Muito se fala em
Planejamento Estratégico (PE), e nas organizações de maneira geral ainda encontramos uma série de interpretações com relação a esta ferramenta da
administração. O Planejamento Estratégico, que se tornou o foco de atenção da
alta administração das empresas, volta-se para as medidas positivas que uma
empresa poderá tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as oportunidades
encontradas em seu ambiente.
Empresas de todos os
tipos estão chegando à conclusão de que essa atenção sistemática à estratégia é
uma atividade muito proveitosa. Empresas pequenas, médias e grandes,
distribuidores e fabricantes, bancos e instituições sem finalidade de lucro,
todos os tipos de organizações devem decidir os rumos que sejam mais adequados
aos seus interesses.
As razões dessa
atenção crescente à estratégia empresarial são muitas, algumas mais evidentes
que outras. Dentre as causas mais importantes do crescimento recente do Planejamento
Estratégico, pode-se citar que os ambientes de praticamente todas as empresas
mudam com surpreendente rapidez. Essas mudanças ocorrem nos ambientes
econômico, social, tecnológico e político. A empresa somente poderá crescer e
progredir se conseguir ajustar-se à conjuntura, e o Planejamento Estratégico é
uma técnica comprovada para que tais ajustes sejam feitos com inteligência.
Trata-se de um
instrumento mais flexível que o conhecido Planejamento em Longo Prazo. Um
elemento-chave da estratégia é a seleção de apenas algumas características e
medidas a serem consideradas tomadas. É um instrumento que força, ou pelo menos
estimula, os administradores a pensar em termos do que é importante ou
relativamente importante, e também a se concentrar sobre assuntos de
relevância.
O mais importante na
utilização do Planejamento Estratégico é o seu estreito vínculo com a
administração estratégica nas organizações. Não se pode tratar isoladamente o
planejamento estratégico sem entrar no processo estratégico, contribuindo assim
de forma mais eficaz com a gestão dos administradores na obtenção dos seus
resultados.
O QUE É PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO?
Com a mudança
constante dos cenários econômicos no mundo, inclusive no Brasil, surgem alguns
fatores negativos sobre os quais deverá se concentrar a atenção dos
administradores.
Questões como
reduzido crescimento econômico, globalização, regulamentação governamental,
inflação, escassez de alguns recursos, alto custo do petróleo e protecionismo
internacional deverão alertar as organizações para a utilização e
aperfeiçoamento desse Planejamento.
No Brasil, apesar de
muitas empresas já estarem utilizando a metodologia do Planejamento
Estratégico, ainda pairam dúvidas sobre o que realmente este vem a ser e como
deve ser formulado. A maior dúvida diz respeito a uma acentuada tendência para
a utilização dos termos “Planejamento Estratégico” e “Planejamento a Longo
Prazo” como se fossem sinônimos.
Segundo Igor ANSOFF
(1990), somente um número reduzido de empresas utiliza o verdadeiro
Planejamento Estratégico. A grande maioria das organizações continua empregando
as antiquadas técnicas do Planejamento a Longo Prazo, que se baseiam em
extrapolação das situações passadas.
A metodologia do
Planejamento a Longo Prazo foi desenvolvida nos Estados Unidos na década de 50,
com profunda influência da tecnologia de planejamento dos países com economia
planejada a longo prazo. Em consequência disso, na opinião de Marvin BOWER
(1966), os planos a longo prazo tornaram-se projeções de lucro (para dez anos
ou mais) sem muita utilidade, representados por uma enorme quantidade de papel
e uma limitada quantidade de pensamento estratégico. Tais planos não permitem
antever a realidade ambiental futura.
Na metade dos anos
60, foi introduzida a metodologia do Planejamento Estratégico mediante
proposições do prof. Igor Ansoff, dos pesquisadores do Stanford Research
Institute e dos consultores da McKinsey Consulting Co. (TAYLOR, 1975).
Philip KOTLER (1975),
um dos defensores da sua utilização, propõe o seguinte conceito: “O Planejamento
Estratégico é uma metodologia Rev. FAE, Curitiba, v.3, n.2, p.9-16, maio/ago.
