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19 de abril de 2010

A Criatividade Corporativa

         Criatividade Corporativa




   Por Renato Mariano


Este artigo tem por objetivo demonstrar como a criatividade corporativa tornou-se um bem tão valioso dentro das corporações atuais e o quanto a sociedade depende do seu sucesso para resolver desde os problemas mais comuns até os aparentemente sem solução. Sabendo que para se cumprir tais tarefas, serão necessárias a utilização dos conceitos mais modernos de estratégia e competitividade empresariais. Buscaremos justificar a necessidade de equipes comprometidas em buscar as grandes ideias, os produtos inovadores e a obtenção do sucesso com o resultado dos projetos. Tendo o conhecimento da existência dos temores com o fracasso das ideias criativas dentro das corporações, foram se formando grupos de trabalhos com indivíduos criativos e utilizadas técnicas para conseguir superar e neutralizar esses temores com o fracasso. Vamos expor as estratégias, as necessidades que as Corporações têm durante o processo de encontrar as soluções para os diversos problemas e veremos mais sobre as equipes estratégicas de criatividade e da arte da inovação.

Palavra Chave: Criatividade, Corporativa, Problemas, Soluções, Inovação.



Introdução

O principal objetivo dentro das corporações é a busca pela solução dos problemas e das necessidades dos seus clientes. Isso nos leva a pensar que a única solução para se pôr um fim nas angustias dos clientes, só pode vir através das soluções que são encontradas dentro das corporações. Logo, podemos deduzir que a criatividade corporativa, a inovação de produtos ou até mesmo o lançamento de novas ideias só aparecem devido à pressão que o mercado consumidor exerce sobre as corporações e mais especificamente, sobre as equipes de funcionários criativos.

São nos momentos de necessidade extrema que procuramos encontrar uma solução criativa para resolver algumas pendências ou sanar os problemas com mais agilidade. Devido a estes fatores, as corporações tiveram que adequar-se para receber as novas ideias criativas e as novas formas de se fazer o mesmo melhor, inovando e redescobrindo novos caminhos. E já que sabemos que a criatividade está em alta no mundo corporativo, iremos nos aprofundar mais nas técnicas que são utilizadas durante o processo criativo. Vamos aproveitar este momento para conhecer melhor sobre uma das várias definições que tem a palavra criatividade. “A palavra criatividade tem sido razoavelmente confundida com a técnica de criar anúncios. Mas não é só isso. Criatividade é uma técnica de resolver problemas. Essa técnica pode ser aplicada a todas as atividades humanas, não apenas à atividade específica de criar boa comunicação.” (Duailibi & Simonsen, 2000:16).



1. Os problemas dos clientes.


Todos nos deparamos com problemas, sejam eles quais forem. Pode ser no local de trabalho, com o elevador do nosso prédio, com o aparelho de TV que acabamos de comprar, devido ao horário de verão, com alguma atividade na Universidade, com um novo projeto na empresa em que trabalhamos ou outros diversos tipos de problemas. Pensando em resolver esses problemas, as empresas por diversas vezes vão além das expectativas e encontram soluções que em determinadas ocasiões surpreendem aos próprios criadores dessas idéias. “Produzido pela primeira vez por Cartier a pedido de seu amigo Santos Dumond, que não podia usar um relógio de bolso enquanto manobrava seus balões, o relógio de pulso é um dos acessórios mais disseminados em todo o planeta.” (Duailibi & Simonsen, 2000:59).

    


     
Existem alguns problemas que são encarados como pequenos, mas que ninguém consegue elimina-los, como no caso desta empresa que tinha um estacionamento muito pequeno.


     Eu trabalhei em uma empresa que tinha um estacionamento privativo pequeno. Os funcionários queriam que ela construísse uma nova área de estacionamento, embora o custo fosse de milhões de dólares. A gerência respondeu que não dispunha de orçamento para isso. Ninguém da empresa pensou em alternativas de resolver o problema de estacionamento, como por exemplo: incentivar o trabalho em casa via terminal de computador, criar turnos variados, fazer uma divisão de tarefas, um rodízio de carros ou contratar um ônibus para levar os funcionários em casa ou até o estacionamento mais próximo. A questão poderia ter sido facilmente contornada se tivesse sido considerada sob diferentes perspectivas e se as possibilidades fossem exploradas de forma criativa. (Nelson, Bob 1956:53).




1.1 Soluções para grandes problemas

    
          Em algumas ocasiões de nossas vidas, certamente um determinado problema mostrou-se ser maior do que outro isso só acontece devido à urgência que existe em se resolver esse ou aquele problema. Lógico que existem problemas de todos os níveis e em diversos segmentos da sociedade, não é exclusividade do consumidor final a procura pela solução dos seus problemas. Quando surgem as necessidades é que procuramos a melhor maneira para resolvê-las, mesmo que para isso seja preciso uma mudança radical. “Com a crise do petróleo, a pequena Aruba trocou as refinarias de petróleo pelo turismo e hoje tem o maior PIB per capita da América Latina”. (Dualibi & Simonsen, 2000:50). Afinal, traçando um comparativo, problemas são como uma dor de dente cada pessoa tem a sua dor e a intensidade dela é sem sombra de dúvidas infinitamente maior do que qualquer outra, com os problemas acontecem o mesmo, sempre será encarado com maior importância o que nos aflige diretamente.


                                                                                                                                ARUBA




2.  AS Soluções Inovadoras

    
As ideias e soluções inovadoras são bem vistas no mundo corporativo e tem uma grande procura, claro que esse fato acontece nas instituições que tem uma política interna voltada e preparada para receber estas boas ideias. Vamos expor a necessidade do surgimento de soluções criativas e inovadoras dentro de alguns segmentos corporativos existentes, mas que em algumas oportunidades essas ideias não alcançaram os resultados esperados. Porém existiram ocasiões em que o resultado foi totalmente surpreendente e deixou a todos sem entender o real motivo do estrondoso sucesso. “Os Beatles foram às primeiras pessoas a mudar o mundo sem fazer guerra. Eles mudaram tudo fazendo música. E o mundo talvez para se desculpar de toda a sua violência, transformou os quatro rapazes que falavam de amor e paz num dos maiores sucessos de crítica e de público do século XX.” (Duailibi & Simonsen, 2000:53).


                                                                                                                            Beatles

    


Para se conseguir obter ideias criativas foram necessárias algumas mudanças estruturais nas corporações. Em outros tempos, nem tão distantes dos dias de hoje, nada mais produtivo em termos de novas ideias e inteligência corporativa como se sentar num restaurante da moda para um longo almoço. Muitos profissionais de marketing, de departamentos de criação e de inovação se dividiam em espaços de restaurantes badalados ou em outros espaços do gênero, lá eram discutidas ideias, projetos e muito se comentava sobre os últimos lançamentos do mercado. Na maioria das oportunidades ninguém dava a mínima importância para aquele jovem sentado à mesa ao lado. Alguns, por sua vez, usavam à audição e a memória aguçada para pescar as melhores informações e voltar para o trabalho com as últimas novidades do mercado. Não se sabe ao certo por quantas vezes algumas boas ideias nasceram desta forma, mas pessoas ligadas às grandes corporações contam algumas histórias interessantes sobre este tema.

Sabendo que as pessoas se sentem à vontade para falar sobre concorrentes, estratégias, propostas e trabalho quando olham em volta e veem apenas pessoas com jeito de turista, as corporações sentiram a necessidade em ter equipes criativas ou grupos determinados. Toda equipe criativa é motivada principalmente pela paixão. Acredita-se que as equipes mais fortes se estabelecem quando as pessoas têm a chance de escolher em que grupo vão trabalhar e podem compartilhar da paixão que sentem pela busca do objetivo. Veremos a seguir as providencias que as corporações tiveram de adotar depois da constatação da existência de vazamento de informações durante os processos de trabalho.




2.1 Equipes de Inteligência Corporativa

Com a necessidade das empresas em montar equipes criativas devido ao acirramento da concorrência e da necessidade de ter profissionais concentrados em projetos criativos, com o comprometimento de manter o sigilo e a discrição sobre os projetos em andamento dentro empresa, surgiram às primeiras equipes de inteligência corporativa dentro das empresas. Desde que foram montadas estas equipes de inteligência no interior das corporações, elas utilizam técnicas próprias, veremos como elas trabalham e conheceremos algumas destas técnicas utilizadas para se obter os resultados esperados. Existem relatos de projetos de sucesso e de bons produtos que invariavelmente demonstraram que são resultados de uma boa equipe criativa, acompanharemos o relato da reconhecida empresa IDEO, empresa norte-americana de design, que entre tantos sucessos, foi a que projetou o mouse para a empresa Apple.

