A palavra administração é
usada tão frequentemente no dia-a-dia, que parece não haver duvidas com relação
a seu significado. O mesmo acontece com palavras como administrador, gerente,
eficiência, que têm papel importante dentro do campo da administração, e muitas
outras.
Definição de Administração
Objetivos, decisões e
recursos são as palavras-chave na definição de administração. Administração é o
processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de
recursos. O processo administrativo abrange quatro tipos principais de
decisões, também chamadas processos ou funções: planejamento, organização,
execução e controle.
Importância Social da
Administração
A administração é importante
em qualquer escala de utilização de recursos para realizar objetivos –
individual, familiar, grupal, organizacional ou social.
Embora o processo
administrativo seja importante em qualquer contexto de utilização de recursos,
a razão principal para estudá-lo é seu impacto sobre o desempenho das
organizações. As organizações assumiram importância sem precedentes na sociedade
e na vida das pessoas.
Na sociedade organizacional,
muitos produtos e serviços essenciais para a simples sobrevivência somente se
tornam disponíveis quando há organizações empenhadas em realizá-los.
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Essencialmente, uma teoria é
uma representação abstrata do que se percebe como realidade. A teoria é um
conjunto de afirmações ou regras feitas para enquadrar alguma parte do mundo
real. Sem teoria, os fatos são silenciosos.
Teorias da administração são
conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das
organizações, que são designadas por meio de diferentes termos, explicados a
seguir.
Ø
Teorias são explicações, interpretações ou proposições sobre a
realidade. Por exemplo: teoria da burocracia, teorias da motivação. A própria
definição da administração como processo de planejar, organizar, executar e
controlar é uma teoria.
Ø
Enfoque, também chamado pensamento, abordagem ou perspectiva, é um
aspecto particular das organizações ou do processo administrativo, selecionado
para estudo e produção de conhecimentos. É também uma forma de interpretar
organizações e o processo administrativo. Por exemplo: enfoque sistêmico,
enfoque comportamental.
Ø
Escola, é uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o
mesmo enfoque, escolheram o mesmo aspecto especifico para analisar, ou adotaram
o mesmo raciocínio: escola das relações humanas, escola japonesa. A escola do
processo administrativo, às vezes chamada escola funcional, compreende os
autores que usam a definição de Fayol, da administração como processo de
planejar, organizar, executar e controlar.
Ø
Modelo de Gestão (ou de administração) é um conjunto de doutrinas e
técnicas do processo administrativo. Muitas vezes, o modelo está associado a
uma base cultural: modelo japonês de administração.
Ø
Modelo de Organização é um conjunto de características que definem
organizações e a forma como são administradas. Modelo de organização é o
produto da utilização de determinadas doutrinas e técnicas. Por exemplo: modelo
burocrático (ou mecanicista) de organização.
Ø
Doutrina (ou preceito) é um principio de conduta, que contém valores,
implícitos ou explícitos. As doutrinas recomendam como agir, orientando os
julgamentos e as decisões dos administradores. Por exemplo, o movimento da
administração científica tinha uma doutrina da eficiência dos recursos. O
movimento da qualidade tem uma doutrina da satisfação do cliente.
Ø
Técnicas são soluções para problemas. Organogramas, metodologias de
planejamento, estudos de tempos e movimentos e sistemas de controle são
exemplos de técnicas.
ADMINISTRAÇÃO NO PRESENTE
No limiar do século XXI, mudanças em todos os tipos de
ambientes – competitivo, tecnológico, econômico, social – levaram ao surgimento
de novos conceitos e técnicas para administrar as organizações. Essas inovações
na teoria e na pratica são chamadas novos paradigmas da administração.
Ø
O QUE SÃO PARADIGMAS?
Paradigmas são modelos ou padrões, que servem como marcos de
referência, para explicar e ajudar as pessoas a lidar com diferentes situações.
No campo da administração, os paradigmas são principalmente:
·
Premissas ou hipóteses: explicações que ajudam a entender as
organizações e orientam a maneira de administrá-las. Nesse caso, paradigma
significa o mesmo que doutrina, conforme a definição apresentada anteriormente.
·
Modelos de administração e organização: ainda conforme as definições já
apresentadas, os modelos compreendem todos os tipos de técnicas e soluções para
administrar as organizações.
