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9 de janeiro de 2016

Posturas estratégicas


Você deve saber que a matriz SWOT é uma ferramenta de gestão amplamente utilizada nas empresas para a definição de uma estratégia - sabendo que o SWOT significa ForçasStrengths, FraquezasWeaknesses, OportunidadesOportunities’ e AmeaçasThreats – e por conta disso esta ferramenta é capaz de passar uma real situação interna e estabelecer se a empresa se encontra FRACA ou FORTE durante seu Horizonte de Planejamento. De maneira semelhante, ela deverá encontrar na sua análise externa uma definição clara para o ambiente externo, descobrindo se haverá mais AMEAÇAS ou OPORTUNIDADES.

         Se quiser saber mais sobre Análise SWOT é só acessar este endereço:  http://administracaonoblog.blogspot.com.br/2013/09/analise-swot.html
Dessa forma, a empresa cairá dentro de um dos quadrantes da matriz, tendo assim o indicativo de qual POSTURA ESTRATÉGICA é a mais aconselhável para o horizonte de planejamento da empresa. Isso quer dizer que toda matriz, gráfico ou tabela torna rígida a análise de fatos que muitas vezes não são tão imutáveis na vida real. Por isso em situações de indecisões deve-se utilizar o bom senso para uma tomada final do caminho a ser tomado pela empresa.

         Uma Postura de Sobrevivência só deve ser adotada por um curto período de tempo e mesmo assim, sabendo que as consequências podem não ser as esperadas. É importante saber que nesse atual mercado global de mudanças rápidas uma postura de sobrevivência deve ser vista como uma situação mínima e passageira visando atingir outros objetivos mais tangíveis no futuro, como lucros maiores, vendas incrementadas e etc.

         Na Postura de Manutenção, deve-se observar que a empresa dispõe de recursos, mas o momento do seu horizonte indica ameaças e, portanto, a empresa deverá investir moderadamente, maximizando seus pontos fortes.

         Na Postura de Crescimento percebe-se que existe uma oportunidade para a empresa adquirir resultados satisfatórios já que o ambiente externo está proporcionando formas e oportunidades para consegui-los.

         E em uma Postura de Desenvolvimento é sugerido que a empresa leve as suas estratégias bem próximo do limite, afinal a empresa precisa estar bem forte junto com o ambiente de oportunidades para assumir essa postura – O importante é saber dosar os passos da empresa nesta hora para que ela não aja de uma forma muito ousada nessa situação, o que pode representar uma perda sensível para ela.


Vamos acompanhar algumas estratégias:

Redução de custos:

Estratégia de negócios onde a empresa pretende conseguir os resultados através de uma redução dos custos operacionais. Para isso, é necessário verificar os custos fixos como fonte de redução. Outros custos possíveis são: redução de níveis de estoque, diminuição de compras, efetuar leasing de equipamentos, melhorar a produtividade, reduzir promoções. Deve também realizar a análise de Paretto como um formato objetivo de encontrar quais despesas são altas e podem gerar resultados com suas economias.

A saber: Vilfrido Paretto foi um sociólogo italiano que realizou pesquisas econométricas e com seu trabalho, conseguiu verificar um fato que levou o nome de “Princípio de Paretto” – “Em toda relação de valores, sempre existem poucos itens importantes e muitos triviais”. O uso dessa análise se faz de uma forma simples, relacionando todos os valores em análise, ordenando-os do maior para o menor e fazendo um gráfico dos valores x itens. A curva obtida mostrará a incidência de poucos itens de alto valor e muitos com baixos valores, onde a redução, geralmente indicada nas empresas, não será tão significativa.

A partir deste princípio originou-se a “Curva ABC” usada em administração de materiais.

Não confundir essa estratégia de sobrevivência com campanhas de redução de água, luz, telefone que algumas empresas usam, sem resultado significativo. É uma estratégia de baixo investimento e baixo risco.




Desinvestimento:

         Essa é uma estratégia de negócios onde a empresa desativa uma parte da empresa ou linha de produtos, com a finalidade de conseguir o resultado de sobrevivência. Ex.: empresa de microcomputadores que passa a fabricar equipamentos de telecomunicações e chega um momento em que a segunda linha não corresponde às expectativas de lucro, passando a comprometer a empresa como um todo. Exige baixo investimento e pouco risco.




Liquidação:

         Estratégia de negócios onde a empresa encerra suas atividades por não obter os resultados desejados.




Estabilidade:

         Estratégia de negócios onde a empresa procura um equilíbrio entre finanças, produção e vendas, além de firmar o nome no mercado. Aproveita-se que a empresa está forte e o ambiente é de ameaças, sendo um momento propício para tomar fatias da concorrência. Baixos investimentos e baixos riscos.



Nicho:

         Estratégia de negócios onde a empresa vai atender uma parcela restrita, especializada e exigente, de mercado. A empresa fica concentrada em preservar suas vantagens adquiridas, não procura expansão geográfica e corre riscos menores. Escolhe-se primeiro o nicho, ou seja, quais as necessidades exigidas pelo nicho e depois se adequa o produto. Ex.: carros para deficientes físicos. Em geral, poucos investimentos e baixos riscos.



Especialização:

         Estratégia de negócios onde a empresa decide investir em tecnologia, marketing e design, para tornar seu produto referência de mercado. Em geral se consegue redução de custos unitários pelo processamento em massa e, consegue-se aumentar preços. Ex.: bolsa Victor Hugo, Gillete. Abaixa custo e aumenta preço – lucro maior. Para ser referência, além de diferenciar o produto, há que se fazer muito marketing para passar esta diferenciação. Exige alto investimento em tecnologia e marketing, com baixos riscos.




Inovação:

         Estratégia de negócios onde a empresa decide lançar de uma forma programada, periódica ou constante, modificações no produto, com as finalidades de conseguir fatias de mercado e provocar a concorrência. Ex.: Omo, Gillete. Não é qualquer inovação. A mudança de detalhes nos carros, anualmente, para distinguir modelos, por exemplo, não é uma estratégia de inovação, pois todos fazem no mesmo período. Estratégia que exige alto investimento em pesquisa. Tem risco moderado.



Joint-Venture (união para aventura)
        
Estratégia de negócios onde duas ou mais empresas formam uma terceira, permanecendo as empresas iniciantes, com suas características originais, para que a nova empresa possa vencer uma barreira legal ou mercadológica. Ex.: Ford e VW formam a Autolatina, Sadia e Perdigão formam uma trading para exportação. IBM e Gerdau, na época do governo militar, fizeram uma empresa de computadores, pois o governo proibia que empresas estrangeiras fabricassem micro no país. Essa estratégia exige investimentos na formação da empresa. Os riscos são variados, dependendo da atividade e das empresas conseguirem manter essa empresa livre a concorrência que há entre as empresas formadoras da união.



Franchise (franquia):

         Estratégia de negócios onde a empresa decide crescer, usando capital de terceiros, cedendo o uso da marca e o Know-how, bem como controlando o processo. Ex.: McDonald’s, Boticário, Mundo Verde, etc. No Brasil os números de franquias são altíssimos. Deve-se entender essa estratégia mais do ponto de vista do franqueador, pois é ele que decide abri-la e comanda o negócio como um todo. O franqueado segue regras e não aparece no negócio e deve analisar sua estratégia ao decidir participar do negócio e assinar contrato. Para o franqueador, são necessários baixos investimentos e baixo risco. Para o franqueado, vai depender da inicialização do projeto e de seus investimentos. Os riscos são moderados.



Expansão:

         Estratégia de negócios onde a empresa aumenta seu volume de vendas, finanças ou produção, sem alterar suas características. Ou seja, a empresa cresce, sem alterações na sua identidade. É a estratégia mais comum e mais simples. O risco é pequeno e o investimento depende do tamanho da expansão.



Internacionalização:

         Estratégia de negócios onde a empresa passa a ter atividades num país diferente do seu atual. É uma estratégia de desenvolvimento de mercado (ver abaixo), porém geralmente é tratada separadamente por envolver a ideia de sair do país. Estratégia de alto risco e de muito investimento, porém rentável. Há que se tomar cuidado com os problemas culturais, hábitos, costumes e linguagem. É importante cumprir prazos e detalhes contratuais. As formas de internacionalização são:
-         levar só o produto, sem nome, para um representante distribuir com a marca dele;
-         levar o produto com a sua marca para o representante distribuir;
-         montar a distribuição;
-         montar a empresa completa (multinacionais)



Desenvolvimento de produto:

         Estratégia de negócios onde a empresa lança um novo produto, diferente do seu atual, no mercado onde ela já domina com seu produto, atua e conhece. Estratégia cara, pois exige investimento para pesquisar, obter tecnologia para iniciar a produção e venda do novo produto. Corre-se o risco de rejeição do novo produto pelo mercado, comprometendo as vendas do atual. A vantagem é conhecer o mercado e ter um canal de distribuição, caso sirva para o novo produto. Ex.: Empresa vende queijo e lança doce de leite no mesmo mercado.


Desenvolvimento de mercado:
 Estratégia de negócios onde a empresa leva seu produto atual para um novo mercado, diferente do seu atual, (ver internacionalização). Estratégia de baixo risco e baixo investimento. A vantagem é dominar o processo produtivo e caso haja rejeição no novo mercado, volta-se para o mercado base. Ex.: Empresa de queijo em MG leva o produto para São Paulo.



Desenvolvimento misto:

         Estratégia de negócios onde a empresa lança um produto novo num mercado novo, diferente do seu mercado atual onde domina com seu produto atual. Estratégia cara, pois exige recursos para o desenvolvimento do novo produto e do novo mercado sendo também de alto risco. A vantagem é não arriscar o produto novo, no mercado que ela domina e caso haja sucesso no mercado novo, ela pode levar o produto atual para o novo mercado, além de poder trazer o produto novo para o mercado atual. Ex.: Empresa de queijo de MG lança doce de leite em São Paulo.


