Este artigo tem por objetivo demonstrar como a criatividade corporativa
tornou-se um bem tão valioso dentro das corporações atuais e o quanto a
sociedade depende do seu sucesso para resolver desde os problemas mais comuns
até os aparentemente sem solução. Sabendo que para se cumprir tais tarefas,
serão necessárias a utilização dos conceitos mais modernos de estratégia e
competitividade empresariais. Buscaremos justificar a necessidade de equipes
comprometidas em buscar as grandes ideias, os produtos inovadores e a obtenção
do sucesso com o resultado dos projetos. Tendo o conhecimento da existência dos
temores com o fracasso das ideias criativas dentro das corporações, foram se
formando grupos de trabalhos com indivíduos criativos e utilizadas técnicas
para conseguir superar e neutralizar esses temores com o fracasso. Vamos expor
as estratégias, as necessidades que as Corporações têm durante o processo de
encontrar as soluções para os diversos problemas e veremos mais sobre as
equipes estratégicas de criatividade e da arte da inovação
Palavra Chave: Criatividade, Corporativa, Problemas, Soluções, Inovação.
Introdução
O principal objetivo dentro das corporações é a busca pela solução dos
problemas e das necessidades dos seus clientes. Isso nos leva a pensar que a
única solução para se pôr um fim nas angustias dos clientes, só pode vir
através das soluções que são encontradas dentro das corporações. Logo, podemos
deduzir que a criatividade corporativa, a inovação de produtos ou até mesmo o
lançamento de novas ideias só aparecem devido à pressão que o mercado
consumidor exerce sobre as corporações e mais especificamente, sobre as equipes
de funcionários criativos.
São nos momentos de necessidade extrema que procuramos encontrar uma
solução criativa para resolver algumas pendências ou sanar os problemas com
mais agilidade. Devido a estes fatores, as corporações tiveram que adequar-se
para receber as novas ideias criativas e as novas formas de se fazer o mesmo
melhor, inovando e redescobrindo novos caminhos. E já que sabemos que a
criatividade está em alta no mundo corporativo, iremos nos aprofundar mais nas
técnicas que são utilizadas durante o processo criativo. Vamos aproveitar este
momento para conhecer melhor sobre uma das várias definições que tem a palavra
criatividade. “A palavra criatividade tem sido razoavelmente confundida com
a técnica de criar anúncios. Mas não é só isso. Criatividade é uma técnica de
resolver problemas. Essa técnica pode ser aplicada a todas as atividades
humanas, não apenas à atividade específica de criar boa comunicação.”
(Duailibi & Simonsen, 2000:16).
1. Os problemas dos clientes.
Existem alguns problemas que são
encarados como pequenos, mas que ninguém consegue elimina-los, como no caso
desta empresa que tinha um estacionamento muito pequeno - já trabalhei em uma empresa que tinha um estacionamento privativo
pequeno. Os funcionários queriam que ela construísse uma nova área de
estacionamento, embora o custo fosse de milhões de dólares. A gerência
respondeu que não dispunha de orçamento para isso. Ninguém da empresa pensou em
alternativas de resolver o problema de estacionamento, como por exemplo:
incentivar o trabalho em casa via terminal de computador, criar turnos
variados, fazer uma divisão de tarefas, um rodízio de carros ou contratar um ônibus
para levar os funcionários em casa ou até o estacionamento mais próximo. A
questão poderia ter sido facilmente contornada se tivesse sido considerada sob
diferentes perspectivas e se as possibilidades fossem exploradas de forma
criativa. (Nelson, Bob 1956:53).
Aruba
1.1 Soluções para grandes problemas
Em algumas ocasiões de nossas vidas, certamente um determinado problema
mostrou-se ser maior do que outro isso só acontece devido à urgência que existe
em se resolver esse ou aquele problema. Lógico que existem problemas de todos
os níveis e em diversos segmentos da sociedade, não é exclusividade do
consumidor final a procura pela solução dos seus problemas. Quando surgem as
necessidades é que procuramos a melhor maneira para resolvê-las, mesmo que para
isso seja preciso uma mudança radical. “Com a crise do petróleo, a pequena
Aruba trocou as refinarias de petróleo pelo turismo e hoje tem o maior PIB per
capita da América Latina”. (Dualibi & Simonsen, 2000:50). Afinal,
traçando um comparativo, problemas são como uma dor de dente cada pessoa tem a
sua dor e a intensidade dela é sem sombra de dúvidas infinitamente maior do que
qualquer outra, com os problemas acontecem o mesmo, sempre será encarado com
maior importância o que nos aflige diretamente.
2. AS Soluções Inovadoras
As ideias e soluções inovadoras são bem
vistas no mundo corporativo e tem uma grande procura, claro que esse fato
acontece nas instituições que tem uma política interna voltada e preparada para
receber estas boas ideias. Vamos expor a necessidade do surgimento de soluções
criativas e inovadoras dentro de alguns segmentos corporativos existentes, mas
que em algumas oportunidades essas ideias não alcançaram os resultados
esperados. Porém existiram ocasiões em que o resultado foi totalmente
surpreendente e deixou a todos sem entender o real motivo do estrondoso
sucesso. “Os Beatles foram às primeiras pessoas a mudar o mundo sem fazer
guerra. Eles mudaram tudo fazendo música. E o mundo talvez para se desculpar de
toda a sua violência, transformou os quatro rapazes que falavam de amor e paz
num dos maiores sucessos de crítica e de público do século XX.” (Duailibi &
Simonsen, 2000:53).
Para se conseguir obter ideias
criativas foram necessárias algumas mudanças estruturais nas corporações. Em
outros tempos, nem tão distantes dos dias de hoje, nada mais produtivo em
termos de novas ideias e inteligência corporativa como se sentar num
restaurante da moda para um longo almoço. Muitos profissionais de marketing, de
departamentos de criação e de inovação se dividiam em espaços de restaurantes
badalados ou em outros espaços do gênero, lá eram discutidas ideias, projetos e
muito se comentava sobre os últimos lançamentos do mercado. Na maioria das
oportunidades ninguém dava a mínima importância para aquele jovem sentado à
mesa ao lado. Alguns, por sua vez, usavam à audição e a memória aguçada para
pescar as melhores informações e voltar para o trabalho com as últimas
novidades do mercado. Não se sabe ao certo por quantas vezes algumas boas
ideias nasceram desta forma, mas pessoas ligadas às grandes corporações contam
algumas histórias interessantes sobre este tema.
Sabendo que as pessoas se sentem à
vontade para falar sobre concorrentes, estratégias, propostas e trabalho quando
olham em volta e veem apenas pessoas com jeito de turista, as corporações
sentiram a necessidade em ter equipes criativas ou grupos determinados. Toda
equipe criativa é motivada principalmente pela paixão. Acredita-se que as
equipes mais fortes se estabelecem quando as pessoas têm a chance de escolher
em que grupo vão trabalhar e podem compartilhar da paixão que sentem pela busca
do objetivo. Veremos a seguir as providencias que as corporações tiveram de
adotar depois da constatação da existência de vazamento de informações durante
os processos de trabalho.
Equipe
2.1 Equipes de Inteligência Corporativa
Com a necessidade das empresas em
montar equipes criativas devido ao acirramento da concorrência e da necessidade
de ter profissionais concentrados em projetos criativos, com o comprometimento
de manter o sigilo e a discrição sobre os projetos em andamento dentro empresa,
surgiram às primeiras equipes de inteligência corporativa dentro das empresas.
Desde que foram montadas estas equipes de inteligência no interior das
corporações, elas utilizam técnicas próprias, veremos como elas trabalham e
conheceremos algumas destas técnicas utilizadas para se obter os resultados
esperados. Existem relatos de projetos de sucesso e de bons produtos que
invariavelmente demonstraram que são resultados de uma boa equipe criativa,
acompanharemos o relato da reconhecida empresa IDEO, empresa norte-americana de
design, que entre tantos sucessos, foi a que projetou o mouse para a empresa
Apple.
