Afinal, quem ganhou mais e quem perdeu com a economia na Copa?
O número
de turistas superou as expectativas, os brasileiros compraram poucos
aparelhos de televisão, beberam as cervejas que tinham que
beber, os restaurantes e o varejo registraram queda no movimento esperado.
Mesmo
com o final da Copa, com o 4º. Lugar do Brasil, o vice-campeonato da argentina,
o tetra da Alemanha, os muitos recordes e surpresas, ainda vai levar um tempo
para finalizar o impacto econômico desse evento - e a expectativa não era
pequena - mas existem alguns números que já dão algumas pistas.
No
dia 10/07/14, a Prefeitura de São Paulo divulgou que até o dia 10 de
julho, o evento havia trazido quase meio milhão de turistas para a cidade - 299
mil brasileiros e 196 mil estrangeiros, que representaram um impacto econômico
de R$ 1 bilhão.
A
expectativa do governo brasileiro era que todo o período da Copa atraísse 600
mil visitantes estrangeiros para o país, mas esse número foi superado já na
primeira fase.
Cerca dos
692 mil que desembarcaram por aqui em junho, mais que o dobro da média do mês e
do número total da Copa de 2010.
Veja de
onde eles vieram, segundo a Polícia Federal:
Turistas em junho
|
Quantidade
|
Argentina
|
101 mil
|
Estados
Unidos
|
83 mil
|
Chile
|
44 mil
|
Colômbia
|
41 mil
|
México
|
34 mil
|
Hotéis
Na
primeira semana do evento, a ocupação média dos hotéis ficou em 80% de acordo com o Fórum de Operadores Hoteleiro do Brasil (FOHB), acima da
expectativa divulgada nos últimos meses.
Ate o dia
30 de junho, 450 mil diárias haviam sido negociadas. São Paulo teve o maior
número de leitos adquiridos, mas foi último lugar em ocupação (69%), enquanto o
Rio de Janeiro liderou com 92% e um pico de 95% no dia de Espanha e Chile.
Cerveja e bares
Depois de cair em 2013 pela
primeira desde 2010, a produção de cerveja no país
levou um novo empurrão com a Copa.
O 1,04
bilhão de litros produzido entre janeiro e junho representa um crescimento de
11,6% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a CervBrasil.
A
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes divulgou que o movimento nos
bares cresce em média 70% nos dias de jogo do Brasil e que o setor deve ter
receita de R$ 12 bilhões no mês do mundial.
É mais do
que no mesmo período do ano passado, quando acontecia a Copa das Confederações
e houve ganho entre R$ 8 bilhões e R$ 9 bilhões. Para os restaurantes, o efeito
foi nulo ou até negativo.
Varejo
A
produção de televisores também aumentou: entre janeiro e abril, o número de
televisores de LED fabricados foi 65% maior em relação ao mesmo período do ano
passado.
Com a
ajuda de preços menores, as vendas aumentaram entre 30% e 40% nos últimos meses
na comparação anual, mas os estoques são grandes e a liquidação já começou.
O
comércio popular também ganhou, mas outras partes do varejo foram prejudicadas
por feriados e pela distração dos consumidores.
As vendas
no varejo em São Paulo caíram 12,9% em junho na comparação com maio e 0,75% em
relação a junho do ano passado, segundo a ACSP. No Rio de Janeiro, a estimativa
do Clube dos Diretores Lojistas (CDLRio) é a de que as perdas cheguem a R$ 1,9 bilhão.
O varejo
de moda também reclamou, mas em alguns setores é difícil isolar o efeito Copa da
desaceleração mais ampla e da 'deteorização' de expectativas por que passa a economia brasileira.
Inflação
A Copa
também mexeu com a inflação.
Em junho, altas nas passagens aéreas e nas diárias de hotéis foram responsáveis por metade do Índice de Preços ao Consumidor
(IPCA).
O
acumulado de 12 meses, influenciado por fortes altas no final do ano passado,
chegou a bater o teto da meta de 6,5%.
Legado
O fato do
evento ter ocorrido sem maiores contratempos e a melhora na infraestrutura de
recebimento também podem favorecer a imagem do país e aumentar o fluxo de
turistas no longo prazo.
Os 98,3%
dos estrangeiros que visitaram o Rio de Janeiro disseram que recomendarão a
cidade para seus parentes e amigos, de acordo com uma pesquisa divulgada pela
Prefeitura.
Outro
beneficiado pode ser o
próprio futebol brasileiro, que tem um potencial econômico pouco explorado e
terá à sua disposição uma infraestrutura muito melhor a partir de agora:
“Eles
terão ótimos estádios, novos e seguros, que vão atrair mais pessoas. Há
evidência de que depois das Copas e do campeonato europeu, há um aumento na
frequência e lotação nas ligas de futebol, e tenho certeza que isso vai
acontecer aí”, diz Simon Kuper, autor de "Soccernomics".
O esporte
como um todo é responsável por cerca de 1,6% do PIB brasileiro e tem crescido a taxas mais rápidas do que o
resto da economia.
Já o
impacto do legado de infraestrutura é incerto e difícil de mensurar. Foram
feitas menos obras do que o previsto (e com custo maior), mas de uma forma ou de
outra, estes investimentos vinham de muitos anos e seu efeito já estava
absorvido antes do Mundial.
Fonte
e Sítios Consultados
WWW.
exame.abril.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário