Para entender o objetivo de qualquer
departamento de produção, seu gestor deve responder a duas questões chave:
- Que papel se espera que ela desempenhe
dentro da empresa?
- Quais os objetivos de desempenho
específicos utilizados pela empresa para avaliar a contribuição da produção em
sua estratégia?
A título de
contribuição para os resultados da empresa, a função Produção busca desempenhar
papéis nos níveis:
a)
Estratégico: decisões de
alcance amplo envolvendo políticas corporativas, escolha de linhas de produtos,
localização de novas unidades produtoras, centros de distribuição ou unidades
de atendimento, projeto de processos de manufatura, etc. Envolve
necessariamente um horizonte de longo prazo e consequentemente altos graus de
risco e incerteza;
b)
Tático: envolve
basicamente decisões sobre alocações e utilização de recursos. Envolve
horizontes de médio prazo e moderado grau de risco; e
c)
Operacional: o ambiente
da tomada de decisão tem lugar nas operações produtivas, envolvendo curtos
horizontes de tempo e riscos relativamente menores.
E esses papéis seriam o objetivo principal de sua existência.
A empresa tem a opção de terceirizar a produção de seus serviços e bens,
tornando-se uma empresa “virtual”. Para isso, a função produção tem que
justificar sua importância estratégica para a empresa através dos seguintes
papéis:
ü Como implementadora dessa
estratégia;
ü Como apoio;
ü Como impulsionadora.
Modelo de quatro
estágios:
Estágio 1 – Neutralidade
interna
Contribui pouco para o sucesso
competitivo da empresa, mantendo-se voltada para dentro ou, no máximo, reagindo
às mudanças internas ou externas. Ainda corrigindo erros graves em suas
operações.
Estágio 2 – Neutralidade
externa
Quando começa a comparar-se com
outras similares buscando melhorar seu desempenho.
Estágio 3 – Apoio interno
Está no mesmo nível das melhores do
mercado com aspirações de ser a melhor, já ligando estratégia e produção.
Estágio 4 – Apoio
externo
Quando a função produção é a
provedora da base para o sucesso competitivo da empresa. É criativa e proativa.
Está à frente das outras empresas similares.
Objetivos de desempenho da produção
No nível estratégico, a classificação
mais útil dos objetivos de desempenho da produção que qualquer operação possa
perseguir pode ser obtida identificando-se os ‘stakeholders’ da operação, os grupos de interesse que influenciam
as suas atividades.
São cinco os objetivos de desempenho
mais amplos que as operações produtivas necessitam perseguir para satisfazer a seus stakeholders
e que formam o pano de fundo para todo o processo decisório da produção.
Qualidade - fazer certo as
coisas
A qualidade reduz custos e aumenta a confiabilidade do
produto.
Num hospital:
ü Pacientes recebem o tratamento mais
apropriado;
ü O tratamento é conduzido de maneira
correta
ü Os funcionários são corteses,
amigáveis e solícitos.
Numa empresa de ônibus:
ü Os ônibus são limpos e arrumados;
ü O horário é rigoroso.
Numa fábrica de
automóveis:
ü A montagem atende às especificações;
ü O produto é confiável;
ü O produto é atraente e sem defeitos.
Rapidez - entregar no tempo certo
A rapidez enriquece a oferta. Quanto mais rápido estiverem
disponíveis para o consumidor, mais provável é que este venha a comprá-los.
Rapidez reduz estoques internos tornando as operações mais enxutas e o risco de
estoques de produtos acabados acima da média de giro normal ou ideal menor.
Num hospital:
ü O tempo entre a solicitação de
tratamento e sua realização, é mínimo;
ü O tempo para o resultado dos exames,
raios X, etc. é mínimo.
Numa empresa de ônibus:
ü O tempo total da jornada para o
usuário atingir seu destino é mínimo.
Num supermercado:
ü O tempo envolvido na transação total,
desde a chegada à loja, realização das compras e retorno do consumidor a sua
casa é mínimo;
ü Imediata disponibilidade de bens.
Confiabilidade – cumprir prazos
A confiabilidade economiza tempo que geralmente é gasto com
procedimentos de emergência; economiza dinheiro uma vez que o uso ineficaz de
tempo será transformado em custo operacional extra; dá estabilidade,
previsibilidade.
Num hospital:
ü A proporção de consultas canceladas é
mínima;
ü As consultas são realizadas no
horário programado;
ü Os exames são entregues como
prometido.
Numa empresa de ônibus:
ü Cumpre o horário fixado em todos os
pontos de trajeto;
ü Mantém assentos disponíveis para os
passageiros.
Num supermercado:
ü Previsibilidade do horário de
funcionamento;
ü A proporção de bens em falta é
mínima;
ü O tempo de fila é mínimo.
Flexibilidade – capacidade de mudar o que se faz
Aplica-se, geralmente, a produtos e serviços, mix de
produtos, volume e entrega. Na operação interna, agilizar a resposta, economiza
tempo, e mantém a confiabilidade.
Num hospital:
ü Introdução de novos tipos de
tratamento;
ü Ampla variedade de tratamentos
disponíveis;
ü Habilidade de se ajustar ao número de
pacientes atendidos;
ü Habilidade de reprogramar consultas.
Numa empresa de ônibus:
ü Introdução de novas rotas ou
excursões;
ü Grande número de locais servidos;
ü Habilidade de se ajustar à frequência
dos serviços;
ü Habilidade de reprogramar as viagens.
Num supermercado:
ü Introdução de novos bens ou
promoções;
ü Ampla variedade de bens estocados;
ü Habilidade de se ajustar ao número de
consumidores atendidos; e
ü Habilidade de repor estoque de itens
em falta (ocasionalmente).
Custo – proporciona competitividade e deixa
margem
Se ganha ou se deixa de ganhar dinheiro, geralmente, em
custos de funcionários, instalações, tecnologia e equipamentos e materiais.
Varia os ganhos de organização para organização, onde numa a tecnologia é o
carro chefe, em outra é o número de funcionários, sabendo que isso pode se alterar por outros objetivos de desempenho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário