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6 de fevereiro de 2015

Biohacking: o Homem e as Máquinas dentro de Nós

Biohacking: o Homem e as Máquinas dentro de Nós

Vivemos um tempo em que as pessoas estão se tornando parte dos equipamentos. Mas como isso é possível? Bem, isso é fácil de explicar - este século 21 trouxe muitas novidades a esse respeito, como uma empresa sueca que adotou um 'inovador' sistema de acesso para os funcionários: um chip microtransmissor de rádio implantado sob a pele da mão direta. Menor do que um grão de arroz, o chip permite que a pessoa abra portas e use fotocopiadoras sem a necessidade de chave, cartão ou senha – basta aproximar a mão da porta para os sensores reconhecerem o chip. Sob a pele. Em nome do jornalismo um repórter da BBC recebeu um implante deste chip. O procedimento foi realizado por uma moça coberta de tatuagens, piercings e alargadores de orelha.

É verdade que uma realidade assim faria muitos autores de ‘ficção-científica’ menos corajosos hesitar na hora de escrever suas obras. Porém, a coisa vai muito, muito mais fundo. Alguns termos como “transhumanismo”, “biopunk”, “wetware” e “DIYBio” parecem extraídos direto dos romances e contos do gênero, mas não, eles são a pura expressão de uma realidade bem real, que está logo ali, batendo a nossa porta.



Utilizando o rótulo de “biohacking”, existe hoje uma legião de cientistas, amadores, hobbistas, coletivos e empresas dedicados a integrar o ser humano com a tecnologia. E não através de meros aparelhos externos, como o Apple Watch ou visores de realidade virtual. A Ideia é enfia-los na própria carne - os sensores e chips, modificando a biologia, a fisiologia, sintetizando novos compostos orgânicos. Muitas vezes, em laboratórios de fundo de quintal. É fato que o barateamento de aparelhos sofisticados como sequenciadores de proteínas e outras máquinas antes restritas a grandes empresas e universidades fez florescer um movimento “do-it-yourself” e realmente punk nas fronteiras mais avançadas da biologia e da microeletrônica.

Afinal, se o Bill Gates e o Steve Jobs já foram pioneiros em suas garagens décadas atrás, existe atualmente uma geração de cientistas amadores que transformaram o porão da casa dos pais em laboratórios avançados de biologia, criando proteínas e tecidos biológicos, em vez de reinventar o computador pessoal. Na outra ponta do espectro, há uma ampla frente acadêmica séria e respeitável, endossando muitas das descobertas desses jovens amadores. E esse apoio é fundamental, devido às autoridades estarem cada vez mais nervosas com esses laboratórios biológicos amadores.

Na Europa e em alguns pontos dos EUA e Japão, não param de aparecer empresas oferecendo vários tipos de implantes subcutâneos, sensores de dados biomédicos, implantes ósseos impressos em 3D a partir de células-tronco de um paciente. Imãs, sensores e chips sob a pele devem se tornar muito comuns nos próximos dez anos.

O interessante é que não são apenas ‘tralhas’ eletrônicas. Há toda uma vertente mais “natural”, que pratica o biohacking através da química e do aperfeiçoamento de processos biológicos e fisiológicos. Por exemplo, estão criando maneiras para o corpo absorver melhor os nutrientes dos alimentos, ou tornar palatáveis alimentos que têm gosto ruim. Melhorar o desempenho físico e mental com substâncias desenhadas sob medida, às chamadas “smart drugs” ou “nootrópicos”.

O fato é que a cultura do biohacking é oriunda de um pensamento radical, mas bastante simples. Podendo ser considerada uma vertente do transhumanismo, ela defende o emprego de recursos tecnológicos para aprimorar as capacidades humanas e alterar a forma como interagimos com o ambiente ao nosso redor. Esse conceito reflete a ideia de que o próximo degrau em nosso ciclo evolutivo não será consequência de forças da natureza, mas sim de nosso próprio trabalho e esforço coletivo.

Uma prática muito comum nesse meio é o implante de dispositivos eletrônicos – que na grande maioria das vezes são feitos de forma caseira, com o próprio biohacker realizando cirurgias invasivas de maneira amadora. E é óbvio que, por causa de atos desse tipo, a cultura do biohacking é frequentemente alvo de discussões acerca da segurança de seus adeptos. Muitos profissionais do ramo de body piercing/body modification estão se especializando em implantes cibernéticos, mas isso não evita que a comunidade médica internacional enxergue a vertente com olhos desconfiados.

Mesmo que médicos profissionais e biohackers DIY tentem entender e colaborar uns com os outros, a verdade é que eles parecem ter dificuldades de cooperar em prol de um objetivo comum – afinal, estamos falando de pensamentos e métodos de trabalho completamente diferentes.

Em resumo: o objetivo de tudo isso e de todas essas facções do biohacking é semelhante, transformar o ser humano em algo além. Seria algo como a carne integrada com a máquina, e muito mais, mais forte, mais veloz, mais esperto: o Ciborgue* (*um Ciborgue é um organismo cibernético, isto é, um organismo dotado de partes orgânicas e cibernéticas, geralmente com a finalidade de melhorar suas capacidades utilizando tecnologia artificial). Enfim, mais uma palavra ícone da ficção-científica, que já se tornou uma realidade.














Fonte e Sítios Consultados


http://vida-estilo.estadao.com.br

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