Quando procuramos formar um consenso de opinião sobre qual o número real de membros de um grupo de trabalho, temos como resultado o que compreensivelmente os investigadores relutam em criar um número exato.

No entanto, alguns inquéritos nas empresas têm mostrado que as pessoas encontram maior satisfação nas pequenas turmas de trabalho. Um grupo que pode sentar-se frente a frente a uma mesa, para trocar ideias e anotar reações dos outros a pouca distância, tem maiores chances de dar e receber atenção e ainda expressar-se mais livremente - não se pode limitar numericamente um grupo, mas seu tamanho é uma determinante da coesão e influi, também, naquilo que procura alcançar.

Coesão
       A coesão refere-se a fenômenos que aparecem com a existência do grupo e a resultados de todos os laços sociais que unem seus membros a fim de que permaneçam no grupo e para que funcionem como uma unidade - a coesão merece destaque porque o grupo abrange os demais elementos e caracterizam-se pelo elevado nível de atividade, pelas relações interpessoais de seus componentes ou na execução das tarefas.

         Para a pessoa agir favorável ou desfavoravelmente a um grupo, precisa, antes, ter alguma noção acerca das suas características. A atração do indivíduo ao grupo depende de dois conjuntos de condições;

a)    Determinadas características do grupo, tais como, objetivos, programas, extensão, tipo de organização e posição na comunidade;

b)    As necessidades individuais de afiliação, reconhecimento, segurança e outras coisas que podem ser obtidas através dos grupos.

Em toda formulação adequada de coesão do grupo é preciso incluir tanto a natureza do grupo quanto o estado de motivação das pessoas - à medida que a coesão aumenta, cresce a pressão psicológica exercida pelo grupo sobre seus membros; estes reforçam suas opiniões, estabelecem controles uns sobre os outros, procuram guiar-se pelas suas próprias metas e suportam melhor os conflitos externos. Isso acontece mais nos grupos homogêneos cujos membros têm interesses comuns, sentem-se identificados e como partes integrantes do grupo. Os resultados da coesão grupal são:

a) quanto maior a coesão do grupo, maior a satisfação experimentada por seus membros;

b) quanto maior a coesão grupal, maior e melhor a comunicação entre os indivíduos;

c) quanto maior a coesão grupal, maior a influência pelo grupo em seus membros;

d) quanto maior a coesão do grupo, maior será a produtividade.

A coesão grupal mantém o moral elevado para o desempenho eficiente da tarefa, prestigia a participação de cada membro; os elementos de integração e de moral são interdependentes e contribuem para que o sistema do grupo influencie o comportamento das organizações.

Funções dos Grupos

         Uma empresa é composta de indivíduos divididos em grupos, seções e departamentos. Esses componentes se entrelaçam de tal forma que a eficiência e o bem estar social de um influenciem direta ou remotamente sobre os demais. 

    A função real do grupo é proporcionar uma oportunidade para o crescimento de cada membro, em diferentes situações de trabalho. Isso exige um equilíbrio, pois os padrões individuais de realização variam largamente - a organização de cada grupo, para realizar um trabalho de maneira coordenada, depende, dentre outras coisas, de sua estabilização, do desempenho das funções para as quais esteja capacitado e o comprometimento de cada um dos seus membros com os objetivos do grupo.
 
No desempenho das funções, David Nadler organizou esta tabela:
Funções dos Grupos nas Organizações
Para a organização
Para o indivíduo
1. Executam tarefas que não poderiam ser executadas por indivíduos trabalhando sozinhos
1. Ajudam na aprendizagem sobre a organização e seu ambiente.
2. Permitem que uma multiplicidade de talentos e habilidades sejam usados em tarefas.
2. Ajudam os indivíduos a conhecerem a si próprios.
3. Permitem que a tomada de decisão considere e avalie várias e conflitantes visões do problema
3. Ajudam os indivíduos a aprenderem novas habilidades.
4. Oferecem meios eficientes para o controle organizacional do comportamento
individual.
4. Permitem a obtenção de certas recompensas desejadas e que não estariam disponíveis para o indivíduo sozinho.
5. Facilitam mudanças nas políticas e procedimentos organizacionais.
5. Satisfazem diretamente certas importantes necessidades pessoais, especialmente as de aceitação sócia.l
6. Aumentam a estabilidade organizacional transmitindo aos novos membros os valores e crenças da organização.

  

Grupo   Equipe


"Toda equipe é um grupo, mas nem todo grupo é uma equipe".

Como vimos, o grupo é um conjunto de pessoas com objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades. O respeito e os benefícios psicológicos que os membros encontram, em geral, produzem resultados de aceitáveis a bons. No entanto este grupo não é uma equipe.

Na equipe as coisas são um tanto diferentes. Além de ter os seus membros voltados para os mesmos objetivos com papéis e funções bem definidas, possui uma série de fatores positivos que a distinguem do grupo e garantem a obtenção de excelentes resultados com muita sinergia e criatividade.
Equipe é um grupo que compreende seus objetivos e está engajado em alcançá-los de forma compartilhada. A comunicação entre os membros é verdadeira e as opiniões diferentes são estimuladas.

Em uma equipe:
  - Assumem-se riscos
  - A equipe investe constantemente em seu próprio crescimento;
 - O grupo transforma-se em equipe quando passa a prestar atenção à sua própria forma de operar e procura resolver os problemas que afetam o seu funcionamento;

Na equipe existe uma transparência muito grande entre todos. Ninguém esconde o jogo. Cada um sabe o que o outro pensa e sente sobre os assuntos do trabalho, mas tudo de forma muito construtiva! Além disso, o nível de mútua colaboração é ótimo, trabalham realmente em um time. Cada um pode contar com o outro que espontaneamente e prazerosamente se dispõe a dar o apoio e ajuda quando necessário.

Nesse ambiente tão bom não quer dizer que não existam conflitos, eles fazem parte do relacionamento humano e se tornam até fator de crescimento se forem trabalhados através do debate conduzido da maneira certa e na hora certa. É isto que acontece na equipe, às lideranças não são distantes, atuam próximas e em conjunto com todos os seus membros que participam ativamente numa rica interação entre todos, favorecendo assim a criatividade e aumentando o comprometimento mútuo.

Os líderes são suficientemente seguros para não se sentirem ameaçados pelas ideias de valor que venham de baixo. Ninguém pretende sobressair-se isoladamente. Os resultados é que se destacam como em um bom time de futebol, a equipe toda vibra com o gol do colega porque o time todo sai ganhando.

Em função de tudo isso, existe a prática constante do Feedback que é dado de forma transparente, e sobretudo construtiva, com a receptividade de todos. Líderes e liderados dão e recebem Feedback, mas se o relacionamento é muito bom dentro da equipe que é muito unida, isto não a torna fechada na interação com as outras equipes e áreas da empresa, pelo contrário, a empresa funciona como um time, como já foi visto, com grande colaboração entre equipes e áreas.

Finalizamos este com a ideia de que a formação da equipe deve considerar as competências individuais necessárias para o desenvolvimento das atividades e o alcance das metas. O respeito aos princípios da equipe, a interação entre seus membros e especialmente o reconhecimento da interdependência entre seus membros no alcance dos resultados da equipe, deve favorecer ainda mais os resultados das outras equipes e da organização como um todo. É isso que torna o trabalho desse grupo um verdadeiro trabalho em equipe.











Fonte e Sítios Consultados

www.ldapolivalente.seed.pr.gov.br

7 de setembro de 2016

A Cultura do Consumo a a Invenção do Consumidor - apenas um fragmento desta história






O livro The consumer trap, do sociólogo Michael Dawson (2005) faz uso da analogia do efeito piranha para enfocar a importância do marketing na formatação de uma sociedade e de uma mentalidade de consumo. Referindo-se aos estudos de zoólogos sobre o comportamento das piranhas na América do Sul, Dawson (2005) revela como, embora uma piranha tenha dentes muito afiados e cortantes, individualmente elas não apresentam muita ameaça, enquanto podem ser devoradoras quando atacam em grupo.