·
Contexto: compreende a conjuntura – social, econômica, tecnológica,
competitiva etc. – dentro da qual as organizações são administradas.
Como em muitos outros
campos, os paradigmas da administração mudam constantemente. As mudanças variam
em termos de velocidade, permanência e magnitude. A revolução industrial
provocou mudanças de grande magnitude, em tempo relativamente curto, que moldou
inúmeras características da sociedade atual. Formas de produção e consumo,
urbanização, divisão das pessoas em classes, profissões e muitos outros
aspectos da sociedade fazem parte do paradigma criado pela Revolução
Industrial.
·
Mudanças de Paradigmas
No início do séc. XXI, a
Revolução Industrial continua evoluindo, fazendo a sociedade humana ingressar
na era pós-industrial, caracterizada pela predominância das atividades de
serviços em relação às agrícolas e industriais. Ao mesmo tempo, continua em
marcha a Revolução Digital, que começou em meados do século XX e representou a
complementação e substituição de certas atividades intelectuais por computadores.
A globalização, a passagem para a era pós-industrial e a Revolução Digital
provocou a mudança de muitas concepções tradicionais. Algumas dessas mudanças
são:
·
Mudança no papel das chefias;
·
Competitividade;
·
Interdependência;
·
Administração informatizada;
·
Administração empreendedora;
·
Foco no cliente;
·
Meio ambiente;
·
Qualidade de vida;
·
Emergência do Terceiro Setor.
UM NOVO CENÁRIO
·
UM NOVO FUNCIONÁRIO, UMA NOVA ECONOMIA E UMA NOVA ORGANIZAÇÃO.
A partir da queda dos muros
internacionais, a reboque do movimento de globalização, ocorre, sem dúvida, um
profundo movimento de enobrecimento da Ciência e da Arte da Administração e,
literalmente, o país e as organizações começam a deixar de ser um mero fluxo de
caixa.
Isso foi possível devido à
revolução Tecnológica/Informática, que foi multiplicada pela Revolução das
Comunicações e da Internet, chega-se ao final da década de 90 com um panorama
completamente diferente do início. Em verdade, irreconhecível. Nessa década, em que se viveu, graças a
uma expectativa maciça de melhoria de padrões, uma Era de Romantismo,
buscaram-se mesmo com graves erros filosóficos, a implantação e a criação da
Empresa Visionária. Entretanto, o somatório fragmentado de novas técnicas levou
muitas vezes grandes esforços a resultados de soma zero.
É verdade que alguns programas
de qualidade foram burocratizados, a reengenharia transformada em downsizing, a cidadania em marketing
social, a valorização de pessoas em utilitarismo barato, a Universidade
Corporativa como um nome diferente para a decadente área de T&D, o
encantamento do cliente em processo artificial, fora da realidade do próprio
cliente. É claro, honrosas exceções captaram este Novo Tempo, e empresas de
ponta se adaptaram a essa nova realidade que chegava.
Com
o foco voltado para o futuro, às noticias são boas para quem gosta de mudanças.
Infelizmente, portanto, uma matéria
apreciada por poucos. Diferente do que se imagina, os períodos passados
como: entre 2002–2006 nunca poderão ser caracterizados em termos gerais, como uma
espécie de continuação das mudanças ocorridas na última década.
E por aqui no Brasil, existiu uma ascensão de um governo ‘dito’
trabalhista – o qual na teoria
deveria reforçar ainda mais a questão social e a diminuição das desigualdades
junto da responsabilidade cidadã como parte obrigatória de qualquer agenda de
Desenvolvimento – mas, percebemos que isso foi apenas um discurso, já que na
prática muito pouco foi realizado.
É importante registrar que, senão conservadorismo, pelo
menos cautela será a palavra de ordem nas organizações nos próximos anos. As
lições aprendidas com a ganância infecciosa não serão esquecidas tão cedo,
sendo possível antecipar que reengenharias estarão mais vinculadas a competências
dominadas e muito menos a aventuras no campo desconhecido.
