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15 de novembro de 2014

Brasil da Corrupção e o Sermão do Bom Ladrão


Brasil da Corrupção e o Sermão do Bom Ladrão

 

Alguns defendem que a corrupção brasileira é um "vício" herdado do mundo ibérico, resultado da relação entre o Estado e a Sociedade. Segundo esse pensamento, o nepotismo já teria desembarcado aqui no Brasil a bordo da primeira caravela, sendo apontado como exemplo a Carta ao rei D. Manuel escrita por Pero Vaz de Caminha, onde este solicita ao rei que mandasse "vir buscar da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro". Para ocupar e administrar o novo território, tarefa bastante complicada pela distância geográfica e precariedade das comunicações, a coroa portuguesa teve de oferecer incentivos e relaxou na vigilância de seus prepostos. Isso gerou um ambiente de tal modo favorável à prática da corrupção, []que já no século XVII, o padre Antônio Vieira renunciou-o através do Sermão do Bom Ladrão, onde expõe corajosamente os desmandos praticados por colonos e administradores no Brasil:

 

                                         Sermão do Bom Ladrão

O ladrão que furta para comer, não vai, nem leva ao inferno; os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões, de maior calibre e de mais alta esfera. (...) os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. - Os outros ladrões roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são enforcados: estes furtam e enforcam. [ [][

 

Todos os brasileiros sabem que a máquina pública está comprometida. Afinal, desde criança ouvimos falar sobre a tal da corrupção e agora é possível acompanharmos em tempo real a todos os desdobramentos desta triste realidade brasileira. E isso só acontece pelo fato que na esfera política sempre houve e continua existindo o apadrinhamento para se conseguir a dita governabilidade. Em outras palavras, não importa nem um pouco os interesses da sociedade, desde que os interesses pessoais e partidários sejam atendidos, e essa é a verdadeira razão pela briga travada na distribuição de cargos públicos, comissionamentos* (*ação de nomear (alguém) para um cargo ou um trabalho temporário) e outras benesses. Isto ocorre em todos os níveis de governo (municipal, estadual e federal), afinal é preciso acomodar todos os camaradas.


No âmbito administrativo temos uma enxurrada de queixas, denúncias e escândalos. Somente para citar alguns exemplos: a indústria de multas de trânsito em diversas cidades, desvios de verbas através de falsas ONGs, fiscais corruptos, licitações fraudulentas, entre tantas outras situações que podem preencher um livro. Se pararmos para pensar, no final das contas, mesmo que inconscientemente, somos nós que financiamos toda essa corrupção. Os corruptos visam o dinheiro público, que em última análise é o seu dinheiro e o meu dinheiro, que disponibilizamos para a manutenção da sociedade.


E à medida que os recursos destinados a financiar hospitais, escolas, saneamento básico e outras necessidades primárias são desviados, debaixo de nossos narizes, e não tomamos qualquer atitude, também temos nossa parcela de culpa, por uma simples questão de omissão. Afinal de contas é fato que todo mês a arrecadação tributária bate recordes e mais recordes, em outras palavras, o governo encosta os contribuintes na parede e toma a maior parcela dos seus recursos e tudo isso para quê? Para assistirmos o nosso dinheiro sendo desviado, utilizado para manter um gigantesco cabide de empregos, manter o inchaço da máquina pública ou aplicado em obras fúteis, enfim, uma grande parcela escoando pelo ralo.


    Triste Constatação


Atualmente, mês de novembro de 2014, estamos vivenciando a operação Lava Jato, que é uma investigação onde se apura um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O grupo sob suspeita tem ligações com políticos e ex-dirigentes da Petrobras. Deflagrada pela Polícia Federal, a operação Lava Jato desmontou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que, segundo as autoridades policiais, movimentou cerca de R$ 10 bilhões. De acordo com a PF, as investigações identificaram um grupo brasileiro especializado no mercado clandestino de câmbio.


Por causa desses atos de corrupção no Brasil perdemos cerca de R$ 12 bilhões em investimentos privados só no ano de 2011 – o equivalente a R$ 1,2 mil pagos anualmente por cada trabalhador brasileiro.


 

- Vamos relembrar alguns casos notórios dos últimos 20 anos de corrupção no Brasil


 

Máfia dos fiscais: R$ 18 milhões

Quando: 1998 e 2008,

Onde: Câmara dos vereadores e servidores públicos de São Paulo.

 

Entenda o caso: Os comerciantes e ambulantes (mesmos aqueles com licença para trabalhar) eram colocados contra a parede: se não pagassem propinas, sofriam ameaças, como ter as mercadorias apreendidas e projetos de obras embargados. O primeiro escândalo estourou em 1998, no governo de Celso Pitta. Dez anos mais tarde, uma nova denúncia deu origem à Operação Rapa.


 

 

Mensalão: R$ 55 milhões

Quando: 2005

Onde: Câmara Federal

 

Entenda o caso: Segundo delatou o ex-deputado federal Roberto Jefferson, acusado de envolvimento em fraudes dos Correios, políticos aliados ao PT recebiam R$ 30 mil mensais para votar de acordo com os interesses do governo Lula. Dos 40 envolvidos, apenas três deputados foram cassados. A conta final foi estimada em R$ 55 milhões, mas pode ter sido muito maior.



