Esta postagem contém uma seleção com alguns conceitos sobre gestão
que todos os envolvidos com Administração
(seja
um estudante, curioso ou profissional)
precisam conhecer para saber lidar com as mudanças dos cenários.
Activity based costing - O método ABC (activity based costing) é uma
técnica de contabilidade analítica nascida no final dos anos 80. Permite
determinar quais os custos indiretos a imputar a um produto ou serviço consoante
o tipo de atividade a que se referem. Os sistemas tradicionais de contabilidade
analítica repartem proporcionalmente os custos indiretos segundo critérios como
o número de horas de trabalho manual, o número de horas por máquina ou a área
ocupada por cada centro de custo. Segundo o método ABC os critérios de
repartição destes custos diferem consoante o tipo de atividade.
Alianças estratégicas – É uma associação entre várias empresas que juntam
recursos, competência e meios para desenvolver uma atividade específica ou
criar sinergias de grupo. Para conquistar um novo mercado (geográfico ou setorial),
adquirir novas competências ou ganhar dimensão crítica, as empresas têm, em
regra, três opções: a fusão ou a aquisição; a internacionalização; e a
celebração de alianças estratégicas com um ou vários parceiros. As alianças
tanto podem efetuar-se entre empresas que atuam em ramos de atividade
diferentes como entre concorrentes. Distinguem-se das joint-ventures, em que os
parceiros partilham a propriedade de uma nova empresa.
Análise SWOT - Criada por Kenneth Andrews e Roland Christensen,
dois professores da Harvard Business School, e posteriormente aplicada por
numerosos acadêmicos a SWOT Analysis estuda a competitividade de uma
organização segundo quatro variáveis: strengths (forças), weaknesses
(fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Através desta
metodologia poderá fazer-se a inventariação das forças e fraquezas da empresa;
das oportunidades e ameaças do meio envolvente; e do grau de adequação entre
elas. Quando os pontos fortes de uma organização estão de acordo com os fatores
críticos de sucesso para satisfazer as oportunidades de mercado a empresa será,
por certo, competitiva no longo prazo.
Análise de valor- É uma metodologia de gestão criada nos anos 50 pelo americano Lawrence
Miles. Consiste em decompor um produto ou serviço nas suas funções principais
e, em seguida, delinear as soluções organizacionais mais apropriadas para
reduzir os custos de produção. Implica uma análise detalhada do valor criado
pela empresa através da distribuição dos custos totais de um produto ou serviço
pelas suas diferentes etapas: concepção, fabrico, venda, distribuição e serviço
aos clientes. Este conceito deu origem às noções de cadeia de valor, de valor
acrescentado do produto ou serviço e de shareholder value (valor para o
acionista) cuja autoria pertence a Alfred Rappaport.
Benchmarking - Segundo International Benchmarking Clearinghouse
(IBC), o benchmarking é um processo sistemático e contínuo de medida e
comparação das práticas de uma organização com as das líderes mundiais, no
sentido de obter informações que a possam ajudar a melhorar o seu nível de desempenho.
Ou seja, é uma técnica de observação e adaptação das melhores práticas das
melhores empresas, que, no entanto, não deve ser confundida com a espionagem
industrial. A Rank Xerox é considerada a empresa pioneira na aplicação do
benchmarking.
Brainstorming - É uma técnica para reuniões de grupo que visa ajudar os participantes
a vencer as suas limitações em termos de inovação e criatividade. Criada por
Osborn em 1963, uma sessão de brainstorming pode durar desde alguns minutos até
várias horas, consoante às pessoas e a dificuldade do tema. Em regra, as
reuniões não costumam ultrapassar os 30 minutos. O brainstorming tem quatro
regras de ouro: nunca critique uma sugestão; encoraje as ideias bizarras;
prefira a quantidade à qualidade; e não respeite a propriedade intelectual.
