A logística é a área da gestão responsável em prover da melhor
maneira possível o fluxo de produtos entre produtores e consumidores, de
forma a obter o melhor nível de rentabilidade para a organização e maior
satisfação dos clientes. Seu objeto é a armazenagem e a movimentação de
produtos, visando a diminuir o hiato entre produção e demanda.
Em definição, a
missão da logística é colocar os produtos e serviços certos, no tempo certo, no
lugar correto, na condição ideal, ao menor custo possível.
Faz parte do universo da logística tudo o que
se refere às atividades de transporte, manutenção de estoques e processamento
de pedidos. Estes representam o que se chama de atividades principais:
Transporte
Engloba os vários métodos para se movimentar
produtos: rodoviário, ferroviário, duto viário, marítimo e aéreo. É a atividade
mais importante, pois envolve de um terço a dois terços dos custos logísticos
totais.
Manutenção
de estoques
Normalmente é inviável a produção instantânea
de produtos para atender os clientes. Para se atender a demanda no momento em
que ela ocorre é preciso dispor de estoque. Os estoques evitam perdas de vendas,
que ocorreriam se os clientes fossem procurar o produto e não o encontrasse,
mas também impactam no custo financeiro, já que certo valor é despendido para
manter produtos armazenados. O ideal é conciliar um nível mínimo de estoque com
a demanda e não deixar de atender a nenhum pedido. A manutenção de estoques
pode significar até dois terços do custo total de logística.
Processamento
de pedidos
Os custos de processamento de pedidos tendem
a serem pequenos quando comparados com os dois itens anteriores. Sua importância
reside em ser o primeiro passo para a movimentação de produtos.
Existem várias atividades internas
(atividades secundárias) que apoiam a logística, permitindo atingir seus
objetivos organizacionais:
Armazenagem
e manuseio
É preciso dimensionar corretamente o espaço
para manter estoque e sua localização, arranjo físico, acesso de pessoas ou de
máquinas a toda sua área, entrada e saída de caminhões para carga e descarga,
uso ou não de prateleiras e sua altura ou uso de ‘pallets’, forma de recebimento
dos pedidos etc.
Embalagem
Um bom projeto de embalagem facilita o
manuseio e protege os produtos de quebras e danos. As dimensões adequadas
permitem um armazenamento mais eficiente.
Compras
e produção
Ainda que não diretamente ligada à logística,
são duas áreas de fundamental importância para o fluxo de movimentação. Compras
é o departamento que trata da entrada de insumos, suprimentos e produtos na
organização. As decisões deste departamento influem nos custos logísticos. A
produção, por sua vez, é quem disponibiliza os produtos para atender aos
pedidos. Manter um fluxo de informação eficiente sobre os prazos de Compras e a
chegada dos produtos é outro fator importante para o planejamento correto.
Desde a década de 1970 que a importância da
logística vem crescendo para o resultado das organizações. Hoje, ocupa a
posição intermediária entre produção e marketing. Existem algumas áreas onde a
administração se sobrepõe. Por exemplo, na determinação de preço e embalagem,
logística e marketing trabalham conjuntamente. Já compras e programação de
produção são áreas de sobreposição com o departamento de Produção.
Distribuição
física
A distribuição física é a função primária da
logística. Da produção à entrega ao comprador, todos os passos são de sua
responsabilidade. Há basicamente dois mercados para ser atendidos. Um é o de
usuários finais, que usam o produto para satisfazer suas necessidades finais,
seja de consumo ou para criar novo produto, no caso de mercado industrial. O
outro é formado pelos que usam o produto para revender: são os distribuidores,
atacadistas e varejistas.
A diferença entre os dois mercados está no
volume e no perfil da compra. Consumidores finais compram em menor quantidade e
são em maior número. Suas compras são mais frequentes do que as dos
intermediários.
Para atender os diversos mercados existem
várias configurações.
1.
Entrega direta a partir do estoque da
fábrica.
2.
Entrega direta a partir de vendedores ou
da linha de produção.
3.