Esse efeito piranha forneceria uma explicação para a influência do marketing dos grandes negócios nas vidas dos norte-americanos, que, para Dawson, é consequência de um forte investimento das grandes corporações em estarem constantemente apoiando a invenção e o refinamento de poderosas técnicas de pesquisa voltadas a captarem o comportamento que leva ao ato de compra. Isso gerou um crescimento exponencial de investimentos corporativos que levassem o “estímulo de marketing” a todas as esferas da vida, cercando as pessoas de uma grande quantidade de mercadorias e reforços efetivos de formas de viver prescritos pelas corporações. E como esse padrão de exposição ao estímulo de marketing é renovado a todo o tempo, isso exerce sobre o comportamento um efeito bola de neve, com as vidas tornando-se crescentemente inscritas sob os efeitos da exposição presente e passada às campanhas de marketing.

Referindo-se a algumas marcas típicas e suas estratégias de marketing, Dawson reforça sua ideia ao mostrar como as marcas Alka-Seltzer e Cover Girl alteraram a rotina de cuidados pessoais; Sopas Campbell e Kraft alteraram a rotina de preparar refeições e de comer; a Nike alterou o vestuário e o calçado; e as marcas Pepsi-Cola e Coca-Cola alteraram a rotina de comer e de beber. Tais exemplos poderiam se multiplicar ad infinitum, demonstrando como as campanhas de marketing, em conjunto, reforçam o nível e a intensidade dos ambientes e do comportamento individual de consumo, em qualquer tempo e o tempo todo.

                             
                                                                  Livro The consumer trap


A analogia remete à história da formação da sociedade e da cultura de consumo, tomando o marketing e a psicologia como produtos e protagonistas dessa empreitada. Afinal, o que Dawson deixa entrever é a história de como o marketing dos grandes negócios foi se tornando o ator principal de uma nova configuração cultural que foi transformando a paisagem norte-americana – com centros de compras e rodovias progressivamente suplantando os espaços públicos como parques, livrarias, trilhas de trem e desertos –, e moldando a experiência individual para que cada um tomasse os objetos de consumo como referência de vida. Constatação também feita por Jeremy Rifkin, que, em uma reconstituição histórica sobre a formação da cultura de consumo norte-americana, afirma que, na década de 1920, a “comunidade empresarial americana decidiu modificar radicalmente a psicologia que havia construído uma nação” e, com isso, “o marketing, que até então havia desempenhado um papel secundário nos negócios, assumiu nova importância. Da noite para o dia, a cultura do produtor transformava-se na cultura do consumidor” (RIFKIN, 1995, p. 20).


Dessa perspectiva, o marketing e a psicologia também surgem juntos e foram partes de um projeto maior, de formação de uma nova mentalidade. Afinal, para que o “efeito piranha” pudesse surgir, foi preciso que certos fatores políticos, sociais e culturais concorressem para a formação de um “espírito de época” que legitimasse uma nova forma de vida, pautada pela lógica do consumo.

É o que mostram os historiadores da sociedade de consumo norte-americana, revelando como foi possível uma sociedade que vivia sob a lógica da parcimônia e da poupança se voltar para a gratificação imediata fornecida pelos produtos. Nesse caso, contribuiu enormemente a invenção do “crédito ao consumidor”, como demonstrado pelo historiador Calder (1999), sustentando o quanto essa invenção social foi determinante para minar as resistências ideológicas de uma cultura assentada na ética do trabalho e do viver a partir dos seus próprios meios.

Entretanto, no início do século XX, a maioria dos norte-americanos ainda consumia produtos fabricados em casa. Como torná-los consumidores de produtos fabricados industrialmente? Ou seja, mesmo que o crédito ao consumo estivesse disponível, como convencer a esse potencial consumidor que comprar produtos industriais era mais conveniente? Para isso, os anúncios comerciais tiveram um papel central, ao denegrirem os produtos caseiros e exaltarem os produtos feitos à máquina. Havia, também, um trabalho corpo-a-corpo junto aos pontos de venda dos produtos fabricados em massa, com profissionais de marketing ensinando aos seus alvos como era melhor consumir caixas de aveia com marcas próprias, à aveia a granel (STRASSER, 1989).

Portanto, foram vários eventos que, em seu conjunto, formaram a sociedade de consumo e “produziram o consumidor”: enquanto o macro marketing atuava em questões de âmbito público que pudessem fornecer a infraestrutura para que essa sociedade efetivamente existisse – como com o crédito ao consumidor –, o micro marketing atuava no nível da psicologia do consumo, por meio de anúncios que enfocavam um estilo de vida urbano, moderno, que demandava a comodidade que os produtos industriais poderiam fornecer.