                                      MATRIZ DE ANSOFF:

DESENVOLVIMENTO
PRODUTO NOVO
PRODUTO ATUAL
MERCADO NOVO
Misto
Desenvolvimento de mercado
MERCADO ATUAL
Desenvolvimento de produto
Penetração de mercado


Diversificação horizontal:

         Estratégia de negócios onde a empresa passa a dominar outros tipos de negócios diferentes do seu atual, permanecendo no mesmo nível de escala produtiva, usando os mesmos insumos, tecnologias e clientes. Estratégia de baixo risco e relativo investimento. Ex.: Confecção de camisetas passa a ter fábrica de meias, cuecas, camisas, etc.



Diversificação vertical:

         Estratégia de negócios onde a empresa passa a dominar outros tipos de negócios diferentes do seu atual, incorporando outros níveis de escala produtiva.
         Quando assume nível anterior, (em direção ao fornecedor) a estratégia se chama Backward integration e, no nível posterior (em direção ao consumidor) chama-se Forward integration. Estratégia cara e de alto risco. Provoca o engessamento dos negócios, pois a empresa vira cliente dela mesma. Exige o domínio de diferentes tecnologias e muita imobilização de capital. Deve ser usada quando a empresa tem dificuldades no fornecimento de insumos. Nos mercados atuais, de grandes dimensões, fica difícil para a empresa atender vários segmentos. Ex.: Confecção passa a ter malharia, fiação, ou distribuição e lojas.



Diversificação conglomerativa:

         Estratégia de negócios onde a empresa passa a dominar empresas de ramos diferentes do seu original formando o que se chama de conglomerado de empresas. Diferencia-se da verticalização, pois uma empresa não depende da outra. Estratégia cara e de alto risco, porém menos risco que a verticalização.
 O conglomerado exige uma Holding, ou seja, uma empresa controladora do grupo cuja missão é maximizar os lucros do grupo de empresas. Ex.: Bradesco: (bancos, seguradoras, financeiras, fazendas, gráficas, eletrônica, informática, peças automotivas, inseminação artificial etc.); Votorantim: (Cimento, zinco, alumínio, celulose, aço, banco, têxtil, citro cultura, etc.); Rio Vermelho Participações; (são mais de 70 empresas do grupo Camargo Correa como, por exemplo, construção civil de várias áreas, mineração, energia elétrica, Alpargatas, Santista etc.); Rede Globo: (TV, rádios, jornais, TV a cabo, editora, eletrônica etc.).



Fusão de empresas:

         Estratégia de negócios onde duas ou mais empresas se unem numa só. Tem a vantagem de redução violenta de custos, redução da administração, dos departamentos de vendas e financeiros, do canal de distribuição e provocando um fortalecimento da empresa. Ex.: Ambev, laboratórios farmacêuticos e bancos que recentemente se fundiram.
Observação: No Brasil, a exemplo de vários outros países, principalmente os mais desenvolvidos, existe um órgão de governo chamado CADE que regula, vigia e limita a participação no mercado na mão de uma só empresa. Nesse caso deve-se verificar se tal fusão não irá ultrapassar os limites em vigor.

Cartel:

Estratégia de negócios onde a empresa decide combinar com outras empresas a definição de regras de mercado que irão praticar, tais como: áreas de atuação, volume de negócios, produção, tipos de produtos e preços. Isso é ilegal – desde que seja comprovado – pois engana o mercado e frustra a livre concorrência.


Dumping:

         Estratégia de negócios onde a empresa, decide abaixar seus preços, por um longo período, às vezes abaixo do seu custo, para prejudicar de forma irreversível, o concorrente. Isso também é ilegal e imoral, já que visa frustrar a livre concorrência, e enganar os clientes.



Truste (to trust = confiar):

         Estratégia de negócios onde a empresa entrega sua administração à outra, seguindo suas orientações. Ex.: banco de um estado americano segue orientação de outro.



Circunstâncias de Mercado:

1 – Monopólio: circunstância de mercado em que uma única empresa atua com o seu produto.

2 – Oligopólio: circunstância de mercado que poucas empresas dominam o mercado. Ex.: cimento, aço, geladeira, etc.

3 – Monopsonia: circunstância de mercado onde existem vários produtores para um só comprador. Ex.: uma siderúrgica para várias mineradoras.

4 –Oligopsonia: circunstância de mercado onde existem poucos compradores para vários produtores. Ex.: poucos laticínios para muitos produtores de leite.

Observação: Os quatro conceitos acima são situações de concorrência imperfeita. Eles apresentam um desequilíbrio e prejudicam um lado ou outro, dentro do mercado. Não são estratégias, pois não são decididas pela empresa, na sua forma original. Uma empresa que quisesse ser monopolista, por exemplo, a partir de um mercado já definido, teria que aplicar dumping, fusões ou demais estratégias até se tornar única. Atentar para o fato de que nos oligopólios e oligopsonias, existe, de uma forma natural, convergência de preços, fato já analisados pelos economistas, sendo, portanto prudente não acusar previamente empresas de praticar cartel ou outras irregularidades.


Fonte e Sítios Consultados

www.machadosobrinho.com.br


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