Entrega feita a partir de um sistema de
depósitos.
As entregas podem ser feitas por veículos
próprios ou terceirizados. As opções variam de setor para setor. Mas o
princípio básico entre as duas é que as grandes cargas, que lotam os
transportes, diluem o custo do frete e, assim, são mais lucrativas do que as
entregas em pequenas quantidades. Por isso, sempre que possível, se busca lotar
o meio de transporte utilizado e evitar o envio de pequenas cargas.
A responsabilidade sobre a movimentação de
produto, porém, não se encerra com a entrega. A mercadoria pode ser devolvida
por questão de pedido errado, dano físico, prazo de validade vencido e outros.
O administrador deve estar preparado para receber e estocar essas devoluções
Controle
de estoques
O controle de estoque é um dos grandes
dilemas da administração. Não manter estoque suficiente para atender a demanda
é se arriscar a perder vendas. Manter estoque acima da demanda é comprometer
uma parte substancial do capital da organização. E prever com exatidão a demanda
futura é uma tarefa quase impossível. Como equacionar esses fatores?
A
função do estoque
O armazenamento de mercadorias é importante
para atender uma série de finalidades.
1. Melhora o nível do serviço ao cliente. Os
clientes valorizam a disponibilidade imediata dos produtos.
2. Permite menores custos nas compras e no
transporte. Ao produzir em maior quantidade a organização pode negociar menores
preços nas matérias-primas. O produto acabado, por sua vez, ao ser enviado em
grande quantidade dilui o custo do frete, diminuindo seu impacto no custo.
Menores custos significam que a organização pode vender mais barato ou ter
maior margem de rentabilidade.
3. Amortece o impacto na oscilação de
demanda. Todos os setores passam por
períodos de variação na quantidade vendida. Ao trabalhar com estoque, a
organização pode ter uma produção mais constante e dessa forma minimizar os
efeitos de ter períodos em que não consegue atender aos pedidos e períodos de ‘sub ocupação’ de mão de obra, máquinas e
instalações.
4. Permite se antecipar aos aumentos. As
compras podem ser antecipadas para evitar aumentos programados nos
fornecedores.
5. Diminui o risco de desabastecimento. Dificilmente se consegue prever a
demanda futura ou o tempo de ressuprimento. Ao trabalhar com estoque de
segurança, a organização evita os custos de perda de vendas.
6. Protege contra contingências. Greves, inundações, incêndios são
algumas contingências que fogem do controle da administração. A organização,
porém, pode se antecipar a elas, fazendo estoque e evitando o desabastecimento.
Tipos
de demanda
Um fator que determina o nível ideal de
estoque é a demanda. Existem basicamente cinco tipos de demanda.
Permanente
Muitos produtos têm ciclo de vida muito
longo, como por exemplo, o leite em pó Nestlé , e outros ficam no mercado por pelo
menos cinco anos. Estes produtos podem ser considerados de demanda permanente.
Para eles não existem picos de venda ou queda brusca de procura. Dessa forma
pode-se trabalhar com um ‘ressuprimento’
periódico e quantificar o volume de estoque.
Irregular
Não há um nível de procura definido, existe
uma imprevisibilidade na venda destes produtos, ou seja, os produtos têm
comportamento irregular, o que dificulta enormemente as previsões de venda. Um
exemplo foi o lançamento de uma coleção de revista de culinária. A venda de
coleção tem uma curva conhecida e previsível para as editoras. Os primeiros
números sempre vendem mais e os últimos vendem muito pouco. Desse modo, as
editoras determinam as tiragens baseadas na venda do primeiro número. No caso
desta revista, a venda superou as expectativas e obrigou a editora a fazer uma
nova impressão antes de lançar o número seguinte. Lançado o segundo número,
houve um encalhe da ordem de 80%. O motivo foi que a revista trazia receitas com
ingredientes que não eram facilmente encontrados e isso desmotivou a maioria
dos compradores iniciais de continuar comprando a coleção.
