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14 de março de 2017

Smartphone, uma Droga do Século 21?



Os EUA vivenciam neste inicio do século 21 um quadro de epidemia de opiáceos (*substâncias derivadas da papoula) somado da ascensão das drogas sintéticas mortíferas e do alargamento da legalização da maconha - e este cenário preocupante só facilita o caminho da juventude americana às drogas. Inclusive, alguns especialistas teorizam que as taxas de queda do tabagismo estão se transformando em uma entrada-chave para as drogas - visto que as campanhas de educação antidrogas fracassaram.

O interessante é que esses mesmos pesquisadores começaram a refletir sobre uma questão intrigante: os adolescentes americanos estão usando menos drogas e isso se dá em parte pelo fato deles serem constantemente estimulados e entretidos por seus computadores e smartphones. Eles dizem que vale a pena explorar essa hipótese pelo fato que o uso dos smartphones e tablets teve um aumento vertiginosamente no mesmo período em que o uso das drogas diminuiu. Esta correlação não se basta para afirmar que um fenômeno está afetando diretamente o outro, mas os cientistas dizem que a mídia interativa parece jogar impulsos similares à experimentação de drogas.


New York Times publicou uma reportagem no dia 13/03/2017, com a opinião de vários especialistas, tanto em psicologia quanto em drogas. Apesar de haver certo ceticismo — até porque o mercado de smartphones é muito novo — ninguém descarta que pode haver uma ligação entre os vícios.  O fato é que houve uma queda no uso de drogas pelos adolescentes daquele país na última década, e justamente nesse mesmo período aconteceu à explosão da tecnologia pessoal - com o surgimento dos smartphones e das redes sociais. E o que reforça mais ainda essa ideia é que as campanhas de prevenção as drogas americanas apresentaram resultados muito tímidos e isso fez com que os especialistas enxergassem essa nova possibilidade.

Um dos fatores que impulsionam tal corrente é o fato de que o consumo constante de mídia interativa causa impulsos similares aos que são proporcionados pelas drogas. O usuário também se tornaria mais apático, sem muita motivação para socializar pessoalmente, e é justamente em eventos sociais (como festas) que costuma ocorrer o contato com substâncias como álcool, maconha e cocaína.

Além disso, o desinteresse nas substâncias tem sido visto de maneira generalizada, não importando a classe social, se são meninos ou meninas, o que reforça a ideia de um agente universal — que seria o smartphone.

New York Times  entrevistou adolescentes que confirmaram usar o smartphone como escudo antidrogas. Curiosamente, a possível troca de uma coisa pela outra não é algo que os especialistas comemoram com pleno entusiasmo, tanto que alguns deles disseram ao NYT que ainda têm esperança de que as quedas no uso de drogas estejam relacionadas a campanhas de prevenção.

O fato é que o consumo de maconha veio baixando na última década para os alunos do oitavo e décimo grau lá nos EUA, mesmo com a sua aceitação social aumentando, segundo estudos. Embora o uso de maconha tenha aumentado entre os alunos do 12º ano, o uso de cocaína, alucinógenos, ecstasy e crack também estão baixos, enquanto o uso de LSD tem se mantido estável. Mesmo que o uso de heroína tenha se tornado uma epidemia entre os adultos em algumas comunidades americanas, ele caiu entre os alunos de ensino médio na última década segundo esse estudo - esses achados são consistentes com outros estudos mostrando declínios constantes na última década no uso de drogas por adolescentes.




E no Brasil

De acordo com um estudo da Flurry, consultoria do Yahoo, existem 280 milhões de “viciados” em aplicativos para celular no mundo, muitos são brasileiros, 10% do total de internautas segundo especialistas do Hospital das Clínicas (SP), já foram diagnosticados com um vício real: é a dependência de tecnologia, que faz suas vítimas passarem até 12 horas conectadas e, quando estão off-line, tremerem, suarem, terem taquicardia e, em casos extremos, chegarem até a tentar suicídio. O G1 conversou com alguns deles e especialistas na área.

         “Muitos confundem dependência com tempo de conexão. Não é o tempo que passa conectado, mas a perda de controle sobre tecnologia que define um dependente”. (Eduardo Guedes, pesquisador e diretor do Instituto Delete, da UFRJ).



‘Um estudo da Flurry, por exemplo, "viciado" é aquele que abre um aplicativo mais de 60 vezes por dia’.

A pessoa não percebe que a necessidade de estar conectado é cada vez maior e, para obter o mesmo prazer, ela tem que usar cada vez mais. É como se fosse uma droga”, explica a psicóloga Sylvia von Enck, do núcleo de dependência tecnológica do Hospital das Clínicas. “Na medida em que a pessoa não consegue controlar esses impulsos na busca do prazer, ela vai aumentando esses estímulos.”

Por isso, explica, a dependência tecnológica é considerada um dos transtornos do controle dos impulsos, assim como a cleptomania (furtar compulsivamente), piromania (prazer em atear fogo) e tricotilomania (arrancar os cabelos).

Sem internet = abstinência
A psicóloga diz que a privação da internet funciona como uma abstinência forçada e pode gerar violência. “Nós já atendemos alguns casos de pais que foram buscar ajuda porque o ponto máximo que o filho, de 15 anos, chegou, depois de ter jogado objetos pela janela do apartamento, foi ameaçar se jogar. Em outro caso, um garoto de 17 anos pegou uma faca e tentou machucar a mãe.”

Lidando com o transtorno
Sem desgrudar do celular ou do PC, (relato de um paciente) eu estava sempre à espera de informações sobre trabalho e alerta ao menor sinal de notificações de aplicativos. “Se o smartphone vibrava, eu já estava olhando.” Depois de passar pelo instituto, ele conseguiu lidar com o transtorno. O paciente brinca dizendo que virou “copsicólogo” dos amigos e já até indicou o tratamento a dois conhecidos - A psicóloga do HC diz, no entanto, diz que os pacientes nessa condição sempre terão de ficar alertas. “Ás vezes, acontecem situações em que a pessoa acaba reincidindo e  voltam a apresentar os comportamentos compulsivos.

Use a tecnologia com moderação, alertam os médicos
Deve-se ficar alerta quando a pessoa deixa de ter um convívio social e quer ficar apenas conectada. “As pessoas ficam dentro delas mesmas, sem amigos, sem compartilhar momentos. Isso pode ser um problema”. Os médicos  dizem que isso também vale para as crianças.
















Fonte e Sítios Consultados


https://olhardigital.uol.com.br/noticia/adolescentes-podem-estar-trocando-drogas-pelo-smartphone/66760

https://www.nytimes.com/2017/03/13/health/teenagers-drugs-smartphones.html?_r=0

http://g1.globo.com




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