Infelizmente, a nossa
história reforça a ideia de que os fantasmas das
crises parecem ser uma constante aqui no Brasil - em outras palavras isso
significa admitir que o brasileiro já nasce marcado para ser uma vítima de
vários momentos 'terríveis' iguais aos que estamos vivenciando desde o ano de 2015, essa tremenda crise nacional de falta de caráter que alguns fazem questão de não enxergar, talvez pelo fato de saberem que as crises sempre trazem
a reboque algumas ideias de transformações súbitas, de perturbação coletiva, de
dificuldades sem precedentes e até talvez, de um momento de fim para muitos de nós.
Talvez o alerta
de ‘turning point’ já esteja ligado
há algum tempo, afinal, a situação pela qual o Brasil vem é de particular gravidade, com pouquíssimas chances de uma recuperação
total.
Mesmo que muitos insistam que se trata de só mais uma
crise econômica e para reforçar isso, vivem repetindo que é só mais uma fase de
desemprego... - já o senso comum do
brasileiro, mesmo dos mais
humildes, já é capaz de registrar a existência de uma crise na ruptura nos
padrões pessoais e da coletividade tidos como normais. Alguns estudiosos utilizam palavras ‘obscuras’ para
qualificar quando alguma situação é capaz de afetar a ordem social colaborando
para a quebra dos padrões tradicionais de uma organização social e
automaticamente comprometendo toda a ordem social de um povo. Em outras palavras o Brasil vive uma tremenda crise de consciência, a qual é capaz de criar uma grande inquietação
popular, que por si só vem multiplicando cada vez mais a existência de problemas
éticos na nossa sociedade.
É de relevante importância que os brasileiros entendam este momento dramático do nosso País e ao mesmo
tempo, percebam que as crises funcionam como remédios capazes de nos levar a um
renascimento, onde os nossos erros cometidos no passado, no presente e os que
ainda iremos cometer no futuro se transformem num ponto "crítico" que demarque toda a nossa insatisfação em relação ao que estamos
vivenciando nos últimos tempos. Mas é importante que isso não fique apenas nos discursos
de protestos ou num bater de panelas, é preciso que
transformemos toda essa insatisfação no nosso combustível para criarmos
condições de vivermos melhor num futuro que está logo aí.
O fato é o
seguinte, não é porque uma relação está em crise que seremos capazes de dizer
que ela perdeu totalmente o sentido, mas sim, que é preciso existir algumas ações
básicas e um melhor acabamento no seu andamento. Assim como uma crise de governo não é capaz de
decretar o seu fim - mas ela serve sim, para apontar uma nova direção, novas soluções
e condutas para que essas mudanças de rumo sejam capazes de sustentar tal
Governo. Talvez o grande problema dos Brasileiros seja que ainda não
aprendemos a enterrar o nosso passado, já que por muitas vezes o Brasil do presente é guiado por resquícios
de um passado que ainda fazemos questão de mantê-lo vivo e por diversas
vezes, o utilizamos como um ‘gps’ para nos guiar em direção ao
futuro.
A história
sempre demonstrou que a maioria das transformações só fez o mundo evoluir e
isso deveria funcionar também com os projetos e as convicções das pessoas, dos
governantes e das organizações brasileiras. O fato de se fechar para as
transformações do mundo é o mesmo que aceitar a perda da nossa capacidade de
continuar vivendo em uma realidade que não para de mudar e o pior, é verificar
que estamos abrindo mão de um futuro melhor.
Não podemos ignorar que nos momentos de crise sempre vêm à tona as misérias, vários tipos de mesquinharias,
assim como surgem algumas grandezas humanas, ou seja, as desigualdades sociais aparecem
ao mesmo tempo em que surgem autênticos líderes: talvez seja este o grande problema dos brasileiros no século 21. Afinal, quem são os nossos verdadeiros líderes? Será
que eles existem atualmente? Essa pergunta parece não ter uma resposta e o mais preocupante é que quando tais ‘líderes’
são chamados a liderar um povo, e não o fazem, é sinal de que todos estarão fadados
a ser engolidos pelas crises.
Encerrando este,
seria importante que os brasileiros percebessem a dimensão desta crise de 2016 e não desperdiçassem a
sua energia e o seu tempo com discussões sobre partidos políticos a
ou b
– e isso tem uma razão muito simples, todos eles são feitos da mesma coisa! Os brasileiros deveriam aproveitar
este momento para criar iniciativas e processos
capazes de ampliar as margens de
controle do nosso país e é claro, isso só será possível se houver uma perspectiva
política que venha a interagir com todo o interesse de uma nação, visando à preparação das
nossas instituições para o futuro.
Fonte e Sítios Consultados
http://www.artnet.com.br
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