Sabe aquele ódio escaldante que bate do nada? Por exemplo, quando simplesmente
cai o sinal da internet ou aquele impulso violento de buzinar no trânsito quando
somos fechados do nada! – Pois é, são fatos comuns dos dias de hoje capazes de
provocar aquela famosa "explosão" de raiva em muitas
pessoas, e por conta disso, este fato vêm sendo estudado e de acordo com os neurocientistas,
isso tem a ver com a vontade de proteger o que é importante para nós – e, além
disso, quanto mais entendermos o que motiva essa raiva, mais rápido poderemos controla-la.
Na recente publicação da revista
Galileu, que trás a entrevista do Science of Us, o pesquisador R.
Douglas Fields explicou os motivos que nos levam a sentir essa raiva tão
intensa. Em seu novo livro, Why We Snap: Understanding the Rage Circuit
in Your Brain ("Por que explodimos: entendendo os circuitos da
raiva em seu cérebro", em tradução livre), Fields esmiuçou todas as causas
que nos levam a "explodir" e agrupou-as em nove seções: integridade
física, insulto, família, ambiente, sexo, ordem social, dinheiro, tribo e
impedimento, esta última relacionada a tudo que nos tolhe, física ou
psicologicamente, e causa a sensação de encarceramento. Sempre que nos
sentimos ameaçados em qualquer um desses setores, é como se algo essencial para
nossas vidas estivesse em risco – e nosso cérebro se prepara para a briga como
meio de defesa.
"Todos temos
esses 'circuitos' em nossos cérebros, porque os seres humanos se desenvolveram
em uma natureza selvagem, em um ambiente em que sobrevive quem é o melhor. Nossos
cérebros são os mesmos que tínhamos há cem mil anos. Mas nosso ambiente é
totalmente diferente agora", explicou Fields.
É preciso entender que a "explosão"
não é consciente e acontece muito rápido. Isso ocorre porque a
parte do cérebro responsável por essas respostas é aquela que detecta ameaças e
cria uma forma de responder a elas. Pense em alguém jogando uma bola
para você: mesmo que esteja distraído, seu cérebro vai perceber a esfera em sua
direção e preparar sua defesa em segundos, antes mesmo que você se dê conta
disso. Vale lembrar que existe uma parte gigante do seu cérebro que se
ocupa em perceber ameaças, externas e internas, e essas informações estão
sempre alimentando seu cérebro – de forma totalmente subconsciente. A resposta
física também é automática.
O mais curioso disso tudo é que o instinto responsável pela
explosão de raiva que sentimos quando a internet não colabora é exatamente o
mesmo que nos move a agir de maneira positiva e instantânea – como
muitos atos de "heroísmo" de pessoas que salvam alguém em risco e mal
se lembram do que fizeram depois. "Esse instinto funciona maravilhosamente
na maior parte do tempo. Às vezes, dá errado. E é isso que queremos
controlar", disse.
E como controlar a raiva? O próprio Fields admite: tentar acalmar alguém
nervoso, muitas vezes, só deixa a situação pior. "Mas identificando o que
gera essa raiva, é possível virar o jogo", explicou. Quando a
pessoa se torna consciente de que este gatilho vem de um instinto ancestral, é
mais fácil perceber que reagir raivosamente pode ser um exagero. "De
repente, você percebe que isso não é motivo para briga – e o sentimento ruim
vai embora". Entender como alguma coisa funciona sempre é o primeiro passo
para usá-la melhor e ter controle sobre ela.
Fonte e Sítios Consultados
http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/01/neurocientista-explica-o-que-ha-por-tras-de-explosoes-de-raiva.html
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