Vamos falar sobre a baixa eficiência das instituições de ensino Brasileiras, das inúmeras escolas sucateadas, das várias greves de professores ou dos muitos problemas desse universo da educação nacional, como: a discussão sobre o sistema educacional orientado em provas, onde os alunos não são avaliados ao longo do curso, ou seja, os alunos só aprendem o necessário para fazer a prova - o
que faz com que a maioria só se interesse pelas aulas da véspera das provas e
no restante do tempo, tudo não passa de um grande passatempo.
Atualmente, a quantidade de informação que recebemos é enorme e isso levanta uma questão: Estariam as escolas e os professores do Brasil preparados para lidar com isso? E mais, com toda essa tecnologia disponível atualmente,
o professor deixou de ser ‘aquele’ que sabia de tudo, afinal, qualquer ferramenta de busca da
internet é capaz de informar com detalhes sobre qualquer assunto.
Então,
nesta hora precisamos fazer algumas perguntas:
- Será que os conhecimentos aprendidos nas escolas brasileiras fazem alguma diferença na vida dos brasileiros?
- Será que estes conhecimentos ajudam a entender e atuar no mundo deste século 21?
- E ainda mais, os alunos estão sendo preparados para passarem nos exames ou para enfrentar os desafios da vida?
Outro
dia, em uma entrevista da psicóloga
Viviane Senna, irmã do piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna e uma
figura proeminente no debate sobre educação no Brasil, disse acreditar que o
sistema educacional brasileiro parou no século 19 e que precisamos resolver
esse problema rapidamente. "A ideia é gerar e disseminar conhecimentos que
possam ajudar a levar o século 21 para dentro da escola", explica Viviane.
Todos que frequentaram a cadeira escolar sabem o tipo de ensino que é utilizado
aqui no Brasil. À verdade é que as crianças não podem apenas decorar
conceitos ou receber informações dos professores. Seria preciso atuar no desenvolvimento de um pensamento
crítico e um raciocínio lógico mais aguçado - desenvolver capacidades de inovar,
de criar, de ser flexível em resolver problemas. Falo isso com conhecimento de causa, já
que em Julho de 2013 concluí o Curso Universitário em Administração de Empresas
em uma Universidade particular localizada aqui na cidade de São Paulo e não encontrei um cenário muito diferente do descrito logo acima.
Mas e quando surge aquela pergunta: qual a razão
da escola brasileira estar ultrapassada? Vamos recorrer a uma ideia: Imagine se
fosse possível transportar um cirurgião do século 19 para um hospital dos dias de hoje, ele provavelmente
não teria ideia do que fazer. O mesmo vale para um operador da bolsa de valores
ou um piloto de avião do século passado. É bem provável que eles não soubessem
qual botão apertar. Agora é que vem a surpresa e se o indivíduo transportado do
século 19 para os dias atuais fosse um professor, ele encontraria na sala de
aula deste século a mesma lousa, os mesmos alunos enfileirados. Isso quer dizer
que ele saberia exatamente o que fazer, isso significa dizer que as escolas
brasileiras permaneceram imóveis por décadas – até parece que não estamos
acompanhando as inúmeras revoluções científicas e tecnológicas que vem
provocando grandes mudanças no nosso dia a dia, e o pior de tudo, continuamos
preparando os alunos para um mundo que não existe mais.
Mas qual o motivo do Brasil não
perceber o que existe algo tão errado com a educação brasileira?
Talvez seja só o fato dos professores não serem mais vistos como a 'única' fonte
de conhecimento, e isso só acontece em virtude do conhecimento estar se
multiplicando de forma exponencial, em questão de segundos. E esse fato, é o efeito
das descobertas revolucionárias não precisarem mais de tanto tempo para acontecer,
hoje, temos uma grande inovação a cada cinco anos. Só neste ano a previsão é de
que sejam produzidos mais conhecimentos e informações do que nos últimos 5 mil anos. Na prática, isso
significa dizer que ao começar um curso técnico de quatro anos, por exemplo,
quando estamos no terceiro ano, mais da metade do que se aprendeu no primeiro
já está defasado.
A verdade é que o método utilizado hoje em dia, onde o professor é o
detentor do conhecimento e o aluno é um arquivo onde esse conteúdo deve ser
"depositado" - este modelo do século 19 não suporta mais o
momento atual. É preciso fazer com que o século 21 chegue até as cadeiras das escolas – isso não quer dizer
deixar os smartfhones ligados. Isso significa
criar sistemas que deem aos alunos a oportunidade e a capacidade de acessar
esse arsenal de novidades produzido de forma constante em diversas disciplinas.
Muitos
acreditam que a simples utilização de equipamentos digitais modernos seja o
suficiente para causar uma revolução nas escolas e traze-las para o século 21, será
que é só isso? Com certeza não! Mesmo
existindo uma grande confusão nesta hora, já que quando se fala em escola do século 21 as pessoas pensam que estamos
falando em levar tablets e smartphones para as salas de aula. Não é
exatamente só isso. É evidente que toda nova tecnologia da informação sempre será
bem vinda. Mas, elas são apenas uma pequena parte dessa imensa revolução na
produção de conhecimento que estamos vivenciando. O que precisamos é de uma
escola que consiga preparar as crianças para viver, se relacionar e trabalhar
em um mundo complexo como o que temos hoje, uma sociedade e uma economia do
conhecimento.
As habilidades sócio emocionais são cruciais para que tanto
as pessoas como o país consigam prosperar. E o professor deve ser um mediador
nesse processo. Mais do que o conhecimento certo, é preciso fomentar atos e atitudes
certas.
No Brasil, era costume falar que as crianças pobres não conseguiam aprender
direito porque elas eram subnutridas por não se alimentarem bem. Esse discurso já não cabe
mais, mas muita gente ainda continua tentando atribuir o problema do fracasso
escolar as dificuldades criadas pelo nível socioeconômico dos alunos. Como se
esse fosse um fator determinante. Então é fácil para o Estado, na figura da escola, lavar as mãos e dizer que a
criança não aprende porque é pobre e vem de uma família desestruturada.
O triste disso é saber que o
papel da escola é mudar isso. Caso contrário, seria preciso enriquecer
todas as crianças brasileiras e suas famílias para que elas se tornem capazes de
aprender - o que é um absurdo. A educação só ajuda na ascensão social de
qualquer cidadão. Não o contrário. Estudos mostram que mesmo crianças pobres,
com backgrounds familiares desfavoráveis,
conseguem prosperar na escola e na vida se tiverem as habilidades ‘sócio
emocionais’ adequadas.
Finalizando este texto que teve como pano de fundo a
entrevista da psicóloga Viviane Senna, e a triste realidade pela qual estamos passando, que é ver a nossa 'pátria educadora' efetuar cortes no orçamento na educação ‘as custas’ de uma má gestão do Governo que se viu obrigado a executar
cortes para promover um ajuste fiscal. Para Viviane
Senna, “o Brasil está em um momento bastante difícil
do ponto de vista econômico, político e ético. E a educação não pode ser
isolada desse contexto adverso. Acredito que a nossa grande tarefa hoje ainda é
identificar qual direção queremos tomar em termos de educação pública, porque
se não sabemos para onde vamos, não importa se o contexto está favorável ou
não. Nenhum vento ajuda quem não sabe em que porto quer atracar”.
Fonte
e Sítios Consultados
http://educacao.uol.com.br
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru
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