Além de zelar para que todos os participantes (geralmente entre 6 e 12 pessoas)
cumpram as regras, o líder da sessão deve manter um ambiente relaxante e
propício à geração de novas ideias.
Brand management - O conceito de brand management (gestão de marcas) significa o
desenvolvimento sistemático do valor de uma marca. Longe vão os tempos em que
era apenas uma função de ligação entre o departamento de produção e as agências
de publicidade. A partir dos anos 80, as empresas começaram a considerar a
imagem de marca como um ativo estratégico das empresas (algumas lhe atribuem um
valor nas suas demonstrações financeiras). O objetivo da gestão de marcas é
criar uma identidade largamente reconhecida pelo mercado-alvo a atingir. A
atribuição de um nome ou uma marca a um produto designa-se branding.
Break-even -
É um modo simples e eficaz de medir a rentabilidade (ou prejuízo) de uma
empresa ou de uma operação financeira. Permite igualmente fazer simulações
alterando as variáveis de cálculo. O objetivo desta análise é a
determinação do break-even point (ponto morto das vendas), no qual o valor das
receitas da empresa (lucro de vendas) é igual aos seus custos totais (somatório
dos custos fixos e variáveis). Logo, este será o ponto de equilíbrio em que a
empresa nem perde nem ganha dinheiro. Acima do break-even point a empresa terá
lucros, e abaixo dele terá prejuízos. Outro conceito relevante é o da margem de
contribuição (ponto em que as receitas igualam os custos variáveis).
Cadeia de valor - Designa a série de atividades relacionadas e desenvolvidas pela
empresa para satisfazer as necessidades dos clientes, desde as relações com os
fornecedores e ciclos de produção e venda até à fase da distribuição para o
consumidor final. Cada elo dessa cadeia de atividades está ligada ao seguinte.
Esta é uma metodologia usada pela consultora McKinsey, sistematizada e
popularizada por Michael Porter, que permite decompor as atividades (divididas
em primárias e de suporte) que formam a cadeia de valor. Segundo Porter,
existem dois tipos possíveis de vantagem competitiva (liderança de custos ou
diferenciação) em cada etapa da cadeia de valor.
Ciclo de vida do produto - O ciclo de vida de um produto no mercado
pode ser dividido em quatro fases:
- Introdução - O produto foi lançado no
mercado e o crescimento das vendas é lento;
- Crescimento - Há uma explosão da
procura, uma melhoria dos lucros e o produto tende a se massificar. Chegam
novos competidores;
- Maturidade - O ritmo de crescimento das
vendas dá sinais de abrandamento. É uma fase em que as empresas tendem a entrar
em guerras de preço e publicidade;
- Declínio - A procura entra em
derrapagem, os lucros sofrem uma rápida erosão em direção ao ponto zero. Grande
parte dos competidores começa a abandonar o mercado.
Core competence - O conceito surgiu em 1990, na Harvard Business Review, em artigo
intitulado "The Core Competence of the Corporation", da autoria de
Gary Hamel e C. K. Prahalad. O primeiro é professor na London Business School e
o segundo leciona na Universidade de Michigan. Core competence designa as
competências estratégicas, únicas e distintivas de uma organização. Poderá ser,
por exemplo, um conhecimento técnico ou uma tecnologia específica que é
susceptível de oferecer um valor único para os clientes e que distingue a
empresa das rivais. É o caso da competência da Sony em técnicas de
miniaturização, ou da Honda na criação de motores. Para os autores, poucas
companhias poderão ser líderes mundiais, em mais de cinco ou seis competências
estratégicas.
Cultura organizacional - As empresas, tal como os países, têm uma cultura
única. É, por isso, crucial que as empresas divulguem de forma explícita quais
são os valores que valorizam. Quando o fazem por escrito, o documento chama-se
declaração de missão. Para James Collins e Jeremy Porras, autores do livro
Built to Last, a razão por que algumas empresas têm sucesso em longo prazo,
enquanto outras acabam por desaparecer está na cultura organizacional. Nesta
era de incerteza tudo deve ser posto em causa, à exceção dos valores. Esses têm
de ser imutáveis.
