Tipos de Operação de
Produção:
Neste estudo iremos perceber alguns tipos de operações similares entre
si na forma de transformar recursos de input
em output de bens e serviços, embora elas apresentam diferenças em quatro aspectos
importantes:
Volume
(hambúrguer)
Baixo Alto
Baixa repetição Alta repetitividade
Alta participação do Especialização
funcionário no trabalho Capital intensivo
funcionário no trabalho Capital intensivo
Menor sistematização Sistematizaç
Alto custo unitário Baixo custo unitário
Alto custo unitário Baixo custo unitário
Variedade
(transportes)
Alta Baixa
Flexível Bem definida
Completo Rotineira
Completo Rotineira
Atende às
necessidades Padronizada
dos consumidores Regular
Alto custo
unitário Baixo custo unitário
Demanda
(hotel)
Alta Baixa
Capacidade
mutante Estável
Antecipação Rotineira
Flexibilidade Previsível
Ajustado com a demanda Alta utilização
Alto custo unitário Baixo custo unitário
Contato
(restaurante)
Alto Baixo
Tolerância de espera
limitada Tempo entre a produção e o consumo
Satisfação definida pela Padronização
percepção do consumidor Pouca habilidade de contato
Satisfação definida pela Padronização
percepção do consumidor Pouca habilidade de contato
Necessidade de
habilidade de Alta utilização de funcionários
Contato com o
consumidor Centralização
Alto custo unitário Baixo custo unitário
Atividades da Administração da Produção:
Os gerentes de produção e operações têm suas
responsabilidades limitadas, podendo ser classificadas como:
ü Responsabilidade
direta por algumas atividades;
ü Responsabilidade
indireta por outras atividades;
ü Responsabilidade
ampla para reagir aos desafios emergentes.
Embora varie de organização para organização em função dos
limites impostos, as responsabilidades diretas dos administradores de produção
em geral, são:
ü Entendimento
dos objetivos estratégicos da produção: o que se está
tentando atingir? Como deve ser sua contribuição para o atingimento dos
resultados? Significa também a tradução dos objetivos organizacionais em termos
de implicações para os objetivos de desempenho da produção.
ü Desenvolvimento
de uma estratégia de produção para a organização:
definição de princípios direcionadores das decisões; envolve colocar a
estratégia da produção na da organização e aperfeiçoar os recursos de produção
em atendimento às necessidades do mercado.
ü Projeto dos produtos, serviços e
processos de produção: a participação no projeto do produto ou
serviço a ser produzido auxilia a eficaz alocação de recursos das operações no
projeto de rede a ser desenvolvido.
ü Planejamento e controle da produção: decidir
sobre o melhor emprego dos recursos de produção, assegurando, assim, a execução
do que foi previsto.
ü Melhoria do desempenho da produção:
diminuição de falhas, retrabalhos e refugos e o fortalecimento da filosofia da
qualidade total.
Indiretamente, o responsável pelas
operações da empresa deve estar atento às atividades que se encontram fora da
função produção mas que afetam seus resultados. Uma campanha de marketing
visando o aumento de vendas de um determinado produto deve ser antecipada por
ações visando à capacitação da sua produção em atender ao novo volume de
demanda. Assim, o contato com gestores de outras áreas e a participação em
decisões da empresa influi decisivamente no ambiente da produção.
Numa
visão mais ampla, o administrador da produção deve se atentar para as
movimentações que dizem respeito ao ambiente de atuação da empresa, que incluem
desafios como:
ü Globalização crescente (Ambev);
ü Proteção ambiental (O Boticário);
ü Responsabilidade social (Petrobrás);
ü Consciência tecnológica (montadoras); e
ü Gestão do conhecimento (FACECA).
O Papel Estratégico e os Objetivos da
Produção
Para entender o objetivo de qualquer
departamento de produção, seu gestor deve responder a duas questões chave:
-
Que papel se
espera que ela desempenhe dentro da empresa?
- Quais os
objetivos de desempenho específicos utilizados pela empresa para avaliar a
contribuição da produção em sua estratégia?
A título de contribuição para os
resultados da empresa, a função Produção busca desempenhar papéis nos níveis:
a)
Estratégico: decisões de
alcance amplo envolvendo políticas corporativas, escolha de linhas de produtos,
localização de novas unidades produtoras, centros de distribuição ou unidades
de atendimento, projeto de processos de manufatura, etc. Envolve
necessariamente um horizonte de longo prazo e consequentemente altos graus de
risco e incerteza;
b)
Tático: envolve basicamente decisões sobre
alocações e utilização de recursos. Envolve horizontes de médio prazo e
moderado grau de risco; e
c)
Operacional: o ambiente
da tomada de decisão tem lugar nas operações produtivas, envolvendo curtos
horizontes de tempo e riscos relativamente menores.