A criação de uma equipe determinada é
resultado em parte de disposição de espírito. As equipes determinadas não têm
necessariamente de começar com o projeto mais emocionante. A equipe e o líder
certos podem criar sua própria energia em torno da tarefa presente. Meu
primeiro LP (lembram-se do vinil?) foi à trilha sonora do Filme Mary Poppins, e
eu ainda me lembro de ouvi-lo dizendo que em cada tarefa que precisa ser feita,
há um elemento de diversão. “Você acha a graça e – zás – o trabalho passa a ser
um jogo.” Estou sugerindo a sério que você cite Mary Poppins para a equipe –
mas a ideia de fazer sua própria brincadeira ainda se aplica. (Kelley, Tom,
2000:93)
A Gestão dessas equipes criativas
dentro das Corporações nada mais é do que a manipulação dos elementos
disponíveis dentro da própria Corporação. Isso é possível através do bom
gerenciamento dos recursos humanos, da utilização plena dos recursos materiais disponíveis,
da boa gerência das informações e do uso de toda a estrutura disponível na
empresa com o fim de propiciar que a mesma se ajuste ao seu meio, de modo a
poder encontrar as vias de menos atrito durante o processo de criação e que
proporcionem o melhor rendimento dos seus recursos. Para isso existe a
necessidade de que o profissional responsável pela liderança conheça bastante
bem não só a empresa como o meio em que atua o que só é possível através de uma
boa gestão dessa equipe, o que no mundo corporativo de hoje é imprescindível.
Incertezas
2.2 As incertezas da Criatividade
Corporativa
Após alguns relatos de sucesso que
aconteceram devido à criatividade corporativa, existem exemplos de que a
necessidade foi a principal responsável pelo surgimento de uma ideia criativa.
Claro que nos dias atuais as necessidades são outras e cada vez mais elas são
urgentes, mas não podemos esquecer que a necessidade sempre existirá e a
procura por idéias criativas também. Mas nem sempre as idéias e os produtos
novos são prontamente aceitos pelo público em geral. “Gillette. No seu
primeiro ano de fabricação vendeu apenas 51 aparelhos e 168 lâminas. Depois
disso, sua produção atingiu um valor incalculável. Da ideia inicial surgiram
várias outras.” (Duailibi & Simonsen, 2000:51). Sabe-se que mudanças e
novidades na maioria das vezes, não têm rápida aceitação pelo mercado e que
nestas horas, todo o trabalho de desenvolvimento do projeto se mostra
fundamental, afinal, houve todo um estudo para saber da aceitação ou não do produto
pelo mercado consumidor.
Muitas ideias por mais criativas que sejam, nem sempre tiveram o
objetivo de alcançar o que elas realmente alcançaram. “Quando o Sr. Levi
Strauss transformou o brim de barracas em calças para os mineiros, na
Califórnia, talvez não soubesse que viria a ser o mais poderoso agente
modificador em todos os tempos.” (Duailibi & Simonsen, 2000: 51).
Em diversas oportunidades em que as expectativas de algum produto
não são alcançadas, o mercado divulga estudos, pesquisas e uma série de dados
concretos a esse respeito. Agora, em determinados casos como, por exemplo, o do
Sr. Levi Strauss, não existe nenhum dado oficial de como esta ou outras ideias
caíram no gosto da população e se tornaram produtos indispensáveis.
Temor
2.3 O temor Corporativo
Existe um temor dentro das empresas
quanto ao fracasso dos novos produtos, alguns desses temores tornaram-se
famosos e foram relatados em algumas passagens históricas, aonde os próprios
inventores foram os autores desses comentários negativos ou ainda, tiveram que
conviver com alguns comentários desanimadores sobre suas descobertas.
“A teoria dos germes de Louis Pasteur é
uma ridícula ficção” (Pierre Pochet, professor de Filosofia em Toulouse, 1872).
(Duailibi & Simonsen, 2000: 74).
“O cinema será encarado por algum tempo
como uma curiosidade científica, mas não tem futuro comercial.” (Auguste
Lumiére, 1895, a respeito de seu próprio invento). (Duailibi & Simonsen,
2000: 74).
“O avião é um invento interessante, mas
não vejo nele qualquer utilidade militar.”(Marechal Ferdinand Foch, titular de
estratégia na Escola Superior de Guerra da França, 1911). (Duailibi &
Simonsen, 2000: 75).
“Até julho sai de moda.” (Revista
Variety, a propósito do rock´n´roll, março de 1956). (Duailibi & Simonsen,
2000: 75).
“A televisão não dará certo. As pessoas
terão de ficar olhando sua tela, e a família americana média não tem tempo para
isso.” (The New York Times, 18 de abril de 1939, na apresentação do protótipo
de um aparelho de TV). (Duailibi & Simonsen, 2000: 75).
O excessivo temor de errar em novas
experiências envolvendo o nome da empresa, constitui em uma das grandes
barreiras à criatividade. Não só pelos possíveis prejuízos financeiros, mas
muito pelo temor que os executivos têm em carregarem o estigma de uma ação
malsucedida. Tentando solucionar isso, tornou-se frequente e comum o uso de
técnicas dirigidas em ajudar os profissionais a superar temores, veremos
algumas delas logo mais a frente.
