Sabia que isso pode acontecer desde aquele cheiro de chocolate até aquele cheirinho de pão quentinho – na
verdade todos eles podem ser cheiros falsos que as empresas usam para te
convencer a comprar. Essa prática é conhecida como 'marketing olfativo', que se vale de aromas
artificiais para nos conectar a certos cheiros e, assim, estimular o consumo.
É
possível que, em algum momento da sua vida, você tenha sido seduzido pelo cheiro de
pão fresquinho enquanto caminhava pela rua. É possível também que, por isso,
você não tenha resistido a entrar na padaria mais próxima. O que talvez você
não saiba é que esse aroma de pão fresquinho pode não ter sido "real"
- mas um cheiro artificial especialmente produzido para atrair consumidores e
aumentar as vendas.
Fazendo
marketing dos seus sentidos - a busca
pelo chamado "marketing olfativo" aumentou consideravelmente na
última década, porém existem campos de ação distintos: alguns envolvem
segmentos de mercado inteiros, enquanto outros ligam uma marca específica a
certos aromas. Alguns pesquisadores da Universidade da Califórnia, especialista
em marketing olfativo responsável por um estudo que mostrou gastos 20% maiores
em lojas que "conquistam o cliente pelo nariz". O segredo, segundo o
especialista, é o uso de fragrâncias simples.
Vamos ver alguns exemplos de sucesso.
1.
Plástico com cheiro de couro - fabricantes de produtos de couro sintético usam
amplamente fragrâncias de couro de verdade em itens como roupas e móveis.
Mesmo que
o material sintético esteja no rótulo do produto, o cheiro do couro real pode
ajudar a influenciar o comprador - embora o preço mais baixo do couro falso
também tenha esse papel.
2.
Sensação de Natal - populares
no hemisfério Norte, pinheiros comprados para a decoração de Natal ganham
aromas adicionais - tanto em árvores reais quanto de plástico. O mesmo acontece
nas lojas quando o período de festas se aproxima.
3. A
armadilha de pipoca - o cheiro de pipoca, algo tão facilmente associado ao
ambiente dos cinemas, também ganha reforço de fragrâncias artificiais nas
grandes redes de exibição. É um passo crucial para essas empresas, já que uma
fatia considerável da receita nos cinemas vem da venda de alimentos e bebidas.
4. Um
café para acompanhar a gasolina? Muitos postos de gasolina têm lojas de conveniência
que se valem de aromas artificiais de café para estimular o olfato - e as
vendas. O mundo ama café: estima-se que sejam consumidas 2,25 bilhões de
xícaras da bebida por dia. A aposta é que, se as pessoas sentirem aquele
cheirinho, pararão para comprar - e se isso for feito em um posto, poderão
encher o tanque de gasolina também.
5. Gosto
e aroma doces - lojas de guloseimas não costumam produzir doces in
loco, mas muitas vezes cheiram a chocolate. Por quê? Bem, o uso de aromas
artificiais é mais uma estratégia para atrair clientes - especialmente crianças
-, combinando estímulos visuais com os olfativos.
6. Cheiro
de pão... fresco? Este é um dos exemplos mais clássicos do marketing
olfativo: o cheiro do pão que acabou de ser assado. A adição dessa fragrância
em particular não serve apenas para estimular o apetite, mas também as
memórias, como as da infância. Supermercados usam técnicas semelhantes em suas
seções de produtos frescos, como frutas.
7.
Desejos - lojas de roupas também recorrem aos cheiros
artificiais.
É o caso
dos aromas de coco e manga, usados para remeter os clientes a um clima de
férias, ou então de fragrâncias de rosa - usadas por lojas de lingerie por
supostamente aumentarem a sensação de confiança.
Como sua
marca cheira? - algumas
empresas desenvolvem aromas específicos para suas marcas. Um perfume próprio
acaba vinculado à identidade de marca, ao lado de slogans ou logotipos. Isso
ocorre especialmente no mercado de luxo.
"O
nariz é tão importante quanto os olhos no momento de escolher um produto, de
avaliar a atmosfera, de tomar uma decisão ou de lembrar de alguma coisa",
diz Olivia Jezler, diretora-executiva da consultoria de marketing olfativo The
Future of Smell.
"Nosso
olfato é o único sentido que estabelece uma ligação direta entre nossas emoções
e a memória", afirma Jezler à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.
"Para as marcas, a experiência sensorial ajuda a criar
lealdade, e isso leva ao aumento das vendas."
E o
marketing olfativo não se restringe a bens tangíveis. Companhias aéreas e
hotéis, por exemplo, também investem em experiências sensoriais. A Singapore
Airlines foi pioneira no uso de um perfume específico para os lenços e toalhas
distribuídos aos passageiros, tornando-os mais relaxados.
Segundo a
gigante de itens esportivos Nike, pesquisas já provaram que o acréscimo de
aromas a suas lojas tornava os clientes "mais propensos a comprar". Até mesmo
uma loja de brinquedos de Londres, a Hamleys, entrou na onda: recentemente, o
espaço foi tomado por um aroma do coquetel piña colada (feito de coco, abacaxi
e rum).
O
resultado? Os pais "demoraram mais" nos corredores, enquanto as
crianças se maravilhavam com os brinquedos.
Fonte
e Sítios Consultados
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/06/de-chocolate-a-pao-quente-os-cheiros-falsos-que-as-empresas-usam-para-te-convencer-a-comprar.ghtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1&utm_content=post
Nenhum comentário:
Postar um comentário