Downsizing -
Nos anos 80, as grandes empresas cresceram de forma desordenada através da
diversificação para novos negócios. Criaram estruturas gigantescas para
competir numa era em que a velocidade e
a flexibilidade são os requisitos-chave.
Por isso, nos anos 90 foram forçadas a reestruturar-se, um processo designado
downsizing (um termo importado da informática). Aplicado à gestão significa a
redução radical do tamanho da empresa, geralmente através do delayering
(redução dos níveis hierárquicos) ou da venda de negócios não estratégicos. As
empresas ganham flexibilidade e perdem burocracia e ficam mais próximas do
mercado e dos clientes.
Eco gestão -
A ideia de uma empresa responsável perante o ambiente e a sociedade era apenas
um sonho dos ecologistas. Hoje, os governos investem em programas de apoio,
criam legislação mais eficaz e controlam a eficácia dessas medidas. Em muitos
países há um sistema de atribuição do selo ecológico aos produtos amigos do
ambiente. Mas a mudança decisiva teve origem na crescente preocupação ecológica
dos consumidores, cujos hábitos de compra passaram a premiar as empresas e os
produtos respeitadores do ambiente. Também a maioria das multinacionais está a
apostar nos produtos verdes. Quem ganha somos todos nós.
Ética negocial - Podem os negócios ser éticos? Este é um dilema que tem
apaixonado muitas gerações de gestores e acadêmicos. É um caso típico em que
existe uma grande diferença entre a teoria (o que se deve fazer) e a prática (o
que se faz na realidade). Embora a maioria das empresas se autoproclame ética e
socialmente responsável, poucas têm um comportamento que o justifique. O
conceito de ética negocial (business ethics) resume o conjunto de princípios e
códigos de comportamento moralmente aceitáveis nos negócios. Hoje é uma
disciplina que passou a ser ensinada nas melhores universidades mundiais.
Excelência -
Nasceu em 1982 com a publicação de In Search of Excellence, de Peters e
Waterman, o livro de gestão mais vendido de sempre. Para os autores, as
empresas excelentes têm oito características distintivas: inclinação para a
ação; proximidade do cliente; autonomia individual; apostar nas pessoas;
criação de valores; manter-se no que se domina; simplicidade formal; e
existência em simultâneo de rigidez e flexibilidade. Mais importante do que a
seleção das empresas excelentes (a maioria deixou de o ser alguns anos depois)
e dos seus oito atributos (parte deles deixaram de ser respeitados por essas
mesmas empresas), a obra foi o símbolo da nova forma de encarar a gestão.
Empowerment -
É um conceito de gestão associado ao trabalho de Rosabeth Moss Kanter,
professora em Harvard e ex-editora da Harvard Business Review. Segundo a
autora, as empresas que dão mais poder e autonomia aos seus trabalhadores são
as que estão melhor posicionadas para competir em longo prazo. O meio
empresarial parece começar a levar a sério esta recomendação. O caso clássico
da aplicação radical do empowerment é o da empresa brasileira Semco, liderada
por Roberto Semler, o autor do livro Maverick e de um polêmico artigo publicado
na Harvard Business Review intitulado "Managing Without Managers".
Equipes autogeridas - As self management teams (equipes
autogeridas) são compostas por um pequeno número de pessoas que tem a
responsabilidade por um processo operacional e os seus resultados. Elas têm os
meios para resolver problemas relativos à execução do trabalho e gerem a
divisão e o planeamento das tarefas do grupo. Foi um conceito na moda nos anos
70, mas cujo entusiasmo decresceu na última década, visto que os resultados da
aplicação nem sempre foram os desejados. Hoje tem novamente mais adeptos,
devido à crescente qualificação dos recursos humanos.
