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8 de fevereiro de 2011

Administração de Negócios com Mais Lucro e Menos Impacto Ambiental

  Negócios sustentáveis

     Este artigo pretende tornar mais claras as ações corporativas da chamada “Onda Verde”. É claro que não seremos inocentes a ponto de dizer que as empresas que fazem parte desta onda verde, só fazem isso com o único interesse de preservar o nosso planeta, e nem eles esperam que alguém acredite nisso. Afinal, com o avanço da tecnologia permanente em todos os locais, estágios e áreas, ficou impossível não se esperar mudanças drásticas e pontuais em todos os segmentos industriais. E é por isso que no atual momento corporativo mundial, nada mais interessante do que participar intensamente de programas e ações de preservação ambientais. Está provado que é possível crescer junto do mercado, faturar mais e aumentar a produção sem que isso venha a trazer um impacto ambiental negativo. Vejamos o exemplo de uma conhecida empresa multinacional anglo-holandesa, que comercializa entre muitos dos seus produtos, sabão em pó. Em julho passado (2010) a filial brasileira desta empresa decidiu lançar a versão liquida e concentrada desse produto, aumentando com isso para o dobro o seu poder de limpeza, e não pense que isso foi por acaso, já que essa empresa já havia traçado a sua meta para o ano de 2020, que é dobrar o seu tamanho e ao mesmo tempo reduzir seu impacto ambiental. Mas, como isso é possível? Vamos agora desvendar esse mistério. Por se tratar de um produto que é um sabão em pó, e que vem em uma embalagem, poderíamos pensar que é algo muito difícil, mas, vejam só, o novo produto é três vezes mais concentrado do que o detergente tradicional, então este novo produto consome 81% menos energia e 62% menos água para ser produzido. Também existe a parte da logística na distribuição, já que este produto pode ser transportado em maior quantidade num mesmo caminhão, o que reduz a emissão de gás carbônico em 76%. Agora, com isso tudo que foi mostrado você pode pensar: Os clientes estão fazendo até fila para adquirir este produto. Nada disso. A maior dificuldade desta empresa é a mudança de hábito do consumidor. Já que é preciso convencê-lo de que uma tampinha do produto já é suficiente para lavar a mesma quantidade de roupa que um copo americano cheio de sabão em pó.


     Um exemplo de empresas que encontram lucros altos quando tentam aprimorar os seus produtos é o de uma empresa americana, que tem entre um de seus principais produtos lâmpadas. Com a intenção de lançar uma nova linha de produtos com mais de 15 itens verdes, desde lâmpadas com maior eficiência energética até motores de trem que emitem menos gás carbônico. Agora o fato mais notável deste caso. Parece surpreendente, mas a decisão de dar o primeiro passo rumo à sustentabilidade não foi por acaso, tampouco partiu da idéia de ganhar a simpatia dos ambientalistas mais fervorosos. Na realidade, essa estratégia segue um raciocínio lógico. Essa empresa percebeu que ao investir pesado em produtos verdes, não só melhoraria sua imagem junto à opinião pública, cada vez mais consciente das consequencias de suas ações no meio ambiente, como multiplicaria os seus ganhos, já que a combinação destes fatores também asseguraria a posição de liderança perante seus concorrentes. E foi isso exatamente o que aconteceu, já que nos últimos cinco anos essa companhia investiu 5 bilhões de dólares e faturou 14 (catorze) vezes mais que o investimento efetuado. Não faz muito tempo, muitas empresas contabilizavam iniciativas como essa na lista de despesas, e agora se deram conta de que matar a natureza significa matar o lucro. Para algumas delas, inclusive, a violação do meio ambiente compromete seriamente o futuro de seus negócios. Prova de que a sustentabilidade não é uma escolha, e sim uma realidade que veio para ficar. E essa mudança de posicionamento pode ser percebida nos bastidores das grandes companhias. “Muitas delas passaram a ver a sustentabilidade como uma plataforma para a inovação – novos produtos, processos e modelos de negócio”, é o que pensa Joel Makower, conhecido também como o “maior guru dos negócios verdes” pelos Norte-Americanos.

     Sabemos que um dos fatores determinante para o redesenho das operações das companhias foi uma maior conscientização do público, ainda que existam grandes variações de país para país, mas, de uma maneira geral as pessoas estão mais preocupadas com o impacto de suas ações sobre o meio ambiente. Segundo uma pesquisa americana da Accenture Consultors, realizada com 11.000 consumidores de 22 países e publicada no final do ano de 2010, 86% dos entrevistados demonstraram preocupação com as mudanças climáticas e 71% deles afirmaram que evitariam comprar produtos que fossem transportados por longas distancias.  E não é que essas mudanças podem ser vistas até nas urnas de votação. Aqui no Brasil, a presidenciável Marina Silva, representante de um partido que defende as causas verdes, angariou mais de 20 milhões de votos com o seu discurso ecologicamente correto, e com isso, provocou um segundo turno entre os dois candidatos mais votados. E um caso, de uma reconhecida marca de Tênis, em meados da década de 90 causou mudanças. Essa fabricante de calçados foi acusada de explorar o trabalho escravo e infantil na Ásia, rapidamente essa empresa se viu obrigada a dar explicações a seus consumidores, sob pena de perder mercado. Eles admitiram o erro e a intensificação de uma auditoria sobre todos os seus fornecedores, agora, depois de admitir que não estavam trabalhando como uma empresa sustentável, tiveram novos problemas no ano de 2010. O Greenpeace denunciou através de um relatório que essa esta mesma empresa estava comprando couro que vinha da Amazônia. Esta empresa de calçados esportivos não só interrompeu a importação da matéria prima da região amazônica como deu um ultimato aos seus fornecedores para criarem um sistema de rastreamento que identifique a procedência do couro.
     Todos nós sabemos que por trás dos enormes investimentos em negócios sustentáveis existe a certeza de que os produtos com menor impacto ambiental promovem mais riqueza – para as empresas e para o planeta. Vamos ver alguns exemplos disso:
    - Empresa de Cerveja. Entre os anos de 2004 e 2009, esta fabricante de bebidas reduziu de 4,37 litros para 3,9 litros o volume de água necessário para a fabricação de 1 litro de cerveja. Além disso, vende praticamente tudo o que sobre do processo de fabricação. Os restos do bagaço de malte são transformados em ração para gatos, a levedura seca é utilizada na produção de temperos e o vidro é reciclado para dar origem a novas garrafas. E só no ano de 2010, a venda desses produtos representou uma receita extra de 78,8 Milhões de reais.
     - Empresa do Ramo de Bancos. Com uma composição de 75% de papel virgem e 25% de papel reciclado, o talão de cheques verdes foi lançado desde o ano de 2004. Embora tenha um custo de fabricação igual ao do modelo tradicional, a versão de papel reciclado economiza 2,5 milhões de folhas de papel tamanho A4 por mês, o equivalente a 214 árvores. Esta empresa vende as sobras dos cheques compensados, que, depois de guardados por trinta dias e microfilmados, numa espécie de registro digital do documento, são enviados à picotagem para a fabricação de papel toalha e outros produtos. Essa venda rende ao banco por volta de 2.500 reais por mês, quantia essa doada a uma instituição de caridade.
     - Empresa do ramo de lâmpadas. No inicio deste ano de 2011, será lançada aqui no Brasil uma lâmpada de 9 watts com tecnologia LED, por uma gigante americana. Esta Lâmpada produzirá a mesma luminosidade que as incandescentes de 40 watts, mas com uma economia de 77% de energia elétrica, e a sua vida útil será de 25.000 horas, ou dezessete anos, considerando quatro horas de uso diário. Esta nova lâmpada faz parte da linha ecomagination, que tem mais de noventa produtos verdes, todos criados em 2005. Desde então, esta empresa já faturou mais de 70 bilhões de dólares somente com as vendas para esse segmento, imagina agora, quando estes novos produtos desembarcarem em nossas terras.
     A nossa intenção ao final desse texto foi de demonstrar que todas as ações do mundo corporativo podem ser bem administradas, sejam elas no tempo que for, em momentos de crise, em momentos de sucesso ou em momentos de estabilidade plena. Todo planejamento passa por uma boa administração, seja ela em mais pesquisas, estudos dirigidos, investimentos e uma pitada de audácia empresarial.

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