A Administração é a ciência social que estuda e
sistematiza as práticas usadas para administrar. O termo “administração”
significa direção, gerência. Ou seja, é o ato de administrar ou gerenciar
negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar metas definidas.
É uma área do conhecimento fundamentada em um
conjunto de princípios, normas e funções elaboradas para disciplinar os fatores
de produção, tendo em vista o alcance de determinados fins como a maximização
de lucros ou a adequada prestação de serviços públicos.
A palavra Ciência vem do latim scire,
que significa conhecer, numa abordagem acadêmica, ciência é o conhecimento ou
um sistema de conhecimentos que abarca verdades gerais ou a operação de leis
gerais especialmente obtidas e testadas através do método científico e seu
objetivo é descrever os fenômenos do mundo. Quando utilizamos este conhecimento
para agir, estamos passando para o campo das CIENCIAS APLICADAS.
ADMINISTRAÇÃO É UMA CIÊNCIA SOCIAL
APLICADA que estuda as organizações e é
fundamentada em um conjunto de normas e funções elaboradas para disciplinar os elementos
de produção. A administração estuda os empreendimentos humanos com o objetivo
de alcançar um resultado eficaz e retorno financeiro de forma sustentável e com
responsabilidade social, ou seja, é impossível falar em Administração sem falar
em objetivos.
Em
síntese, o administrador é a ponte entre os meios (recursos financeiros, tecnológicos e humanos) e os fins (objetivos).
Como elo entre os recursos e os objetivos de uma organização, cabe ao
administrador combinar os recursos na proporção adequada e para isso é
necessário tomar decisões constantemente num contexto de restrições, pois,
nenhuma organização por melhor que seja dispõe de todos os recursos e também a
capacidade de processamento de informações do ser humano é limitado.
Administrar envolve a elaboração de planos, pareceres, relatórios, projetos,
arbitragens e laudos, em que é exigida a aplicação de conhecimentos inerentes
às técnicas de Administração.
A
palavra ORGANIZAÇÃO vem do grego organon que significa instrumento.
Organizações são, portanto, uma forma de associação humana destinada a
viabilizar a consecução de objetivos.
ORGANIZAÇÃO =
PESSOAS + OBJETIVOS
TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
As Teorias da
Administração também são chamadas: Teorias
Gerenciais, Teorias Organizacionais ou Teorias de Empresa. Abaixo temos
as principais correntes de pensamento conforme a maioria dos autores.
Caravantes (1998) reuniu estas teorias em um quadro-síntese mostrando certa
linha de tempo de 1900 até 1970, já que determinadas abordagens se superpõem em
termos cronológicos. Observe que o autor mostra relevância na TGS como um
divisor de águas entre as principais teorias.
Teorias
pré-sistemas
|
Teoria
Geral de Sistemas
|
Teorias
pós-sistemas
|
- Teoria Clássica
- Teoria Relações Humanas
- Teoria Comportamentalista
- Teoria Estruturalista
|
Teoria Geral de Sistemas
|
- Teoria Neoclássica
- Teoria do Desenvolvimento
Organizacional
- Teoria Contingencial
|
TEORIA CLÁSSICA
Administração
Científica - Principal nome: F. W. Taylor
Taylor iniciou o seu estudo observando
o trabalho dos operários. Sua teoria seguiu um caminho de baixo para cima, e
das partes para o todo; dando ênfase na tarefa. Para ele a administração tinha
que ser tratada como ciência. Desta
forma ele buscava ter um maior rendimento do serviço do operariado da época, o
qual era desqualificado e tratado com desleixo pelas empresas. Não havia, na
época, interesse em qualificar o trabalhador, diante de um enorme e
supostamente inesgotável "exército industrial de reserva". O estudo
de "tempos e movimentos" mostrou que um "exército"
industrial desqualificado significava baixa produtividade e lucros
decrescentes, forçando as empresas a contratarem mais operários. Taylor tinha o
objetivo de acelerar o processo produtivo, ou seja, produzir mais em menos
tempo, e com qualidade.
Organização racional do trabalho
· Análise
do trabalho e estudo dos tempos e movimentos: objetivava a isenção de
movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e
rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades
fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma
eficiente.
· Estudo
da fadiga humana: a fadiga predispõe o trabalhador à diminuição da
produtividade e perda de qualidade, acidentes, doenças e aumento da
rotatividade de pessoal.
· Divisão
do trabalho e especialização do operário, cada um se especializaria e
desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões.
· Desenho
de cargos e tarefas: desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma
função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.
· Incentivos
salariais e prêmios por produtividade
· Condições
de trabalho: O conforto do operário e o ambiente físico ganham valor, não
porque as pessoas merecessem, mas porque são essenciais para o ganho de
produtividade.
· Padronização:
aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos
· Supervisão
funcional: os operários são supervisionados por supervisores especializados, e
não por uma autoridade centralizada.
· Homem
econômico: o homem se motiva por recompensas salariais, econômicas e materiais.
· Pagamento
diferenciado para quem produzia acima de certo padrão.
Características principais do autor:
ü Engenheiro de família tradicional que tinha visão no método (obsessão por medição e controle) e aplicou o conhecimento científico.
ü Criou ferramentas e trabalhou no chão de fábrica. Preconceituoso e independente, conseguiu grandes índices de produtividade (De 600 funcionários para 140) através da motivação financeira e da produção em massa.
ü Lança um Livro em 1903 – Administração em oficinas e outro em 1911 – Princípios da Administração Científica.
ü Taylor não entende a natureza humana, e para ele as pessoas são apenas máquinas. Em virtude disso é odiado pelos sindicatos por tornar o trabalho pobre e nunca dar aumento salarial superior a 30%. Estimulou desta forma a imbecilização da tarefa.
ü Apesar das críticas, sua contribuição foi relevante porque encorajou os gestores a levarem em conta a natureza do trabalho e a melhor forma de gerir as pessoas e os recursos.
Taylor
aplicava seus ensinamentos baseado em sete pontos
1. Dividir
o trabalho
2. Tirar
movimentos inúteis
3. Selecionar
o trabalhador
4. Registrar
5. Ver
possíveis interrupções
6. Ver
inexperiência
7. Ver
descanso
Outros nomes desta teoria: Henry Gantt,
Frank e Lilian Gilbreth, Henry Ford, Lyndall Urwick
Teoria
Clássica – Fisiológica e anatômica - Principal nome: Henri Fayol
Engenheiro
(1841-1925), francês, trabalhou na mineradora e metalúrgica Comambaut. Dividiu
a empresa em seis funções básicas: Técnica (fabricação); Comercial (compras e
vendas); Financeira (recursos); Segurança (proteção); Contábil (registros) e Administrativa
(gerência de todas, sendo assim a mais ampla). Publica em 1916 o livro
“Administração Industrial e Geral”.
Uma
crítica importante que se faz à Escola Clássica é o fato de é por essa fazer
uma abordagem extremamente simplificada da organização formal, esquecendo-se da
informalidade existente nas organizações.
Dividiu
a atividade Administrativa em cinco funções, tal teoria perdura até hoje e pode
ser observada nos livros que ensinam as funções da Administração. Usa-se as
siglas POC3 para essas funções. Atualmente há uma versão que substitui as
funções Coordenar e Comandar por DIRIGIR.
· PLANEJAR
- Prever o futuro e traçar programas de ação a médio e longo prazo.
· ORGANIZAR
- Montar a estrutura humana e material para o empreendimento
· CONTROLAR
- Cuidar para que tudo se realize dentro dos planos e das ordens.
· COORDENAR
- Unir e harmonizar toda a atividade e esforço.
· COMANDAR
- Manter o pessoal em atividade em toda a empresa.
Henri
Fayol também relacionou 14 princípios básicos a serem cumpridos nas
organizações que podem ser estudados de
forma complementar aos de Taylor:
1. Divisão do trabalho -
Especialização dos funcionários desde o topo da hierarquia até os operários da
fábrica, assim, favorecendo a eficiência da produção aumentando a produtividade.
2. Autoridade -
Autoridade é todo direito dos superiores darem ordens que teoricamente serão
obedecidas. Responsabilidade é a contrapartida da autoridade.
3. Disciplina -
Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho válidas pra todos os
funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na organização.
4. Unidade de comando -
Um funcionário deve receber ordens de apenas um chefe.
5. Unidade de direção - O
controle único é possibilitado com a aplicação de um plano para grupo de
atividades com os mesmos objetivos.
6. Subordinação dos interesses individuais (ao
interesse geral) - Os interesses gerais da organização devem
prevalecer sobre os interesses individuais.
7. Remuneração -
Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos funcionários e da organização.
8. Centralização- As
atividades vitais da organização e sua autoridade devem ser centralizadas.
9. Linha de Comando (Hierarquia) -
Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à risca uma linha de
autoridade fixa.
10. Ordem – Ter
na organização, preservando um lugar pra cada coisa e cada coisa em seu lugar.
11. Equidade - A
justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a lealdade e a
devoção de cada funcionário à empresa. Direitos iguais.
12 Estabilidade
dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências
negativas sobre desempenho da empresa e o moral dos funcionários.
13. Iniciativa -
Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo.
14. Espírito
de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela
comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo precisam ter
consciência de classe, para que defendam seus propósitos.
Teoria Clássica – Teoria da Burocracia - Principal nome: Max Weber
Sociólogo, alemão (1864 – 1920), segundo o qual a
burocracia é o meio racional utilizado para levar indivíduos para um objetivo
comum. Sem burocracia, só o
diletantismo. É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia,
mas sua influência também pode ser sentida na economia, na filosofia, no
direito, na ciência política e na administração. Sua obra mais famosa é o
ensaio A ética protestante e o espírito do capitalismo, com o qual começou suas reflexões sobre a
sociologia da religião. Weber argumentou que a religião era uma das razões do
porque as culturas do Ocidente e do Oriente se desenvolveram de formas
diversas, e salientou a importância de algumas características específicas do
protestantismo ascético, que levou ao nascimento do capitalismo, a burocracia e
do estado racional e legal nos países ocidentais. Segundo Merton, o principal
mérito da burocracia é sua eficiência técnica. Ela prima por precisão, rapidez,
avaliação e continuidade. O que mantém a empresa funcionando são as 06 (seis)
dimensões da burocracia:
1. Ênfase
na forma – hierarquia.
2. Divisão
do trabalho – especialização.
3. Competência
– só faz quem sabe.
4. Regulação
– normas e regras escritas.
5. Impessoalidade
– a responsabilidade está no cargo e não na pessoa
6. Comunicação
formalizada – documentar
TEORIA
DAS RELAÇÕES HUMANAS – Principal nome: G. Elton Mayo
Georges
Elton Mayo – cientista social australiano – chefiou uma experiência em uma
fábrica da Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne.
Esta experiência caracterizou-se como um movimento de resposta contrária à
Abordagem Clássica da Administração, considerada pelos trabalhadores e
sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operários para
benefício dos patrôes. Na época, a alta necessidade de se humanizar e
democratizar a Administração nas frentes de trabalho das indústrias, aliado ao
desenvolvimento das ciências humanas como a psicologia e a sociologia e as
conclusões da Experiência de Hawtorne fez brotar a Teoria das Relações Humanas.
A Experiência de
Hawtorne, que ocorre entre 1927 e 1933, tinha por objetivo inicial estudar a
fadiga, os acidentes, a rotação do pessoal, e o efeito das condições físicas de
trabalho sobre a produtividade dos empregados. Essa experiência foi também
motivada por um fenômeno apresentado de forma severa à época na fábrica:
conflitos entre empregados e empregadores, apatia, tédio, a alienação,
oalcoolismo, dentre outros fatores que tornavam difícil a convivência no meio
trabalhístico.
Esta experiência,
na sua primeira fase, pretendia confirmar a influência da iluminação sobre o
desempenho dos operários. Nos resultados, os observadores não encontraram
correlação direta entre as variáveis, não apresentando comprovação do objetivo
inicial, e sim somente a preponderância do fator psicológico ao fisiológico.
Na segunda fase ocorreu o desenvolvimento dos seguintes campos:
social, gerado pelo trabalho em equipe; e de liderança: gerado pelos objetivos
comuns. As condições da sala experimental permitiam que se trabalhasse com
liberdade e menor ansiedade: supervisão branda (sem temor ao supervisor, que passou a desempenhar o papel de
orientador); ambiente amistoso e sem
pressões, proporcionando um desenvolvimento social e a integração do grupo
entre si.
Diferenças entre Teoria Clássica e Teoria das Relações Humanas
TEORIA CLÁSSICA
|
TEORIA DAS RELAÇÕES
HUMANAS
|
Trata a
organização como máquina
|
Trata a
organização como grupo de pessoas
|
Enfatiza
tarefas e tecnologia
|
Enfatiza
pessoas
|
Inspirada em
sistemas de engenharia
|
Inspirada em
sistemas de psicologia
|
Autoridade
centralizada
|
Delegação de
autoridade
|
Linhas
claras de autoridade
|
Autonomia ao
empregado
|
Especialização
e competência técnica
|
Confiança e
abertura
|
Um
nome em especial: Mary Parker Follet – uma teoria transitiva
· Livro: Administração
dinâmica. Formou-se em Filosofia, Direito, Economia e Administração.
· Professora e idealista no
final da década de 30, foi intitulada por Peter Drucker como a profeta do
gerenciamento.
· Principais idéias:
Trabalho em equipe. Brainstorming. Trabalhando pessoas
resolvemos os problemas da empresa. Não descarta a eficiência e eficácia. Poder
co-ativo e não coercitivo. Conflito construtivo. Líder deve ser um coordenador
e não um autocrata. Liderança como processo contínuo.
· Seus contatos com empresas e
suas observações da liderança das mesmas levaram-na à conclusão de que a
empresa e sua administração constituem um dos elementos mais dinâmicos da sociedade
Ocidental.
Outros nomes desta teoria: F. J.
Roethlisberg, John Dewey e Kurt Lewin
TEORIA COMPORTAMENTALISTA - Principais
nomes:
A.
Maslow – Pirâmide das necessidades humanas:
Abraham Maslow sugeriu que muito do
comportamento do ser humano pode ser explicado pelas suas necessidades e pelos
seus desejos. Quando uma necessidade, em particular se torna ativa, ela pode
ser considerada um estímulo à ação e uma impulsionadora das atividades do
indivíduo. Essa necessidade determina o que passa a ser importante para o
indivíduo e molda o seu comportamento como tal. Na teoria de Maslow, portanto,
as necessidades se constituem em fontes de motivação. O comportamento motivado
pode ser encarado como uma ação que o indivíduo se obriga a tomar para aliviar
a tensão (agradável ou desagradável) gerada pela presença da necessidade ou
desejo.
A ação é intencionalmente voltada para
um objeto ou objetivo que aliviará a tensão interior. A teoria de Maslow sobre
o comportamento motivado, por analogia, poderia ser utilizada para entendermos
um pouco melhor os clientes das organizações. Poderíamos dizer que o ato de
comprar um produto ou serviço é motivado por uma tensão interna no nosso
cliente, gerada por uma necessidade. Após a compra do produto ou serviço, essa
tensão é aliviada.
É importante lembrar que, embora a
necessidade seja o grande motor da decisão racional da compra, o desejo, de
cunho marcadamente emocional, desempenha um papel extraordinariamente
importante no processo de compra. É fácil perceber que podemos deixar de
comprar algo que necessitamos se não o desejarmos no momento. Também compramos
coisas que não necessitamos quando assim o desejamos.
O comportamento humano é explicado por
Maslow através de cinco níveis de necessidades. Estas necessidades são dispostas
em ordem hierárquica, desde as mais primárias e imaturas (tendo em vista o tipo
de comportamento que estimulam) até as mais civilizadas e maduras.
F.
Herzberg – Teoria dos dois fatores
Frederick Herzberg foi o autor da
"Teoria dos Dois Fatores" que aborda a situação de motivação e
satisfação das pessoas. Nesta teoria Herzberg verificou e evidenciou através de
muitos estudos práticos a presença de que dois fatores distintos devem ser
considerados na satisfação do cargo; são eles: os Fatores Higiênicos e os
Motivacionais.
Fatores higiênicos: referem-se às
condições que rodeiam o empregado enquanto trabalha, englobado as condições
físicas e ambientais de trabalho. Constituem os fatores tradicionalmente
utilizados pelas organizações para obter motivação dos empregados. O que para
Herzberg é um fator bastante limitado em sua capacidade de influenciar o
comportamento dos empregados. A expressão “higiene” reflete seu caráter
preventivo, profilático e necessário. De acordo com as pesquisas de Herzberg,
quando os fatores higiênicos são ótimos, eles apenas evitam insatisfação. E
quando precários eles provocam a insatisfação dos empregados.
Fatores motivadores: referem-se
ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres relacionados com o cargo em si. São os fatores
motivacionais que produzem efeito duradouro à satisfação e aumento de
produtividade em níveis de excelência. Para Herzberg, o termo motivação envolve
sentimento de realização, de crescimento e de reconhecimento profissional
manifestado por meio do exercício das tarefas e atividades que oferecem
suficiente desafio e significado ao trabalhador. Os fatores motivacionais estão
sobre controle do individuo, pois estão relacionados com aquilo que faz e
desempenha.
D.
McGregor – Teoria X e Teoria Y – Livro: O lado humano das empresas.