3. Treinamento para se alcançar a
Criatividade
O treinamento é o meio utilizado para
se melhorar a capacitação das pessoas para desempenharem melhor as suas funções
e fazer com que os objetivos sejam alcançados. Sabe-se que renomados
profissionais do mundo criativo adotaram algumas técnicas e eliminaram fatores
que causavam a inibição durante o processo de trabalho das suas equipes, isso
virou um roteiro dentro do mundo corporativo.
“A
criação e o julgamento – nunca devem ser exercidos ao mesmo tempo. O medo do
ridículo - quando o executivo se recusa a correr riscos por temor as opiniões.
A pressão para conformar-se – quando novas idéias são sempre recebidas com
temor e desconfiança. A falta de tempo para se pensar – há empresas que
sobrecarregam seus executivos de tal forma e por longos períodos, que não lhes
sobra tempo para dedicar-se a soluções novas ou mesmo para enunciar novos
problemas”. (Duailibi & Simonsen, 2000:80).
3.1 Estágios do processo criativo
A criatividade não aparece tão
facilmente como o ato de se escovar os dentes, nenhum profissional pega um
pedaço de papel em branco ou liga um computador e logo a seguir cria algo de
sucesso. Não é tão simples assim, existe um longo caminho a seguir até que
surjam as ideias criativas e essa preparação pode se dar por via direta ou
indireta. É por via direta quando acumulamos informações pertinentes ao
problema que deve ser resolvido. Isto é, quando buscamos somente informações
que contribuam para uma possível solução. Na segunda hipótese é pela via
indireta, quando podemos buscar informações sobre tudo o que possa vir a
colaborar para uma solução, mesmo que não tenha nada a ver com o problema, a
primeira vista.
Iremos agora conhecer a técnica do
Brainstorm, muito utilizado nas Agências de Propaganda e Publicidade. Segundo
Duailibi & Simonsen (2000), se trata de uma reunião de interessados em
resolver um problema que a eles foi exposto, mantendo sempre à ausência completa
de crítica e o julgamento final adiado. Esta técnica está muito difundida hoje
em dia, inclusive está presente nos livros e nas aulas que fazem parte do
ensino superior de muitas Universidades aqui no Brasil. Para Tom Kelley (2001)
as sessões de Brainstorm entusiastas chegam a gerar cem ou mais ideias, dez das
quais provavelmente ótimas.
4. Considerações Finais
Esperamos que com as informações
obtidas durante a leitura deste artigo sobre a Inteligência Corporativa, tenha
sido possível encontrar as respostas para os nossos questionamentos iniciais e,
sobretudo termos chegado a uma conclusão sobre este tema. Baseados nesses novos
conhecimentos que adquirimos, tornou-se bem mais claro o fato de que a
criatividade corporativa veio para melhorar a nossa vida em vários segmentos e
trazer mais conforto e facilidades nas nossas tarefas diárias. Afinal,
conhecemos algumas estruturas, e até algumas soluções aplicadas na solução de
problemas, comparamos os problemas grandes com os pequenos, vimos também como
se executam uma boa gestão de equipes criativas e da sua importância para se
alcançar os bons resultados. Mediante todos esses fatos que foram expostos até
agora, temos que enaltecer todos os profissionais que atuam nesta área de
criatividade corporativa e saber que eles se baseiam nas experiências de
pessoas comuns para buscar as soluções ou a criação de algum novo produto.
Consideramos que ficou bem claro o fato da criatividade corporativa ser a
responsável pelas soluções encontradas para a maioria dos nossos problemas
cotidianos. “A simples existência de uma empresa supõe que houve uma crise
em determinado momento – a empresa é em si mesma, a solução que foi encontrada
através de uma abordagem criativa para o problema sugerido.” (Duailibi
& Simonsen, 2000: 2).
Fonte e Sítios Consultados
DUAILIBI, Roberto; SIMONSEN Jr.,
Harry, Criatividade & Marketing. Nova Ed. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2000
KELLY, Tom, A Arte da Inovação. 2º.Ed. São
Paulo: Futura 2001
NELSON, Bob, Faça o que tem de ser feito e não apenas o que lhe pedem. 1º.Ed.
Rio de Janeiro: Sextante, 2000
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