Derivada
1. A demanda
derivada é resultante da demanda por outro produto, ao qual o produto em
questão está associado, tais como embalagens e matérias primas. Por exemplo,
venda de automóveis em um período indica como será a demanda por pneus. A
demanda de pneus é dita derivada. O estoque necessário para atender a demanda
derivada também é derivado. Quanto e quando comprar e produzir são
determinados pela demanda.
Em declínio
Deve-se considerar o período
de extinção do produto em questão adequando os estoques de reposição. Todo
produto tem um ciclo de vida. Alguns são mais longos,
outros mais curtos. Mas de modo geral, a queda na venda é gradual e pode ser
administrada. A exceção são os produtos com vida útil planejada, como chips de
computadores e softwares, que ao serem lançados já têm determinado quanto tempo
durarão no mercado.
Sazonal
Alguns produtos praticamente só têm procura
em determinadas épocas, como por exemplo os livros didáticos, ovos de páscoa,
árvores de Natal. Outros são produtos de moda ou de ciclo de vida muito curto,
como por exemplo, camisas da seleção brasileira de futebol na época da Copa do
Mundo. Esses produtos podem ser tratados como tendo um único pico de vendas. Se
o ciclo é, por exemplo, anual, errar muito na previsão da demanda significa
assumir um grande ônus financeiro, seja pelo capital parado ou pelo fato do
prazo de validade ser curto.
Vamos analisar as características comuns a
administração de estoques, seja de matéria-prima ou de produto acabado.
1.
Custo. Há
três tipos de custo para os estoques: compra, manutenção e falta.
a) Manutenção. Manter estoque de produtos
ou de matérias-primas imobiliza capital da organização, que poderia ser usado
em outras atividades ou ser aplicado em bancos para render juros. Também faz
parte do custo o preço do espaço físico onde está ocorrendo o armazenamento e o
preço do seguro contra incêndio ou roubo. Outro custo associado a manutenção de
estoque é o risco de obsolescência, deterioração, furto ou dano.
b) Compra. Os custos de aquisição incluem
o processamento do pedido nos departamentos internos, produção, manipulação e
envio. Além, claro, do custo da mercadoria propriamente.
c) Falta. Quando o cliente faz um pedido e
não há estoque do produto, pode haver dois tipos de perda. Um é o da venda
perdida, que acontece quando o cliente cancela o pedido não atendido. É lucro
perdido e comprometimento de relacionamento com o cliente, que buscará outro
fornecedor. O outro é o custo de atraso, que ocorre quando o cliente se dispõe
a esperar a chegada do produto e a empresa incorre em gastos extras de
reprocessamento do pedido, transporte e manipulação.
Armazenamento
de Materiais
Estocar material adequadamente é a forma de
diminuir custos e otimizar o trabalho logístico. O almoxarifado é o local onde
o processo de estocagem e movimentação interna de carga ocorre.
A eficiência do sistema de estocagem e a
demanda de capital necessário variam de acordo com cada atividade e não há uma
fórmula única. Deve-se determinar corretamente os tipos de máquinas e
equipamentos a serem utilizados. A escolha correta leva a diminuição de riscos
de acidentes de trabalho e permite a recuperação do investimento com o aumento
da produtividade em pouco tempo. Ao contrário, o dimensionamento errado de
necessidades ou a escolha equivocada de equipamentos leva à despesas elevadas
de operação, manutenção etc., quando é superdimensionada, ou, ao contrário,
quando é subdimensionada, dificulta a ampliação da produção e das vendas.
A natureza do material a ser estocado
determina os problemas e as características do sistema de almoxarifado. Podem-se
armazenar gases, líquidos ou sólidos, cada um com várias subcategorias. Os
gases, por exemplo, podem ser produtos de baixa ou alta pressão, serem
corrosivos, tóxicos ou inflamáveis. Estas características determinam os tipos
de armazenagem e manipulação.
Em alguns casos, é necessário se alterar o
estado físico do material para facilitar a estocagem ou aproveitar algum
equipamento já existente ou mesmo a usar um equipamento mais conveniente
economicamente.
