A
Política monetária que o governo brasileiro utilizará para reverter o quadro da
crise econômica brasileira do ano de 2016 é um fator importantíssimo para a
vida de todos os brasileiros e devido a isso, iremos verificar as ferramentas
econômicas que podem ser utilizadas por esta gestão. É importante saber que os governantes sempre procuram encontrar uma forma de adaptar a utilização dessas ferramentas ao cenário atual da economia da nação, e o governo faz isso através de um sistema monetário que melhor
corresponda à necessidade da economia de um determinado momento.
A saber, Política monetária é o controle da oferta de moeda (dinheiro) na economia, ou seja, o meio de estabilizar e controlar
ao máximo os níveis de preços para garantir a liquidez ideal (equilíbrio) do sistema econômico do
país.
De acordo Rossetti (1998, p.253), a política
monetária pode ser definida como “o controle da oferta de moeda e das taxas de
juros, no sentido de que sejam atingidos os objetivos da política econômica
global do governo.” As autoridades monetárias podem exercer o controle da
oferta de moeda para agir sobre a atividade econômica em diversas situações.
Na existência de tendências deflacionistas, as autoridades
monetárias podem expandir a oferta de
moeda para evitar a queda da atividade econômica, estimulando o investimento e
provocando a queda da taxa de juros. Em uma tendência inflacionista, procura-se
diminuir a circulação de moeda para deprimir a atividade econômica, evitando o
desenvolvimento da inflação. O efeito da diminuição da circulação monetária é
uma elevação da taxa de juros, diminuindo o investimento.
Também é verdade que a moeda pode vir a ser
utilizada como instrumento de política fiscal e de política comercial
internacional. Como instrumento fiscal, as autoridades podem emitir moeda para
cobrir déficits orçamentários. E como política comercial internacional, a moeda
poderá ser superavaliada ou subavaliada em sua relação com as moedas estrangeiras,
para favorecer as importações ou exportações do país.
OS
INSTRUMENTOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIAS
Quanto mais um país é desenvolvido economicamente e
seu povo mais esclarecido sobre seus direitos e deveres, o uso dos instrumentos
monetários se torna mais eficiente, permitindo cada vez mais o aperfeiçoamento
da utilização pela autoridade monetária de mecanismos de controle da oferta de
moeda na economia.
Além dos instrumentos mais utilizados como a taxa
de redesconto, dos encaixes bancários compulsórios e das operações de mercado
aberto, no Brasil são utilizados também instrumentos complementares, como o
controle da taxa de juros, seleção de créditos e até limitação da capacidade de
expansão de empréstimos.
A análise da oferta de moeda tem o principal
objetivo de explicar o processo de criação e destruição dos meios de pagamentos
(moeda em poder do público mais depósitos à vista nos bancos comerciais). A
oferta monetária é afetada através das ações das autoridades monetárias, que
possuem o poder de emissão, e também pelos bancos comerciais que emprestam
dinheiro ao público, ofertando assim recursos à economia captados sob a forma
de depósitos à vista.
Até 1964 não existia ainda um controle monetário
rigoroso no Brasil. Era o Banco do Brasil que exercia o papel de autoridade
monetária, arrecadando encaixes compulsórios e autorizando redesconto aos
bancos. A base monetária ficava fora de seu controle, pois as decisões de
programação orçamentária eram do governo federal. Só com a lei nº 4.595 de 31
de dezembro de 1964, que criou o Banco Central e organizou o mercado
financeiro, que esse controle passou a ser feito pelo Banco Central do Brasil.
O Banco Central elaborou a “programação monetária”,
estabelecendo metas de expansão ou contração dos meios de pagamentos, para
determinar níveis desejados de créditos e de oferta de moeda. O orçamento
monetário, a partir de 1986, deixou de ser uma peça isolada da política
econômica. No ano de 1988, surgiu o orçamento global da União em que foram
determinados os limites orçamentários de expansão da moeda e do crédito.
Recolhimento
compulsório
Consiste em fixar uma cobertura obrigatória para os
depósitos e, através do Banco Central, fazer variar a proporção das reservas
que os bancos privados depositam em seus cofres. É um meio eficaz para
controlar a emissão da moeda escritural. Quando há uma expansão da taxa de
reservas compulsórias exigidas pelo Banco Central, reduz-se a proporção dos
depósitos que podem ser convertidos em empréstimos, reduzindo então os meios de
pagamentos. O inverso também é possível, ou seja, se a taxa de reserva diminui,
aumentam os empréstimos e consequentemente os meios de pagamentos também
aumentam.