Mas como e por que essa psicologia do consumo funcionou tão bem? Afinal, como Rifkin (1995, p. 19) afirma com muita categoria, “o fenômeno do consumo de massa não ocorreu espontaneamente, tampouco foi o subproduto inevitável de uma natureza humana insaciável. Ao contrário”. Nesse sentido, por que a teoria da insatisfação, da falta permanente, tão em voga nessa época pela disseminação da psicanálise freudiana, foi tão bem utilizada pelo marketing?

Para isso, contaram duas outras grandes ferramentas do marketing, que, junto com o advertising, também ajudaram a produzir a cultura de consumo: a propaganda e a publicidade. O termo publicidade está sendo utilizado da maneira como foi descrito no dicionário dos termos de marketing da American Marketing Association (AMA) , em que publicity  é definida como uma forma de comunicação da companhia ou do produto, não paga, geralmente veiculada por alguma mídia. Tal conceito tem uma profunda interface com o de “relações públicas” (public relations), também definida, no referido dicionário, como

[...] aquela forma de gestão da comunicação que procura fazer uso da publicidade e outras formas não pagas de promoção e informação para influenciar os sentimentos, opiniões e crenças acerca de uma empresa, seus produtos ou serviços, ou acerca do valor do produto, serviço ou das atividades dessa organização para seus compradores, futuros clientes ou outras partes interessadas, tais como: clientes, empregados, comunidade, acionistas etc.


Tal aproximação, conceitual e prática, entre publicity e public relations deve-se, também, à maneira como Edward Bernays – um sobrinho do psicanalista Sigmund Freud, e fundador da disciplina de relações públicas – estabeleceu uma estreita relação entre mercado e espaço público visando à criação de uma cultura capaz de “produzir consumidores”. Tal cultura, segundo Gorz (2005, p. 48), deveria “produzir desejos e vontades de imagens de si e dos estilos de vida que, adotados e interiorizados pelos indivíduos, transformam-nos nessa nova espécie de consumidores que não necessitam daquilo que desejam, e não desejam aquilo de que necessitam”.

Bernays chegou aos Estados Unidos na década de 1920, exatamente a que vê despontar o marketing como um ator central, em uma economia às voltas com o desafio de encontrar saídas para o escoamento da produção industrial. Bernays acreditava no poder ilimitado do desejo humano e propunha que, no ato da compra, devia-se apelar não às necessidades racionais das pessoas, mas aos seus fantasmas e desejos inconfessáveis. Tendo em vista que uma consideração central em psicanálise é que o desejo é produzido pela cultura, a ideia básica era a de dar forma ao desejo humano mediante sua associação a objetos de consumo.

O desafio desse autor e prático das relações públicas era exercer um poderoso papel junto aos grandes setores da economia – por exemplo, a indústria de cigarros – a fim de que, com o seu engenhoso conhecimento das “motivações irracionais” de uma sociedade, pudesse produzir desejos antes inimagináveis, como o de fumar, especialmente no caso das mulheres, ao produzir imagens que ligavam o fumo à liberdade feminina. É o que destaca Gorz (2005, p. 49):

Quando a indústria de tabaco abordou Bernays, perguntando-lhe se ele via um meio de fazer as mulheres fumarem, Bernays assumiu o desafio sem hesitar. O cigarro, explicou ele, era um símbolo fálico, e as mulheres se disporiam a fumar se vissem no cigarro um meio de se emanciparem simbolicamente da dominação masculina. Por ocasião do grande desfile da festa nacional em New York, informou-se à imprensa que um grande acontecimento iria se produzir [...] vinte moças elegantes tiraram cigarros e isqueiros de suas bolsas e acenderam suas simbólicas freedom torches. O cigarro havia-se tornado então o símbolo da emancipação feminina.