A
quantidade de material manipulado e a frequência da manipulação são
determinadas muitas vezes pelas características do próprio material. Várias
reações químicas ocorrem com produtos industriais após certo tempo e devem ser
evitadas com o rápido processamento ou despacho do material. Produtos
perecíveis, por sua vez, pedem tempo de processamento curto. Por outro lado,
produtos envelhecidos, como uísque, ganham valor quanto maior for o período de
estocagem.
Um sistema otimizado de estocagem leva em
conta todos estes fatores e busca evitar a rejeição de material ou mercadoria
por dano no manuseio.
Layout
O layout é uma preocupação presente desde a
escolha do local de estoque até a decisão se o armazém será climatizado ou não.
Uma vez definido, o layout pode sofrer alterações no decorrer do tempo em vista
da aquisição de novos equipamentos, mudanças nos itens estocados, aumento ou
diminuição da quantidade guardada, mudança nas embalagens. Em certos casos, as
mudanças são planejadas, em outros, adaptam-se a situações inesperadas.
As
alterações de layout podem ser alteradas para atender a oito situações:
1. Demanda
O aumento ou a redução das vendas altera o
ritmo da produção e a dimensão do estoque de vendas. Pode gerar capacidade
ociosa, custo extra, quando há queda na demanda, ou pode estar atrapalhando o
ritmo do crescimento, gerando perda de vendas ou gargalo de produção, no caso
de crescimento de demanda.
2.
Custo
O aproveitamento ideal do armazém, a
utilização plena da mão de obra, o uso intensivo dos equipamentos geram redução
de custos.
3.
Obsolescência
As
instalações podem ficar pequenas em relação ao aumento da área de estocagem e
pedir ampliação, reforma, ou mesmo mudança de local. Em sentido inverso, também
podem ficar grandes demais, obrigando a escolha de local mais apropriado ao
novo ritmo de vendas ou de produção.
4.
Produto
Mercados competitivos exigem constantemente
alterações nos produtos para melhor se adequar às exigências dos consumidores.
Essas alterações quase sempre acarretam em mudanças nas exigências dos
depósitos.
5.
Novo produto
Para manter a competitividade, as indústrias
estão constantemente lançando novos produtos e deixando de fabricar outros. Essas
mudanças no mix de produtos alteram as exigências do depósito.
6.
Ambiente de trabalho
Os depósitos devem ser planejados de forma a
otimizar o rendimento do trabalho. Dessa forma, devem evitar ruído em excesso, temperaturas
anormais, contato dos trabalhadores com agentes agressivos e prejudiciais à
saúde. No mínimo, deve atender as normas oficiais de Segurança do Trabalho,
editadas pelo Ministério do Trabalho.
7.
Acidentes
Uma das funções do planejamento de layout é
contribuir para evitar acidentes. Deve demarcar áreas de isolamento,
corredores, passagens, de tráfego de veículos, fazer obstruções etc. Deve
prever, ainda, a existência de instalações para atender, em caráter
emergencial, os trabalhadores que se acidentam.
8.
Mercado consumidor
É fundamental para a organização estar perto
do mercado consumidor. Muitas vezes, a mudança na linha de produtos leva a
empresa a atuar em novo segmento e a ter de mudar a localização do depósito ou
da fábrica.
Layout
de processo produtivo
Existem basicamente três processos
produtivos: contínuos, repetitivos e intermitentes.
Contínuos
Os contínuos são comuns às indústrias das
áreas química, de cimento, papel etc. O layout é muito específico para cada
tipo de atividade.
As operações repetitivas são as que se
processam em lotes, como na indústria automobilística. Uma área da fábrica é
dedicada a produzir apenas um item, que tem uma perfeita padronização.
Repetitivos
A matéria-prima entra em uma extremidade e o
produto acabado ou ‘semi-acabado’ sai
na outra ponta. A estocagem de material dentro do processo é mínima. Este tipo
de arrumação é chamado layout por produto.
Intermitentes
O terceiro tipo de processo é o intermitente.