2000 gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela
Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”. A direção engloba
os seguintes itens: âmbito de atuação, macro políticas, políticas funcionais,
filosofia de atuação, macro estratégia, estratégias funcionais, macro objetivos,
objetivos funcionais. O grau de interação entre uma organização e o ambiente,
que pode ser positivo, neutro ou negativo, é variável dependendo do
comportamento estratégico assumido pela organização perante o contexto
ambiental. O quadro a seguir ilustra os comportamentos opcionais de uma
organização e as respectivas consequências.
Existem dúvidas,
também, sobre as diferenças entre Planos Estratégicos, Táticos e Operacionais.
Russell ACKOFF (1966)
esclarece que o Plano Estratégico é pertinente à organização como um todo,
enquanto os Planos Táticos estão relacionados com as diversas áreas da
organização. Por exemplo, um Plano Financeiro e um Plano de Marketing são
Planos Táticos.
Para operacionalizar
os Planos Táticos, são preparados os Planos Operacionais, que orientam a
alocação de recursos para cada parte dos Planos Táticos.
MITOS E CONCEPÇÕES
ERRÔNEAS SOBRE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
No mundo dos
negócios, a maior parte do pensamento convencional sobre planejamento
estratégico, ou seja, o estabelecimento de metas e a formulação de planos para
atingi-las, é mal conduzida e às vezes obsoleta. Muitas organizações perdem
tempo excessivo e energia intelectual preciosa tentando planejar e fazer um
prognóstico de seu futuro. Criam planos estratégicos grandiosos, apoiados em
orçamentos detalhados, estimativas de recursos, planos táticos e cronogramas,
mas a maioria desses esforços tem pouca ligação com o sucesso dos negócios.
Muitos líderes
organizacionais tendem a confundir orçamento com planejamento. Nas instituições
estatais, por exemplo, em que os orçamentos são quase em ‘sua totalidade dirigidos’ para os custos da folha de
pagamento, o líder simplesmente extrapola os custos do ano vigente para o ano
seguinte, com correções para ajustes de salários e fatores relacionados ao
custo de vida. Todos eles compõem seus orçamentos corretamente, com mínimas
mudanças, e o processo passa de um ano para outro. Esse tipo de atividade com
base no orçamento ilude as pessoas, levando-as a pensar que estão planejando,
mas de fato frequentemente há muito pouco ou nenhum planejamento (ALBRECHT,
1994).
Do Planejamento à Projeção Futura
Há uma forma melhor
de se pensar no futuro. É preciso mudar o vocabulário que usamos para pensar e
falar sobre como orientar nossos negócios. Planejar é a palavra
apropriada para se projetar um conjunto de ações para atingir um resultado
claramente definido, quando se tem plena certeza da situação em que as ações
acontecerão e controle quase absoluto dos fatores que asseguram o sucesso no
alcance dos resultados. É necessário um plano para se construir uma ponte,
pilotar um avião, transplantar um rim, abrir um novo escritório numa outra
cidade ou lançar um novo produto.
Mas, se alguém
pretende se aventurar num mercado competitivo, ou passar do mercado nacional
para um mercado global, ou defender seu negócio principal (core business)
em face de mudanças competitivas e tecnológicas expressivas, é preciso algo
mais que planejamento. É necessário um processo de raciocínio que seja
explorador, e não determinístico. Albrecht (1994) o chama de projeção futura.
O planejamento como é
feito convencionalmente tem pouco a oferecer em qualquer situação altamente
ambígua. Os documentos elaborados, as previsões, os planos de ação e os
cronogramas frequentemente não passam de miragem intelectual. Em alguns casos,
a ilusão de exatidão que eles criam pode levar a um desvio da concentração nos
meios para se alcançar o sucesso. Eles podem dirigir sua atenção erroneamente,
fazendo com se siga os planos em vez de explorar oportunidades, das quais a
maioria certamente não constará dos planos.
Em uma abordagem de
projeção do futuro, são necessárias medidas de resultado, ou indicadores
críticos, que ajudem a medir a eficácia das estratégias de ação. Mas não
podemos nos iludir, pensando que temos um conjunto realista de metas e que
estaremos trabalhando para atingi-las. Ao contrário, estaremos desenvolvendo
estratégias de ação para explorar o que está acontecendo no ambiente e usando
os indicadores críticos para, então, decidir o que fazer.