E esses papéis seriam o objetivo
principal de sua existência. A empresa tem a opção de terceirizar a produção de
seus serviços e bens, tornando-se uma empresa “virtual”. Para isso, a função
produção tem que justificar sua importância estratégica para a empresa através
dos seguintes papéis:
- Como implementadora dessa estratégia;
- Como apoio;
- Como impulsionadora.
Modelo de quatro estágios:
Estágio 1 – Neutralidade interna
Contribui pouco para o sucesso competitivo
da empresa, mantendo-se voltada para dentro ou, no máximo, reagindo às mudanças
internas ou externas. Ainda corrigindo erros graves em suas operações.
Estágio 2 – Neutralidade externa
Quando começa a comparar-se com
outras similares buscando melhorar seu desempenho.
Estágio 3 – Apoio interno
Está no mesmo nível das melhores do
mercado com aspirações de ser a melhor, já ligando estratégia e produção.
Estágio 4 – Apoio externo
Quando a função produção é a
provedora da base para o sucesso competitivo da empresa. É criativa e proativa.
Está à frente das outras empresas similares.
Objetivos de desempenho da produção
No nível estratégico, a classificação
mais útil dos objetivos de desempenho da produção que qualquer operação possa
perseguir pode ser obtida identificando-se os stakeholders da operação, os
grupos de interesse que influenciam as suas atividades.
São cinco os objetivos de desempenho
mais amplos que as operações produtivas necessitam perseguir para satisfazer a
seus stakeholders e que formam o pano de fundo para todo o processo decisório
da produção.
Fonte:
Adaptado de Slack (1993) Vantagem Competitiva em Manufatura p. 20.
Qualidade - fazer certo as coisas
A qualidade reduz custos e aumenta a
confiabilidade do produto.
Num hospital:
ü Pacientes recebem o tratamento mais
apropriado;
ü O tratamento é conduzido de maneira
correta
ü Os funcionários são corteses,
amigáveis e solícitos.
Numa empresa de ônibus:
ü Os ônibus são limpos e arrumados;
ü O horário é rigoroso.
Numa fábrica de
automóveis:
ü A montagem atende às especificações;
ü O produto é confiável;
ü O produto é atraente e sem defeitos.
Rapidez -
entregar no tempo certo
A rapidez enriquece a oferta. Quanto
mais rápido estiverem disponíveis para o consumidor, mais provável é que este
venha a comprá-los. Rapidez reduz estoques internos tornando as operações mais
enxutas e o risco de estoques de produtos acabados acima da média de giro
normal ou ideal menor.
Num hospital:
ü O tempo entre a solicitação de
tratamento e sua realização, é mínimo;
ü O tempo para o resultado dos exames,
raios X, etc. é mínimo.
Numa empresa de ônibus:
ü O tempo total da jornada para o
usuário atingir seu destino é mínimo.
Num supermercado:
ü O tempo envolvido na transação total,
desde a chegada à loja, realização das compras e retorno do consumidor a sua
casa é mínimo;
ü Imediata disponibilidade de bens.
Confiabilidade –
cumprir prazos
A confiabilidade economiza tempo que
geralmente é gasto com procedimentos de emergência; economiza dinheiro uma vez
que o uso ineficaz de tempo será transformado em custo operacional extra; dá
estabilidade, previsibilidade.
Num hospital:
ü A proporção de consultas canceladas é
mínima;
ü As consultas são realizadas no
horário programado;
ü Os exames são entregues como foi prometido.
Numa empresa de ônibus:
ü Cumpre o horário fixado em todos os
pontos de trajeto;
ü Mantém assentos disponíveis para os
passageiros.
Num supermercado:
ü Previsibilidade do horário de
funcionamento;
ü A proporção de bens em falta é
mínima;
ü O tempo de fila é mínimo.
Flexibilidade –
capacidade de mudar o que se faz
Aplica-se, geralmente, a produtos e
serviços, mix de produtos, volume e entrega. Na operação interna, agiliza
a resposta, economiza tempo, e mantém a confiabilidade.
Num hospital:
ü Introdução de novos tipos de
tratamento;
ü Ampla variedade de tratamentos
disponíveis;
ü Habilidade de se ajustar ao número de
pacientes atendidos;
ü Habilidade de reprogramar consultas.
Numa empresa de ônibus:
ü Introdução de novas rotas ou
excursões;
ü Grande número de locais servidos;
ü Habilidade de se ajustar à frequência
dos serviços;
ü Habilidade de reprogramar as viagens.
Num supermercado:
ü Introdução de novos bens ou
promoções;
ü Ampla variedade de bens estocados;
ü Habilidade de se ajustar ao número de
consumidores atendidos; e
ü Habilidade de repor estoque de itens
em falta (ocasionalmente).
Custo – proporciona
competitividade e deixa margem
Ganha-se dinheiro, geralmente, em custos de funcionários,
instalações, tecnologia e equipamentos e materiais. Varia os ganhos de
organização para organização, onde numa a tecnologia é o carro chefe, em outra
é o número de funcionários.
É altamente afetada pelos outros objetivos de desempenho.
www.faceca.br
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