Vivemos atualmente meados do mês de maio de 2020 e o mundo está
enfrentando uma das piores pandemias (Covid-19)
já vistas, e o preocupante é que isso ainda está bem longe de acabar, já que atualmente não
existe nenhum remédio para o seu tratamento e nem vacina capaz de impedir o seu
contágio – a única forma eficaz de proteção visando impedir um contágio maior é
o isolamento social. E para entendemos a gravidade disso, é preciso citar que em todo o planeta (até a data de 25/05/2020), a OMS (Organização Mundial da
Saúde) já contabilizava 5,2 milhões de casos de infecção pelo novo ‘coronavírus’ e 337.736 mortes pela Covid-19 - a América
despontou em relação à Europa, com 3,33
milhões de infectados, sendo 1,6 milhão (até essa data) nos Estados Unidos.
Em meio a esse estado de calamidade mundial que estamos passando, faremos um (ensaio de estudo) visando encontrar a existência de algum algum paralelo dessa situação com a obra literária, Imagens da organização, obra literária do escritor Gareth Morgan (*1). Iremos nos fixar exatamente no capitulo o qual é de grande utilidade para que todos aqueles interessados em administração que buscam compreender o subconsciente e os seus reflexos nas organizações. Neste capítulo o autor cita Sócrates (*2) e seu discípulo Platão (*3) por meio da alegoria do “mito da caverna” buscando ilustrar como os seres humanos podem se tornar prisioneiros de seus medos e incertezas; como é possível que eles prefiram viver num ambiente hostil para não serem lançados ao desconhecido que eles consideram mais assustador do que a realidade dura com a qual estão acostumados.
Em meio a esse estado de calamidade mundial que estamos passando, faremos um (ensaio de estudo) visando encontrar a existência de algum algum paralelo dessa situação com a obra literária, Imagens da organização, obra literária do escritor Gareth Morgan (*1). Iremos nos fixar exatamente no capitulo o qual é de grande utilidade para que todos aqueles interessados em administração que buscam compreender o subconsciente e os seus reflexos nas organizações. Neste capítulo o autor cita Sócrates (*2) e seu discípulo Platão (*3) por meio da alegoria do “mito da caverna” buscando ilustrar como os seres humanos podem se tornar prisioneiros de seus medos e incertezas; como é possível que eles prefiram viver num ambiente hostil para não serem lançados ao desconhecido que eles consideram mais assustador do que a realidade dura com a qual estão acostumados.
Mito
da caverna é uma metáfora criada pelo filósofo grego
Platão, que consiste na tentativa de explicar a condição
de ignorância em que vivem os seres humanos e o que seria necessário para
atingir o verdadeiro “mundo real”, baseado na razão acima dos
sentidos. Também conhecida como Alegoria da Caverna ou
Parábola da Caverna, esta história está presente na obra “A República”, criada por
Platão e que discute, essencialmente, a teoria do conhecimento, linguagem e
educação para a construção de um Estado ideal - o Mito da Caverna é um dos textos filosóficos mais debatidos e conhecidos pela
humanidade, servindo de base para explicar o conceito do senso comum em
oposição ao que seria a definição do senso crítico - segundo o pensamento
platônico, que foi bastante influenciado pelos ensinamentos de Sócrates, o mundo
sensível era aquele experimentado a partir dos sentidos,
onde residia a falsa percepção da realidade; já o chamado mundo
inteligível era atingido apenas através das ideias, ou
seja, da razão.
O fato é que atualmente, no ano de 2020 é fácil encontrar muitas pessoas
(aqui no Brasil) que ainda não acreditam na fatalidade desse vírus Covid-19, isso em razão de ser comum ver pessoas circulando sem máscaras (proteção de propagação desse vírus pelo ar)
também é comum ver muitas pessoas juntas (o
que só fortalece o contágio desse vírus) sem nenhum cuidado com o próximo
em pleno estado de alienação total. Até parece que essas pessoas vivem em um
mundo particular, eles parecem seres alienados nas suas cavernas particulares –
e como mostra esse capítulo do livro, estas são as escolhas que trazem
renúncias e as renúncias que possibilitam as vitórias. A diferença entre o
ilusório, as aparências e o que é real, o
conhecimento da verdade. Muitos preferem viver na ignorância, pensando que
assim não irão se colocar em situações das quais não se acham preparados para
enfrentar ou que até duvidem da existência delas, esse seria sempre o medo do desconhecido falando mais alto
do que a racionalidade do ser.