A chegada do século
XXI trouxe novos conceitos e técnicas de administração. Uma mudança
importante ocorreu no papel das chefias. No paradigma tradicional, não há
administração sem chefes, nem vice-versa. Por causa desse vinculo entre um
conceito e outro, as companhias que cresceram durante o século XX tornaram-se
cheias de chefes especializados, organizados em hierarquias complexas.
Downsizing,
diminuição de tamanho, tornou-se uma das palavras de ordem no mundo das
organizações já em meados da década de 1980. Em busca de maior eficiência na
utilização de seus recursos e redução de custos, as organizações achataram a
hierarquia, simplificaram seus processos de trabalho, promoveram o aumento da
produtividade e diminuíram seus quadros de chefes.
Na visão tradicional da administração, o líder é
o chefe das pessoas.
A mudança na estrutura organizacional e no papel das
lideranças é um dos novos paradigmas mais importantes da administração. Embora
os líderes continuem desempenhando os papéis de autoridade e responsabilidade
pelas decisões, o processo administrativo pode e deve ser distribuído em toda a
estrutura. Assim, os funcionários assumem responsabilidades gerenciais (em
equipes autogeridas, por exemplo).
VISÃO GERAL
As organizações têm de ser eficazes. Sejam elas pequenas ou
grandes. Agora, é inegável que a eficácia leva ao crescimento.
Toda organização tem por objetivo básico e fundamental a
manutenção do seu processo de crescimento, significando a possibilidade de
aumentar, manter ou alterar variáveis, como faturamento, rentabilidade,
participação de mercado, área de atuação, agregação de valor, reconhecimento
social, legitimidade etc.
A manutenção do processo de crescimento exige e requer
eficiência por parte da organização. Muitas organizações estão patrocinando
trabalhos sociais de ONGs, podemos dizer que não há diferenças entre uma
entidade filantrópica e uma empresa privada. Em ambos os casos há clientes para
satisfazer e resultados para atingir.
Esses resultados podem ser materiais ou morais. Não se
desconhece o fato de que as empresas têm mais de um objetivo e mais de uma
medida de sucesso e que elas têm de equilibrar interesses concorrentes e
objetivos conflitantes, mas nos parece que o binômio eficiência/crescimento, de
forma simplificada, dá conta de expressar a miríade de objetivos que possam
estar atrelados a uma organização.
É o crescimento, no contexto apresentado, que viabiliza a
sobrevivência da organização no curto prazo e, embora não garanta, dá a ela
perspectiva de existência sólida no longo prazo. Isso vale para toda e qualquer
organização, seja ela privada, pública, instituição religiosa, partido político
ou hospital.
A trajetória das
organizações é recheada de problemas dos mais diversos tipos, vinculados às
mais diversas causas. E o que é um problema? É um conjunto
de situações e dificuldades enfrentado pelas organizações. Assim, ter problemas
é o estado natural dessas entidades. O que muda é o tipo de problema e a menor
ou maior capacidade que ela tenha para resolvê-lo.
“O papel do administrador não
é o de resolver todos os problemas da organização, o que é impossível, mas o de
encaminhar soluções pertinentes à sua esfera de decisão e capazes de levar a
organização ao crescimento, no sentido de prepará-la para agir em cima de
problemas maiores e mais complexos, tornando-a capaz de enfrentar mudanças com
mais rapidez, facilidade e eficiência”.
Não há regras, não há caminhos mágicos. Cada pessoa é uma
individualidade, cada situação tem suas características únicas. No entanto,
será de grande ajuda o entendimento de um modelo simples que analise os
principais elementos do processo de tomada de decisão no âmbito aqui colocado.
TRANSIÇÃO HISTÓRICA
As duas primeiras revoluções industriais, que se
caracterizaram por trabalhadores como apêndice da máquina e pelo paradigma
industrial, atualmente são sucedidas pelo paradigma pós-industrial, onde ‘just-in-time’, qualidade total,
tecnologias da informação, produção enxuta, engenharia simultânea, Internet e
automação constituem uma nova revolução no âmbito das organizações.