A Teoria X caracteriza-se por ter um estilo autocrático que pretende que as pessoas fazerem exatamente aquilo que a organização pretende que elas façam do jeito similar que a Administração Científica de Taylor, a Clássica de Fayol e a Burocrática de Weber. As convicções sobre o comportamento humano são as seguintes:
ü O
homens é indolente e preguiçoso por natureza;
ü Não
gosta de assumir responsabilidade e prefere ser dirigido;
ü O
homem é fundamentalmente egocêntrico e seus objetivos pessoais opõem-se, em
geral, aos objetivos da organização;
ü Resiste
à mudanças e a sua dependência o torna incapaz de autocontrole e disciplina.
A Administração segundo a teoria X é
responsável pelos recursos da empresa (organização); pelo processo de dirigir
os esforços das pessoas; pelas políticas de persuasão, recompensas e punição e
pela remuneração como um meio de recompensa.
Se baseia na eliminação de
preconceitos sobre a natureza humana, seus principais aspetos são:
ü O
homem médio não tem desprazer inerente em trabalhar a aplicação do esforço
físico ou mental, em seu trabalho é tão natural quanto jogar e descansar;
ü As
pessoas não são resistentes as necessidades da empresa, as pessoas têm
motivação básica e padrões de comportamento adequados e capacidades para
assumir responsabilidades;
ü Ele
não só aceita responsabilidades, também as procura. As capacidades de
imaginação e de criatividade na solução de problemas é distribuída entre as
pessoas.
Na teoria Y desenvolve-se um estilo
altamente democrático através do qual administrar é um processo de criar
oportunidades e proporcionar orientação quanto a objetivos além de proporcionar
condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam características como
motivação, potencial de desenvolvimento e responsabilidade.
ABORDAGEM ESTRUTURALISTA - Principal nome: Amitai Etzioni
· Professor
de Sociologia, Universidade Hebraica de Jerusalém e Doutorado em Berkeley
· Principais
obras: Organizações Modernas e Organizações Complexas
· Base
do Pensamento: Interação organização e sociedade, Comparação intercultural das
organizações e Mudanças organizacionais.
Principais
características:
O estruturalismo teve sua origem com
Amitai Etzioni, partindo do princípio que em uma empresa qualquer que seja o
departamento analisado, deve-se efetuar esta análise a luz dos demais. Não há
setores isolados, mas uma estrutura inter-relacionada de coisas que se associam
e se completam.
A partir dessa premissa, a Teoria Clássica e de Relações Humanas expressam uma incoerência para a proposta estruturalista, uma vez que ambas concebem formas organizacionais bastante antagônicas: a primeira só vê o lado material, enquanto a segunda enfatiza o incentivo psicossocial. Portanto a origem do estruturalismo reside no antagonismo entre esses dois enfoques.
A Teoria Estruturalista analisa a
estrutura de uma organização considerando as partes internas (subsistemas),
comparando-as com o todo. É, portanto tudo que a analise interna da organização
possa revelar e sua principal fonte de análise advém das propostas
conflitantes.
Características:
ü Cooperação
dos empregados: Os indivíduos cooperam com a organização quando tem interesses
comuns, por exemplo, tornar a empresa viável economicamente para mantê-los no
emprego. Por interesse conflitante entende-se a distribuição de lucros que
ocorre em desproporção a produção;
ü Não
recompensado devidamente o empregado tende a promover o boicote;
ü Conflitos
desejáveis: Os conflitos entre empregados e patrões não devem ser estimulados,
mas são desejáveis sob o ponto de vista estruturalista. O conflito estimula a
criatividade e o dinamismo entre patrão e empregado além de conduzir a não
alienação da classe dominada (até certo ponto benéfico para a organização);
ü Autoridade
do especialista e autoridade dos administradores: Na organização, convivem
especialistas e administradores cada qual comprometido com sua área de atuação.
O administrador busca o lucro, enquanto o especialista busca a eficiência
técnica. Por essa razão tende ao conflito;
ü Criatividade
e planejamento: É fato comprovado que o planejamento feito por especialistas é
uma variável fundamental para o desenvolvimento da empresa. O conflito
existente é proveniente do distanciamento do operário que vai executá-lo, uma
vez que este se sente inibido de promover as modificações, num plano não
elaborado por ele.