Um dos grandes problemas do pensamento de grupo é que quando todos enxergam
da mesma forma uma situação, fica difícil que percebam as nuances dos
problemas, cabendo sempre para alguém de fora a incumbência de lhes mostrar o
quão equivocados podem estar. É o mesmo sentimento que um escritor tem de sua
obra, ele a escreve, mas não percebe os erros de ortografia, gramática e etc. –
e isso só acontece porque seus olhos leem o que está no subconsciente e não o
que foi impresso, sendo imprescindível então, delegar essa revisão ortográfica
a alguém que domine a língua. Não estamos dizendo que um escritor não saiba
escrever corretamente, só estamos alertando que ele é passível de erros como
qualquer outro ser humano, ainda mais quando a sua mente muitas vezes o
condiciona a enxergar da forma que ele pensa e não da forma que ele escreve
naquele momento.
Ainda pode-se recorrer a Sigmund
Freud (*4) sobre isso, ele apontou que o inconsciente se revela na medida em que
reprimimos nossos desejos interiores e pensamentos secretos quando tentamos nos
adaptar a vida em sociedade e seguir suas ideologias. Dizem que Freud e Jung (*5) acreditavam que o passado influenciava o presente através do
inconsciente, e assim buscaram meios para que os seres humanos se liberassem,
através de diferentes métodos de autocompreensão que indicam
como nas suas trocas com o mundo exterior estes estão, na verdade, encarando
dimensões ocultas deles mesmos. O nosso autor Gareth, ainda cita as neuroses de Taylor (*6) que vivia na sua busca da forma perfeita de realizar qualquer atividade, desde uma
simples brincadeira até chegar aos princípios da Administração Científica, da
repressão da sexualidade que nos é imposta e a influência maléfica que isso
causa. Cita também o historiador francês Michel Foucault (*7) que nos fala que o domínio e controle
do corpo são fundamentais para controle da vida política e social.
Todas essas influências são levadas aos diversos meios em que vivemos:
família, clubes e, também, as organizações onde trabalhamos. O Instituto
Tavistock, representado aqui por Wilfred Bion (*8), mostrou que grupos
frequentemente regridem a padrões de comportamento infantil para se protegerem
de aspectos desconfortáveis do mundo real. Adotando um dos três padrões de
resposta: dependência; líder; emparelhamento. Também é citada a dependência do
grupo em uma figura messiânica, salvadora, fuga e luta: a projeção dos seus
medos em um inimigo imaginário (paranoia que não deixa enxergar com clareza
as reais necessidades de agir e como agir).
É fato que em
meio a essa pandemia do Coronavírus (Covid-19) estamos assistindo diariamente, aqui no Brasil e em países como os EUA
uma sucessão de mandos e desmandos dos seus então, gestores políticos – por
muitas vezes eles agem de forma inconsequente, como incentivar o uso de
medicamentos sem nenhuma comprovação cientifica no tratamento do Covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, é importante salientar que a Organização
Mundial da Saúde (OMS) não reconhece,
até este momento, nenhum medicamento ou vacina para a covid-19. O Comitê
Científico e a Diretoria da Sociedade Brasileira de Imunologia divulgou um
documento em que afirma que "ainda é precoce a recomendação de uso deste
medicamento na covid-19, visto que
diferentes estudos mostram não haver benefícios para os pacientes que
utilizaram hidroxicloroquina". Já o Conselho Federal de Medicina
condiciona seu uso ao critério médico e consentimento do paciente. Até outro
dia, aqui no Brasil, o seu uso era autorizado só em pacientes em estado crítico
e moderado já internados em hospitais, quando médico e paciente concordam com o
uso. O presidente do Brasil, falou no dia (19/05/20) sobre o uso da
cloroquina para os pacientes que apresentarem sintomas leves de coronavírus. Ele afirmou que será
assinado pelo interino do Ministério da Saúde, um novo protocolo de uso da cloroquina no país – e esse chefe do
Executivo disse mais, “Quem for de
direita toma cloroquina, quem for de esquerda toma Tubaína. Viu como sou
educado? Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda toma Tubaína”,
disse, rindo.
Ficou claro como estão os dias
atuais, onde fica fácil de perceber as organizações modernas com suas lutas
internas pela selvageria da competição existente - que se transformam em impulsos
destrutivos capazes de se desencadear a partir do interior e criam uma cultura
permeada de sadismo. A inveja de seus companheiros pode levar a um bloqueio na
aceitação do sucesso deles, por temer não ser capaz de alcançar o mesmo
sucesso. Este processo oculto pode minar a capacidade de desenvolver o espírito
cooperativo do grupo.
