O debate sobre Gestão
do Conhecimento nasceu de discussões entre pesquisadores da área de Ciência
e Tecnologia e profissionais de empresas, tornando-se um tema bastante polêmico.
Estudos relevantes e análises de casos têm apontado diferentes visões sobre o
tema. Assim, não há consenso sobre a definição e organização para a Gestão do
Conhecimento. Trata-se de um conceito que não é novo, mas que está sendo
redimensionado e revigorado.
Porém, existe um consenso importante em torno da gestão
do conhecimento: ela tem se dado a partir de teorias que alicerçam a
aprendizagem organizacional, tendo como base a compreensão de que a organização
possui um grande volume de conhecimento interno, mas que podem não ser adequados
para atender as demandas. Nesse sentido, é função da gestão de
conhecimento apontar e complementar lacunas
por meio de novas oportunidades de pesquisa e ação estratégica.
Nos ambientes corporativos atuais - devido à globalização
vivida a partir da década de 1990, a inovação tornou-se indispensável para a
criação, ou mesmo a manutenção, do conhecimento: valorizando o diferencial
competitivo.
Mesmo como campo da pesquisa, a gestão do conhecimento é
bastante estudada pela área da
administração. Segundo Sveiby (1998), ela tem pelo menos três origens: nos
Estados Unidos ela surgiu da Inteligência Artificial, quando se observou que as
maiorias dos sistemas se tornavam obsoletos após seis meses. Neste contexto
avaliou-se que o conhecimento é importante na condução dos negócios. Passou-se
a pensar em criação, aprendizado compartilhado, transferência de conhecimento,
etc. No Japão desde 1980 havia a preocupação com os temas de inovação e
conhecimento, observando a pouca valorização dos ativos intangíveis por não
estarem descritos nos balanços das organizações. Na Suécia havia as
preocupações com medições estratégicas baseadas em competência, o que
invariavelmente depende do conhecimento dos funcionários das organizações, o
que levou uma abertura para a gestão do conhecimento.
Nessas últimas décadas, as organizações brasileiras (tanto
privadas como públicas) de forma crescente, passaram a reconhecer a importância
da revisão dos modelos de gestão: no caso das empresas privadas, a motivação
era a sua sobrevivência e competitividade no mercado; no caso das empresas
públicas, tal motivação era a sua capacidade de cumprir com a sua finalidade,
ou seja, atender com eficiência e qualidade a prestação de serviços de
interesse da sociedade.
Características da Gestão do Conhecimento
A gestão do conhecimento engloba vários aspectos, isso
significa dizer que não se trata apenas de construir conhecimentos, mas também
de fazer a gestão dos processos necessários para desenvolver, preservar, compartilhar
e utilizar o conhecimento transformando-o em competências com o intuito de
atingir os objetivos da organização.
Na prática, a criação e a gestão do conhecimento chamam a
atenção para duas questões:
· A habilidade necessária para o gestor
identificar o conhecimento requisitado conforme o objetivo e as demandas organizacionais.
· As condições organizacionais que viabilizam o
compartilhamento do conhecimento existente, a criação de conceitos, construção
de referências e procedimentos e a difusão interativa do conhecimento,
aprimorando as condições de educação e reflexão permanentes da organização.
Ao tratar de organizações que executam a Política
Pública, Batista (2004) afirma que a gestão do conhecimento deve
considerar diversas dimensões: a gestão de pessoas, de estratégias e planos, de
recursos financeiros, de processos de apoio e de processos finalísticos. As
políticas públicas, programas e ações são executados para atender às demandas
da sociedade. Assim, a Gestão do Conhecimento tem uma finalidade bem mais ampla
na Administração Pública. Além de aumentar a efetividade da ação pública no
tratamento de temas e demandas relevantes para a sociedade, com o mínimo de
recursos, as organizações públicas devem gerir o conhecimento para:
a) tratar de maneira adequada e
com rapidez as demandas e os desafios inesperados;
b) construir
referências e procedimentos para que os cidadãos, organizações não
governamentais e outros atores sociais possam atuar como parceiros do Estado na
elaboração e na implantação de políticas públicas; e
c) promover a redução das
desigualdades sociais e o acesso universal a um nível aceitável de qualidade de
vida para a sociedade, por meio da construção e manutenção de um
desenvolvimento sustentável.
Através da aprendizagem contínua do coletivo, a
organização exercita a sua capacidade para responder ao seu ambiente interno que
é atender seus objetivos, metas, resultados e ao ambiente externo que significa
em pensar em um desenvolvimento sustentável. Trata-se, portanto, de organizar a
assimilação produtiva de um conjunto de instrumentos e conhecimentos que só
poderão funcionar efetivamente com a mudança
cultural. Assim, a transformação é de forma e de conteúdo.
Logo, podemos concluir que a existência de um problema é
o ponto de partida para a aprendizagem nos seres vivos de um modo geral. Assim,
a produção do conhecimento humano desenvolve-se por um processo decorrente da
tentativa da diminuição ou eliminação de erros ou problemas. Ele deriva da
informação assim como esta, dos dados. Portanto, o conhecimento não é puro nem
simples, mas é uma mistura de elementos, é fluido, é intuitivo e formalmente
estruturado. Os valores e as crenças integram o conhecimento, pois determinam,
em grande parte, o que o conhecedor vê, absorve e conclui a partir das suas
observações.
Encerramos este acreditando que a competência é o elo
entre a aplicação do conhecimento e o resultado que se espera em determinada
situação. Ele não pode ser copiado com exatidão, é transferido mediante a
observação e só pode ser exercido na prática. É um conceito que define quais
são as atitudes, as habilidades e os conhecimentos necessários para alcançar
determinados resultados a partir de determinadas situações. Competência é
colocar em prática, em um determinado contexto - o que se sabe para se atingir
determinado objetivo. Só existe competência
quando há ação.
Fonte e Sítios Consultados
www.rnpd.org.br
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