– Brasil, uma tragédia anunciada! Urbanização
do país ocorreu sem investimento e criou atraso de 508 bilhões de reais.
Os brasileiros estão condenados a serem reféns eternos da proliferação do Aedes aegypti? A importância dessa pergunta está diretamente ligada às ultimas descobertas sobre a reprodução do Aedes aegypti
– até então, acreditava-se que o transmissor da dengue, zika e chikungunya
só se reproduzia em água limpa, mas recentemente os pesquisadores comprovaram
que esse mosquito também se desenvolve na presença de matéria orgânica e no
ambiente de esgoto.
O problema é que o Brasil não possuiu uma
política de infraestrutura séria –
afinal, mais da metade da população brasileira não tem coleta de esgoto. São
100 milhões de pessoas vivendo nestas condições, inclusive nas escolas
brasileiras - isso porque 50% delas não têm esgoto.
TRATAMENTO DE ESGOTO
das Capitais (2009-2013)
Fonte: tratabrasil.org.br
·
Lançamento
de esgotos na natureza pelas capitais e por região
Capitais
do Norte: cerca de 82% de todo o
esgoto gerado não é tratado, a pior situação entre todas as regiões.
Em termos absolutos, as capitais da região lançaram em 2013 aproximadamente 211
milhões metros cúbicos (m3) de esgotos na natureza.
Nordeste: as
nove capitais deixaram de tratar 46% do volume de
esgoto gerado em 2013, o que significou o lançamento de
mais de 218 milhões de m3 de esgotos na natureza.
As quatro capitais do Centro-Oeste não trataram 30% de tratamento
de esgoto, o melhor nível das regiões brasileiras. Lançaram
cerca de 88 milhões de m3 de esgotos sem tratamento.
Situação muito ruim também é verificada nas três capitais
do Sul, onde 60% do esgoto gerado não é tratado, representando cerca de 105 milhões de
m3 de esgoto despejados na natureza.
Por fim, o Sudeste
apresenta o segundo melhor desempenho, com cerca de 39% do esgoto gerado não tratado nas
quatro capitais. Em termos absolutos, são despejados cerca
de 542 milhões de m3 de esgoto na natureza.
Somando-se os volumes,
verifica-se que somente as capitais lançaram 1.164 milhões (1,2 bilhão) de m3
de esgotos na natureza em 2013.
- E mesmo
quando há coleta nem sempre há tratamento. Dois
terços do volume que passa das redes são
despejados sem nenhum cuidado.
É perceptível
que o ritmo da urbanização aumentou muito dos anos 1970 para cá, afinal, um em cada cinco brasileiros que vivia em cidades, hoje são nove em cada dez. E o que não aconteceu
foram os investimentos em infraestrutura e de acordo com os números do Instituto Trata Brasil, seriam
necessários 25,4 bilhões de reais
por ano durante vinte anos (total de 508 bilhões de reais) para garantir
também tratamento de esgoto e redução das perdas de água limpa.
Fazendo
um rápido e triste comparativo, os desvios na Petrobrás entre os anos de 2004 a
2014 somaram 42 bilhões de reais,
segundo os cálculos da Polícia Federal
– isso significa dizer que com esse montante, daria para bancar quase cinco
anos do investimento mínimo necessário para resolver um dos mais graves
problemas do país ou mesmo financiar pesquisas e ações de combate ao
mosquito.
Em outras
palavras: quando não há investimento em infraestrutura
básica, a proliferação do Aedes é mais uma tragédia anunciada do que
propriamente um susto.
Fonte e Sítios Consultados
http://veja.abril.com.br/blog/cidades-sem-fronteiras/gestao/falta-de-infra-estrutura-basica-faz-da-proliferacao-do-aedes-aegypti-uma-tragedia-anunciada/
http://www.tratabrasil.org.br/ranking-do-saneamento-2015
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