A criação de uma equipe determinada é resultado em parte de disposição de espírito. As equipes determinadas não têm necessariamente de começar com o projeto mais emocionante. A equipe e o líder certos podem criar sua própria energia em torno da tarefa presente. Meu primeiro LP (lembram-se do vinil?) foi à trilha sonora do Filme Mary Poppins, e eu ainda me lembro de ouvi-lo dizendo que em cada tarefa que precisa ser feita, há um elemento de diversão. “Você acha a graça e – zás – o trabalho passa a ser um jogo.” Estou sugerindo a sério que você cite Mary Poppins para a equipe – mas a ideia de fazer sua própria brincadeira ainda se aplica. (Kelley, Tom, 2000:93)

A Gestão dessas equipes criativas dentro das Corporações nada mais é do que a manipulação dos elementos disponíveis dentro da própria Corporação. Isso é possível através do bom gerenciamento dos recursos humanos, da utilização plena dos recursos materiais disponíveis, da boa gerência das informações e do uso de toda a estrutura disponível na empresa com o fim de propiciar que a mesma se ajuste ao seu meio, de modo a poder encontrar as vias de menos atrito durante o processo de criação e que proporcionem o melhor rendimento dos seus recursos. Para isso existe a necessidade de que o profissional responsável pela liderança conheça bastante bem não só a empresa como o meio em que atua o que só é possível através de uma boa gestão dessa equipe, o que no mundo corporativo de hoje é imprescindível.




2.2 As incertezas da Criatividade Corporativa

Após alguns relatos de sucesso que aconteceram devido à criatividade corporativa, existem exemplos de que a necessidade foi a principal responsável pelo surgimento de uma idéia criativa. Claro que nos dias atuais as necessidades são outras e cada vez mais elas são urgentes, mas não podemos esquecer que a necessidade sempre existirá e a procura por idéias criativas também. Mas nem sempre as idéias e os produtos novos são prontamente aceitos pelo público em geral. “Gillette. No seu primeiro ano de fabricação vendeu apenas 51 aparelhos e 168 lâminas. Depois disso, sua produção atingiu um valor incalculável. Da idéia inicial surgiram várias outras.” (Duailibi & Simonsen, 2000:51). Sabe-se que mudanças e novidades na maioria das vezes, não têm rápida aceitação pelo mercado e que nestas horas, todo o trabalho de desenvolvimento do projeto se mostra fundamental, afinal, houve todo um estudo para saber da aceitação ou não do produto pelo mercado consumidor.

Muitas ideias por mais criativas que sejam, nem sempre tiveram o objetivo de alcançar o que elas realmente alcançaram. “Quando o Sr. Levi Strauss transformou o brim de barracas em calças para os mineiros, na Califórnia, talvez não soubesse que viria a ser o mais poderoso agente modificador em todos os tempos.” (Duailibi & Simonsen, 2000: 51).


 Em diversas oportunidades em que as expectativas de algum produto não são alcançadas, o mercado divulga estudos, pesquisas e uma série de dados concretos a esse respeito. Agora, em determinados casos como, por exemplo, o do Sr. Levi Strauss, não existe nenhum dado oficial de como esta ou outras ideias caíram no gosto da população e se tornaram produtos indispensáveis.




                                                                                               
                                                                                 Levi Strauss 





2.3 O temor Corporativo

Existe um temor dentro das empresas quanto ao fracasso dos novos produtos, alguns desses temores tornaram-se famosos e foram relatados em algumas passagens históricas, aonde os próprios inventores foram os autores desses comentários negativos ou ainda, tiveram que conviver com alguns comentários desanimadores sobre suas descobertas.



“A teoria dos germes de Louis Pasteur é uma ridícula ficção” (Pierre Pochet, professor de Filosofia em Toulouse, 1872). (Duailibi & Simonsen, 2000: 74).

  
“O cinema será encarado por algum tempo como uma curiosidade científica, mas não tem futuro comercial.” (Auguste Lumiére, 1895, a respeito de seu próprio invento). (Duailibi & Simonsen, 2000: 74).

  
“O avião é um invento interessante, mas não vejo nele qualquer utilidade militar.”(Marechal Ferdinand Foch, titular de estratégia na Escola Superior de Guerra da França, 1911). (Duailibi & Simonsen, 2000: 75).
  

“Até julho sai de moda.” (Revista Variety, a propósito do rock´n´roll, março de 1956). (Duailibi & Simonsen, 2000: 75).

  
“A televisão não dará certo. As pessoas terão de ficar olhando sua tela, e a família americana média não tem tempo para isso.” (The New York Times, 18 de abril de 1939, na apresentação do protótipo de um aparelho de TV). (Duailibi & Simonsen, 2000: 75).