ü A
organização, na visão estruturalista, é uma unidade social intencionalmente
planejada, construída, reconstruída, com divisão do trabalho, centro de poder e
controle que permitem direcionar, comunicar, substituir e administrar o
pessoal;
ü Diversidade
de público: Existindo vários públicos (empregados, clientes, fornecedores,
etc), os objetivos da empresa se multiplicam e encontram-se em constante
evolução, razão pela qual favorecem os conflitos;
ü Incentivos
mistos: A tentativa de compreender e administrar a organização de forma global
levou ainda a proposta de incentivos mistos. Para os estruturalistas, permitir
apenas o incentivo econômico (T.Clássica), ou somente o psicossocial (TRH), é
ter uma visão isolada da organização. Portanto para representar o
estruturalismo (homo organizacional) deve ser premiado por ambas as
recompensas.
TEORIA GERAL DE SISTEMAS - Principal nome: Ludwig von Bertalanffy
A T.G.S. não busca solucionar
problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir teorias e formulações
conceituais que possam criar condições de aplicação na realidade empírica.
Afirma que:
· Existe
uma nítida tendência para a integração
nas várias ciências naturais e sociais;
· Essa
integração parece orientar-se rumo a uma teoria
dos sistemas;
· Essa
teoria de sistemas pode ser uma maneira mais abrangente de estudar os campos
não físicos do conhecimento científico, especialmente as ciências sociais;
· Essa
teoria de sistemas, ao desenvolver princípios unificadores que atravessam
verticalmente os universos particulares das diversas ciências envolvidas, aproxima-nos do objetivo da unidade da
ciência; isso pode levar a uma integração muito necessária da educação científica.
A importância da TGS é significativa
tendo em vista a necessidade de se avaliar a organização como um todo e não
somente em departamentos ou setores. O mais importante ou tanto quanto é a
identificação do maior número de variáveis possíveis, externas e internas que,
de alguma forma, influenciam em todo o processo existente na Organização. Outro
fator também de significativa importância é o feedback que deve ser
realizado ao planejamento de todo o processo.
Teoria dos sistemas começou a ser
aplicada a administração principalmente em função da necessidade de uma síntese
e uma maior integração das teorias anteriores (Científicas
e Relações Humanas, Estruturalista e Comportamental oriundas das Ciências
Sociais) e da intensificação do uso da cibernética e da
tecnologia da informação nas empresas. Os sistemas vivos, sejam indivíduos ou
organizações, são analisados como “sistema abertos”, mantendo um continuo
intercâmbio de matéria/energia/informação com o ambiente. A Teoria de Sistema
permite reconceituar os fenômenos em uma abordagem global, permitindo a
inter-relação e integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de
natureza completamente diferentes.
Um sistema é um todo complexo ou
organizado, um conjunto de partes que formam um todo. E a complexidade é um
maior número de problemas e maior número de variáveis. A sociedade atual é
muito complexa e as organizações estão envolvidas nesta complexidade.
Algumas propriedades de um sistema:
1. INPUT
– entrada de insumos. OUTPUT – saída processada, produto.
2. THROUGHPUT
– processo, produção, transformação, arrumação.
3. FEEDBACK
– retroalimentação, ajuste de conduta conforme o retorno do ambiente.
4. INTERDEPENDENCIA
– as partes dependem umas das outras
5. SUBSISTEMAS
– cada sistema possui subsistemas dentro de si
6. EQUIFINALIDADE
– o sistema tem um objetivo compactuado com os subsistemas.
7. ENTROPIA
– tendência a desagregação, morte.
8. HEMOESTASE
– oposto da entropia, processo de cura e reequilíbrio.
THROUGHPUT
INPUT OUTPUT
FEEDBACK
TEORIA
NEOCLÁSSICA - Principal
nome: Peter Drucker
Surge nos Estados Unidos como um
movimento que busca reequilíbrio organizacional em virtude da supervalorização
dada ao elemento humano na época da segunda guerra. Seu pragmatismo
concentra-se na consecução de objetivos e na obtenção de resultados. A era de
ouro do capitalismo fomentou esta teoria que também aproveita elementos da
Teoria de Relações Humanas, da Teoria da Matemática e da Teoria Geral de
Sistemas. Suas características são:
· A
ênfase na prática da Administração
· A
reafirmação dos postulados clássicos
· A
ênfase nos princípios gerais da Administração
Administração Por Objetivos
É uma macrotecnologia administrativa
derivada da Teoria Neoclássica e nasceu como um método de avaliação baseado em
critérios financeiros. A APO busca se afastar das atividades-meio indo para as
atividades-fim. É um sistema de gerência em que chefias e subordinados
estabelecem metas para suas áreas com planos que definem o resultado, o padrão
de trabalho, o acompanhamento e a análise de desempenho. Suas vantagens são o
controle do administrador sobre o seu desempenho, maior disciplina, melhor
aproveitamento da capacidade dos gerentes, maior trabalho em equipe e mehor
relação entre os chefes e os subordinados. Suas desvantagens são a dificuldade
em estabelecer os objetivos, necessidade de um bom sistema de comunicação e as
dificuldades de mensuração dos objetivos. Estão alinhados com a APO, o PE, a
Terceirização, o TQC e outras ferramentas administrativas.
Metodologia
de Implantação da APO:
Exposição
do assunto à diretoria e obtenção de apoio; Palestra com gerentes explicando o
sistema; Análise das condições de funcionamento; Preparação por área dos
objetivos; Discussão com a diretoria da situação e da lista de objetivos;
Diretoria faz um exame da situação com possibilidades e limites; Retorno dos
estudos: Redação de documento com os objetivos; Plano Estratégico;
Acompanhamento.
Quanto
a Drucker:
· Peter
Ferdinand Drucker, nasceu em 19 de novembro de 1909, em Viena, Áustria -
faleceu em 11 de novembro de 2005, em Claremont, Califórnia, EUA). Era filósofo
e administrador austríaco, sendo considerado o pai do Marketing moderno e
também pai da administração moderna. Formação humanística européia, formado em
Direito e inicialmente é um jornalista.
· Conhecimentos
amplos em História, Filosofia, Teologia, Economia.
· Presidente
honorário da Drucker Foundation e professor de ciências sociais da Claremont
Graduate University, Califórnia, EUA, escreveu muitos artigos e livros. O
pensador tem produzido ao longo de sua carreira uma mistura única de rigor
intelectual, popularização, praticidade e profundo conhecimento das tendências
cruciais, como definiu Robert Heller, fundador e editor de uma das maiores
revistas de negócios inglesas, a Management Today.
· Escreveu
42 livros e os principais são:
· O Fim do Homem Econômico (1939)
· Prática da Administração de Empresas (1954)
· O
Gerente Eficaz (1967)
· Administração
em Tempos
Turbulentos (1980)
· Administração de Organizações Sem
Fins Lucrativos (1990)
· Sociedade
pós-capitalista (1993)
· A Administração
na Próxima Sociedade (2002).
Para
ser um gerente eficiente, Drucker nos ensina:
1. Saber
onde gastar o próprio tempo.
2. Concentrar
esforços em resultados mais do que em atividades.
3. Basear-se
nas qualidades pessoais mais fortes.
4. Concentrar-se
nas tarefas-chaves.
5. Tomar
decisões efetivas.
Algumas
frases famosas. . .
l “A
moderna empresa não é apenas uma instituição econômica, ela deve ter um
conceito, uma organização e uma constituição. Ela é uma instituição social e
uma comunidade, e, como tal deve ser dirigida e estudada.”
l “A
função do administrador é tornar produtiva as organizações para o indivíduo,
para a comunidade e para a sociedade.”
l “Não
existem países subdesenvolvidos, existem apenas países 'sub administrados'.”
TEORIA DO DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL
Principal nome: Warren Bennis
· Professor
e reitor da Universidade de Buffalo.
·
Surge no final da
década de 60 nos Estados Unidos.
·
Acadêmicos e
consultores percebem grandes mudanças nas organizações e criam o DO como
resposta a essas mudanças. Querem ajudar as pessoas a se adaptarem a estas
mudanças.
·
Guerra do Vietnã,
movimento estudantil, crise no emprego, conflitos sociais e raciais, estresse
causado aos indivíduos pela mudança rápida.
· Outros autores: R. Blake, J.
Mouton, Edgar Schein, Chrys Argyris, P. Lawrence.
DO é um conjunto de
intervenções planejadas de mudança construída sobre valores humanos e
democráticos que procuram incrementar a eficácia organizacional e o bem-estar
dos funcionários.
