Vamos observar algumas perguntas sobre essa
importante medida de prevenção que ajuda às empresas a mostrar para o mercado
que estão cumprindo o seu papel.
Saiba o que é
compliance.
O
termo compliance tem origem no verbo em inglês to
comply, em inglês, significa “agir
em sintonia com as regras”, o que já explica um pouquinho do
termo. Compliance, em termos didáticos, significa estar absolutamente em
linha com normas, controles internos e externos, além de todas as políticas e
diretrizes estabelecidas para o seu negócio. É a atividade de assegurar que a
empresa está cumprindo à risca todas as imposições dos órgãos de
regulamentação, dentro de todos os padrões exigidos de seu segmento. E isso
vale para as esferas trabalhista, fiscal, contábil, financeira, ambiental,
jurídica, previdenciária, ética, etc.
Como é
possível alinhar a função de compliance aos valores e objetivos da organização?
Na década de 90, quando esse termo passou a ser
adotado como princípio (pelas
instituições bancárias), o compliance era apenas sinônimo de adequação
jurídica. Com o tempo, percebeu-se que era impossível implementar procedimentos
de conformidade sem conhecimento pleno dos processos internos, metodologias de
trabalho utilizadas, políticas de estoques, estratégias de gestão de pessoas,
técnica de melhoria contínua, harmonização contábil, etc. Assim, nos dias de
hoje o conceito foi enriquecido com a abordagem sistêmica, do “chão” da fábrica
à sala do presidente da empresa - estamos falando em algo bem mais extenso do
que simplesmente “interpretar leis”.
A crescente pressão externa pela adoção de padrões
éticos, que gere valor a todos os seus stakeholders (os atores envolvidos na
órbita da empresa, como fornecedores, atacadistas, varejistas, funcionários,
etc.) deve impulsionar as organizações para a criação de programas preventivos
e de monitoramento constante.
É através das ferramentas de compliance que uma
empresa pode alcançar com maior solidez seus objetivos estratégicos. Não
estamos, portanto, falando de conceitos conflitantes. Ao contrário, a sinergia
da empresa com todas as normas, ditames de regulamentação e controles internos
eficientes, representam maior qualidade na atividade empresarial (respeito às
normas de qualidade), economia de recursos (evitando gastos com multas,
punições e cobranças judiciais) e fortalecimento da marca no mercado (empresa
séria e ética).
Quais são os objetivos, papéis e responsabilidades
da função de compliance na organização?
- · Analisar meticulosamente os riscos operacionais;
- · Gerenciar os controles internos (o profissional dessa área é uma espécie de “xerife” das normas e procedimentos, em todas as esferas da organização);
- · Desenvolver projetos de melhoria contínua e adequação às normas técnicas;
- · Analisar e prevenir de fraudes (esse profissional tem também papel consultivo; não se trata apenas de cobranças e imposição de mudanças);
- · Monitoramento, junto aos responsáveis pela TI, no que se refere às medidas adotadas na área de segurança da informação;
- · Realização de auditorias periódicas;
- · Gerenciar e rever as políticas de gestão de pessoas, juntamente com os responsáveis pela área de Gestão de Capital Humano.
- · Trabalhar na elaboração de manuais de conduta e desenvolver planos de disseminação do compliance na cultura organizacional;· Fiscalização da conformidade contábil de acordo com as normas internacionais (International Financial Reporting Standards – IFRS);
- · Interpretar leis e adequá-las ao universo da empresa.
Como criar uma
área de compliance?
1- O primeiro passo para quem deseja ter um setor de
compliance em sua empresa é elaborar, com o auxílio dos especialistas
contratados, um código de conduta, em linguagem simples e objetiva ao
entendimento de todos.
2- Endomarketing para disseminar a importância de seguir regras e procedimentos.
Assim, você pode trabalhar o envio de SMS (ou e-mail) para seus funcionários,
lembrando-os da importância de usar o telefone apenas com fins profissionais,
para o risco de levar para fora da empresa informações ligadas aos seus
processos internos, etc. Crie canais de comunicação permanentes com sua equipe,
permitindo, inclusive, que eles denunciem condutas inadequadas;
3- Mostrar que o exemplo vem de cima. O Núcleo
Gerencial da empresa deve agir com justiça internamente e prezando por ações
éticas na competição externa. Ganhar espaço no mercado, mas sem abrir mão de
seus valores, é algo que deve ser sempre reforçado na empresa.
4- Não basta agir dentro da legalidade: mostre aos
stakeholders que sua empresa não se envolve com atos imorais. Por exemplo,
que não permite que parentes da direção de uma companhia participem de
uma concorrência para ser seu fornecedor, fato esse que seria no
mínimo, imoral. Compliance é ideologia e deve ser incorporada ao comportamento
de todos dentro da empresa.
Quais são os
principais benefícios que a área de compliance pode trazer para a empresa?
- · Ganho de credibilidade por parte de clientes, investidores, fornecedores, etc.;
- · Importante ferramenta para as empresas que buscam mercados externos;
- · Aumento da eficiência e da qualidade dos produtos fabricados ou serviços prestados;
- · Melhora nos níveis de governança corporativa;
- · Oferece prevenção (muitas empresas só pensam em compliance quando já foram punidas por algum “desvio”, postura custosa ao caixa da organização).
É fato que as empresas brasileiras dispõem de pouca
estrutura, sob o aspecto da governança, muitas ainda relutam em adotar
programas de compliance em seu universo. Isso não passa daquele velho erro/hábito do brasileiro de preferir
remediar a prevenir. O problema é que travar uma longa briga judicial porque
uma lei trabalhista foi descumprida, arcar com multas pesadas da Receita
Federal por falhas em sua prestação de contas ao Fisco ou mesmo receber
imposições por descumprimento às leis ambientais enfraquece a empresa no
mercado, sublimam sua credibilidade e secam seu caixa e suas perspectivas de
futuro.
Subestimar o compliance e a importância
de jogar dentro das regras é o que explica, talvez, porque a taxa de mortalidade das empresas com até 5 anos de vida
beira os 50% no Brasil. Menos de 20% das empresas chegam aos seus 10 anos de
vida, em geral, por falta de controles internos, falhas de gestão, respeito às
normas e regulamentação. E aí, já escolheu de que lado sua empresa vai estar na
próxima década?
Atualmente
os noticiários mostram diariamente várias ações efetivas e de maior rigor dos
órgãos de fiscalização e investigação nosso País, e essas ações tem relação a
situações de não aderência a padrões esperados de boa conduta corporativa, bem
como recentes acordos selados de leniência e delações envolvendo empresas.
“O mercado tem visto uma aplicação clara das
penalidades. Em contrapartida, as empresas têm trabalhado fortemente na
prevenção à fraude e na investigação de denúncias. Há uma cobrança efetiva, por
parte dos administradores, para evitar que esses riscos se perpetuem. Esse
movimento é positivo para o Brasil e, superado este momento de crise econômica
e política, certamente o cenário será ainda melhor”, afirma o sócio líder
da área de Consultoria em Gestão de Riscos da Deloitte.
Trazendo segurança ao investidor
O
compliance existe para assegurar que as regras estão sendo cumpridas e garantir
a aderência às regulamentações. É uma importante medida de prevenção: a
companhia mostra ao mercado que está cumprindo o seu papel, o que gera
segurança - a ausência do compliance
aumentaria o risco, do ponto de vista de quem investe. Este amadurecimento do
compliance assegura um pagamento mais favorável aos investimentos feitos no
Brasil.
O grande
desafio do compliance hoje, na opinião dos executivos, é conciliar a urgência
da necessidade de correção – em função do cenário atual –, e o fator cultural.
Existe o questionamento: como mudar,
rapidamente, práticas utilizadas por anos dentro das empresas?
A
legislação vem mostrando justamente o que é permitido ou não, obrigando a
rápida revisão de processos. Os consultores orientam que, em função deste
rigor, as empresas, em processos investigativos, devem ter a postura de acatar
a investigação, reconhecer suas limitações e cooperar com o processo - e certo
que as boas práticas de governança nos dizem hoje que, quanto mais
transparente, colaborativa, franca e aberta for à empresa, melhor. Isso tem do
ponto de vista do legislador e do investigador, uma resposta muito positiva.
Imagem e reputação
É verdade
que a maioria das empresas no Brasil vem atuando bem, em menor ou maior grau, no
momento da crise, ou seja, quando os riscos de imagem e reputação já se
materializaram. Porém, precisam se comprometer em estruturar e corrigir
processos, antes que seja tarde demais – Existe uma preocupação muito grande,
principalmente entre as empresas de maior projeção, quanto a eventuais danos à
sua reputação. Quanto maior a exposição, maiores os reflexos de uma eventual
crise em relação ao mercado. Trata-se, hoje, de uma questão de sobrevivência.
Crise de confiança
A pesquisa “A
Crisis of Confidence”, realizada pela Forbes
Insights em nome da Deloitte,
ouviu 317 executivos de todo o mundo, no final de 2015, para captar como eles
têm reagido às ameaças e trabalhado na prevenção de riscos, destacando,
sobretudo, o papel do compliance. Conforme as respostas, 76% deles acreditam que a sua empresa tem as capacidades
necessárias para lidar com uma crise instalada, mas apenas 49% dizem que elas estão efetivamente preparadas para situações
como esta, com monitoramento e processos eficazes para detectar problemas.
Fonte e Sítios Consultados
http://patrocinado.estadao.com.brh
ttps://endeavor.org.br/compliance/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Compliance
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