Franquia -
Um método popular para uma empresa alargar a sua base e clientes sem necessitar
de investir capital e para um candidato a empresário criar um negócio sem
constituir uma empresa de raiz. Há dois parceiros envolvidos: o franqueador,
que desenvolveu o negócio e lhe deu o nome; e o franquiado, que compra o
direito de operar sob esse nome. Um negócio torna-se franquia quando o
franqueado paga direitos de entrada e royalties (geralmente uma percentagem fixa
do volume de negócios) pela utilização da marca, produto ou serviço. Em
contrapartida, recebe apoio do franqueador e o direito a distribuir o produto
ou serviço numa área determinada.
Fidelização de clientes - Engloba as técnicas destinadas a conservar
e atrair os melhores clientes de modo a aumentar a sua fidelização à empresa.
Vários estudos já demonstraram que recrutar novos clientes é três a cinco vezes
mais caro do que conservar os existentes e encorajá-los a consumir mais.
Aumentar a fidelidade exige detectar as principais causas de insatisfação dos
consumidores, nomeadamente as razões que os levaram a recusar um produto ou
serviço ou a preferir o de um rival. Em seguida, as empresas devem corrigir
esses pontos e melhorar a qualidade oferecida aos clientes em todas as áreas. A
meta final é criar uma organização totalmente orientada para o cliente
(costumer-driven company).
Globalização -
As tecnologias de informação deram origem a uma verdadeira aldeia global. Para
os gestores, o termo significa a integração mundial das atividades de uma
organização. É uma etapa mais avançada da internacionalização, em que os
processos são organizados à escala global, como se o mundo fosse um único país.
A globalização diz respeito a todas as funções da empresa, mas muitas vezes é
apenas limitada ao marketing. Nesta área, Theodore Levitt foi o primeiro guru a
alertar para a homogeneidade global das preferências dos consumidores.
Gestão da mudança - A ideia não é propriamente nova. O que mudou foi a própria
natureza da mudança, que de incremental e passível de previsão passou a
descontínua, veloz e imprevisível. Segundo o livro Fast Forward, tema de capa
desta edição, as três forças geradoras da mudança são as tecnologias, a
desregulamentação e a globalização. Os gestores devem preparar-se para a
mudança através da resposta a três perguntas fundamentais: como será a organização
do futuro? Qual o processo de mudança ideal? Qual o tipo de competências que é
necessário?
Gestão por objetivos - Criada por Peter Drucker nos anos 50, a
gestão por objetivos (management by objectives - MBO) descreve um sistema de
gestão em que os trabalhadores e os gestores de topo definem em conjunto qual é
o objetivo final do seu trabalho, como o realizar, de que forma será avaliado e
qual o tempo necessário à concretização. É uma técnica popular em todo o mundo.
Há, no entanto, três críticas clássicas à sua aplicação: os gestores tendem a
definir metas pouco ambiciosas ou irrealistas; os objetivos raramente resultam
de um processo participativo e descentralizado; e não promove o trabalho de
equipe.
Horizontal Oganization - Uma organização horizontal (horizontal
organization) ou achatada (flat organization) é a que minimiza o número de
níveis hierárquicos de modo a estar mais perto dos clientes e em que os
trabalhadores estão também mais próximos dos níveis de decisão. É um conceito
que propõe acabar com a pirâmide hierárquica das organizações tradicionais. A
sua vantagem principal é tornar os circuitos de decisão mais curtos, logo mais
rápidos. Os empregados, sentindo-se menos vigiados, revelam maior empenhamento
e criatividade. Este tipo de organização favorece a criação de estruturas
matriciais, mais leves e flexíveis, em que existe uma maior descentralização
das responsabilidades.
