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15 de dezembro de 2013

Os objetivos financeiros que devem ser atingidos até os 30 anos



Em tempos onde a informação é um bem valiosíssimo, saber quais as decisões que devem ser tomadas e as conquistas necessárias para encaminhar com sucesso a vida financeira até os 30 anos de idade é um assunto que está sempre na pauta dos jovens.


É verdade, ela é execrada por uns e celebrada por outros, afinal a idade dos 30 anos é repleta de simbolismos e atrelada a uma série de conquistas. Existem os que podem até achar que a quase obrigação de atingir algumas dessas conquistas para se sentir bem sucedido é uma grande neurose – e talvez até seja mesmo. Mas pelo menos em relação à vida financeira, especialistas acreditam que, até os 30, algumas coisas já devem ter sido conquistadas e algumas decisões, tomadas.

O CFP Valter Police, planejador financeiro certificado pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), a quem chamaremos de ‘CPF’ a partir de agora, lembra que os perfis das pessoas de 30 anos podem variar muito, assim como seus objetivos, o que sem dúvida impacta no planejamento financeiro mais adequado a cada uma. “Pensando nos extremos, você tem desde os casados, que já têm filhos e um emprego estável até os ‘adultescentes’, solteiros, sem planos de se casar em breve e mais impulsivos”, descreve.

Mas, para o CPF, existem sim certas conquistas e decisões financeiras universais, sobre as quais todos os jovens deveriam pensar para ter um futuro mais tranquilo. Veja o que você deve se esforçar para atingir até os 30:

1. Poupar, em média, 10% da sua renda

O CPF ensina uma fórmula aproximada, mas simples, de saber se você está no caminho certo em termos de formação de poupança. Subtraia da sua idade a idade na qual você começou a trabalhar para verificar a quantidade de anos que você trabalha de forma remunerada. Depois, calcule 10% do número de anos trabalhados, multiplique por 12 e, em seguida, pelo valor do seu último salário líquido.
 

“Se o seu patrimônio se aproximar do resultado, significa que você poupou, em média, cerca de 10% da sua renda ao longo dos seus anos de trabalho. Você está no caminho certo. Se sua poupança for inferior a esse resultado, então você deve rever sua forma de poupar”, explica o CPF. Ele lembra ainda que bens e dinheiro herdados ou doados a você não devem entrar na conta, apenas aquilo que você realmente construiu.

 

Por exemplo: se você tem 25 anos e trabalha desde os 18, você trabalhou por sete anos. Dez por cento de sete é 0,70. Multiplicado por 12, 0,70 equivale a 8,40. Se seu salário líquido atual é de 4 mil reais, você deve ter um patrimônio de, no mínimo, 33.600 reais. Police explica que mesmo que o salário atual seja mais alto que o salário no início da vida ativa, a conta funciona, uma vez que também não se está levando em consideração os rendimentos ou a valorização dos seus investimentos.

 “Se uma pessoa poupar em média 10% da sua renda desde que ela começa a trabalhar, ela tende a conseguir atingir seus objetivos sem problemas. Onde esse patrimônio está aplicado – se poupança, um imóvel próprio, ações etc. – é secundário, pois isso depende do perfil da pessoa. O importante é ela ter esse patrimônio”, observa o planejador financeiro.

2. Ter uma reserva de emergência

Até os 30, você já deve ter formado a sua reserva de emergência, que será usada em caso de emergências financeiras como perda de emprego ou doença grave, por exemplo. Ela evita que você tenha que pegar um empréstimo em um momento de aperto e acabar pagando juros altos. “Leva mais tempo para se restabelecer após um financiamento do que para recompor a reserva de emergência”, explica o CPF.

Ou seja, daquela poupança mensal de 10%, primeiro o jovem deve compor sua reserva de emergência, que deve corresponder ao suficiente para cobrir de três a 12 meses de todas as suas despesas. Depois disso, aqueles 10% podem ser direcionados à aposentadoria e outros objetivos.

“O tempo de cobertura da reserva de emergência vai depender da estabilidade da pessoa no emprego. Se ela for funcionária pública, seu risco é menor; mas se for profissional liberal ou empresária, por exemplo, é bom que haja uma reserva maior, proporcional ao risco”, explica o CPF.

3. Começar a poupar para a aposentadoria

A reserva de emergência não precisará de novos aportes, a menos que sua renda e seus gastos aumentem. Assim, você poderá dedicar a sua poupança a uma reserva de aposentadoria. Mesmo que você ainda não tenha encontrado a carteira de investimentos ideal para alocar sua poupança da aposentadoria, é importante ter uma reserva específica para este fim.
 


“Todo mundo vai querer ou precisar parar de trabalhar um dia, e depender da Previdência Social não é suficiente para a maioria das pessoas”, alerta o CPF. Ele lembra que poupar 10% da renda tende a ser suficiente para cobrir aposentadoria e outros objetivos. Mas se seus objetivos são mais sofisticados, ou se a sua poupança para a aposentadoria começar aos 30 anos ou depois disso, esse percentual terá que ser elevado.

4. Ter um bom plano de saúde

Para quem pode, diz o CPF, ter um bom plano de saúde é uma das grandes garantias de tranquilidade na vida. “Os custos de saúde podem chegar a níveis estratosféricos se você não tiver cobertura, e fazer uma fortuna virar pó de uma hora para a outra”, observa. Ainda que você seja jovem e saudável, acidentes podem acontecer, assim como a descoberta de doenças mais complicadas.

 

5. Ter um imóvel em seu nome

Esse ponto pode envolver certa polêmica, pois para algumas pessoas, com determinados tipos de carreira, o aluguel pode de fato se revelar mais vantajoso financeiramente. Alguns consultores financeiros da Academia do Dinheiro’ acreditam que todo mundo deve ter um imóvel em seu nome quando chegar aos 30 anos, ainda que ele seja apenas um quarto e sala.

“Você não precisa ter a casa própria quitada, mas deve no mínimo estar em um financiamento ou pagando um consórcio. O importante é ter um teto em seu nome, porque isso dá segurança”, diz o CPF. Ele acredita que, como muita gente deixa para se casar e ter filhos só depois dos 30, já ter um imóvel no seu nome facilita as coisas quando essa fase da formação da família chegar – uma fase de gastos pesados, diga-se.

“Não é preciso comprar um imóvel do mesmo tamanho da casa dos seus pais. Pode ser algo menor, mais barato e não tão bem localizado”, explica o consultor. Se pela faixa salarial da sua profissão ter uma casa própria aos 30 parece um sonho muito distante, o CPF orienta que pelo menos se faça uma boa poupança para dar entrada no primeiro imóvel por volta dos 30 anos.

6. Ter um carro

Nem todo mundo precisa ter um carro. Por isso, segundo o CPF, essa deve ser a última das suas prioridades, e é preciso pesar a real necessidade desse veículo. “Se a pessoa mora e trabalha ao lado de estações do metrô e só precisa usar carro nos fins de semana ou em viagens, ela não precisa comprar, pois é possível alugar, pegar emprestado ou pegar táxi”, explica o CPF.

O consultor ressalta ainda que, caso você precise de um carro, ele não precisa ser topo de linha nem zero quilômetro. “Mesmo que você opte por não comprar, é bom que tenha uma reserva financeira equivalente ao preço de um carro”, diz.
 

7. Ter seguro para seu patrimônio e sua vida

Outra conquista que se aplica a todos que ainda não chegaram aos 30: faça seguros para seus bens mais valiosos – carro, casa e até mesmo sua vida. O planejador financeiro explica que donos de carros populares muitas vezes não fazem seguro, pois o valor do seguro para esse tipo de carro costuma ser alto, e a perda do bem não significaria um abalo financeiro tão grande assim.

Contudo, em caso de acidente, os danos contra terceiros podem representar uma grande mordida no bolso, principalmente em caso de indenizações judiciais. O mesmo vale para o imóvel: se um empregado doméstico ou o filho do vizinho se machucar na sua casa você pode ser responsabilizado. Se parte da estrutura do seu imóvel danificar o imóvel vizinho também.

Portanto, é importante se resguardar no mínimo contra os riscos de danos a terceiros, o chamado seguro de responsabilidade civil. No caso do imóvel, o seguro residencial corresponde a menos de 1% do valor do imóvel, o que é um valor ínfimo tendo em vista que um incêndio pode destruir boa parte do patrimônio da sua vida.

Para o CPF, o seguro de vida não deve ser negligenciado nem por quem ainda não é casado nem tem filhos. Isso porque o seguro de vida não cobre apenas morte, mas também invalidez permanente. “Você pode ficar inválido. Se você perder a sua capacidade produtiva, quem vai cuidar de você? Sempre existe alguém que depende de nós, nem que sejamos nós mesmos”, lembra o CFP.

 

Fonte e Sítios Consultados

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