Captar e compreender as grandes tendências que estão se
delineando para os próximos anos é tão vital para a gestão estratégica das
organizações quanto administrar os problemas do dia-a-dia. Uma gestão
estratégica desatrelada da realidade presente pode tropeçar em obstáculos mais
imediatos e comprometer a sobrevivência da organização. Em contrapartida, a
Teoria Geral da Administração dirigida sem um olho no amanhã corre o risco de
ser apanhada de surpresa por transformações nos fornecedores, nos clientes, na
competição, no ambiente como um todo, muitas vezes sem ter como reagir de forma
eficaz.
Conseguir se colocar acima das turbulências de curto prazo e
enxergar as transformações mais amplas e consistentes que ocorrem no ambiente é
algo essencial aos administradores/gestores dos dias atuais.
·
O aumento da concorrência
entre as organizações é uma tendência na qual se observam:
- mudanças rápidas nas
exigências do consumidor em relação a produtos e serviços;
- demanda crescente do consumidor por produtos e serviços de
qualidade;
- alteração no poder de compra da população;
- escassez de insumos produtivos e recursos críticos;
- alterações tecnológicas crescentes;
- escassez de determinadas habilidades;
- alterações no ritmo e na natureza das mudanças sociais.
O estudo das grandes tendências na Teoria Geral da
Administração pode oferecer respostas a essas questões. Tais tendências têm o
poder não apenas de sinalizar eventos significativos em emergência, ajudando a
distinguir o que é do que não é relevante, como também de encaixar esses
eventos num todo coerente.
A análise das grandes tendências transforma dados em
informações e conhecimentos, dando significado às coisas e revelando os
desafios que as organizações têm pela frente.
São desafios que não devem ser encarados apenas como mais
problemas. Todo desafio ou aparente ameaça pode ser visto por outro ângulo,
mais positivo. As transformações trazem sempre consigo fantásticas
oportunidades, ao mesmo tempo em que trazem à tona oportunidades e problemas
que o futuro pode gerar; o estudo das grandes tendências permite que se
monitore a congruência entre os esforços da organização e as forças atuantes em
seu ambiente.
As forças econômicas do mundo já ultrapassaram as fronteiras
nacionais há muito tempo, o que resultou em uma maior comunicação, mais
comércio e mais oportunidades. A nova economia global deve ser vista como um
processo de transformação entre países para a formação de uma economia
integrada, analogamente à relação entre os Estados de um mesmo país.
Nesta era da informação, os trabalhadores qualificados e de
elevado nível de educacional ganharão os mais altos salários da historia.
Quanto mais a economia da informação evoluir, melhores serão certos empregos e
maiores serão seus níveis de remuneração; no entanto, é preciso estar
qualificado para desempenhar esses trabalhos.
A passagem da economia industrial para a economia da
informação eleva salários, porém esse aumento de salários se refere aos
trabalhadores instruídos e tecnicamente competentes. Os trabalhadores sem
qualificação e sem instrução terão seus salários em declínio.
Nesse contexto podem ser projetadas transformações que
ocorrerão, provavelmente, no âmbito de atuação das organizações empresariais, e
que poderão ser resumidas quanto a:
- mercado;
- técnicas de mercado;
- produção e logística;
- modus operandi da
organização;
- estrutura e crescimento;
- relações com fornecedores
e clientes;
- obtenção e capacitação de
recursos humanos; e
- liderança.
A PRODUTIVIDADE NO ÂMBITO DA
ADMINISTRAÇÃO
De forma exponencialmente crescente, o grande desafio
empresarial com o qual os gestores se defrontam nas organizações é a melhoria
da produtividade de sua mão-de-obra para melhor atender os clientes, voláteis
em função da pressão exercida pelos concorrentes em seu mercado de atuação.
Peter Drucker enfatiza que o maior desafio isolado com o qual os
administradores atualmente se defrontam é a elevação da produtividade dos trabalhadores
nas organizações, essa questão dominará o pensamento dos gestores durante
muitas décadas.
Segundo Galbraith
(1995), como mais e mais concorrentes entram no mercado, tudo leva a crer
que as pressões de custo continuarão em sua escalada. Quando uma organização
busca obter vantagem competitiva por meio da eficácia de custos, isso traz
implicações profundas em todas as partes dessa organização. Os novos métodos de
custeio baseados na atividade, por exemplo, constituem-se numa importante
ferramenta projetada para segmentar os custos operacionais em seus vários
elementos.
AMPLIAÇÃO DAS FRONTEIRAS DA
ORGANIZAÇÃO
A administração na era
da informação ou da economia digital
deve encarar como absolutamente normal uma organização com suas fronteiras
ampliadas. De fato, um novo tipo de relacionamento está surgindo entre a
organização e seus fornecedores, clientes e demais instituições do seu meio
ambiente de atuação. Tais relacionamentos deverão capacitar as organizações a
desenvolver enfoques abrangentes para os seus mercados, responder rapidamente
às novas oportunidades, ter acesso ‘inter organizacionalmente’ a clientes
comuns, criar novos mercados, compartilhar informações, atuar de forma
conjunta, expandir geograficamente em empreendimentos comuns, entre outras
possibilidades.
A ampliação virtual das fronteiras da organização deverá estabelecer um
cenário em que:
- o acesso às informações da organização ficará
disponibilizado aos seus parceiros e agentes externos;
- a interligação com os clientes da organização se tornará
benéfica para as partes, fortalecendo a fidelidade e o relacionamento de longo
prazo;
- a participação relativa das organizações de um mesmo setor
se alterará constantemente em função direta da adoção de tecnologias da
informação, como Internet, EDI (intercâmbio eletrônico de documentos e de redes
informatizadas); ou seja, a inovação introduzida por uma organização tenderá a
provocar mudança no market share, afetando as demais organizações concorrentes;
- a cooperação entre organizações concorrentes poderá
ocorrer em face da possibilidade de ganhos e benefícios comuns entre elas (por
exemplo, sistemas de reservas de hotéis, transações interbancárias eletrônicas,
intercâmbio em rede de pesquisas, e afins);
- a criação de parcerias e alianças
entre organizações, propiciadas pela interligação virtual, permitirá a geração
de novos produtos e serviços, sem a criação física de novas organizações ou
mesmo de novos departamentos ‘intraorganizacionalmente’.
MUDANÇA NO REGIME DE TRABALHO
O mercado de trabalho, em
face das inúmeras transformações que não param de acontecer vive uma radical
reestruturação. Diante da forte volatilidade do mercado, do aumento da
competição e do estreitamento das margens de lucro, os gestores se
reposicionarão diante do enfraquecimento do poder sindical e da grande
quantidade de mão-de-obra excedente (desempregados
ou subempregados) para negociar regimes e contratos de trabalho mais
flexíveis.
É difícil esboçar um quadro geral claro, visto que o
propósito dessa flexibilidade é satisfazer as necessidades com freqüência muito
especifica de cada organização. Mesmo
para os empregados regulares, com jornada de trabalho de 40 horas semanais em
média, há certa obrigatoriedade de o empregado trabalhar bem mais em períodos
de pico de demanda, compensando com menos horas em período de redução da
demanda, que vêm se tornando muito mais comuns. Mais importante do que isso é a
aparente redução do emprego regular em favor do trabalho em tempo parcial,
temporário ou subcontratado.
Um novo modelo de
administração de Gestão de Pessoas surgirá composto de um núcleo central
formado pelo pessoal estratégico e a periferia representada pela mão-de-obra
não especializada.
O núcleo central desse novo modelo de gestão de pessoas das
organizações do futuro, composto de gestores e pessoal especializado, grupo que
diminuirá cada vez mais e deverá se compor de empregados em tempo integral,
condição permanente e posição essencial para o futuro de longo prazo da
organização. Usufruindo de maior segurança no emprego, boas perspectivas de
promoção e reciclagem, assim como de vantajosos benefícios, esse grupo deve
atender à expectativa de ser móvel, adaptável e flexível.
Os custos potenciais da
dispensa temporária de empregados do grupo central em época de dificuldade
podem, no entanto, levar a organização a subcontratar mesmo para funções de
alto nível, mantendo o grupo central relativamente pequeno.
A NOVA ORGANIZAÇÃO
Teremos um novo tipo de
organização empresarial para os próximos anos. Com diferentes abordagens, mas
com suas características básicas constituídas em pontos comuns, a nova
organização exigirá um debate consistente por parte dos administradores (gestores)
e das escolas de administração.
