Administração
dos Conflitos nas Organizações
Podemos dizer que os conflitos existem desde o início da humanidade, o
mesmo é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões abertas sobre
determinados assuntos, o que se revela positivo em algumas das vezes,
permitindo a expressão e exploração de diferentes pontos de vistas, interesses
e valores, ou seja, em certos momentos e em determinados níveis, o conflito
pode ser considerado necessário.
A partir do surgimento de inúmeras transformações políticas, culturais e
sociais percebidas no decorrer deste século, emergiu entre as organizações a
necessidade de tornarem-se cada vez mais produtivas e competitivas. Sabendo
desta necessidade, muitos líderes passaram a analisar, avaliar e identificar os
problemas enfrentados pela equipe na aceitação e adaptação de mudanças, para
então, perceber as dificuldades, e necessidades individuais de cada
colaborador.
Robbins
(2002), faz algumas abordagens sobre
o conceito de conflito na visão tradicional, das relações humanas e a visão
interacionista.
Visão tradicional: esta abordagem dizia que todo conflito era ruim e que, portanto,
deveria ser evitado. O conflito era visto como uma disfunção resultante de
falhas de comunicação, falta de abertura e de confiança entre as pessoas e um
fracasso dos líderes em atender às necessidades e às aspirações de suas
equipes. A visão tradicional era consistente com as atitudes de grupo que
prevaleciam nas décadas de 30 e 40.
Visão das relações humanas: esta abordagem argumenta que o conflito é uma conseqüência natural e
inevitável em qualquer grupo, não sendo necessariamente ruim, podendo ter o
potencial de ser uma força positiva na determinação do desempenho do grupo. A
visão das relações humanas dominou a teoria sobre conflitos do final dos anos
40 até a metade da década de 70.
Visão interacionista: esta abordagem, que é a mais recente, propõe não apenas que o conflito
pode ser uma força positiva, como defende abertamente a tese de que algum
conflito é absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um grupo. A
principal contribuição desta abordagem, portanto, é encorajar os líderes dos
grupos a manter um nível mínimo constante de conflito suficiente para manter o
grupo viável, autocrítico e criativo.
O conflito pode se dar entre duas ou, mas partes seja individual ou em
grupo. Montana (2005), propõe os seguintes tipos de conflitos:
Conflitos internos: ocorre quando duas ou mais opiniões opostas ocorrem em um único
indivíduo.
Conflitos entre indivíduos: os conflitos entre indivíduos dentro da organização são vistos como
resultado de diferenças de personalidade.
Conflitos entre indivíduos e
grupos: o indivíduo que não concorda
com as normas de comportamento do grupo ou com os valores encontrados na
cultura organizacional estará em conflito com o grupo de trabalho ou com toda a
organização.
Conflitos entre grupos: o conflito entre grupos é inevitável devido a dois fatores básicos da
organização: a competição por recursos escassos e pelos diferentes estilos
gerenciais necessários para a operação eficaz de diferentes departamentos.
Portanto, é possível dizer que nenhuma organização está livre de
conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se beneficia com os eles.
Os conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade de uma organização,
mas também podem agir de maneira construtiva estimulando o potencial de seus
colaboradores. Podemos dizer também que os conflitos devem ser encarados como
uma força constante e procurar administrá-lo para que atuem de maneira
construtiva.
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Como lidar com os conflitos
nas organizações
Os conflitos são tão comuns nas
organizações, que o próprio líder poderá fazer parte deles. Por isso, é
importante estar preparado e saber como lidar com esses conflitos:
Primeiramente
é necessário compreender que existem vários tipos de pessoas, e que elas são e
pensam diferentemente.
Algumas
agem por “instinto” e acabam não pensando nas consequências, o que poderá
interferir no crescimento e no sucesso da empresa.
As
maneiras mais comuns de lidar com os conflitos são:
Retratação;
Apaziguamento;
Poder;
Negociação e
Apaziguamento;
Poder;
Negociação e
Colaboração.
ATENÇÃO: Essas são maneiras de tratar os conflitos
e não de eliminá-los.
Para eliminar, um dos tópicos é
adotar as seguintes premissas:
Retratação: técnica
utilizada quando é impossível vencer ou chegar a um acordo. Defende a saída, o
desligamento da situação. O conflito ficará em aberto, mas em contra partida
sobrará mais tempo para obter mais informações ou argumentos que venham a
convencer a outra parte numa discussão futura. Também utilizada para preservar
a reputação.
Apaziguamento: Visa
manter a harmonia da equipe, para que possa exercer tarefas difíceis ou
simplesmente para manter o clima positivo no ambiente de trabalho.
Poder: Essa técnica é utilizada quando o líder tem razão
e precisa tomar uma decisão importante em meio a uma discussão.
Negociação: Aplicada quando todos os envolvidos têm razão e
podem contribuir juntos para o crescimento da empresa.
Colaboração:
Utilizada quando um determinado projeto ou objetivo depende dos envolvidos e
não pode haver conflito em momento algum. Buscando unir as partes para que o
resultado seja perfeito.
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A Mediação dos Conflitos nas empresas
Brigas entre sócios, discussão
entre funcionários, desavenças com fornecedores e clientes: cenário que nenhuma
empresa deseja, mas muitas conhecem de perto esse drama. Grandes empresas
investem em treinamentos e no desenvolvimento de políticas para evitar
conflitos e manter um clima organizacional agradável. Mas e quanto aos pequenos
empresários, como é possível prevenir conflitos e manter a empresa focada em
produzir e crescer?
Conversando com a presidente da
Comissão de Mediadores do Conselho Nacional das Instituições de Mediação e
Arbitragem (Conima), sobre mediação de conflitos. Confira abaixo as dicas da
especialista.
A maioria das pequenas empresas é formada por
sócios. Como podemos evitar conflitos entre sócios?
Conima - Para
evitar conflitos entre sócios é importante manter uma comunicação eficiente e
uma estrutura coerente de gestão de conflitos.
Existem muitas empresas familiares, neste caso,
como evitar que conflitos que nascem nos negócios alcancem o convívio familiar?
Conima – Nas
empresas familiares, a dinâmica que envolve os conflitos é complexa, pois é
comum que assuntos da família sejam levados para a empresa, e assuntos da
empresa para a família. Reservar espaço separado para a comunicação em cada um
desses âmbitos, sem confusão de papéis, por exemplo, ser pai na família e chefe
na empresa, permite a criação de ambientes saudáveis. A utilização da mediação
como mecanismo de gestão de conflitos aliada à governança familiar aumenta
muito a possibilidade de crescimento da empresa e continuidade pelas novas
gerações.
Quais mecanismos podem ser aplicados em uma empresa
para evitar conflitos entre funcionários?
Conima – A
mediação é um processo indicado para situações de impasse em que as pessoas
agem sob distintas perspectivas, conduzido por um terceiro, escolhido pela
legitimidade, neutralidade e imparcialidade que, sob confidencialidade e com
foco na relação e visão de futuro, facilita a comunicação entre as pessoas
e auxilia na negociação, para que possam fazer escolhas voluntárias e
informadas, a partir do levantamento de opções e da eleição daquela que melhor
atenda, qualitativamente e quantitativamente, aos interesses de todos os
envolvidos.
Nesse contexto, é um mecanismo eficiente de gestão
de conflitos nas empresas, tanto entre funcionários, quanto entre
departamentos, equipes, e até mesmo entre pessoas com níveis hierárquicos
diferentes.
Quais são as maiores causas de conflitos dentro das
empresas?
Conima – Dentro
das empresas, os conflitos mais comuns são:
• societários / departamentais / entre funcionários
• de autoridade e poder (diferentes níveis)
• de ambiente de trabalho (relacionados ao
reconhecimento e à confiança)
• estruturais (relacionados ao funcionamento)
• culturais
• trabalhistas
Como agir quando há um conflito com um cliente
importante para a empresa?
Conima –
Facilitar a criação de opções que satisfaçam aos interesses do cliente e da
empresa ao mesmo tempo é o trabalho do mediador, que, por meio de perguntas
auxilia as pessoas a criarem opções e escolherem a melhor para todos os
envolvidos, buscando preservar a relação entre o cliente e a empresa.
Quando é o momento de chamar um profissional para
mediar um conflito?
Conima – O
mediador pode ser chamado preventivamente, para desenvolver métodos de gestão
colaborativa de conflitos, assim como quando já há um conflito instalado.
Quanto antes melhor, evitando-se a escalada da animosidade entre as pessoas.
Também é muito interessante proporcionar aos
gestores e funcionários treinamentos sobre técnicas de mediação que podem ser
utilizadas em qualquer âmbito, para melhorar a comunicação entre as pessoas e
ensejar processos colaborativos baseados em interesses, que facilitam o
trabalho em equipe.
O custo é acessível para pequenas empresas?
Conima – A
mediação pode ser cobrada de diversas formas, tais como, um valor fixo, um
valor por hora, um valor com base no percentual que está sendo tratado, etc., o
que dependerá de variados fatores. Também varia se a mediação ocorre dentro de
uma câmara ou centro de mediação ou se o mediador é nomeado de forma
independente.
Para ter uma ideia do mercado, uma média de valor
por hora seria de R$300,00. E, em média, o processo de mediação ocorre entre
cinco e dez reuniões, em torno de uma a duas horas cada. Mas tudo depende da
complexidade da situação e do ânimo das pessoas envolvidas.
Fonte e
Sítios Consultados
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