Os Grandes Formatos e os seus desafios
Devido as constantes
mudanças nos hábitos e atitudes dos consumidores contemporâneos, vários segmentos
do mercado estão encontrando cada vez mais dificuldades para cumprirem o seu
papel de oferecer tudo num só local com um formato que continue encantando os
consumidores com seu recém-adquirido poder de compra.
Em todos os mercados esses formatos enfrentam os desafios da
expansão da conectividade mundo a fora, devido ao avanço das soluções híbridas
de internet e dos pontos de coleta de produtos. Isso por si só poderia ser o resumo
de todas as discussões sobre os desafios dos grandes formatos que o mercado continua
a tentar entender.
Sabemos que nem todos os mercados estão passando pela mesma
situação. Mas, de uma forma geral, os canais digitais e a conveniência das
alternativas que estes oferecem, aliadas a uma crescente flexibilidade na
avaliação de produtos, preços e promoções mexeram em todos os segmentos do
mercado mundial.
O resultado desse cenário é uma crescente junto com a
irreversível pressão sobre a rentabilidade das operações de varejo, enfrentada
pelo foco obsessivo na melhoria da eficiência e produtividade por parte de
varejistas e seus fornecedores.
Esse cenário em algumas categorias, como informática,
livros, eletrodomésticos e eletrônicos, já tirou do mercado muitas marcas
que foram em algum momento ícones com sua proposta de oferecer tudo num só
lugar. E muitas outras estão sofrendo para se reinventar por conta do forte
crescimento das vendas via e-commerce que afetam particularmente o segmento de
eletroeletrônicos.
Por ser uma categoria de produtos quase que como commodities
em sua concepção, diretamente comparáveis entre si em suas especificações e
condições, o canal digital se mostra particularmente interessante para o
consumidor que pode comparar diretamente ofertas e produtos e optar por aquela
marca, site ou loja que ofereça o melhor binômio preço-valor. Esse processo
enseja uma mudança estrutural nessa categoria, que se agrava com o movimento de
algumas marcas, como recurso extremo, criando canais exclusivos, via lojas ou
internet, próprias ou através de franquias.
No setor de moda e vestuário, por exemplo, o quadro não tem
sido muito diferente, afetando principalmente as lojas de departamentos que
tentam há muitos anos se reinventar e com pouco ou relativo sucesso. A perda de
mercado desses formatos nos EUA é absolutamente consistente nos últimos anos
tanto assim que em muitos casos partiram para a busca de formatos mais
compactos. Já em países como França, Itália, Espanha, Inglaterra, China,
Índia, Japão, Singapura, Chile, México ou Austrália, o formato ainda mantém sua
atração, mas enfrenta crescente concorrência de novos conceitos.
Aqui no Brasil a história nos conta que lojas tradicionais
de departamentos, como Mappin e Mesbla, sucumbiram por conta de sua
incapacidade de se reinventarem, agravada pelos problemas de gestão e
governança e foram substituídas pelos formatos orientados para moda. Atualmente,
grandes empresas do setor, C&A, Riachuelo, Marisa e Renner, tiveram a
competência de desenvolver formatos híbridos que incorporaram elementos do Fast
Fashion, porém adequados às características locais do mercado, que
exigiram extrema capacidade para atuar de forma agressiva no crédito, o que
tornou o Brasil um exportador desse modelo para outros mercados emergentes.
No presente essas redes têm dedicado crescente atenção ao
desenvolvimento de formatos mais compactos e flexíveis que permita manter o
ritmo de crescimento e estarem presentes em regiões com potencial em
crescimento que não justificariam uma loja convencional, além de desenvolverem
alternativas focadas em categorias, como é o caso da Marisa com roupa íntima,
Renner com jeans e como C&A ensaiou no passado.
Já no segmento de materiais para construção, podemos notar
que o problema global não tem a mesma magnitude das outras categorias e isso de
deve ao fato da demanda ser num só local, ou seja, quando existe uma
concentração por conta de uma reforma ou construção isso é uma real demanda dos
consumidores. Ainda assim, existe uma tendência de desenvolvimento de formatos
mais compactos e focados, viabilizando visitas mais rápidas por consumidores
que cada vez têm menos tempo.
De forma geral, devemos considerar que em todos os segmentos
o universo digital criou uma realidade que tenderá a acelerar a revisão dos
modelos e formatos que, naturalmente, já seriam passíveis de revisões e quanto
mais rápidos houver esse movimento estratégico pelas empresas, mais chances de
continuar um player relevante no varejo micro orientado.
Fonte e Sítios Consultados
http://www.gsmd.com.br
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