Internet e Intranet - A Internet é uma ferramenta ao alcance dos
gestores que lhes permite mudar radicalmente a forma como executam o trabalho e
gerem empresas. Se a Internet já
provou ser crucial para comunicar e dar acesso à informação, as intranets
(redes internas) são cada vez mais populares para a difusão da informação no
interior da empresa entre os seus funcionários. Outras das facilidades das
intranets está na criação de grupos de discussão internos (newsgroup) que visam
partilhar informação e recolher ideias ou sugestões, bem como o correio
eletrônico (interno e externo), que está a assumir-se em todo o mundo como uma
alternativa ao envio de mensagens por fax.
Just-in-time -
É uma técnica de gestão e controle de mercadorias que procura minimizar o nível
de estoques nos armazéns das empresas industriais. Criada em 1960 pela nipônica
Toyota, foi considerada como uma das ferramentas de gestão que mais
contribuíram para o milagre industrial japonês. A ideia base é bastante
simples: Cada etapa do ciclo de produção só deve solicitar novas encomendas à
etapa anterior na medida que precisar delas. Implica igualmente uma redução do
número de fornecedores. Richard Schonberger foi o primeiro autor a divulgar a
metodologia just--in-time nos Estados Unidos.
Lean Production - Engloba o conjunto de técnicas desenvolvidas nos anos 70 por
fabricantes japoneses, como a Toyota e a Matsushita, para reduzir os custos de
produção e aumentar a competitividade. Foi popularizado através do estudo sobre
a indústria automóvel do MIT, designado "The Machine that Change the
World", que investigou as causas associadas à superioridade dos nipônicos
nos domínios da produtividade, flexibilidade, rapidez e qualidade. O conceito
de lean production é baseado em quatro princípios: Trabalho de equipe;
Comunicação; uso eficiente de recursos e eliminação de desperdícios; e melhoria
contínua (a que os japoneses chamam kaisen).
Learning organization - Criado por Chris Argyris, professor em
Harvard, designa por learning organizations (organização em constante
aprendizagem) as empresas que aprendem à medida que os seus trabalhadores vão
ganhando novos conhecimentos. O conceito é baseado na ideia de Argyris, chamada
double-loop learning (quando os erros são corrigidos através da alteração das
normas empresariais que o causaram). Em 1990, Peter Senge,
professor do MIT, popularizou o conceito através do best-seller The Fifht
Discipline - The Art and Pratice of a Learning Organization.
Liderança -
Existem características básicas para que um indivíduo possa tornar-se um líder,
tais como visão, integridade (conhecimentos, autoconfiança e maturidade) e
vontade de assumir riscos. Os líderes são, em regra, pessoas muito persistentes,
com grande carisma e motivadas pelo seu instinto. Segundo Warren Bennis,
"um bom gestor faz as coisas bem, enquanto um bom líder faz as coisas
certas". Enquanto para o britânico John Adair as capacidades de liderança
podem ser adquiridas através do treino, para o norte-americano John Kotter,
elas são inatas, embora todas as pessoas devam ser encorajadas a se tornarem
líderes.
.
Matriz BCG -
Da autoria da consultora Boston Consulting Group é um instrumento analítico de
apoio à tomada de decisões estratégicas, caso das relativas ao portfólio
(carteira) de negócios ou produtos. O modelo BCG é um dos pioneiros e sem
dúvida o mais popular devido à sua simplicidade. Para o aplicar será necessário
construir uma matriz, cujo eixo horizontal é representado pela variável quota
de mercado relativa (alta à esquerda e baixa à direita) e no eixo vertical está
a taxa de crescimento do mercado (elevada em cima e reduzida em baixo). A matriz
dá origem a quatro quadrantes: interrogações (question-marks); estrelas
(stars); vacas leiteiras (cash-cows); e cães (dogs).
Marketing-mix -
Representa o conjunto de variáveis controláveis pela empresa para influenciar
as respostas dos consumidores. Nos anos 60, Jerome McCarthy divulgou o
conceito, dividindo-o em "4 pês": produto (product), preço (price),
promoção (promotion) e ponto de venda (point of sale). A variável promoção
inclui publicidade, promoção de vendas, publicity (comunicação noticiosa), relações
públicas, sponsoring (patrocínio), marketing direto (direct-mail e
telemarketing). A variável ponto de venda requer a análise de fatores como
estrutura de canais de distribuição, tipo de distribuição, merchandising (ações
de marketing no ponto de venda), logística de distribuição e de estoques e
gestão da força de vendas.
Motivação -
Nasceu no final dos anos 20 através das experiências do australiano Elton Mayo.
O fundador da escola de relações humanas (uma filosofia oposta aos princípios
científicos do trabalho de Taylor) pretendia provar que os trabalhadores não
eram motivados apenas pela remuneração, mas também por outros fatores como as
condições de trabalho e o apreço das chefias. Nos anos 50, dois autores deram
uma contribuição decisiva para esta corrente: Abraham Maslow (pirâmide das
necessidades) e Frederick Herzberg (teoria dos dois fatores).
Networking - Um
termo importado da informática relativo à ligação entre terminais de computador
para que o acesso aos dados possa ser partilhado por diversos utilizadores. O
melhor exemplo de networking à escala global é o da Internet, que permite a
ligação em rede e online (em tempo
real) entre um ou vários indivíduos localizados em qualquer ponto do mundo. É
uma expressão que pode igualmente designar a forma como as grandes companhias
de serviços (auditoras, consultoras, agências de publicidade, ou firmas de
advogados) se podem internacionalizar sem recorrer à abertura de novas
delegações regionais.
Outplacement - Os
grupos empresariais têm passado por reestruturações associadas a despedimentos
maciços. Neste contexto há um novo negócio a florescer, o outplacement. É uma
técnica de gestão de recursos humanos que visa apoiar os trabalhadores
dispensados rumo à sua reinserção profissional. As consultoras em outplacement
fornecem aconselhamento financeiro e formação em recrutamento e seleção. Há
quem prefira criar centros de outplacement internos, que prestam auxílio aos
trabalhadores dispensados e aos que são recolocados em novas funções.
Outsourcing -
Trata-se de contratar uma entidade exterior à empresa para executar serviços
não estratégicos (que não produzem valor
acrescentado para os clientes), em vez de produzi-los internamente. A
grande vantagem reside na redução de custos que tal opção implica. Talvez ainda
seja mais importante o fato de o outsourcing libertar mais tempo os executivos
para se dedicarem mais às core
competence (competências estratégicas)
da empresa. O conceito nasceu na área das tecnologias de informação. Tem maior
potencial de aplicação em indústrias dinâmicas, em que as pressões para cortes
nos custos são mais intensas, nomeadamente nos grupos empresariais que
pretendem seguir uma estratégia de integração vertical das suas atividades.
Princípios
de humor e bom senso - Eis três desses princípios: n Análise
de Pareto - Criada no século XIX pelo
economista italiano Alfredo Pareto, defende que cerca de 80% dos lucros de uma
empresa são derivados de 20% dos seus produtos; n A lei de Parkinson - Foi o
primeiro livro humorístico sobre gestão. Eis duas das suas leis: "O
trabalho expande-se na exata medida do tempo disponível para ser feito";
"Quanto menor o interesse do assunto, maior é a discussão"; n
Princípio de Peter - Defende que qualquer trabalhador acabará por ser promovido
até ao limite máximo do seu nível de incompetência. Foi criado em 1969 por
Laurence J. Peter.
Pensamento
estratégico - As
décadas de 70 e 80 foram a época áurea o planeamento estratégico. Na prática, a
maioria desses planos acabou por fracassar. Henry Mintzberg diagnosticou os
motivos. Segundo o canadiano, o excesso de análise cria uma espécie de
paralisia. Por outro lado, considera que não se deve separar o planejamento da
ação. Enquanto planear é um exercício analítico, a estratégia baseia-se na
criatividade, intuição e capacidade de síntese. Para designar esta última
atitude propõe, em alternativa, o termo "pensamento estratégico".
Pensamento
lateral -
Criado por Edward de Bono, o conceito de pensamento lateral consiste na geração
de novas ideias e no abandono das obsoletas. Aplicado às empresas é uma técnica
para aumentar a criatividade e um recurso estratégico da organização. Em sua
opinião é necessário estimular o cérebro através da atitude de quebrar os
princípios estabelecidos e passar a encarar a realidade de um modo diferente. De
Bono distingue o pensamento lateral
(descontínuo e destinado à geração de ideias)
do vertical (contínuo e orientado para se desenvolver). Enquanto o pensamento
lateral dá ideias, o vertical desenvolve-as.
Planejamento
por cenários - A velocidade da mudança obriga os
gestores a encarar uma dura realidade: é cada vez mais difícil (senão
impossível) prever as ocorrências no meio envolvente em longo prazo. Peter
Schwartz popularizou a técnica que permite resolver o problema: o planeamento
por cenários. Através dela a Shell foi a única empresa do setor preparada para
a crise do petróleo de 1973. Os cenários não são previsões. Construídos a partir
da geração de hipóteses alternativas sobre o futuro, permitem às empresas estar
preparadas para a ocorrência de cada uma dessas hipóteses e exercitam os
gestores a refletir sobre as estratégias de longo prazo.
Project
management - A
gestão de projetos (project management)
é baseada na formação de equipes temporárias e ‘multidisciplinares’. Trata-se de um grupo de trabalho constituído por
empregados provenientes de diferentes setores da empresa que tem um projeto a
desenvolver e que é validado pela direção-geral. Os membros devem ter
especializações e competências diversas. A equipe deve ser colocada sob a
responsabilidade de um chefe de projeto que depende diretamente da direção-geral.
Os membros são desligados, total ou parcialmente, mas apenas de uma forma
temporária, do seu serviço de origem.
Qualidade
total -
Segundo o European Foundation for Quality Management (EFQM) os esforços para a
qualidade total (TQM - Total Quality Management) são caracterizados
pelos seguintes fatores: excelência nos processos; cultura de melhoria
contínua; criação de um melhor relacionamento com os clientes e fornecedores;
envolvimento de todos os trabalhadores; e clara orientação para o mercado. Os
melhores exemplos da aplicação da gestão da qualidade total são as empresas
japonesas, que ironicamente foram ensinadas nos anos 40 e 50 pelos mestres
americanos Deming e Juran.
Reengenharia -
Michael Hammer, ex-professor do MIT, é considerado o pai desta teoria inovadora
e radical. Referiu-se pela primeira vez ao tema no artigo publicado em 1990
pela Harvard Business Review. Mas a consagração só chegaria três anos depois
com o livro Reengineering the Corporation, escrito em parceria com James
Champy. Para os autores, a reengenharia significa um redesenho radical dos
processos de negócio com o objetivo de obter melhorias drásticas em três áreas:
nos custos; nos serviços; e no tempo.
Risk
management - Ou
gestão do risco, significa fazer a análise, controle e seguro ideal dos riscos
de uma empresa. Visa antecipar, analisar e valorizar os riscos de funcionamento
da empresa de modo a minimizá-los. Implica em aperfeiçoar a relação
qualidade/custo dos diferentes seguros da companhia. O método inclui todos os
tipos de riscos clássicos – (caso da
segurança de pessoas e bens) e também alguns cuja frequência ou amplitude
cresceu nos últimos anos, tais como riscos de cópias, os ligados ao meio
ambiente ou as despesas médicas dos empregados.
