Saber qual será o
cenário da economia e dos negócios no próximo ano e – se possível também nos
anos seguintes – é o sonho de todos, sejam empresários, executivos ou qualquer
um interessado nos diferentes setores da economia. Afinal, de posse dessa
informação poderíamos tomar antecipadamente as melhores decisões para nossos
negócios.
Como ainda não foi
inventada uma “bola de cristal” capaz de mostrar isso com certa antecedência, o
mais comum é que sejam traçados cenários sobre o comportamento mais provável
das principais variáveis do ambiente que poderão afetar os negócios. O objetivo
deste artigo é justamente apresentar as principais tendências para a economia
mundial e brasileira. Além disso, vamos discutir os principais desafios do
ambiente de negócio no Brasil e como enfrentá-los por meio da gestão.
Vamos primeiro nos ater à economia mundial,
que apresentou forte retração econômica em função da crise de 2008, as
tendências apontam para uma lenta retomada do crescimento a partir de 2014. Tal
retomada já pode ser observada pelo fim do longo período de recessão da Europa,
pela melhoria do quadro econômico dos Estados Unidos e pela manutenção do
crescimento da China em patamares de 7% ao ano.
Já a recuperação da
economia mundial, apesar de lenta, deve favorecer os países melhor posicionados
para aproveitar essa oportunidade. Na América Latina, o Chile e os países do
Pacto Andino, principalmente Colômbia e Peru, podem se beneficiar desse
cenário. Tais países adotaram políticas fiscais e econômicas consistentes, além
de acordos de livre comércio, que têm sustentado seu forte crescimento
econômico.
Sobre o Brasil, as
tendências sinalizam uma baixa taxa de crescimento do PIB nos próximos anos.
Tal cenário pode ser explicado em função do esgotamento do modelo de
crescimento passado, baseado nos programas de distribuição de renda, no crédito
abundante e nas políticas de isenção tributária. No cenário futuro, a
capacidade de poupança e investimento do setor público deverá ser a mola
propulsora do desenvolvimento. Entretanto, os níveis atuais dos gastos públicos
e, principalmente, a ineficiência em sua aplicação, têm sido fatores
restritivos de nosso crescimento.
Se pensarmos em
termos setoriais, o desempenho negativo se concentra na indústria, cuja
participação no PIB foi reduzida a patamares de 17%, menor valor percentual dos
últimos cinquenta anos. A construção civil vem sustentando seu crescimento em
função do crédito, mas o cenário é nebuloso após a Copa do Mundo de 2014.
Quanto ao setor agrícola, após um ano excelente em 2013, as perspectivas são
menos promissoras. Resta o setor de serviços, cujos preços internos encontram-se
em patamares muito elevados, o que pode restringir seu crescimento futuro.
Mesmo com os fatores
acima citados, o ambiente de negócios no Brasil impõe dificuldades e restrições
ao crescimento das empresas. Dentre os diversos fatores ‘dificultadores’ destaca-se
a elevada carga tributária,
os altos
encargos trabalhistas que oneram o custo do trabalho, a
burocracia governamental, a infraestrutura precária e a falta de mão de
obra qualificada. Tudo isso contribui para a redução de nossa competitividade
internacional.
Entretanto, não se
pode utilizar o argumento dos fatores externos, ou do “custo Brasil”, para
explicar o mau desempenho de algumas empresas brasileiras. Um estudo publicado
pela Harvard Business Review, em 2008, indicou que os fatores externos
representam apenas 13% das causas do mau desempenho das empresas.
E esse mesmo estudo
apontou que os fatores internos, principalmente os ligados a erros estratégicos
e déficit de talentos, são os responsáveis por 87% das causas de fracasso. Isso
explica porque dentro de um mesmo setor econômico, cujas empresas enfrentam o
mesmo conjunto de fatores externos, é comum se observar empresas de alto
desempenho ao lado de outras menos favorecidas.
Será que iremos aprender algo com esses
fatos? Creio que todos já sabem que investir nos talentos
de forma consistente e gerenciar estratégias de negócios alinhadas às
tendências do mercado é uma fórmula de sucesso, já que as oportunidades existem
para todos.
Fonte e Sítios Consultados
por Estevão Anselmo
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