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7 de maio de 2016

Movimento de Maio de 68 na França


No mês de maio de 1968 iniciou-se na França uma grande onda de protestos que surgiram como manifestações estudantis que pediam por reformas no setor educacional - esse movimento cresceu tanto e evoluiu para uma greve de trabalhadores que balançou o governo do então presidente da França, Charles De Gaulle. "Os universitários se uniram aos operários e promoveram a maior greve geral da Europa, com a participação de cerca de 9 milhões de pessoas. Isso enfraqueceu politicamente o general De Gaulle, que renunciou um ano depois", conta o historiador Alberto Aggio, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Franca (SP).

A história relata que o começo de tudo deu-se a partir de uma série de conflitos entre estudantes e autoridades da Universidade de Paris, em Nanterre, cidade próxima à capital francesa.

Foi assim, no dia 2 de maio de 1968, a administração decidiu fechar a escola e ameaçou expulsar vários estudantes acusados de liderar o movimento contra a instituição. As medidas provocaram a reação imediata dos alunos de uma das mais renomadas universidades do mundo, a Sorbonne, em Paris.



Então, os estudantes se reuniram no dia seguinte para protestar, saindo em passeata sob o comando do líder estudantil Daniel Cohn-Bendit – foi aí que a polícia começou a reprimir os estudantes com violência e durante vários dias as ruas de Paris viraram cenário de batalhas campais. A reação brutal do governo só ampliou a importância das manifestações: o Partido Comunista Francês anunciou seu apoio aos universitários e uma influente federação de sindicatos convocou uma greve geral para o dia 13 de maio.

Quando esse movimento alcançou o seu auge, foram quase dois terços da força de trabalho do país que cruzaram os braços - pressionado, no dia 30 de maio o presidente De Gaulle convocou eleições para junho. Com a manobra política (que desmobilizou os estudantes) e promessas de aumentos salariais (que fizeram os operários voltar às fábricas), o governo retomou o controle da situação. As eleições foram vencidas por aliados de De Gaulle e a crise acabou.

Relatos contam que os universitários montaram barricadas nas ruas e usaram pedras para enfrentar a polícia – foi assim, no dia 6 de maio de 1968, havia uma passeata que havia sido convocada pela União Nacional de Estudantes da França e pelo sindicato dos professores universitários com o objetivo de protestar contra a invasão da Universidade de Sorbonne pela polícia. Essa marcha contou com a participação de mais de 2 mil estudantes, professores e simpatizantes do movimento, que avançaram em direção à Sorbonne, sendo violentamente reprimidos pelos policiais – fato esse que levou grande parte da multidão a se dispersar, mas alguns manifestantes começaram a erguer barricadas, enquanto outros lançavam pedras contra os soldados, que foram obrigados a bater em retirada. Depois de se reagrupar, a polícia retomou a ofensiva, disparando bombas de gás lacrimogêneo e prendendo centenas de estudantes.


Alguns dias depois, em 10 de maio 1968, no Quartier Latin (Bairro Latino), alguns milhares de estudantes iniciariam ao fim do dia uma marcha de protesto contra as prisões de vários colegas pertencentes ao grupo Enragés, da Universidade de Nanterre. Pelas ruas do bairro, o grafite “É proibido proibir – Lei de 10/05/1968” prenunciava umas das mais importantes sentenças da comuna estudantil que ali estava para nascer. Ao fim do dia mais de vinte mil estudantes põem-se em marcha pela Rua Gay Lussac para logo se defrontarem com a polícia (CRS – Corpo Republicano de Segurança), estabelecendo-se naquela noite um dos confrontos mais violentos da história da república francesa. As barricadas erguidas com carros e o confronto generalizado dos estudantes com a polícia colocavam nas ruas de Paris o fantasma dos acontecimentos da Comuna de Paris (1871).

A história relata que a “noite das barricadas” da comuna estudantil do Quartier Latin inaugurou aquela que seria uma expressão emblemática dos grandes conflitos sociais do século XX. No quadro histórico das lutas sociais anticapitalistas os acontecimentos do Maio de 1968 representaram efetivamente a generalização da grande recusa por parte dos estudantes e dos trabalhadores ao modelo social do capitalismo tecnocrático que o mundo via organizar-se na transição da sociedade fordista ao modelo societário da acumulação flexível da sociedade (pós-fordista) toyotista centrada em práticas organizacionais crescentemente tecnocráticas. Das barricadas da comuna estudantil acendeu-se um estopim de protestos generalizados que levou em menos de três semanas a uma greve geral por todo o país o espantoso número de mais de dez milhões de trabalhadores paralisando praticamente todos os setores produtivos da sociedade – até então, nunca uma potência capitalista estivera sob a ameaça tão grave de destruição de suas instituições políticas. Estudantes e trabalhadores em uma única voz se recusaram durante mais de um mês a qualquer diálogo com as representações políticas tradicionais nas negociações entre capital e trabalho no capitalismo.

Essa união dos estudantes e dos trabalhadores generalizou aquilo que Karl Marx definia como o “poder social”, com a grande recusa do movimento social as instituições capitalistas desabavam a olhos vistos na sua completa vacuidade de sentido histórico. Nem partidos, nem sindicatos, nem o parlamento ou qualquer outra agência governamental podia assumir-se como porta – voz da colossal manifestação social que varria as ruas do país. Da comuna de estudantes e trabalhadores definiram-se práticas sociais de novo tipo, de uma solidariedade radical nunca antes vista nessa proporção e magnitude na história das lutas anticapitalistas do século XX.

O Maio de 1968 representa hoje, algumas décadas depois não apenas a insatisfação de estudantes e trabalhadores com as formas societárias crescentemente burocráticas do capitalismo de então, o Maio de 1968 representa fundamentalmente as possibilidades societárias da autogestão generalizada. Representa, portanto, a luta pela supressão das práticas institucionais do modo de produção capitalista pela organização social de práticas institucionais de novo tipo, centradas na solidariedade dos trabalhadores, o poder político de novo tipo nascido nessas práticas de recusa definindo-se como poder social. O Maio de 1968 apontou como realidade concreta a sociedade comunista - esse é o real sentido histórico do Maio de 1968, não uma manifestação estudantil que explodia contra as expressões formais da imaginação e da consciência alienada de estudantes e trabalhadores na sociedade capitalista. Não foi apenas uma “recusa” ou o “é proibido proibir” reclamado contra as instituições da repressão social, o efetivo sentido histórico dos acontecimentos do Maio de 1968 deu-se pelas práticas cotidianas da auto-organização dos trabalhadores e estudantes franceses como a negação absoluta do capitalismo e a afirmação da materialidade concreta da ordem comunista.



Acredita-se que os fatos que marcaram o Maio de 1968 foram os mais radicais experimentos revolucionários do século XX e eles estão diretamente relacionados à crise da Universidade francesa, nesse sentido, a separação dos atores sociais envolvidos (estudantes e trabalhadores) aparece aqui como meramente formal - isto porque, a crise da Universidade em França afirmava diretamente a condição ‘proletarizante’ a que estavam envolvidos os estudantes – já para alguns filósofos e historiadores essa rebelião foi muito além do que só o mais importante acontecimento revolucionário do século XX, isso porque não se restringiu a uma camada restrita da população, como trabalhadores e camponeses - que ‘eram’ a maioria, mas a uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe.










Fonte e Sítios Consultados
http://mundoestranho.abril.com.br

http://www.espacoacademico.com.br



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