Aquela organização
tradicional, hierárquica, passa pela fase de profundas mutações. Do mesmo modo
que as barreiras estão sendo desmanteladas na realidade política econômica, a
organização do futuro estará se tornando cada vez mais aberta.
Nunca existiram regras ou
receitas prontas para os administradores adotarem em novos contextos
organizacionais. Da mesma forma, a existência de múltiplas dimensões de mudança
exigirá um reposicionamento dos profissionais de administração ao novo
paradigma da era pós-industrial.
A transição do paradigma industrial para o
paradigma pós-industrial será marcada pela flexibilidade dos processos de
trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Serão
caracterizadas pelo surgimento de setores de produção inteiramente novos, novas
maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo,
elevadas taxas de inovação comercial, tecnológica e organizacional.
A maior flexibilidade e
mobilidade permitida pelo paradigma pós-industrial induzirão as organizações a
adotar empregos flexíveis constituídos por empregados em tempo parcial,
empregados casuais, pessoal com contrato por tempo determinado, temporários,
subcontratação e outros com subsídio
governamental, havendo ainda menos segurança de emprego do que no regime
adotado pelas atuais organizações.
A atual tendência dos
mercados de trabalho é reduzir o número de trabalhadores centrais e empregar
cada vez mais uma força de trabalho que entra facilmente e é desligada sem
custos quando a conjuntura fica adversa.
A subcontratação organizada
abrirá oportunidades para a formação de pequenos negócios e permitirá que
esquemas mais antigos de trabalho domestico, artesanal e familiar revivam e
floresçam como peças centrais e não apenas como apêndices do sistema produtivo
maior.
As economias de escala
buscadas na produção fordista de massa serão substituídas por uma crescente
capacidade de manufatura de uma variedade de bens a preços baixos, produzidos
em pequenos lotes. As economias de escopo, em muitos setores, estão
substituindo as economias de escala.
Embora as organizações taylorista pudessem adotar
as novas tecnologias e processos de trabalho, as pressões competitivas e a luta
por melhor controle de trabalho levarão ao surgimento de inovadores meios de
produção, ou à integração do paradigma industrial a toda uma rede de
subcontratação e de deslocamento para dar maior flexibilidade diante do aumento
da competição e dos riscos.
Uma organização mais coesa e
centralizada será alcançada, principalmente em função do acesso à informação,
bem como o seu controle, aliados a uma forte capacidade de análise instantânea
de dados, o que possibilitará a coordenação centralizada de interesses
corporativos descentralizados.
Para analisar as
transformações no campo da tecnologia e do processo de trabalho comparam-se o
paradigma industrial e o paradigma pós-industrial, que sintetiza a evolução do
antigo (baseado em economia de escala)
para o novo processo de gestão (baseado
em economia de escopo). De tal comparação podem-se aferir nas organizações
as mudanças que se tornarão fatores relevantes a serem observados pelos
administradores em seus futuros modelos de gestão, quais sejam:
- da produção em massa de
bens homogêneos para a produção em pequenos lotes;
- da uniformidade e
padronização para a produção flexível de uma variedade de tipos de produtos;
- de grandes estoques e
inventários para um estágio sem estoques;
- de testes de qualidade a
posteriori para uma fase de controle de qualidade integrado ao processo;
- de um estágio de produtos
defeituosos nos estoques para uma fase de rejeição imediata de peças com
defeito;
- de perda de tempo de
produção por causa de longos períodos de preparo das máquinas, pontos de
estrangulamento nos estoques etc., para uma fase de redução do tempo perdido,
reduzindo-se a “porosidade” no dia de trabalho;
- da organização voltada
para os recursos para uma organização voltada para a demanda;
- de integração vertical e
(em alguns casos) horizontal para integração horizontal, com subcontratação de
terceiros;
- de um estágio de redução
de custos por meio do controle dos salários para uma fase de aprendizagem na
prática integrada ao planejamento em longo prazo;
Finalizamos este com a
posição de que as tecnologias e formas organizacionais flexíveis, típicas do
paradigma pós-industrial, não se tornarão hegemônicas em todas as partes, assim
como ocorreu com o paradigma industrial que as precedeu.
Fonte e
Sítios Consulados
Leituras de TGA durante o Bacharelado em Administração de Empresas
https://professores.faccat.br
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