 

Sanguessuga: R$ 140 milhões

Quando: 2006

Onde: Prefeituras e Congresso Nacional

 

Entenda o caso: Investigações apontaram que os donos da empresa Planam pagavam propina a parlamentares em troca de emendas destinadas à compra de ambulâncias, superfaturadas em até 260%. Membros do governo atuavam nas prefeituras para que empresas ligadas à Planam ganhassem as licitações. Nenhum dos três senadores e 70 deputados federais envolvidos no caso perdeu o mandato.



 

Sudam: R$ 214 milhões

Quando: 1998 e 1999

Onde: Senado Federal e União

 

Entenda o caso: Dirigentes da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia desviavam dinheiro por meio de falsos documentos fiscais e contratos de bens e serviços. Dos 143 réus, apenas um foi condenado e recorre da sentença. Jader Barbalho, acusado de ser um dos pivôs do esquema, renunciou ao mandato de senador, mas foi reeleito em 2011.


 


Operação Navalha: R$ 610 milhões

Quando: 2007

Onde: Prefeituras, Câmara dos Deputados e Ministério de Minas e Energia

 

Entenda o caso: Atuando em nove estados e no Distrito Federal, empresários ligados à Construtora Gautama pagavam propina a servidores públicos para facilitar licitações de obras. Até projetos ligados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ao Programa Luz Para Todos foram fraudados. Todos os 46 presos pela Polícia Federal foram soltos.


 

 

Os Anões do orçamento:  R$ 800 milhões

Quando: De 1989 a 1992

Onde: Congresso Nacional

 

Entenda o caso: Sete deputados (os tais “anões”) da Comissão de Orçamento do Congresso faziam emendas de lei remetendo dinheiro a entidades filantrópicas ligadas a parentes e cobravam propinas de empreiteiras para a inclusão de verbas em grandes obras. Ficou famoso o método de lavagem do dinheiro ilegal: as sucessivas apostas na loteria do deputado João Alves.


 


TRT de São Paulo: R$ 923 milhões

Quando: De 1992 a 1999

Onde: Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo

 

Entenda o caso: O Grupo OK, do ex-senador Luiz Estevão, perdeu a licitação para a construção do Fórum Trabalhista de São Paulo. A vencedora, Incal Alumínio, deu os direitos para o empresário Fabio Monteiro de Barros. Mas uma investigação mostrou que Fabio repassava milhões para o Grupo OK, com aval de Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, ex-presidente do TRT-SP.


 


Banco Marka: R$ 1,8 bilhão

Quando: 1999

Onde: Banco Central

 

Entenda o caso: Com acordos escusos, o Banco Marka, de Salvatore Cacciola, conseguiu comprar dólar do Banco Central por um valor mais barato que o ajustado. Uma CPI provou o prejuízo aos cofres públicos, além de acusar a cúpula do BC de tráfico de influência, entre outros crimes. Cacciola foi detido em 2000, fugiu para a Itália no mesmo ano e, preso em Mônaco em 2008, voltou ao Brasil deportado.


 


Vampiros da Saúde: R$ 2,4 bilhões

Quando: De 1990 a 2004

Onde: Ministério da Saúde

 

Entenda o caso: Empresários, funcionários e lobistas do Ministério da Saúde desviaram dinheiro público fraudando licitações para a compra de derivados do sangue usados no tratamento de hemofílicos. Propinas eram pagas para a Coordenadoria Geral de Recursos Logísiticos, que comandava as compras do Ministério, e os preços (bem acima dos valores de mercado) eram combinados antes. Todos os 17 presos já saíram da cadeia.



 

Banestado: R$ 42 bilhões

Quando: De 1996 a 2000

Onde: Paraná

 

Entenda o caso: Durante quatro anos, cerca de US$ 24 bilhões foram remetidos ilegalmente do antigo Banestado (Banco do Estado do Paraná) para fora do país por meio de contas de residentes no exterior, as chamadas contas CC5. Uma investigação da Polícia Federal descobriu que as remessas fraudulentas eram feitas por meio de 91 contas correntes comuns, abertas em nome de “laranjas”. A fraude seria conhecida por gerentes e diretores do banco. Foram denunciados 684 funcionários - 97 foram condenados a penas de até quatro anos de prisão. O estado obteve o retorno de arrecadação tributária de cerca de R$ 20 bilhões.

 

 

Com certeza estamos diante de uma grande batalha, mas temos de enfrenta-la a fim de exterminar essa praga que atende pelo nome de corrupção e para isso é preciso que algumas ações sejam executadas, aqui estão algumas sugestões: combater o caixa dois, acabar com o cabide de empregos, simplificar os processos, orçamentos públicos mais rigorosos, órgãos de controle com maior poder de fiscalização, punição com maior rigor e maior agilidade e alteração dos prazos de prescrição dos julgamentos de corrupção.

 

 

Fonte e Sítios Consultados


http://g1.globo.com


http://www.portaltributario.com.br

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