Nesse exemplo, pode-se, também, ver a imbricação entre publicidade e propaganda: uma indústria de cigarros promovendo uma mudança de mentalidade e um estilo de vida, ao mesmo tempo em que tinha por objetivo comercializar um produto específico não por meio de um anúncio comercial de uma dada marca, mas por um trabalho de relações públicas. Autor de um livro chamado Propaganda, Bernays (1928) demonstra, com o próprio título, essa profunda imbricação entre publicidade e propaganda, tomando esta última como um “esforço organizado de disseminar uma crença ou doutrina particular” (BERNAYS, 1928, p. 20). E a “propaganda moderna” – continua o autor, em um livro escrito em 1928 – é “um esforço consistente e permanente de criar ou moldar eventos para influenciar as relações entre o público e uma empresa, uma ideia ou um grupo” (BERNAYS, 1928, p. 25).

      E por que isso funcionaria tão bem? Bernays diz que, embora nós desejemos acreditar que cada cidadão cria suas próprias ideias sobre questões públicas e matérias de condutas privadas, na prática isso não ocorre, já que, se todos os homens tivessem que analisar os difíceis dados de compreensão do mundo econômico, político e até mesmo de uma atuação ética, seria impossível chegar a uma conclusão. Portanto, o campo das escolhas não está livre de certa manipulação. Por isso, em tese, mas não na prática, todos compram o melhor e o mais barato produto oferecido no mercado. Daí o vasto e contínuo esforço de capturar nossas mentes no interesse de alguma mercadoria ou ideia.

         Ao analisar a “psicologia das relações públicas”, Bernays (1928) centra o foco no estudo da “psicologia das massas”. Referindo-se a autores clássicos no estudo da mente grupal, como Gustave Le Bon e, posteriormente, Walter Lipoma, Bernays toma a prática recente e bem-sucedida (em 1928) da propaganda – que incorporou em seus estudos a psicologia das massas – para demonstrar como o grupo tem características distintas, sendo motivado por impulsos e emoções que não podem ser explicados tomando-se por base a psicologia individual. Nesse sentido, um ponto importante é que, conforme os estudos demonstraram o grupo não “pensa”, no sentido estrito dessa palavra. No lugar de pensamentos, a mente grupal funciona por impulsos, hábitos e emoções. Daí porque a crença de um grupo em um líder já se mostrava um dos princípios mais firmemente estabelecidos no estudo da psicologia das massas.

Bernays ressalta que, ao falar da influência do grupo, não está assumindo que todos devam estar juntos em um encontro público para serem influenciados pela psicologia das massas. Ao contrário, sendo um ser gregário, o homem sente-se membro de um grupo mesmo estando sozinho em seus aposentos. E quando planeja realizar algum ato de compra, o faz não baseado em seu único e próprio julgamento, mas a partir de uma miscelânea de impressões estampadas em sua mente por influências externas que, inconscientemente, controlam seus pensamentos. E por isso o autor deixa entrever, no que diz respeito à propaganda, o papel do “formador de opinião” como uma autoridade, ou líder.

Bernays (1928) dá o seguinte exemplo: suponha que um determinado produtor deseje vender mais bacon. Em vez de usar a velha técnica psicológica de repetição de um estímulo para criar um hábito – do tipo “coma bacon porque é barato, é bom, dá energia” –, o “novo” vendedor, apoiado no entendimento da estrutura grupal da sociedade, e nos princípios da psicologia de massas, se perguntaria: “quem é que influencia os hábitos do público?”. Para o autor, a resposta seria “o fisiologista”. Logo, o novo vendedor deveria influenciar os fisiologistas a dizerem que é saudável comer bacon. Nesse caso, seria preciso levar em conta a relação de dependência dos homens com alguma autoridade.

Em um estudo contemporâneo que analisa a questão da “liberdade de escolha”, a filósofa eslovena Renata Salecl afirma que Bernays acreditava que “as pessoas compram algo porque uma autoridade com a qual se identificam possui tal objeto” (SALECL, 2005, p. 38). O marketing das grandes corporações nunca pretendeu – e nem pode – assumir esse lugar de autoridade, na medida em que trabalha com o discurso da “liberdade de escolha”. Mas com os instrumentais dos quais passou a lançar mão – propaganda, advertising  e publicidade –, todos já dispondo de amplos estudos sobre a psicologia do consumo, o marketing assumiu o lugar de canalizador e modelador dos desejos de uma época, vinculando-se a figuras de autoridade.

