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7 de agosto de 2016

Brasileiro não gosta de Política?


Atualmente, é muito facil que em qualquer conversa surjam alguns comentários sobre o cenário negativo da política brasileira, devido a isso, revolvemos investigar qual o real motivo disso estar acontecendo aqui no Brasil nesse ínicio do século 21 – afinal, a política exerce um papel fundamental no dia-a-dia do ser humano, quer gostemos ou não deste tema, e isso acontece pelo fato da política ser um "elemento" pertencente a todo meio social.
   
Mas, será que sabemos realmente o que é a política? Procurando responder essa pergunta recorremos ao um livro que contém as ideias sobre política da pensadora e filosofa alemã Hannah Arendt. - na verdade, são fragmentos de sua obra publicados postumamente. Hannah Arendt é considerada uma das maiores pensadoras do século passado e seu trabalho sobre as Origens do Totalitarismo é considerado uma obra clássica e definitiva sobre este assunto. Além disso, é uma das maiores autoridades em relação ao estudo da política na Grécia e Roma antiga. Por isso, recomenda-se essa leitura, porém é preciso dizer que: Hannah Arendt não é uma leitura fácil, mas é imprescindível para quem deseja compreender melhor este assunto.

Acompanhe como a autora discute essa questão:

Para Hannah Arendt "O sentido da política é a liberdade". Segundo ela, a ideia de política e de coisa pública surge pela primeira vez na polis grega considerada o berço da democracia. O conceito de política que conhecemos nasceu na cidade grega de Atenas e está intimamente ligado à ideia de liberdade que para o grego era a própria razão de viver.

Ao utilizar o conceito grego de política, Arendt nos diz que ‘a política baseia-se no fato da pluralidade dos homens’, portanto, ela deve organizar e regular o convívio dos diferentes e não dos iguais – de acordo com os antigos gregos, não havia distinção entre política e liberdade e as duas estavam associadas à capacidade do homem de agir; de agir em público que era o local original dos políticos.



O homem moderno não consegue pensar desta maneira pelas desilusões em relação ao político profissional e a atuação desses no poder. Porém, Arendt, uma judia que viveu os horrores da Segunda Guerra Mundial, acreditava na ação do homem e na sua capacidade de "fazer o improvável e o incalculável".

                       
                   E Hannah Arendt continua: "A política, assim aprendemos, é algo como uma necessidade imperiosa para a vida humana e, na verdade, tanto para a vida do indivíduo, ela é maior para a sociedade. Os homens não são autárquicos, logo, eles dependem de outros em sua existência, precisa haver um provimento da vida relativo a todos, sem o qual não seria possível, justamente, esse convívio. A tarefa e objetivo da política é a garantia da vida no sentido mais amplo". Para ela, a tarefa da política esta diretamente relacionada com a grande aspiração do homem moderno: a busca da felicidade.



 Sabemos que não é fácil discutir a questão da política atualmente. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder e isso não é para menos, afinal basta pararmos um segundo e verificarmos como surgem tantas indecências públicas, mas, não são todos, existe uma minoria interessada em cumprir bem o seu papel. Porém, o homem é um ser essencialmente político. Todas as nossas ações são políticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida têm consequências e somos responsáveis por nossas ações. A omissão, em qualquer aspecto da vida, é o mesmo que deixar que os outros façam escolhas por nós.


 Pensando aqui no Brasil, os brasileiros deveriam tomar mais consciência sobre a nossa ação política, já que ela está presente em todos os momentos da vida - seja no aspecto privado ou público. Por exemplo, é fato que vivemos com a nossa família, nos relacionamos com as pessoas do nosso bairro, da escola, também somos parte integrante da nossa cidade, pertencemos a um Estado e ao nosso País, logo podemos influir e receber influencia de tudo o que acontece em nossa volta. Isso significa dizer que podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos participar ou não da associação do nosso bairro ou ainda, podemos fazer ou não, parte de uma pastoral ou trabalhar como um voluntário em uma causa que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar num bom político, e como fazer isso? Bom, o melhor caminho é conhecer melhor as propostas, ouvir as ideias nos discursos e saber das ações desses políticos que podem vir a nos representar.

 “Um erro muito comum do brasileiro é o de confundir que a política é simplesmente o ato de votar”.



 Precisamos ter a consciência de que estamos fazendo política quando: tomamos atitudes em nosso trabalho, quando estamos conversando em uma mesa de bar, quando discutimos em um grupo de watszapp ou quando estamos nos encontros de família. Todo cidadão participa e faz política, quando ele exige que respeitem os direitos de consumidor, quando existe uma profunda indignação ao vermos nossas crianças fora das escolas ou sendo massacradas nas ruas ou nos centros de reabilitação de jovens. Será que antes de gritarmos, nós conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente? Ou o Código do Consumidor? Ou ainda, a nossa Constituição?  E o que falar das nossas leis de transito, sim, aquelas leis que vivemos desrespeitando a todo instante – ou por atravessarmos fora da faixa de pedestres ou pelo fato de atendermos uma ligação do celular quando estamos ao volante.

   Vamos verificar como a política se faz presente em nossas vidas:

·  Na luta das mulheres contra uma sociedade machista que discrimina e age com violência;

·  Na luta dos portadores de necessidade especiais para pertencerem de fato à sociedade;

·    Na luta dos negros discriminados pela nossa "cordialidade";

·     Dos homossexuais igualmente discriminados e desrespeitados;

· Dos índios massacrados e exterminados nos 500 anos de nossa história;

·   Dos jovens que chegam ao mercado de trabalho saturado com de milhões de desempregados;

· Na luta de milhões de trabalhadores sem terra num país de latifúndios;

· Do desejo de todos os brasileiros por mais respeito por parte dos Governantes desse país e de toda classe política.

Todas as atitudes e omissões fazem parte de nossa ação política perante a vida - somos responsáveis politicamente (no sentido grego da palavra) pela luta por justiça social e uma sociedade verdadeiramente democrática para todos.

Tomara que os brasileiros parem de confundir sistematicamente a política com as ações de alguns políticos, principalmente, dos maus políticos.






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