Ele é típico de fabricação de lotes sob encomenda. Diferente do anterior, a
produção é flexível e não requer grande padronização na linha de produção.
Algumas máquinas podem fazer duas ou mais peças e as operações semelhantes são agrupadas
em áreas. Este processo ocorre, por exemplo, com soldagem, banhos anticorrosão,
pintura e outros.
Na prática, raramente os processos são puros.
O mais comum é encontrá-los combinados em maior ou menor grau.
Distribuição
e transporte
O transporte é um dos itens mais importantes
no custo total das empresas. A racionalização dessa operação é vital para o
resultado dos negócios. Por isso, merece atenção especial. Principalmente
porque as decisões corretas variam de empresa para empresa. O que para uma é
uma decisão rentável para outra pode ser um aumento de custo.
No Brasil, o transporte rodoviário responde
por mais de 70% das cargas movimentadas. Existem mais de 6 mil empresas atuando
no serviço de transporte e mais de 300 mil carreteiros autônomos. O modal
rodoviário, porém, não é sempre a melhor alternativa.
Seja qual for o modal de transporte, ele deve
reunir três características: custo, prazo e qualidade. É a análise dessas
características que tornam este ou aquele meio de transporte ideal.
Rodoviário
O quase monopólio do transporte rodoviário se
deve à política de investimento em estradas, executada por seguidos governos,
desde a implantação da indústria automobilística nacional – apesar da conhecida
deficiência das estradas brasileiras. Outro fator foi à criação do monopólio
estatal de exploração de petróleo, feito pela Petrobrás. E, ainda, a vasta
extensão territorial do país, que tem centenas de municípios que só são
alcançados através de rodovias.
Cerca de 50% da movimentação de carga por via
rodoviária é feita por carreteiros autônomos, donos dos seus caminhões. Esses
profissionais alugam seus serviços para transportadoras e agenciadores de
carga.
É o meio usado para transporte de volumes
pequenos e produtos de certa sofisticação, que necessitem de relativa
velocidade na entrega.
Ferroviário
Existem atualmente pouco mais de 29 mil
quilômetros de estradas ferroviárias no Brasil. Estão distribuídas em quatro
corredores de exportação:
1.
Vitória:
destinado a atender o complexo industrial da Companhia Vale do Rio Doce e a
produção agrícola do sul de Goiás e Minas Gerais.
2.
Santos:
atende ao estado de São Paulo e parte dos estados de Minas Gerais, Goiás e
centro-oeste.
3.
Paranaguá:
atende aos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso.
Rio
Grande: atende à área de influência do Rio Grande do Sul.
Este modal é usado para cargas com volumes
relativamente grandes e de baixo valor unitário. O fator tempo de transporte
não é relevante, para esta escolha.
Marítimo
O transporte marítimo opera no sistema de
oferta e demanda, não possuindo tabelas fixas de frete. Com exceção dos navios
que trabalham para a indústria de minério e para a indústria siderúrgica, os
navios de carga geral procuram aproveitar a viagem de volta oferecendo preço
menor de frete, pois os produtos transportados substituem o lastro do navio
(lastro é o peso que dá estabilidade ao navio. Se o navio estiver vazio,
tanques de lastro são cheios com água. Quando está transportando cargas, os
tanques de lastro são esvaziados na proporção do peso da carga).
Os produtos transportados por este modal são
de baixo custo unitário ou que não tenham urgência para a entrega.
Duto
viário
As principais características do transporte
por dutos são os elevados investimentos iniciais, elevados custos de capital e
baixo custo operacional.
O investimento inicial é a principal barreira
para a utilização deste modal. Os tubos usados chegam a representar até metade
do custo total. O lançamento da tubulação é outro item que pode gerar custos
altíssimos, devido ao tipo de solo, clima, relevo etc.
Devido ao alto investimento inicial, os
custos de depreciação e financeiros são também altos. A grande vantagem do
sistema é o baixo custo para a operação. O transporte por dutos é muito usado
para petróleo, gás, água, minérios, carvão e alguns cereais.
Aéreo
É o modal mais rápido e também o mais caro. É
muito usado para cargas de alto valor e baixo peso, quando o fator tempo for
primordial.
Distribuição
Os custos e a eficiência da distribuição
determinam o sucesso do negócio. Como vimos no primeiro módulo, existem algumas
formas de realizar a distribuição.
Distribuição pela própria organização
É mais usada para produtos que são produzidos
em grande quantidade e precisam ser distribuídos aceleradamente. E também para
produtos que requeiram uma venda mais técnica.
Distribuição por terceiros
É indicada para produtos conhecidos, de venda
nos varejos. Muitas empresas de venda, de âmbito nacional, distribuem produtos
que não concorrem com os seus, diminuindo os custos de venda.
Distribuição por representantes
É uma distribuição que pode ter em carteira
várias representações. É uma força de vendas descompromissada com os objetivos
da empresa, por isso raramente traz informações sobre a concorrência ou
apresentam relatórios.
Distribuição por empresas especializadas
São muito usadas para a venda de produtos
especializados. Um distribuidor especializado é exclusivo de determinada marca,
adquirindo quantidades determinadas em contrato para revenda ao varejo.
Canais de
distribuição
Com o surgimento da Internet, apareceu uma
nova forma de distribuição, que é o fabricante vender diretamente ao
consumidor, mas este retirar o produto no varejista. É o caso, por exemplo, da
indústria automobilística: o cliente pode escolher o modelo, a cor e os
acessórios e fechar o pedido pela Internet. E depois retirar o carro na
concessionária mais perto da sua casa.
A escolha da forma de distribuir é
fundamental para o sucesso da empresa. As principais influências na decisão
estão a seguir.
Quanto
aos clientes
1.
Número de clientes.
2.
Dispersão geográfica dos clientes.
3.
Sensibilidade aos diferentes métodos de
vendas.
4.
Padrão de compra.
Quanto ao produto
1. Tipo
de produto.
2. Volume
consumido pelos clientes.
3. Valor
unitário.
4. Tipo
de mercado consumidor.
Quanto aos intermediários
1. Vendedor
próprio.
2. Atacadista.
3. Representante.
4. Distribuidor
exclusivo.
Quanto
aos concorrentes
1. Canais
utilizados.
2. Participação
de mercado.
3. Quantidade.
Nível de rivalidade.
Quanto à empresa
1. Tamanho.
2. Situação
financeira.
3. Políticas
internas.
4. Mix
de produto.
Quanto ao ambiente
1. Legislação.
2. Condições
econômicas.
Operação
do sistema logístico
A logística é uma função vital que deve ser
implementada por todas as empresas. Dada sua importância estratégica para o
negócio, é importante que haja integração com as outras áreas administrativas.
Tradicionalmente, as empresas agrupam as
atividades em três áreas: finanças, produção e marketing. Os interesses da cada
área olhados isoladamente podem ser conflitantes. Por exemplo, para finanças o
menor custo de estoque é zero, já para marketing este nível é péssimo, pois
haveria perda de vendas. O setor de logística deve ser capaz de conciliar os
diversos interesses e objetivos, olhando o interesse global da empresa.
O grau de importância do setor de logística
varia de empresa para empresa. Em algumas, seu custo é pequeno enquanto em
outras chega a consumir 25% do faturamento.
Indústria extrativista
A indústria extrativista atua na mineração,
exploração de madeira e agricultura. Seu produto é matéria-prima para uso
industrial. O setor de logística é importante para garantir o suprimento de
bens necessários às operações e controle das entregas dos materiais. Os
materiais normalmente são entregues a granel, sem embalagem.
Indústria de transformação
Este segmento é caracterizado por empresas
que compram uma grande variedade de itens de muitos fornecedores. Transformam
os materiais em itens de maior valor agregado e vendem para diferentes
mercados, através de uma rede de canais. Compras e distribuição são duas
atividades fundamentais para o sucesso da empresa. Por isso, muitas vezes,
logística é um departamento responsável pelas duas áreas.
Empresas distribuidoras
Como o título sugere, compram produtos para
distribuir, para revender. Sua preocupação principal é vender e entregar. A
estrutura da administração de logística é grande, pois compram de muitos
fornecedores e vendem em várias combinações para grande número de clientes.
Empresas de serviços
A logística em empresas prestadoras de
serviços limita-se a garantir os suprimentos para execução das tarefas. Sua
função é basicamente de compras e administração de estoques.
Organização logística
Dependendo do setor e atividade da empresa, o
setor logístico pode atuar como uma organização informal, semiformal ou formal.
Informal
Em algumas empresas, a administração de
transporte é separada do controle de estoque e do processamento dos pedidos.
Cada área está vinculada a um departamento. Neste caso, a integração tem de ser
feita através de arranjos informais, que não modifiquem a estrutura
organizacional. Isto pode ser conseguido com a formação de comitês, por
exemplo.
Semiformal
Neste arranjo, o profissional de logística é
formalmente responsável pela coordenação, mas divide a responsabilidade com os
gerentes de cada departamento envolvido.
Formal
Em empresas que adotam esta estrutura, a
responsabilidade e autoridade é claramente definida. Normalmente, o
profissional responsável pela área tem função gerencial e atua no mesmo nível
hierárquico dos outros gerentes departamentais.
Desempenho
Uma das funções da administração é o controle
de desempenho. No dia-a-dia de uma empresa transportadora, pode haver muita
variação de tempo de entrega. O que não pode ocorrer, é que essas variações
fiquem fora de limites pré-determinados no planejamento. Ao administrador cabe acompanhar
e medir os desempenhos das várias etapas do processo de manuseio e transporte
dos produtos.
Relatórios
O relatório é um dos instrumentos de análise
do trabalho. Através deles se pode medir e comparar o desempenho de tempo de
entrega, custo de estoque, custo de venda, porcentagem de devolução de produto
em relação à entrega etc.
Gestão
dos recursos patrimoniais
Em busca de maior eficiência administrativa,
a direção das empresas está constantemente avaliando opções. No nosso campo de
estudo, as decisões mais comuns são sobre temas como: comprar ou alugar o
imóvel que vai abrigar uma filial e estoque? Quando trocar os equipamentos?
Quando adquirir novas máquinas?
Essas decisões gerenciais levam em conta
alguns aspectos da gestão financeira e contábil da empresa. Vejamos alguns
conceitos:
Ativo imobilizado
Dá-se o nome de ativo imobilizado a todos os
bens destinados ao funcionamento da empresa, que tenham durabilidade superior a
um ano. São, por exemplo, computadores, carros, caminhões, instalações físicas,
prédios etc. No caso de ferramentas, que duram menos do que um ano, as normas
contábeis estabelecem que não devem ser registradas como ativo imobilizado.
Na medida em que vão sendo usados, os bens
sofrem desgaste, tornam-se obsoletos ou quebram. Em consequência, eles perdem
valor. Por exemplo, um caminhão, depois de um ano de uso, valerá menos do que
quando saiu da concessionária. A esta desvalorização, dá-se o nome de
depreciação.
Depreciação
É a diminuição do valor dos bens. Como se
trata de um valor contábil, que influencia o resultado operacional das
empresas, como lucro apurado e o montante de imposto sobre o lucro a ser pago,
o percentual de depreciação é determinado pela Receita Federal. Tratores e
caminhões, por exemplo, têm uma taxa de depreciação anual fixada em 25% ao ano.
Ou seja, se um trator foi comprado por $ 100, no ano de 2012, em 2013
seu valor contábil será $ 100 menos 25%, que é igual a $ 75. No ano seguinte
será de $ 75 menos $ 25, que dará $ 50. No ano seguinte, será $ 50 menos $ 25,
que dará $ 25. E, finalmente, no ano seguinte, $ 25 menos $ 25, que será zero.
Em outras palavras, ao final de quatro anos o caminhão estará totalmente
depreciado e, portanto, sem valor contábil. Obviamente, o caminhão ainda poderá
ter valor de revenda no mercado, mas para a contabilidade não. Considera-se que a vida útil do caminhão
é de apenas 4 anos.