Desse ponto de vista, pode-se concluir que a história do marketing pode ser compreendida a partir do momento em que as grandes corporações capitalistas somaram forças com o governo norte-americano a fim de inaugurarem uma era de fusão entre propaganda, publicidade e advertising, no sentido de aderência a um sistema ideológico que propunha um estilo de vida norte-americano fundamentalmente moldado pelo consumo. E que esse projeto entre os negócios e a política contou com o apoio imprescindível da psicologia existente à época. Quando destaca a influência política que Bernays exerceu nos EUA, Gorz (2005) faz referência ao documentário do diretor Adam Curtis, no qual o presidente norte-americano – Herbert Hoover – elogiava o trabalho de Bernays, por transformar as pessoas em “incansáveis máquinas de felicidade” (GORZ, 2005, p. 49).

Se for seguida a datação proposta pela história do marketing – a que sustenta que o marketing efetivamente surgiu na década de 1950, quando se deu a virada discursiva para o foco no consumidor –, fica ainda mais clara a relação entre política e mercado, por meio da celebração da cultura de consumo. Afinal, nessa década, a propaganda de Estado foi marcada pela Guerra Fria, como sinônimo de uma histórica disputa entre dois sistemas de governo: socialismo e capitalismo. Basta uma breve leitura na história das grandes marcas da época para se constatar como se dava essa imbricação entre o plano político e o mercadológico. Para mencionar apenas um exemplo do “símbolo do capitalismo norte-americano” – a marca McDonald’s –, segue uma parte de sua história, retirada de Boas e Chain (1976 apud FONTENELLE, 2002, p. 107):

Com o início da Guerra Fria, as cidadezinhas americanas começaram a atribuir, às franquias com nomes de marca, uma expressão altamente patriótica. Na luta do comunismo contra o capitalismo, os jornais dessas pequenas cidades apresentavam o McDonald’s como exemplo da superioridade do sistema de livre-empresa, como a resposta para o sonho americano. As convicções pessoais de Ray Kroc no que tange ao seu anticomunismo ajudaram, também, a tornar o McDonald’s o “símbolo do sucesso e durabilidade do capitalismo”, ao ponto dele ser convidado pela Secretaria de Defesa em Washington, em 1958, para dar uma conferência de orientação civil no Pentágono. A atração que Kroc conseguiu obter do governo foi resultado de todo um investimento na imagem do McDonald’s como símbolo do “american way”, quando Kroc instituiu o uso obrigatório da bandeira americana em cada restaurante McDonald’s.

Enfim, quando o presidente Eisenhower – conhecido pelas famosas rodovias que foram determinantes para a instauração de um modo de vida baseado no automóvel e no subúrbio – é clicado tomando Coca-Cola, como mencionado em Pendergrast (1993), estaríamos diante de propaganda ou de publicidade?

Assim, o funcionamento da psicologia voltada para a produção do consumidor merece ser analisada do ponto de vista da construção política de uma mentalidade de consumo, mais do que no nível das atuações individuais e corporativas do marketing. Daí Kurz (1999 apud GORZ, 2005, p. 51) afirmar que a função direta do marketing não é tanto “incitar à compra de mercadorias determinadas, mas engendrar uma consciência que interiorizou a forma, o sentido, a estética específica da ‘publicidade em geral’, e que vê o mundo com seus olhos [...] [por meio da] formação, não apenas dos desejos e das cobiças, mas igualmente dos sentimentos [e da] a tomada do inconsciente”.


Assim, embora o termo propaganda tenha sido deixado como referência para o uso político de governos, buscou-se demonstrar como ela foi atuante a partir de uma parceria entre mercado e governo, na defesa dos princípios democráticos e com uma base de sustentação ideológica da “livre escolha”. Não por acaso, ao discorrer sobre o padrão da propaganda fascista, Adorno (2006, p. 184) comparou a sua efetividade à “psicologia dos consumidores”. Tal paradoxo só pode ser completamente compreendido quando se visualizam o marketing e a psicologia como fenômenos de um projeto político que envolveu uma ampla conversão ideológica em todos os âmbitos socioculturais de uma nação e forneceu o ambiente propício para que o marketing e a psicologia se tornassem atores principais na constituição da cultura de consumo.











