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16 de julho de 2016

O Poder do Hábito - Por que fazemos o que fazemos na vida e nos negócios



O livro, O Poder do Hábito de Charles Duhigg, nos contempla com várias informações científicas sobre o funcionamento ‘dos hábitos’ em nossas vidas, tanto do ponto de vista fisiológico e neurológico, quanto do social e espiritual – e isso só contribuiu para que esta publicação seja muito interessante mesmo que o autor tenha flertado com o estilo ‘literatura de autoajuda’ – porém, esta leitura oferece informações úteis para nossas vidas ao invés de apenas reforçar sensos comuns.

No inicio se explica como os hábitos se formam, contando sobre várias experiências em laboratório que mediam a intensidade da resposta emocional a certas rotinas. Basicamente, os hábitos se constroem sobre três pilares: deixa, rotina e recompensa. Sem que existam estes três itens, de modo que um desencadeie o outro, o hábito não se instala no nosso dia a dia.



E o que é cada um desses itens?

Deixaé o estímulo que vai provocar a rotina. No começo, pode ser algo artificial ou imposto que, com o tempo e a frequência, simplesmente vai deixar de ser óbvio. Ou seja, se você se sente ansioso (deixa) e busca um doce (rotina) para se acalmar (recompensa) e repete o mesmo padrão por mais dez vezes, é bem provável que chegue um dia no qual você tenha apenas a vontade de comer doce e a percepção de que você está ansioso suma da sua mente consciente. Assim, você dirá aos outros que sempre tem vontade de comer um docinho, ao invés de falar que é frequentemente ansioso.

Rotina - é a sequência de eventos provocados pela Deixa. Pode ser o happy hour toda sexta-feira, a pizza todo sábado à noite, a corrida antes do trabalho, o café após o almoço, o telefonar para a mãe todo domingo, o fumar após o sexo ou quando acorda a oração antes de comer, a briga com o marido quando ele chega do trabalho, etc. Como podem ver, existem rotinas boas e más, sejam provocadas por outros ou emoções, etc.

Recompensa - é o que você vai ganhar quando a Rotina tiver sido completada. No caso dos exemplos acima, a pessoa ansiosa se acalma com o doce, a outra socializa no happy hour, enquanto que a que come pizza todo sábado pode ver isso como um presente merecido pelo bom cumprimento da dieta da semana ou ainda uma forma de reunir familiares. Enquanto que a mulher que briga com o marido, pode ter ser ouvida ou desabafar, caso tenha ficado em silêncio o dia todo.

O curioso é que, com a repetição, o anseio de obter a Recompensa fica mais forte que a própria recompensa em si. Ou seja, ir comer o doce pode ser mais satisfatório do que ter o doce dentro da boca. Isso significa que, caso você chegue à loja e a mesma esteja fechada, sua sensação de frustração será gigante e você não se sentirá bem enquanto não ver seu desejo satisfeito, mesmo que isso não seja prático ou salutar.

Como muitos dos nossos hábitos são nocivos a nossa saúde, sendo até responsáveis de nos levar a doenças, ganho de peso, rupturas de relacionamentos, falências e etc., e por essas razões é que temos de tentar muda-los, porém, é comum não obtermos sucesso em grande parte do tempo. E o grande vilão é o fato de não sabemos exatamente qual é a Deixa que nos impulsiona para essa RotinaPor exemplo, uma pessoa ansiosa come um doce e relaxa, mas existem outros ansiosos que vão fazer exercícios, que assistem TV, que roem as unhas, que comem compulsivamente, que fumam muito, que falam sem parar e etc. – Mas, quem come doce pode fazê-lo por que o Deixas diferente da ansiedade, ele podem comer para se sentir parte do grupo, para sanar o tédio, para ter a desculpa para dar uma volta ou paquerar.

Então, o primeiro passo é descobrir o que o leva à Rotina e, quando a Deixa surgir, fazer outra coisa. O autor diz que isso é a Regra de Ouro da mudança do hábito – “Mesma deixa, mesma recompensa, mudança de rotina”. No caso da ansiosa comedora de doces, ela poderia, ao invés de ir atrás do doce, fazer apenas uma caminhada para espairecer. Como o que a motiva é a agitação interna, o exercício também irá acalmá-la, fazendo-a obter a Recompensa que o doce daria. Porém, se ela vai até o doce porque quer ir num local para conhecer gente (e não porque está ansiosa), a caminhada solitária não a satisfará e logo ela voltará para o doce, não conseguindo manter a nova rotina.

Neste livro também se discute os Hábitos angulares que, quando mudados, alternam o resto da vida da pessoa. Por exemplo, parei de comer carne no ano de 2012, isso era apenas um hábito. Porém, ao fazê-lo, acabei incorporando um monte de Rotinas saudáveis que antes não faziam parte do meu cotidiano, pois uma coisa puxou a outra. Charles Duhigg afirma também que a Força de Vontade é algo que se treina e não uma qualidade com a qual a pessoa simplesmente tenha nascido.

Existem dois capítulos dedicados:

·      Um é como empresas usaram momentos de crise para estabelecer novos hábitos, pois, quando tudo está desabando, é mais fácil mudar e,

·        O outro trata daquelas que nos manipulam diariamente, por meio de propagandas nas TVs e digitais (computadores) a ponto de criar hábitos que antes não tínhamos, como escovar os dentes, usar aromatizadores de ambiente após a limpeza, comer em fast-foods, beber cerveja todo final de semana, comprar coisas que não precisamos e assim por diante.


De todo modo, os hábitos não se resumem apenas a indivíduos, já que podem movimentar a sociedade como um todo, se houver laços de amizade e dever que unam um determinado grupo de pessoas em prol de uma causa, como a igualdade entre negros e brancos que ele cita na parte final do livro e que teve seu estopim no boicote aos ônibus numa pequena cidade dos Estados Unidos (a meu ver, é isso também que faz uma guerra acontecer, quando um pequeno ato isolado faz todas as peças de um tabuleiro se movimentarem).

No final deste, é interessante salientar a discussão da questão neurológica e, por conseguinte, ética dos hábitos. Afinal, quando pensamos em jogadores compulsivos ou viciados em drogas, chegamos ao tema da responsabilidade. Até porque, nós mesmos nos sentimos muito culpados quando não conseguimos parar de beber, comer compulsivamente ou fumar, mesmo sabendo das consequências para nossas vidas. Entretanto, parece que uma força avassaladora nos oprime e domina, nos levando a refazer o mesmo caminho destes erros. Mesmo sabendo que os hábitos são tão fortes que nunca irão se apagar realmente do cérebro e que eles continuam a se manifestar, inclusive se perdermos a memória – mas mesmo assim, não podemos nos deixar esconder atrás disso e simplesmente abrir mão de transformar nossas vidas para melhor.




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