O excessivo temor de errar em novas experiências envolvendo o nome da empresa, constitui em uma das grandes barreiras à criatividade. Não só pelos possíveis prejuízos financeiros, mas muito pelo temor que os executivos têm em carregarem o estigma de uma ação malsucedida. Tentando solucionar isso, tornou-se frequente e comum o uso de técnicas dirigidas em ajudar os profissionais a superar temores, veremos algumas delas logo mais a frente.




3. Treinamento para se alcançar a Criatividade


O treinamento é o meio utilizado para se melhorar a capacitação das pessoas para desempenharem melhor as suas funções e fazer com que os objetivos sejam alcançados. Sabe-se que renomados profissionais do mundo criativo adotaram algumas técnicas e eliminaram fatores que causavam a inibição durante o processo de trabalho das suas equipes, isso virou um roteiro dentro do mundo corporativo.

  
          “A criação e o julgamento – nunca devem ser exercidos ao mesmo tempo. O medo do ridículo - quando o executivo se recusa a correr riscos por temor as opiniões. A pressão para conformar-se – quando novas idéias são sempre recebidas com temor e desconfiança. A falta de tempo para se pensar – há empresas que sobrecarregam seus executivos de tal forma e por longos períodos, que não lhes sobra tempo para dedicar-se a soluções novas ou mesmo para enunciar novos problemas”. (Duailibi & Simonsen, 2000:80).



3.1 Estágios do processo criativo

 A criatividade não aparece tão facilmente como o ato de se escovar os dentes, nenhum profissional pega um pedaço de papel em branco ou liga um computador e logo a seguir cria algo de sucesso. Não é tão simples assim, existe um longo caminho a seguir até que surjam as idéias criativas e essa preparação pode se dar por via direta ou indireta. É por via direta quando acumulamos informações pertinentes ao problema que deve ser resolvido. Isto é, quando buscamos somente informações que contribuam para uma possível solução. Na segunda hipótese é pela via indireta, quando podemos buscar informações sobre tudo o que possa vir a colaborar para uma solução, mesmo que não tenha nada a ver com o problema, a primeira vista.

Iremos agora conhecer a técnica do Brainstorm , muito utilizado nas Agências de Propaganda e Publicidade. Segundo Duailibi & Simonsen (2000), se trata de uma reunião de interessados em resolver um problema que a eles foi exposto, mantendo sempre à ausência completa de crítica e o julgamento final adiado. Esta técnica está muito difundida hoje em dia, inclusive está presente nos livros e nas aulas que fazem parte do ensino superior de muitas Universidades aqui no Brasil. Para Tom Kelley (2001) as sessões de Brainstorm entusiastas chegam a gerar cem ou mais ideias, dez das quais provavelmente ótimas.



4. Considerações Finais
  
Esperamos que com as informações obtidas durante a leitura deste artigo sobre a Inteligência Corporativa, tenha sido possível encontrar as respostas para os nossos questionamentos iniciais e, sobretudo termos chegado a uma conclusão sobre este tema. Baseados nesses novos conhecimentos que adquirimos, tornou-se bem mais claro o fato de que a criatividade corporativa veio para melhorar a nossa vida em vários segmentos e trazer mais conforto e facilidades nas nossas tarefas diárias. Afinal, conhecemos algumas estruturas, e até algumas soluções aplicadas na solução de problemas, comparamos os problemas grandes com os pequenos, vimos também como se executam uma boa gestão de equipes criativas e da sua importância para se alcançar os bons resultados. Mediante todos esses fatos que foram expostos até agora, temos que enaltecer todos os profissionais que atuam nesta área de criatividade corporativa e saber que eles se baseiam nas experiências de pessoas comuns para buscar as soluções ou a criação de algum novo produto. Consideramos que ficou bem claro o fato da criatividade corporativa ser a responsável pelas soluções encontradas para a maioria dos nossos problemas cotidianos. “A simples existência de uma empresa supõe que houve uma crise em determinado momento – a empresa é em si mesma, a solução que foi encontrada através de uma abordagem criativa para o problema sugerido.” (Duailibi & Simonsen, 2000: 2).




   



 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DUAILIBI, Roberto; SIMONSEN Jr., Harry, Criatividade & Marketing. Nova Ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2000

KELLY, Tom, A Arte da Inovação. 2º.Ed. São Paulo: Futura 2001

NELSON, Bob, Faça o que tem de ser feito e não apenas o que lhe pedem. 1º.Ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2000




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