Outros bens têm taxas anuais de depreciação
diferentes, como, por exemplo, os carros de passeio, cuja taxa é de 20%. Neste
caso, determinou-se que após cinco anos de uso, o automóvel deixará de ter
valor contábil.
Aquisição
Se as empresas pudessem, não gastariam
recursos na compra de novas máquinas ou equipamentos, deixariam o capital para
ser apropriado como lucro. Entretanto, de tempos em tempos, as empresas
precisam renovar o parque industrial, comprando máquinas e equipamentos, seja
porque máquinas se desgastam pelo uso, seja por necessidade de ganhar
produtividade ou diminuir custos de produção e garantir a sobrevivência da
empresa no mercado competitivo. O investimento na renovação de maquinários,
portanto, é uma necessidade periódica. Quando isto será feito é uma decisão a
ser tomada após a análise das implicações financeiras, contábeis e
mercadológicas.
Na análise da decisão de investimento em
maquinário, um fator com grande peso é o retorno esperado. Quanto mais
rapidamente a empresa puder recuperar o investimento, mais propensa estará a
fazer a aquisição. Normalmente, retornos muito demorados desestimulam os
investimentos.
Comprar
ou fabricar?
Outra decisão que as indústrias,
constantemente, têm de tomar é se fabricam ou compram determinadas peças que
entram no processo produtivo. Esta é uma decisão que pode ser matematicamente
calculada. Analise o exemplo a seguir:
|
Fabricando
a peça
|
Comprando
a peça
|
Matérias-primas
|
1.000
|
----
|
Valor
da peça
|
----
|
2.000
|
Frete
|
----
|
20
|
Mão
de obra indireta
|
300
|
300
|
Mão
de obra direta
|
1.500
|
----
|
Outros
custos
|
55
|
----
|
Total
|
2.855
|
2.320
|
Neste exemplo, é mais caro para a empresa
fabricar a peça do que comprá-la. Além desses custos de fabricação, ainda há
custos de depreciação das máquinas necessárias para a produção, além de seguros
etc. Em outros casos, a melhor alternativa pode ser continuar fabricando. Tudo
depende do caso específico que se está analisando.
Comprar
ou alugar?
Outra decisão importante para a empresa é se
deve comprar ou alugar o prédio onde será instalada a fábrica, a filial ou o
estoque. Segundo estudos realizados por importante consultoria de investimento,
se a taxa real de juros for maior que 8,5%, num prazo de 20 anos, é melhor
alugar do que comprar. No Brasil, a taxa real de juros tem ficado bem acima de
8,5% nos últimos anos. Por isso, segundo o estudo, quem optou por alugar o
imóvel e aplicar o dinheiro da compra em investimento financeiro saiu ganhando.
Frota
própria ou terceirizada?
Algumas empresas optam por ter a própria
frota de distribuição. A principal razão é conseguir menor custo no transporte
e maior eficiência na entrega.
A frota própria pode ser comprada ou alugada
(leasing).
Mas nem todas as opções são viáveis, por serem muito caras, como por exemplo, a
ferrovia ou o transporte marítimo. Normalmente, a opção de transporte próprio
se limita a via terrestre e, mais raramente, a aérea.
Quanto opta pode ter o próprio transporte, a
empresa monta um departamento de tráfego, responsável pela roteirização e manutenção da frota.
A ‘roteirização’
envolve o número de veículos disponíveis, suas capacidades, os pontos de parada
para coleta ou entrega e a sequencia de paradas. Um bom roteiro de entregas e
coletas sempre irá buscar aproveitar o
máximo da capacidade de carga de cada veículo, reduzindo o custo. Alguns
atacadistas, por exemplo, fazem o roteiro de suas entregas de modo que o
caminhão parta cheio de um depósito e siga entregando pelo caminho até que
chegue vazio ao depósito final. E lá, ele é novamente carregado e segue fazendo
as novas entregas até o final.
Fonte e Sítios Consultados
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