O
redesconto ou empréstimo de liquidez
Este instrumento é um empréstimo que os bancos comerciais
recebem do Banco Central para cobrir problemas de liquidez quando ocorre um
aumento da demanda por empréstimos por parte do público. Seus reflexos sobre os
meios de pagamentos se caracterizam por meio da variação das reservas
bancárias. O aumento da taxa de juros para essas operações, a redução dos
prazos de resgate dos títulos redescontados, a redução dos limites operacionais
e a imposição de restrições reduzem os meios de pagamentos e vice-versa.
As
operações de mercado aberto
Consiste na compra e venda de títulos públicos por
parte do Banco Central com o objetivo de aumentar ou diminuir a quantidade de
moeda em circulação e o volume do crédito. Se o governo observar uma grande
quantidade de crédito e se for preciso diminuí-lo, o Banco de emissão se
apresenta como vendedor de títulos no mercado de valores. Essas vendas anularão
uma quantidade de notas de bancos correspondente ao valor dos títulos e poderá
retirar nas contas correntes dos bancos o montante das vendas efetuadas se o
pagamento for feito por cheques. O efeito dessa operação será uma redução da
circulação monetária.
O
controle e a seleção do crédito
É o controle na fixação pelo Banco Central de um
limite máximo de seus créditos para os setores da produção ou empresários.
Permite controlar o crédito de acordo com seus empregos produtivos e às
condições da economia do país.
No Brasil esse controle é usado de forma
generalizada. Os empréstimos dos bancos comerciais destinados à agricultura, à
indústria, ao comércio e a outras finalidades são fixados pelo Banco Central.
A lógica do funcionamento desse instrumento,
segundo Rossetti (2002), é que ao existir interesse mútuo das autoridades
monetárias e do sistema bancário, aquelas esclarecem os objetivos da Política
Monetária aos banqueiros para que estes venham agir na direção desejada pelo
Banco Central.
Como esse instrumento decorre da interdependência
de diversos setores da economia, é difícil para as autoridades monetárias ter a
certeza da utilização final de crédito, isto é, se o mesmo atingirá os
objetivos esperados pelas autoridades monetárias.
Política
fiscal, cambial e de renda
De acordo com Fortuna (1998), as políticas fiscal,
cambial e de renda causam impactos sobre a política monetária.
A política fiscal é a política de receitas e
despesas do governo; é a aplicação da carga tributária sobre os agentes
econômicos e a definição dos gastos do Governo, que são os tributos captados.
Tem forte impacto sobre a política monetária e também sobre o crédito quando os
prazos de recolhimento de impostos afetam o fluxo de caixa dos agentes
econômicos. Se o Governo gasta mais do que arrecada, ele recorre ao
endividamento, captando recursos do setor privado, prejudicando a formação da
poupança interna necessária ao financiamento do investimento produtivo.
Portanto, um quadro fiscal deficitário é um grande problema para a política
monetária.
A política cambial está baseada na administração da
taxa de câmbio e no controle das operações cambiais. Esta política está
indiretamente ligada à política monetária, devendo ser cuidadosamente
administrada em relação ao seu impacto sobre a política monetária. Um
desempenho muito forte das exportações pode ter grande impacto monetário na
medida em que a entrada de divisas significa conversão para a moeda nacional,
causando a expansão da moeda que terá um enorme efeito inflacionário futuro.
Essa entrada de divisas é realizada através do câmbio comercial. O mesmo
acontece quando aumenta o volume de recursos captados pela emissão de títulos
no exterior ou pela entrada de recursos para aplicação nas bolsas de valores.
Este aumento da oferta monetária via câmbio prejudica o controle de juros,
aumentando o custo do Governo, onde o mesmo será obrigado a aumentar a dívida
pública mobiliária (em títulos) para reduzir a quantidade de moeda que entra
circulação através da troca de divisas por moeda nacional.
A política de renda é a que o Governo exerce,
estabelecendo o controle direto sobre a remuneração dos fatores diretos de
produção na economia, como salários, depreciações, lucros, dividendos e preços
dos produtos intermediários e finais. As políticas de rendas são normalmente
usadas durante períodos de aumento da procura, para tentar prevenir o aumento
de preços.
Fonte
e Sítios Consultados
http://www.eumed.net
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