Fonte e Sítios Consultados
 http://www.consumertrap.com/


1 de setembro de 2016

Políticas Monetárias, saiba mais




A Política monetária que o governo brasileiro utilizará para reverter o quadro da crise econômica brasileira do ano de 2016 é um fator importantíssimo para a vida de todos os brasileiros e devido a isso, iremos verificar as ferramentas econômicas que podem ser utilizadas por esta gestão. É importante saber que os governantes sempre procuram encontrar uma forma de adaptar a utilização dessas ferramentas ao cenário atual da economia da nação, e o governo faz isso através de um sistema monetário que melhor corresponda à necessidade da economia de um determinado momento.

A saber, Política monetária é o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, o meio de estabilizar e controlar ao máximo os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do país.
De acordo Rossetti (1998, p.253), a política monetária pode ser definida como “o controle da oferta de moeda e das taxas de juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica global do governo.” As autoridades monetárias podem exercer o controle da oferta de moeda para agir sobre a atividade econômica em diversas situações.
Na existência de tendências deflacionistas, as autoridades monetárias podem expandir a oferta de moeda para evitar a queda da atividade econômica, estimulando o investimento e provocando a queda da taxa de juros. Em uma tendência inflacionista, procura-se diminuir a circulação de moeda para deprimir a atividade econômica, evitando o desenvolvimento da inflação. O efeito da diminuição da circulação monetária é uma elevação da taxa de juros, diminuindo o investimento.
Também é verdade que a moeda pode vir a ser utilizada como instrumento de política fiscal e de política comercial internacional. Como instrumento fiscal, as autoridades podem emitir moeda para cobrir déficits orçamentários. E como política comercial internacional, a moeda poderá ser superavaliada ou subavaliada em sua relação com as moedas estrangeiras, para favorecer as importações ou exportações do país.

OS INSTRUMENTOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIAS
Quanto mais um país é desenvolvido economicamente e seu povo mais esclarecido sobre seus direitos e deveres, o uso dos instrumentos monetários se torna mais eficiente, permitindo cada vez mais o aperfeiçoamento da utilização pela autoridade monetária de mecanismos de controle da oferta de moeda na economia.
Além dos instrumentos mais utilizados como a taxa de redesconto, dos encaixes bancários compulsórios e das operações de mercado aberto, no Brasil são utilizados também instrumentos complementares, como o controle da taxa de juros, seleção de créditos e até limitação da capacidade de expansão de empréstimos.
A análise da oferta de moeda tem o principal objetivo de explicar o processo de criação e destruição dos meios de pagamentos (moeda em poder do público mais depósitos à vista nos bancos comerciais). A oferta monetária é afetada através das ações das autoridades monetárias, que possuem o poder de emissão, e também pelos bancos comerciais que emprestam dinheiro ao público, ofertando assim recursos à economia captados sob a forma de depósitos à vista.
Até 1964 não existia ainda um controle monetário rigoroso no Brasil. Era o Banco do Brasil que exercia o papel de autoridade monetária, arrecadando encaixes compulsórios e autorizando redesconto aos bancos. A base monetária ficava fora de seu controle, pois as decisões de programação orçamentária eram do governo federal. Só com a lei nº 4.595 de 31 de dezembro de 1964, que criou o Banco Central e organizou o mercado financeiro, que esse controle passou a ser feito pelo Banco Central do Brasil.
O Banco Central elaborou a “programação monetária”, estabelecendo metas de expansão ou contração dos meios de pagamentos, para determinar níveis desejados de créditos e de oferta de moeda. O orçamento monetário, a partir de 1986, deixou de ser uma peça isolada da política econômica. No ano de 1988, surgiu o orçamento global da União em que foram determinados os limites orçamentários de expansão da moeda e do crédito.



Recolhimento compulsório
Consiste em fixar uma cobertura obrigatória para os depósitos e, através do Banco Central, fazer variar a proporção das reservas que os bancos privados depositam em seus cofres. É um meio eficaz para controlar a emissão da moeda escritural. Quando há uma expansão da taxa de reservas compulsórias exigidas pelo Banco Central, reduz-se a proporção dos depósitos que podem ser convertidos em empréstimos, reduzindo então os meios de pagamentos. O inverso também é possível, ou seja, se a taxa de reserva diminui, aumentam os empréstimos e consequentemente os meios de pagamentos também aumentam.