A preocupação, nesse
momento, não deve se centrar na expectativa de êxito ou fracasso, pois estaremos
nos adaptando continuamente às consequências das nossas estratégias de ação.
Parece uma distinção
sutil, mas pode ser profunda em seus efeitos sobre os processos de raciocínio
aí presentes.
Desse ponto de vista,
o ciclo típico do planejamento anual que tantas organizações seguem
religiosamente pode, na realidade, travar a agilidade delas para reagir às
mudanças, ameaças e oportunidades. Redigir o plano estratégico e o orçamento
anual é um processo tão exaustivo que ninguém deseja mudá-lo, mesmo que ocorram
mudanças ambientais importantes no decorrer do ano.
É preciso tanto
planejar quanto projetar o futuro para tornar uma empresa bem-sucedida. São
necessários indivíduos capacitados nas duas tarefas. Requerem-se líderes que
dominem ambas as práticas. Enquanto projetar o futuro é um processo que envolve
decidir como agir com base no que está ocorrendo no ambiente imediato e
no futuro próximo, planejar é a tradução dessa decisão em ações
gerenciáveis. A impossibilidade de se fazer um planejamento para um futuro que
se mostra confuso e ambíguo não deve gerar sentimentos de frustração ou
impotência. Deve-se, isto sim, desenvolver as qualificações e a disciplina para
interpretar continuamente esse futuro em termos de ações e iniciativas
estratégicas, e assim usar as habilidades de planejar para concretizar planos
coerentes. Podem-se sintetizar as orientações seguidas no planejamento e na
projeção do futuro da seguinte forma:
A projeção futura e o
planejamento devem encontrar-se no ponto em que seja possível divisar uma
estratégia de ação e traduzi-la numa meta ou alvo. Nesse sentido, o
planejamento torna-se o resultado tático da projeção do futuro, mas não se
espera que ele resolva o quebra-cabeça estratégico para a empresa; trata-se de
um quebra-cabeça dinâmico, cujas peças são encaixadas a cada dia, a cada mês e
ano, e não montadas de uma só vez, na elaboração do chamado plano.
A premissa norteadora
para essa manobra criativa é a Administração Estratégica. Com uma compreensão
clara na empresa de quem realmente é, de sua capacidade, de qual é o seu
negócio, de que valor cria para os clientes e de como se diferencia para ganhar
clientes e mantê-los, tem os meios para fazer a maior parte do trabalho, não
importando o que o ambiente de negócios apresente.
O Conceito de Administração Estratégica
O estudo da
Administração Estratégica teve sua forma definida pela primeira vez após a
Fundação Ford e a Carnegie Corporation patrocinarem, nos anos 50, a pesquisa no
currículo das escolas de negócios. Um resumo dessa pesquisa, chamada de
relatório Gordon-Howell, recomendou que o ensino de negócios tivesse uma
natureza mais ampla e incluísse um curso de capacitação em uma área chamada de
política de negócios (GORDON e HOWELL, 1959).
Tal curso deveria ter
características muito distintas. Em vez de apresentar aos estudantes problemas
de negócios para análise em áreas específicas, tais como marketing ou finanças,
enfatizaria o desenvolvimento de conhecimentos na identificação, análise e
solução de problemas do mundo real em amplas e importantes áreas de negócios.
Assim, daria aos estudantes a oportunidade de exercitar qualidades de
julgamento que não são explicitamente exigidas em qualquer outro curso. O
relatório também recomendou que o novo curso de política se concentrasse em integrar
o conhecimento já adquirido em outros cursos e promovesse o desenvolvimento das
habilidades dos estudantes usando aquele conhecimento. O relatório
Gordon-Howell conseguiu ampla aceitação. Por volta dos anos 70, o curso fazia
parte do currículo de muitas escolas de negócios.
