Verdades e Inverdades sobre a Arte da Negociação
Quando o assunto é a habilidade
de negociar, sempre aparecem vários especialistas com muitas receitas de
sucesso. Sabemos que muitas destas receitas não passam de ‘achismo’, devido a isso, vamos discutir mais sobre este tema.
Sabendo que grande
parte das inverdades decorre de visões distorcidas ou parciais sobre esse tema
negociação, bem como a falta de competência na abordagem de um assunto em que a
chamada prática ou experiência nos levam a cometer vários descuidos nessa relação
tão comum em nossa vida.
Vamos a uma análise mais detalhada sobre
o que foi mencionado.
"A maior pressão para fazer concessões é sempre para meu
lado".
Duas pessoas que se
propõem a negociar sempre têm pressões "ocultas"; uma precisa comprar, outra vender, etc.; a
quantificação dessa necessidade é mais difícil, mas ela sempre existe. Procure
negociar como se as pressões fossem equilibradas, assim você fará concessões
mais parcimoniosamente. Busque também identificar as efetivas necessidades do
outro lado, pois assim fazendo poderá ter uma ideia melhor das pressões a que
ele está submetido.
"O segredo de uma negociação está no maior conhecimento possível de
estratégias e táticas".
Uma negociação
eficiente e eficaz requer conhecimento sobre o negociante com quem se negocia,
sobre o assunto/negócio objeto de negociação, bem como sobre técnicas de
negociação (etapas, estratégias e
táticas, impasses, concessões, etc.) As estratégias e táticas são apenas um
instrumento no arsenal da negociação; um instrumento perigoso, pois seu uso
repetido pode tornar o outro negociador extremamente defensivo.
"Uma boa metodologia está sempre atrelada a determinado tipo de
negociação (ou negócio)"
É exatamente o
contrário; uma boa metodologia sempre servirá para qualquer tipo de negociação
e para todo e qualquer tipo de negócio. É por isso que, em princípio, não somos muito favoráveis a seminários de negociação em compras, vendas,
com bancos, etc. O que deve mudar é o tipo de negócio e não a metodologia para
negociar; uma boa metodologia se aplica às negociações de qualquer área ou
segmento!
"É impossível que duas partes saiam ganhando numa mesma
negociação".
Esta é uma das
maiores inverdades que temos encontrado. Em primeiro lugar vamos lembrar que há
várias moedas envolvidas numa negociação, tais como dinheiro, status, consideração, prestígio, etc.; pode-se
não ganhar tanto dinheiro como a outra parte, mas em prestígio, status, afinal eles também
contam para o grau de satisfação. O ‘ganha ganha’ também está
extremamente relacionado com a preocupação com os objetivos e necessidades do
outro lado durante a negociação; quem tem este genuíno tipo de preocupação e
transmite isto à outra parte, certamente contribuirá para uma solução de ganho
comum. Por último, vale mencionar o item flexibilidade (disposição para mudar)
que em muito contribui para a sinergia durante a negociação (2 x 2 = 5), quando o resultado final é maior que a soma das parcelas das contribuições
individuais; aí o ‘ganha ganha’ fica mais fácil.
"Em negociação é mais importante falar do que ouvir"
Desde nossa infância
somos educados para falar mais do que ouvir. Aquele que fala aparece mais do
que quem é tímido e não fala. Nos programas de formação técnica e gerencial isto não é diferente. Enfatiza-se o falar, como se
falando muito fosse possível convencer mais rapidamente a outra parte, nem que
seja pelo cansaço. Na negociação ouvir é tão importante quanto falar. É ouvindo
que se identificam as necessidades e as expectativas da outra parte, é quando
se obtém informações valiosas para se estabelecer uma ponte entre a sua
argumentação e as suas necessidades, e a argumentação e a necessidade da outra
parte. Quem tem paciência para ouvir primeiro e falar depois, certamente terá maiores
chances de fazer uma melhor negociação.
"Existe um estilo ideal para negociação"
Nossa metodologia de
negociação trabalha com quatro estilos básicos: O Catalisador (criativo, superficial, sensível e elogios),
Apoiador (bom de relacionamento,
teme conflitos, interessa-se pelo bem estar do grupo), Controlador (enfatiza a tarefa, releva as pessoas a
segundo plano, é muito objetivo) e Analítico (é detalhista, preza a segurança acima de tudo, sempre tem todas as
informações necessárias). A experiência e as pesquisas comprovam que não há
estilo ideal. O ideal seria ter na equipe os 4 estilos representados e usá-los
de acordo com as características dos outros negociadores e do próprio momento
da negociação. Usar o Controlador
quando se quer resultados rápidos e palpáveis; o Analítico quando a segurança é o valor maior; o Catalisador quando a negociação empacar
por falta de alternativas e o Apoiador
quando o relacionamento humano necessitar ser incrementado. Em termos de
distribuição estatística é importante que uma empresa tenha 25% de seus
negociadores em cada estilo.
"É importante conhecer as fraquezas do
outro negociador para poder usá-las durante a negociação"
As pesquisas provam
que quaisquer argumentações calçadas nas fraquezas da outra parte tendem a
tornar esta outra parte mais defensiva e menos propensa a negociar. Pode-se até
conseguir uma vitória em curto
prazo, mas isto a médio e longo prazo
poderá representar uma vitória de custo mínimo alto. Outro aspecto importante a lembrado
é o lado ético. Não nos parece saudável procurar saber das fraquezas da
outra parte para usá-las em nosso próprio benefício, especialmente se essa
outra parte é alguém com quem negociamos permanentemente, porém, essa é uma
prática muito utilizada pelo mercado.
"A dimensão confiança não é importante no processo de
negociação"
Confiança é algo que
se adquire ou se perde a partir do primeiro contato na negociação, inclusive
por telefone. Vários são os elementos que podem aumentar ou eliminar a confiança:
- Credibilidade:
cumprir o que se promete - fazer o que diz
- Coerência;
dizer o que pensa e sente sem procurar dourar a pílula.
- Receptividade:
conviver com valores, sentimentos, prioridades diferentes das suas,
aceitar as pessoas como elas são.
- Clareza: não
esconder o jogo, passar aos outros as informações relevantes, embora não
confidenciais.
- A ausência de qualquer um desses
comportamentos certamente afetará a confiança do outro negociador em você
e vice-versa.
- Sem confiança dificilmente poderá haver negociação. Se duvidar, procure aplicar os conceitos anteriores no âmbito de seu relacionamento conjugal.
"A maior flexibilidade prejudica a negociação"
A Flexibilidade pode
ser definida como a capacidade do negociador ver a mudança (ou qualquer nova ideia) como uma oportunidade (e não como uma ameaça). Os negociadores flexíveis estão sempre
abertos a novas alternativas, melhores do que aquelas já pensadas; mesmo que
essas novas ideias venham da outra parte.
Negociadores flexíveis
sempre serão capazes de efetuar negociações mais ricas. Outra característica do
negociador flexível é a sua capacidade de se colocar no lugar do outro
negociador e aí então examinar a viabilidade de sua própria argumentação. Na
era da customização máxima a importância da flexibilidade é cada vez mais
óbvia.
O fato é, tenham
certeza de que algum ponto importante ficou fora dessa explanação, mas como dizem:
um grande indicador de retenção do que se lê está no desejo de acrescentar algo
a este texto.
Portanto a palavra
final sobre esse assunto é sua, boa sorte em suas negociações!
Fonte
e Sítios Consultados
http://www.institutomvc.com.br
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