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28 de novembro de 2013

Os Grandes Formatos e os seus desafios


Os Grandes Formatos e os seus desafios
 
 

Devido as constantes mudanças nos hábitos e atitudes dos consumidores contemporâneos, vários segmentos do mercado estão encontrando cada vez mais dificuldades para cumprirem o seu papel de oferecer tudo num só local com um formato que continue encantando os consumidores com seu recém-adquirido poder de compra.

          Em todos os mercados esses formatos enfrentam os desafios da expansão da conectividade mundo a fora, devido ao avanço das soluções híbridas de internet e dos pontos de coleta de produtos. Isso por si só poderia ser o resumo de todas as discussões sobre os desafios dos grandes formatos que o mercado continua a tentar entender.

          Sabemos que nem todos os mercados estão passando pela mesma situação. Mas, de uma forma geral, os canais digitais e a conveniência das alternativas que estes oferecem, aliadas a uma crescente flexibilidade na avaliação de produtos, preços e promoções mexeram em todos os segmentos do mercado mundial.

          O resultado desse cenário é uma crescente junto com a irreversível pressão sobre a rentabilidade das operações de varejo, enfrentada pelo foco obsessivo na melhoria da eficiência e produtividade por parte de varejistas e seus fornecedores.

          Esse cenário em algumas categorias, como informática, livros,  eletrodomésticos e eletrônicos, já tirou do mercado muitas marcas que foram em algum momento ícones com sua proposta de oferecer tudo num só lugar. E muitas outras estão sofrendo para se reinventar por conta do forte crescimento das vendas via e-commerce que afetam particularmente o segmento de eletroeletrônicos.
 
 

          Por ser uma categoria de produtos quase que como commodities em sua concepção, diretamente comparáveis entre si em suas especificações e condições, o canal digital se mostra particularmente interessante para o consumidor que pode comparar diretamente ofertas e produtos e optar por aquela marca, site ou loja que ofereça o melhor binômio preço-valor. Esse processo enseja uma mudança estrutural nessa categoria, que se agrava com o movimento de algumas marcas, como recurso extremo, criando canais exclusivos, via lojas ou internet, próprias ou através de franquias.

          No setor de moda e vestuário, por exemplo, o quadro não tem sido muito diferente, afetando principalmente as lojas de departamentos que tentam há muitos anos se reinventar e com pouco ou relativo sucesso. A perda de mercado desses formatos nos EUA é absolutamente consistente nos últimos anos tanto assim que em muitos casos partiram para a busca de formatos mais compactos. Já em países como França, Itália, Espanha, Inglaterra, China, Índia, Japão, Singapura, Chile, México ou Austrália, o formato ainda mantém sua atração, mas enfrenta crescente concorrência de novos conceitos.

          Aqui no Brasil a história nos conta que lojas tradicionais de departamentos, como Mappin e Mesbla, sucumbiram por conta de sua incapacidade de se reinventarem, agravada pelos problemas de gestão e governança e foram substituídas pelos formatos orientados para moda. Atualmente, grandes empresas do setor, C&A, Riachuelo, Marisa e Renner, tiveram a competência de desenvolver formatos híbridos que incorporaram elementos do Fast Fashion, porém adequados às características locais do mercado, que exigiram extrema capacidade para atuar de forma agressiva no crédito, o que tornou o Brasil um exportador desse modelo para outros mercados emergentes.
 
 

          No presente essas redes têm dedicado crescente atenção ao desenvolvimento de formatos mais compactos e flexíveis que permita manter o ritmo de crescimento e estarem presentes em regiões com potencial em crescimento que não justificariam uma loja convencional, além de desenvolverem alternativas focadas em categorias, como é o caso da Marisa com roupa íntima, Renner com jeans e como C&A ensaiou no passado.

          Já no segmento de materiais para construção, podemos notar que o problema global não tem a mesma magnitude das outras categorias e isso de deve ao fato da demanda ser num só local, ou seja, quando existe uma concentração por conta de uma reforma ou construção isso é uma real demanda dos consumidores. Ainda assim, existe uma tendência de desenvolvimento de formatos mais compactos e focados, viabilizando visitas mais rápidas por consumidores que cada vez têm menos tempo.

          De forma geral, devemos considerar que em todos os segmentos o universo digital criou uma realidade que tenderá a acelerar a revisão dos modelos e formatos que, naturalmente, já seriam passíveis de revisões e quanto mais rápidos houver esse movimento estratégico pelas empresas, mais chances de continuar um player relevante no varejo micro orientado.
 

Fonte e Sítios Consultados

http://www.gsmd.com.br

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