Entretanto, com o
passar do tempo, o enfoque inicial do curso foi ampliado, incluindo a
consideração da organização global e seu ambiente. Por exemplo, a
responsabilidade social e ética, bem como o impacto potencial de fatores políticos,
legislativos e econômicos sobre o êxito na operação de uma organização
tornaram-se assuntos de interesse. Essa ênfase mais recente e mais ampla
induziu os líderes da área a mudarem o nome do curso de Política de Negócios
para Administração Estratégica (LEONTIADES, 1982).
O conceito de
Administração Estratégica tem evoluído e continuará a evoluir (GINTER e WHITE,
1982). Como resultado, é perceptível a falta de consenso sobre o significado
preciso do termo (ANSOFF, 1993).
Apesar do impasse, a
administração estratégica é executada em muitas organizações atualmente, e
muitas delas se beneficiam de forma significativa.
A Administração
Estratégica é definida como um processo contínuo e interativo que visa manter
uma organização como um conjunto apropriadamente integrado a seu ambiente.
No passado, o
processo de administração estratégica era influenciado em grande parte pelo
departamento de planejamento das organizações. Os integrantes desses
departamentos eram envolvidos pelo projeto e implementação dos sistemas de
administração estratégica dentro de suas organizações. Entretanto, mais
recentemente, os departamentos de planejamento perderam um pouco de sua
influência (CERTO, 1993).
O processo atual de
administração estratégica tende especialmente em organizações menores, a ser
dominado pelo diretor-presidente (CEO) da companhia. O presidente é também
considerado primariamente como o principal responsável pelo sucesso do
processo.
Isso não significa,
contudo, que o presidente execute o processo de administração estratégica
independentemente. Pelo contrário, o CEO bem sucedido nessa área geralmente
esboça um processo de administração estratégica que envolve membros de diversas
áreas e diferentes níveis da organização.
Uma organização pode
obter vários benefícios praticando de forma correta a administração
estratégica. Talvez o mais importante seja a tendência de tais organizações
aumentarem seus níveis de lucro. Embora estudos anteriores tenham concluído que
o aumento da lucratividade normalmente não acompanha a aplicação da
administração estratégica, 1 um significativo número de pesquisas recentes
sugere que um eficiente e efetivo sistema de administração estratégica pode
aumentar a lucratividade.
O Processo de Administração Estratégica
A Administração
Estratégica envolve um processo ou uma série de etapas. As etapas básicas
incluem:
Etapa 1 - Execução de uma
análise do ambiente: O processo de
administração estratégica tem início com a análise do ambiente, isto é, com o
processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as
oportunidades presentes e futuras. Nesse contexto, o ambiente organizacional
encerra todos os fatores, tanto internos como externos à organização, que podem
influenciar o progresso obtido através da realização de objetivos da
organização. Os administradores devem compreender o propósito da análise do
ambiente, reconhecer os vários níveis existentes no ambiente organizacional e
entender as recomendações das normas para realizar uma análise do ambiente.
Etapa
2 - Estabelecimento de uma diretriz organizacional: A
segunda etapa do processo de administração estratégica é o estabelecimento da a
diretriz organizacional ou determinação da meta da organização. Há dois
indicadores principais de direção para os quais uma organização é levada: a
missão e os objetivos organizacionais. A missão organizacional é a finalidade
de uma organização ou a razão de sua existência. Os objetivos são as metas das
organizações. Há outros dois indicadores de direção que, atualmente, as
empresas estabelecem: a visão, que é o que as empresas aspiram a ser ou se
tornar, e os valores, que expressam a filosofia que Norteia a empresa e a que a
diferencia das outras.
Etapa
3 - Formulação de uma estratégia organizacional: A
terceira etapa do processo é a formulação da estratégia. Esta é definida como
um curso de ação com vistas a garantir que a organização alcance seus
objetivos. Formular estratégias é projetar e selecionar estratégias que levem à
realização dos objetivos organizacionais. O enfoque central está em como lidar
satisfatoriamente com a concorrência. Assim que o ambiente tenha sido analisado
e a diretriz organizacional estipulada, a administração é capaz de traçar
cursos alternativos de ação em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da
organização.
Etapa
4 - Implementação da estratégia organizacional: Nesta
quarta etapa colocam-se em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que
emergiram de etapas anteriores ao processo de administração estratégica. Sem a
implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os
benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de
uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional.
Etapa
5 - Controle estratégico: O controle estratégico é um
tipo especial de controle organizacional que se concentra na monitoração e
avaliação do processo de administração estratégica no sentido de melhorá-lo e
assegurar um funcionamento adequado.
Questões
Especiais na Administração Estratégica
Duas outras questões
têm recebido especial atenção nos últimos anos e os administradores devem
considerá-las cuidadosamente para determinar como a administração estratégica
deve ser praticada dentro de uma organização em particular. Trata-se das
operações internacionais e da responsabilidade social.
Durante os últimos
anos, os negócios tenderam a se envolver com atividades internacionais. Como se
espera que essa tendência continue cada vez mais as organizações terão questões
internacionais a considerar no futuro como parte de seu processo de
administração estratégica.
A responsabilidade
social, por sua vez, é a obrigação administrativa de tomar atitudes que
protejam e promovam os interesses da organização e o bem-estar da sociedade
como um todo.
Reconhecer que tais
obrigações existem tem, necessariamente, um impacto sobre o processo de
administração estratégica.
Conclusão
Neste texto, destacamos
a importância do Planejamento Estratégico dentro do processo de Administração
Estratégica, colocando-o como uma ferramenta útil para a gestão das
organizações. Foram descritos alguns conceitos importantes sobre administração
estratégica, visão e gestão estratégica que em muito podem contribuir para a
reflexão dos administradores, e que estão diretamente relacionados ao processo
de Planejamento Estratégico.
O Planejamento
Estratégico, mais que um documento estático, deve ser visto como um instrumento
dinâmico de gestão, que contém decisões antecipadas sobre a linha de atuação a
ser seguida pela organização no cumprimento de sua missão.
Cabe aqui trazer o
pensamento do Prof. Derek F. Abell, do International Institute for Management
Development (IMD) de Lausanne, Suíça. Num dos seus artigos, intitulado “Duplo
Planejamento” (1990), ele lembra que até pouco tempo atrás a maioria das
organizações conseguia gerir e mudar seus negócios empregando uma única
estratégia. Desde que a concorrência fosse estável e a mudança moderada, essa
abordagem era adequada. E, de fato, foi utilizada pela grande maioria das
empresas durante o longo período de expansão que durou desde o final da Segunda
Guerra Mundial até o início dos anos 70.
Mas, à medida que a
concorrência por mercados se intensificava e a mudança se difundia, uma única
estratégia, englobando presente e futuro, não oferecia mais a base para uma
gestão eficaz das empresas no presente, muito menos para administrar a mudança.
Muitas empresas
continuaram a criar sistemas de planejamento estratégico sem fazer nenhuma
diferenciação entre presente e futuro. De fato, com frequência elas adotam
abordagens ineficazes que funcionam como “abrigos de transição” entre os dois e
deixam de atender às necessidades de excelência de curto prazo e às de mudança
de longo prazo. O onipresente plano de três anos geralmente cai nessa armadilha.
A capacidade das
empresas de ter hoje um desempenho eficaz depende de decisões que foram tomadas
no passado; as decisões que tomam hoje de seguir nessa ou naquela direção
modelam suas opções no futuro. Vale citar um antigo ditado: “O passado está no
presente, e o presente contém o futuro”.
Assim, a proposta do
Prof. Derek F. Abell é a adoção do duplo planejamento. A diferença fundamental
entre o planejamento para o presente (“hoje para hoje”) e o planejamento para o
futuro (“hoje para amanhã”) não corresponde à diferença comum entre curto e
longo prazos, na qual o plano de curto prazo não passa de um mero exercício
detalhado sobre operações e orçamento feito no contexto de uma posição de
mercado esperada para longo prazo.
O planejamento para o
presente requer uma estratégia própria – uma visão de como a empresa precisa
funcionar hoje (dadas suas competências e seus mercados-alvo) e do papel de
cada função chave. E o planejamento para o futuro é feito com base em uma visão
do futuro – e, mais importante ainda, em uma estratégia para chegar lá.
Fonte
e Sítios Consultados
http://montrosedistrict.org
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