O redesconto ou empréstimo de liquidez
Este instrumento é um empréstimo que os bancos comerciais recebem do Banco Central para cobrir problemas de liquidez quando ocorre um aumento da demanda por empréstimos por parte do público. Seus reflexos sobre os meios de pagamentos se caracterizam por meio da variação das reservas bancárias. O aumento da taxa de juros para essas operações, a redução dos prazos de resgate dos títulos redescontados, a redução dos limites operacionais e a imposição de restrições reduzem os meios de pagamentos e vice-versa.

As operações de mercado aberto
Consiste na compra e venda de títulos públicos por parte do Banco Central com o objetivo de aumentar ou diminuir a quantidade de moeda em circulação e o volume do crédito. Se o governo observar uma grande quantidade de crédito e se for preciso diminuí-lo, o Banco de emissão se apresenta como vendedor de títulos no mercado de valores. Essas vendas anularão uma quantidade de notas de bancos correspondente ao valor dos títulos e poderá retirar nas contas correntes dos bancos o montante das vendas efetuadas se o pagamento for feito por cheques. O efeito dessa operação será uma redução da circulação monetária.

O controle e a seleção do crédito
É o controle na fixação pelo Banco Central de um limite máximo de seus créditos para os setores da produção ou empresários. Permite controlar o crédito de acordo com seus empregos produtivos e às condições da economia do país.
No Brasil esse controle é usado de forma generalizada. Os empréstimos dos bancos comerciais destinados à agricultura, à indústria, ao comércio e a outras finalidades são fixados pelo Banco Central.
A lógica do funcionamento desse instrumento, segundo Rossetti (2002), é que ao existir interesse mútuo das autoridades monetárias e do sistema bancário, aquelas esclarecem os objetivos da Política Monetária aos banqueiros para que estes venham agir na direção desejada pelo Banco Central.
Como esse instrumento decorre da interdependência de diversos setores da economia, é difícil para as autoridades monetárias ter a certeza da utilização final de crédito, isto é, se o mesmo atingirá os objetivos esperados pelas autoridades monetárias.


Política fiscal, cambial e de renda
De acordo com Fortuna (1998), as políticas fiscal, cambial e de renda causam impactos sobre a política monetária.
A política fiscal é a política de receitas e despesas do governo; é a aplicação da carga tributária sobre os agentes econômicos e a definição dos gastos do Governo, que são os tributos captados. Tem forte impacto sobre a política monetária e também sobre o crédito quando os prazos de recolhimento de impostos afetam o fluxo de caixa dos agentes econômicos. Se o Governo gasta mais do que arrecada, ele recorre ao endividamento, captando recursos do setor privado, prejudicando a formação da poupança interna necessária ao financiamento do investimento produtivo. Portanto, um quadro fiscal deficitário é um grande problema para a política monetária.
A política cambial está baseada na administração da taxa de câmbio e no controle das operações cambiais. Esta política está indiretamente ligada à política monetária, devendo ser cuidadosamente administrada em relação ao seu impacto sobre a política monetária. Um desempenho muito forte das exportações pode ter grande impacto monetário na medida em que a entrada de divisas significa conversão para a moeda nacional, causando a expansão da moeda que terá um enorme efeito inflacionário futuro. Essa entrada de divisas é realizada através do câmbio comercial. O mesmo acontece quando aumenta o volume de recursos captados pela emissão de títulos no exterior ou pela entrada de recursos para aplicação nas bolsas de valores. Este aumento da oferta monetária via câmbio prejudica o controle de juros, aumentando o custo do Governo, onde o mesmo será obrigado a aumentar a dívida pública mobiliária (em títulos) para reduzir a quantidade de moeda que entra circulação através da troca de divisas por moeda nacional.
A política de renda é a que o Governo exerce, estabelecendo o controle direto sobre a remuneração dos fatores diretos de produção na economia, como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços dos produtos intermediários e finais. As políticas de rendas são normalmente usadas durante períodos de aumento da procura, para tentar prevenir o aumento de preços.











Fonte e Sítios Consultados     
 

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