Sinergia -
Refere-se à convicção de que dois mais dois podem ser cinco. Esta é uma não
evidência que serviu para justificar as injustificáveis operações de fusão e
aquisição que caracterizaram o mundo dos negócios nos anos 80. O conceito de
sinergia, introduzido por Igor Ansoff no livro Corporate Startegy, procura
provar que duas empresas juntas valem mais do que a soma das duas separadas. Se
não existir sinergia (ou se for negativa) não valerá a pena concretizar-se uma
fusão ou aquisição. O conceito pode ser aplicado em outras áreas, como alianças
estratégicas, joint-ventures, acordos de cooperação, relações das empresas com
fornecedores ou clientes e equipes de trabalho multidisciplinares.
Trade
marketing -
Significa a ‘otimização’ da relação entre o produtor e o distribuidor. O
conceito surgiu no início dos anos 90 devido à importância crescente dos
intermediários (grossistas e retalhistas) na distribuição. A relação entre
produtores e distribuidores é, em regra, conflituosa. O objetivo do trade
marketing é encontrar formas para que ambos tirem o máximo partido de um acordo
de colaboração. Propõe a criação de uma parceria de longo prazo entre
produtores e distribuidores em áreas como troca de informação, oferta do
produto com a marca do distribuidor e publicidade ou promoções conjuntas.
Time
based competition - Consiste na redução do tempo de
resposta às evoluções do mercado. Hoje as empresas devem fornecer ao cliente o
que ele quer, no momento em que o deseja e não mais tarde, senão será a
concorrência a fazê-lo. Segundo os autores do conceito, os norte-americanos
George Stalk e Thomas Hout, do Boston Consulting Group, o controle do tempo é a
chave para um bom desempenho da empresa. Na atual conjuntura de mudança só as
empresas capazes de adaptar-se rapidamente podem conquistar quotas de mercado.
O poder de reação da companhia deve ser estimulado em todos os campos:
produtos; produção; distribuição; e serviço.
Urgente
versus
importante -
Existe um fosso entre as atividades que nos consomem tempo e aquelas que são
realmente importantes. Os métodos de gestão do tempo tradicionais ensinam a
fazer mais coisas em menos tempo, ou seja, a ser mais eficiente em áreas como
os compromissos, reuniões, horários, objetivos e atividades. Os nossos maiores
desafios não são, no entanto, resolvidos com a velocidade ou a quantidade de
tarefas preenchidas. São problemas de eficácia (satisfação das nossas metas prioritárias) e de ordem qualitativa.
Enquanto os primeiros dizem respeito ao modo como gerimos o tempo, os segundos
referem-se à gestão das nossas vidas.
Vantagem competitiva -
Michael Porter demonstrou que as empresas bem sucedidas obedecem a padrões
definidos de comportamento que podem ser resumidas em três estratégias genéricas
(as fontes de vantagem competitiva sobre os concorrentes):
- Liderança baseada no fator custo - Possuir
custos mais baixos do que os rivais;
-
Diferenciação - Criar um produto ou serviço que é visto na indústria como
único;
-
Focalização - Combinar as duas estratégias direcionando-as para um alvo
específico.
X,
Y, Z -
Nascidas no final dos anos 50, as teorias X e Y são duas visões opostas sobre a
natureza humana e a forma de gerir a força de trabalho. Foi criada pelo
psicólogo Douglas McGregor, do MIT. A teoria X assume que os indivíduos não
gostam de trabalhar, a menos que sejam obrigados coercivamente a fazê-lo. A
teoria Y defende que as pessoas têm auto realização no trabalho e que cumprem
melhor as suas tarefas se não forem vigiadas por terceiros. A teoria Z, de
William Ouchi, é uma variante da teoria Y. Defende que os trabalhadores têm um
grau de envolvimento similar ao dos gestores quando existe um sistema de
recompensas e incentivos eficaz.
Fonte e Sítios Consultados
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAOaUAL/50-conceitos-administracao?part=2
Nenhum comentário:
Postar um comentário