Já virou rotina acompanhar parentes, amigos, amigos virtuais e desconhecidos se manifestando através das redes sociais
com as mais variadas formas de humor. Existem aqueles que são engraçados, os
muito engraçados e os totalmente sem
graça, além daqueles personagens típicos da internet que estão sempre contra tudo e todos, assim como aqueles
outros mal humorados que sempre tem uma opinião contrária a nossa – mas, isso
nada mais é do que a representação fiel dos humanos na vida real.
Porém, de uns tempos para cá muitos desses personagens digitais veem passando por transformações que os levam a praticarem ações de cunho ofensivo contra outros internautas. O curioso é perceber que todo aquele afeto e amor tão
difundido e compartilhado por estas mesmas pessoas quando elas se
referem aos membros da sua família ou ao seu clã de convívio não estão
presentes quando por algum motivo obscuro, elas agridem pessoas simplesmente
pela cor da pele, pelo tipo de cabelo, por uma opinião em relação a qualquer
assunto ou até por uma simples postagem.
Atualmente é fácil encontrar pessoas indignadas (independente de estarmos ou não conectados no mundo virtual) que fazem questão de compartilhar um ar de irritação, de indignação e
de desânimo com o atual momento que o nosso País está vivendo – e mesmo que
façamos algo para tentar amenizar este sentimento até parece que é como se não
adiantasse fazer nada.
Muitos podem até pensar que isso se deve ao fato do Brasil estar
passando por uma tremenda crise econômica/Política e de Gestão que segundo alguns indicadores
econômicos irão derrubar o PIB de 2015
para (- 3,2%), número este que só alimenta ainda mais o quadro de recessão
esperado para 2016 que é de (-2%). Do
modo que as coisas estão caminhando aqui no Brasil temos tudo para enfrentar mais
uns dois anos de crise, isso significa dizer que esse cenário de crise
econômica irá até 2017.
Mas, voltando ao nosso tema de intolerância
digital é bem capaz que essa sensação de ‘ar pesado’, de desconforto,
de impaciência, de raiva gratuita, de insensatez, de intolerância que
estamos vivendo atualmente esteja diretamente ligada ao formato de vida complicada deste
século 21, afinal, se pararmos por um segundo que seja para listar a quantidade
de afazeres, de senhas, de leis, de obrigações que temos de obedecer e realizar
todos os dias, isso, sem contar aquele ônibus cheio, aquele trem que
não chega nunca, aquelas filas intermináveis nos aeroportos, as plataformas das estações do metrô lotadas ou ainda aquele trânsito
insano de todos os dias - depois de verificar todas essas ações que o ser humano do ano 2015 precisa realizar diariamente até podemos pensar que a pressão em realizar todas essas ações é um estopim capaz de levar esses indivíduos a demostrarem tais desvios de conduta no mundo digital.
Talvez
muitos dos problemas atuais venham da ideia de que a nossa sociedade foi
ajustada para lidar em escala, o problema é que somos absolutamente
incompetentes na gestão dessa complexidade, e para quem dúvida disso basta olhar
para o lado para encontrar um ser humano do século 21 combatendo algumas
ameaças de doenças com raquetes elétricas ou muitas vezes só com ‘um tapa’.
Vamos encerrando este com a triste constatação de perceber que muitos ‘homens’ deste mundo digital
desaprenderam a dividir o que é bom com os outros, afinal, neste século 21 é muito fácil utilizar os canais digitais
como um tribunal para julgar e reprovar tudo o que nos parece diferente, tudo
o que entendemos como anormal. Até parece que muitos brasileiros deixaram
de se interessar em somar algo de
bom ao próximo e ao invés disso, vivem em uma procura desesperada quase insana em produzir opiniões e comentários raivosos embasados simplesmente
no intuito de agredir o próximo - talvez a explicação sobre os atos reprováveis
cometidos por muitos internautas esteja no fato deles tentarem
com isso amenizar as suas incompetências e a sua própria angustia.
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