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16 de janeiro de 2016

Aedes aegypti frequenta o Brasil desde o século 17




      
     O  mosquito Aedes aegypti transmissor de doenças como a dengue, a febre amarela, a febre chikungunya e o vírus Zika é originário do Egito, na África, e desde o século 16 ele vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta – aqui no Brasil, como veremos abaixo, esse vetor chegou ainda no período colonial trazido pelos navios com os escravos. 

        Quando Oswaldo Cruz assumiu a direção do Departamento Nacional de Saúde Pública no Brasil, já estávamos muito doentes. E a região que mais sofria no Brasil, era o Rio de Janeiro e estamos falando do final do século XIXE, eram duas as doenças que tiravam o sono das autoridades e de toda a população: a febre amarela e a varíola.




      Sempre que o assunto é sobre as epidemias na história do Brasil, logo a primeira a ser lembrada é a febre amarela. E desde aquele tempo ela já era transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti – mosquito esse que chegou aqui no Brasil no século XVII a bordo dos navios que vieram da África. Os primeiros relatos dos casos são da data de 1685, no Recife, e em 1692, na cidade de Salvador.

      De acordo com o Instituto Oswaldo Cruz, o Aedes aegypti foi descrito cientificamente pela primeira vez em 1762, porém ele só obteve o seu nome em definitivo no ano de 1818 após a descrição do gênero Aedes.

        Algo muito interessante, é que durante o século XVIII não foram relatados casos dessa doença no Brasil – e ela só retornou entre 1849 e 1850 na forma de uma grande epidemia que assolou quase que o Brasil todo, e uma das cidades mais atacadas o Rio de Janeiro. E esse surto epidêmico fez com que o Império agisse tomando medidas que puderam ser consideradas de saúde pública, afinal o governo daquela época, por meio de um decreto, tentou limpar as cidades purificando o ar. Mas, mesmo assim, a febre amarela continuou a atacar e ainda não se imaginava que a causa da doença era um mosquito e a partir do ano de 1850 ela se tornou endêmica no Rio de Janeiro. O número de vítimas passou a aumentar assustadoramente e entre os anos de 1880 e 1889 foram registrados 9.376 casos.

        E foi só no final do século XIX que a solução para a febre amarela surgiu, afinal, até essa época as teorias sobre a doença eram inúmeras. Muitos, aqui no Brasil acreditavam que o clima, o solo e o ar poderiam ser propícios para o seu surgimento; por isso aquela ideia de limpar o ar. E foi quando um cientista cubano descobriu que a febre amarela era transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – e como Oswaldo Cruz já tinha conhecimento do trabalho desenvolvido em Cuba ele então iniciou a sua luta para acabar com a febre amarela na cidade do Rio de Janeiro, recebeu amplo apoio do presidente Rodrigues Alves, que havia perdido um dos filhos por causa dessa doença.


       E o apoio político foi muito importante para que a ação do sanitarista obtivesse resultados positivos, pois, nos meios científicos, muitos médicos não acreditavam que um ‘simples’ mosquito poderia ser o transmissor da febre amarela. Para combater a doença e o mosquito, Oswaldo Cruz dividiu a cidade em distritos e organizou as chamadas “brigadas mata–mosquitos”. Conta-se que as “brigadas” tinham o poder de invadir e isolar qualquer residência suspeita de abrigar focos do mosquito.

       E já naquele tempo ficaram conhecidas como as medidas de profilaxia de Oswaldo Cruz: que tiveram a característica de uma campanha militar, já que os doentes eram isolados e a cidade ficou sob a constante vigilância das autoridades policiais e sanitárias – é importante saber que houve uma imposição de normas de higiene e vigilância sobre a cidade e os hábitos da população, o que acabou caracterizando isso como uma prática autoritária. Mas, o fato é que contra a febre amarela Oswaldo Cruz obteve sucesso.

       Só que depois foi preciso enfrentar a varíola, e para quem ainda não sabe, a varíola é uma das doenças mais antiga e responsável pela perda de muitas vidas ao longo da história que se tem notícia – sabe-se que ela é causada pelo vírus, Orthopoxvirus variolae, ela tirou muitas vidas ao longo da história. A sua presença marcou importantes períodos, como a Idade Média, época em que recebeu inúmeras denominações, como “pequena pústula” e até mesmo o nome usado até hoje, “varíola”.

    O fato é que atualmente, depois de um rápido levantamento dos índices para o Aedes aegypti (LIRAa) - que se baseia em dados de outubro e novembro de 2015 e acumulam informações de 1.792 cidades – esses dados mostram um total de 199 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, chikungunya e vírus Zika devido à presença significativa do Aedes aegypti. Essa classificação foi feita com base nos dados reunidos pelo Ministério da Saúde levando em conta o fato de que em mais de 4% das casas visitadas nesses locais foram encontradas larvas desse mosquito.


Fonte e Sítios Consultados
http://agenciabrasil.ebc.com.br
http://www.aprendebrasil.com.br







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