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14 de julho de 2020

Teoria Comportamental - Administração










Em meados de 1950 surgiu a Teoria Comportamental – ela foi vista com uma nova visão da teoria administrativa baseada no comportamento humano nas organizações, essa abordagem comportamental; também chamada de behaviorista marcou a mais forte ênfase nas ciências do comportamento, na teoria administrativa e na busca de soluções democráticas e humanas para os problemas organizacionais.


A Teoria Comportamental se fundamenta no comportamento das pessoas que compõem a organização - Administrar é fazer as coisas por meio das pessoas - buscando explicar áreas tais como: a motivação e os estilos administrativos. As disciplinas que contribuíram para o estudo do Comportamento Organizacional foram:

·        Psicologia;
·        Sociologia;
·        Psicologia Social;
·        Antropologia e
·        Ciência Política.


        A psicologia é a ciência que busca medir, explicar e, algumas vezes, até modificar um comportamento. Os psicólogos dedicam-se ao estudo do comportamento individual.



        A contribuição dos sociólogos refere-se ao estudo do comportamento dos grupos dentro das organizações, o foco da psicologia Social é a influência de um indivíduo sobre o outro. Um dos temas mais investigados pela psicologia Social é a mudança, como implementá-la e como reduzir as barreiras para sua aceitação.


        A antropologia estuda as sociedades para compreender os seres humanos e suas atividades (diferenças de valores, atitudes e comportamentos fundamentais entre povos de diferentes países ou de pessoas em diferentes organizações).


        Já a ciência política estuda o comportamento dos indivíduos e dos grupos dentro de um ambiente político (estruturação de conflitos, a alocação de poder e como as pessoas manipulam o poder para o atendimento de seus próprios interesses).





Conceito de Comportamento:

 O comportamento é a maneira pela qual um indivíduo ou uma organização age ou reage em suas interações com o meio ambiente e em resposta aos estímulos que dele recebe. Comportamento é o campo de estudo que investiga o impacto que indivíduos, grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das organizações com o propósito de utilizar este conhecimento para melhorar a eficácia organizacional (ROBBINS, 2002).


Ele estuda três determinantes do comportamento das organizações: indivíduos, grupos e estrutura.


    Áreas de estudo do Comportamento Organizacional:

·        Motivação;
·        Comportamento e poder de liderança;
·        Comunicação interpessoal;
·        Estrutura e processos de grupos;
·        Aprendizado;
·        Desenvolvimentos de atitudes e percepção;
·        Processos de mudança;
·        Conflitos;
·        Planejamento do trabalho; e Estresse no trabalho.



Origens

Defensores do behaviorismo atacavam duramente a Teoria Clássica, em função de seu excessivo mecanicismo, argumentando que o homem deveria pensar e criar mais. Já os seguidores de Simon também criticavam a Teoria das Relações Humanas, pela sua ingenuidade, sugerindo que a liberdade fosse complementada com mais responsabilidade. Quanto à teoria burocrática, os comportamentalistas discordavam do modelo de máquina adotado como metáfora explicativa da organização.


E foi no ano de 1947 que surgiu nos EUA, o livro O Comportamento Administrativo, de Simon, alcançando enorme repercussão, ao opor-se totalmente à Teoria Clássica, aceitando alguns princípios da Teoria das Relações Humanas. O livro também encaminha o surgimento da Teoria da Decisão. A abordagem comportamental da ciência administrativa propõe o abandono de posições normativas e descritivas e a adoção de uma posição humanística e descritiva, mantida, portanto, a ênfase nas pessoas. A Psicologia Organizacional também contribuiu decisivamente para o surgimento de uma teoria administrativa mais democrática e humanística, à Teoria Comportamental da Administração.


No campo da Motivação Humana, destacaram-se, principalmente:
  • Abraham Maslow
  • Frederik Herzberg
  • David McClelland






A motivação Humana

Comportamentos como a passividade ou a recusa de responsabilidade são sintomas de uma doença denominada Insatisfação das Necessidades Egoísticas.  Dessa forma então, o homem frustrado está tão doente quanto o homem desnutrido. Deve, portanto a organização preocupar-se não somente com a satisfação das necessidades básicas dos seus empregados, visto que aquele que não tenha a oportunidade de interagir e obter valorização profissional poderá mostrar-se insatisfeito, ainda que disponha de excelente remuneração.



Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow

De acordo com Abraham Maslow (psicólogo e consultor americano), a satisfação de cada nível é pré-requisito para que o nível seguinte influa no comportamento, o que coloca o comportamento em constante dinâmica, já que pode num momento, ser guiado, por exemplo, pela necessidade de autorealização (caso de um mestrando/doutorando) e no momento seguinte, pela necessidade de afetividade/amor (supondo-se que o mesmo indivíduo tenha sofrido uma perda de um relacionamento pessoal, um divórcio, por exemplo).


A escalada da pirâmide, não depende apenas de condições oferecidas, mas também das circunstâncias de vida de cada pessoa. Por exemplo, durante muito tempo, a mulher foi pressionada pela sociedade no sentido de que reprimisse suas aspirações profissionais de ‘autorealização’, a fim de dedicar-se à criação de seus filhos, o que já não se verifica hoje.


As necessidades atuam sempre em conjunto, prevalecendo a mais elevada, desde que as inferiores estejam satisfeitas. Assim, uma reação comportamental é um canal, através do qual, várias necessidades fundamentais podem ser expressas ou satisfeitas conjuntamente. Portanto, qualquer indício de frustração é uma ameaça psicológica, o que produz reações gerais de emergência no comportamento humano.


Maslow ampliou sua teoria, sugerindo que a organização assumisse a construção de uma ponte entre as necessidades básicas e de ‘autorealização’ dos indivíduos.


·        Necessidades fisiológicas: Representam o nível mais baixo de todas as necessidades humanas, mas de vital importância. Neste nível estão as necessidades de alimentação, de sono, de repouso, de abrigo, ou desejo sexual.


·        Necessidades de segurança: Representa o segundo nível de necessidades humanas, são as necessidades de segurança ou de estabilidade, a busca de proteção contra a ameaça ou privação, a fuga ao perigo.


·        Necessidades Sociais: surgem no comportamento, quando as necessidades mais baixas (fisiológicas e de segurança) se encontram relativamente satisfeitas. Dentre as necessidades sociais, estão as de associação, de participação, de aceitação por parte dos companheiros, de troca de amizade, de afeto e amor.


·        Necessidades de estima: são as necessidades relacionadas com a maneira pela qual o indivíduo se vê e se avalia. Envolve a auto apreciação, autoconfiança, a necessidade de aprovação social e de respeito, de status e de prestígio, e de consideração.


·        Necessidade de auto realização’: são as necessidades humanas mais elevadas e que estão no topo da hierarquia. São as necessidades de cada pessoa realizar o seu próprio potencial e de continuamente autodesenvolver-se. Essa tendência geralmente se expressa através do impulso de a pessoa tornar-se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser.





Primárias:

"Saco Vazio não para em pé!"



Secundárias:

Apesar de não ter sido comprovada cientificamente, a teoria de Maslow, devido à eficiente estruturação de suas idéias, foi aceita como de grande contribuição para a evolução das técnicas administrativas.


Como pontos criticáveis, pode-se citar:

· A difícil articulação operacional para o gerenciamento das necessidades básicas.

·        A impossibilidade da padronização do comportamento humano.

         




Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

        Frederick Herzberg, psicólogo, consultor e professor universitário americano, como base de sua teoria, afirma que o comportamento humano no trabalho é orientado por dois grupos de fatores, a saber: Os Higiênicos e os Motivacionais.


Fatores Higiênicos (extrínsecos) são aqueles definidos pelo contexto que envolve o empregado e que fogem ao seu controle. São exemplos deles:
  • Salários e Benefícios
  • Tipo de Chefia
  • Políticas e Diretrizes Organizacionais


        O pensamento anterior considerava o trabalho como algo desagradável, demandando estímulos materiais (positivos) para a sua realização ou, por outro lado, punições (negativos) pela não realização.


        Contudo, quando os fatores higiênicos são ótimos, apenas evitam a insatisfação, não elevando a satisfação ou, se a elevam, não a mantém continuadamente. Por outro lado, quando são péssimos, provocam a insatisfação. Devido a isso, são caracterizados como Fatores ‘Insatisfacientes’.


Fatores Motivacionais (intrínsecos) são aqueles relacionados ao cargo e a natureza da tarefa desempenhada, sendo, portanto, controlável pelo indivíduo e que devem levar ao reconhecimento e à valorização profissional, culminando com a autorealização.


        Estes fatores (profundos e estáveis), quando ótimos, levam à satisfação, mas quando precários, bloqueiam a satisfação, o que os caracteriza como Fatores ‘Satisfacientes’.


Em suma, os pressupostos de Herzberg são:

Relação Inexistente:


                Herzberg propõe o enriquecimento de tarefas como elemento para se alcançar a satisfação no cargo. Este enriquecimento pode ser tanto vertical (aumento do grau de dificuldade do trabalho) ou lateral (diversificação de atribuições).


        Cabem críticas quanto à tensão gerada pelo efeito vertical e ao possível sentimento de exploração que pode surgir do efeito lateral.