O
Desenvolvimento Organizacional é um desdobramento prático e operacional da
Teoria Comportamental a caminho da abordagem sistêmica. Essa teoria representa
a fusão de duas tendências no estudo das organizações: o estudo da estrutura de
um lado, e o estudo do comportamento humano nas organizações de outro, integrados
através de um tratamento sistêmico. Os diversos modelos de DO consideram
basicamente quatro variáveis:
1) o
meio ambiente, focalizando aspectos como a turbulência ambiental, a explosão do
conhecimento, a explosão tecnológica, a explosão das comunicações, o impacto
dessas mudanças sobre as instituições e valores sociais, etc.;
2) a
organização, abordando o impacto sofrido em decorrência da turbulência
ambiental e as características necessárias de dinamismo e flexibilidade
organizacional para sobreviver nesse ambiente;
3) o
grupo social, considerando aspectos de liderança, comunicação, relações
interpessoais, conflitos, etc.; e
4) o
indivíduo ressaltando as motivações, atitudes necessidades, etc. Os autores
salientam essas variáveis básicas de maneira a poderem explorar sua
interdependência, diagnosticar a situação e intervir em variáveis estruturais e
em variáveis comportamentais, para que uma mudança permita a consecução tanto
dos objetivos organizacionais quanto individuais. Portanto, a ênfase é dada na
gestão de pessoas e processos.
Características
de DO:
l Constante e rápida mutação do ambiente.
l Necessidade de contínua adaptação.
l Interação entre a organização e o ambiente, entre o
indivíduo e a organização e entre os objetivos individuais e organizacionais.
Processos
de DO:
l A coleta de dados – identificar as características e
as relações na organização.
l Diagnóstico organizacional – análise, elaboração de
estratégias e preparação para mudança.
l Ação de intervenção - intervenção e reforço, já que
o DO é um processo contínuo.
TEORIA CONTINGENCIAL PRINCIPAL –
Principal nome: James Thompson
Abordagem mais moderna que usa a TGA
para solucionar os problemas. Chamada
de Ça depend. Deriva da TGS incorporando a interdependência, a
natureza orgânica das organizações, o caráter aberto e adaptativo. Manter
flexibilidade nas mudanças e unir teoria e prática. Visão no ambiente para
descobrir elementos para orientar seu desempenho: o competidor, os apoios e,
especialmente, o cliente e os resultados por este esperado.Tudo depende de
tudo. Não há a melhor maneira de administrar.
A
Teoria contingencial enfatiza que não há nada de absoluto nas
organizações ou na teoria administrativa. Tudo é relativo. Tudo depende. A abordagem contingencial explica que
existe uma relação funcional
entre as condições do ambiente e as técnicas administrativas apropriadas para o
alcance eficaz dos objetivos da organização. As variáveis ambientais são variáveis independentes, enquanto as
técnicas administrativas são variáveis
dependentes dentro de uma relação
funcional. Na realidade, não existe uma causalidade direta entre essas
variáveis independentes e dependentes, pois o ambiente não causa a ocorrência
de técnicas administrativas. Em vez de relação
de causa e efeito entre as variáveis do ambiente (independentes) e as
variáveis administrativas (dependentes), existe uma relação funcional entre elas. Essa relação funcional é do tipo "se então" e pode levar a um alcance eficaz dos objetivos da
organização.
“Se
a forma de gerenciar é adequadamente vista como dependente da situação que se
procura equacionar, o que decorre como conseqüência é que não há um único
conjunto de princípios de ‘boa organização’ um tipo ideal de sistema gerencial
que sirva de modelo para que a prática administrativa imite ou deva mesmo
imitar. O que também decorre é a necessidade, de parte da gerência, de, em
primeiro lugar, interpretar a situação de mercado e tecnológica, em termos de
sua instabilidade ou da velocidade em que as condições externas estão mudando, e
só então planejar o sistema gerencial apropriado às condições, e então fazê-lo
funcionar.”
Pesquisa de T. Burns e G.M. Stalker:
Pesquisaram
para verificar a relação existente entre as praticas administrativas e o
ambiente externo dessas organizações. Ficaram impressionadas com os métodos
nitidamente diferentes encontrados.
Sistema
Mecânico: Cada um executa sua tarefa como se fosse distinta e
separada das demais: Centralização das decisões; Hierarquia de autoridade
rígida; Sistemas rígidos de controles; Simples comunicação e Ênfase nos
princípios universais da gestão.
Sistema
Orgânico: Estrutura organizacional flexível e adaptável; Descentralização
das decisões; Cargos são continuamente modificados e redefinidos; Hierarquia
flexível; Comunicações informais e Ênfase nos princípios do bom relacionamento
humano.
Conclusão: Há
uma espécie de seleção natural do tipo: sistemas mecanicistas sobrevivem em
ambientes imutáveis e estáveis, e sistemas orgânicos se adaptam bem a ambientes
instáveis e turbulentos.
Fonte:
Apostilas do Curso de Administração
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