Segundo Winnicott (*9) criamos fetiches para nos dar conforto e segurança. Daí porque somos tão
resistentes à mudança. E nessa obra, Morgan ainda
cita Jung, Robert Denhardt e Weber para nos falar das
armadilhas do subconsciente humano. Jung criou a interação dos contrários,
esquema utilizado por Ian Mitroff e outros para analisar
estilos gerenciais e de tomada de decisão e para desenvolver abordagens
dialéticas no planejamento e na tomada de decisão que tentava conciliar os
pontos de vista rivais. O mesmo esquema também foi utilizado por Ingalls como fundamento para uma
‘análise junguiana’ do uso e direção da
energia humana em organizações e por Myers e Briggs para o desenvolvimento
de um teste de personalidade que apresenta inúmeras aplicações gerenciais,
dentre outras utilidades.
Finalizamos este percebendo que sempre buscamos no passado uma inspiração
para viver o presente, como disse Ian Mitroff (*10), somos todos primitivos de coração, reproduzindo
relações arquetípicas para dar sentido aos dilemas fundamentais da vida. Se
para os filósofos a liberdade é a visão do conhecimento, para os psicanalistas
a liberdade é o conhecimento do inconsciente para criar um mundo melhor e
interagir de forma mais completa com o ambiente e transformá-lo em algo mais
agradável e seguro aos nossos olhos. Esperamos que alguns desses pensamentos da
psicanalise/filosofia/administração possam nos ajudar a encontrar um caminho que
seja capaz de nos levar para bem longe dessa visão limitada e cega desses Mitos da Caverna.
(*1)
Gareth Morgan é um Teórico Organizacional britânico,
Consultor de Administração e professor Emérito da Universidade de York em
Toronto, conhecido como criador do conceito da "Metáfora
Organizacional" e autor do best-seller Imagens da Organização.
(*2) Sócrates , Atenas 399
a.C. foi um filósofo ateniense do período clássico da Grécia Antiga,
creditado como um dos fundadores da filosofia ocidental,
é até hoje uma figura enigmática.
(*3) Platão foi um filósofo e matemático do período clássico da
Grécia Antiga, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia em
Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental.
(*4) Sigmund Freud foi um
médico neurologista e psiquiatra criador da psicanálise. Freud nasceu em uma
família judaica, em Freiberg in Mähren, na época pertencente ao Império
Austríaco.
(*5) Carl
Gustav Jung foi um psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a
psicologia analítica. Jung propôs e desenvolveu os conceitos de personalidade
extrovertida e introvertida, arquétipo e inconsciente coletivo. Seu trabalho
tem sido influente na psiquiatria, psicologia, ciência da religião, literatura
e áreas afins.
(*6) Frederick Winslow Taylor foi um
engenheiro mecânico estadunidense. Era técnico em mecânica e operário,
formou-se engenheiro mecânico estudando à noite. Escreveu o livro "Os Princípios da Administração
Científica", publicado em 1911.
(*7) Michel Foucault; Poitiers, 15 de
outubro de 1926 — Paris, 25 de junho de 1984 foi um filósofo, historiador das
ideias, teórico social, filólogo, crítico literário e professor da cátedra
História dos Sistemas do Pensamento, no célebre Collège de France, de 1970 até
1984.
(*8) Wilfred
Ruprecht Bion foi um psicanalista britânico, pioneiro em dinâmica de
grupo. Escreveu Experiências com Grupos, um importante guia para os movimentos
da psicoterapia de grupo e de encontro.
(*9) Donald Woods Winnicott foi um pediatra e psicanalista inglês que
acreditava que o objeto externo é muito mais do que um modulador das
projeções da criança ele ainda afirmava que a mãe
suficientemente boa é aquela que possibilita ao bebê a ilusão de que o
mundo é criado por ele, concedendo-lhe, assim, a experiência da onipotência
primária, base do fazer-criativo.
(*10) Ian
Irving Mitroff é um teórico organizacional americano, consultor e
professor emérito da Escola de Negócios Marshall da USC e da Escola de
Comunicação Annenberg da Universidade do Sul da Califórnia.
Do autor, esse texto é um dos efeitos dessa quarentena!
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