        Contudo, o sucesso na implementação de ações dessa natureza dependerá das particularidades de cada organização e das pessoas que dela fizerem parte.


        Os estudos de Herzberg, a exemplo de Maslow, a quem suas idéias vão totalmente ao encontro, também não obtiveram comprovação, ainda que tenham sido de grande valia para o desenvolvimento de técnicas para a administração comportamental.




  TEORIA X e Y   ( Douglas McGregor)

        Como parte das teorias administrativas, a teoria comportamental procura demonstrar uma variedade de estilos administrativos utilizados nas organizações; o comportamento das pessoas têm relações direitas com as convicções e estilos utilizados pelos administradores. As teorias X e Y apresentam certas convicções sobre a maneira pela qual as pessoas se comportam dentro das organizações.

        McGregor, um dos mais famosos autores behavioristas da Administração, preocupou-se em comparar dois estilos opostos e antagônicos de administração: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, excessivamente mecanicista e pragmática (a que deu nome de Teoria X) e, de outro, um estilo baseado nas concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominamos Teoria Y).


TEORIA X  
        A teoria X caracteriza-se por ter um estilo autocrático que pretende que as pessoas fazerem exatamente aquilo que a organização pretende que elas façam do jeito similar que a Administração Científica de Taylor, a Clássica de Fayol e a Burocrática de Weber. As convicções sobre o comportamento humano são as seguintes:
  • O homem é indolente e preguiçoso por natureza.
  • Não gosta de assumir responsabilidade e prefere ser dirigido.
  • O homem é fundamentalmente egocêntrico e seus objetivos pessoais opõem-se, em geral, aos objetivos da organização.
  • Persiste-se a mudanças.
  • A sua dependência o torna incapaz de autocontrole e disciplina.


        A Administração segundo a teoria X caracteriza-se pelos seguintes aspetos:

  • Responsabilidade pelos recursos da empresa (organização).
  • Processo de dirigir os esforços das pessoas (controle das ações para modificar o seu comportamento)
  • Políticas de persuasão, recompensas e punição (suas atividades são dirigidas em função dos objetivos e necessidades da empresa).
  • Remuneração como um meio de recompensa.


TEORIA Y

        É a moderna concepção de Administração, se baseia na eliminação de preconceitos sobre a natureza humana, seus principais aspetos são:
  • O homem meio não tem desprazer inerente em trabalhar a aplicação do esforço físico ou mental, em seu trabalho é tão natural quanto jogar e descansar.
  • As pessoas não são resistentes às necessidades da empresa.
  • As pessoas têm motivação básica e padrões de comportamento adequados e capacidades para assumir responsabilidades.
  • Ele não só aceita responsabilidades, também as procura.
  • As capacidades de imaginação e de criatividade na solução de problemas são distribuídas entre as pessoas.

        A teoria Y desenvolve um estilo altamente democrático através do qual administrar é um processo de criar oportunidades e proporcionar orientação quanto a objetivos. A administração se caracteriza pelos seguintes aspetos:
  • É responsabilidade da Administração proporcionar condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam características como motivação, potencial de desenvolvimento, responsabilidade.
  • Criar condições organizacionais e métodos de operações por meio dos quais possam atingir seus objetivos pessoais e dirigir seus esforços em direção dos objetivos da empresa.

        A teoria X apregoa um estilo administrativo de fiscalização e controle rígido, o qual limita as capacidades de participação e desenvolvimento de habilidades das pessoas, somente considera ao salário como o único estímulo. Estas considerações tem causado que não se utilizem todas as capacidades das pessoas, segundo a teoria Y, a Administração deve liberar potenciais rumo ao autodesenvolvimento. O estilo administrativo segundo a teoria Y baseia-se em uma serie de medidas inovadoras e humanistas, dentre das quais salienta as seguintes: 
  • Descentralização das decisões de responsabilidade.
  • Ampliação do cargo para maior significado do trabalho.
  • Participação nas decisões mais altas e administração consultiva.
  • Autoavaliação do desempenho.

        McGregor classifica aos incentivos ou recompensas em diversas categorias:   

  • Incentivos extrínsecos, ligados ao ambiente, com relação ao comportamento com o trabalho.

  • Incentivos intrínsecos, inerentes à própria natureza da tarefa, a realização do indivíduo em o desempenho de seu trabalho.

        A estratégia proposta por McGregor é a Administração deve criar condições tais que os membros da organização, em todos os níveis, possam melhor alcançar seus próprios objetivos, dirigindo seus esforços para os objetivos da organização.












Fonte e Sítios Consultados

www.colegiocarmelo.com.br




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