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30 de julho de 2013

Ideias sobre Gestão Empresarial em Organizações Aprendizes


 Gestão Empresarial em Organizações Aprendizes

 


Este estudo foi efetuado em virtude da disciplina de Gestão do Conhecimento do 8º. Semestre, dos capítulos 1 e 2 do Livro: Gestão Empresarial em Organizações Aprendizes.

 

1. Novos paradigmas da sociedade.

Neste primeiro capítulo o objetivo é expor alguns conceitos e práticas voltados à gestão do conhecimento aplicado às organizações flexíveis, inovadoras e globais. Abordando  de forma  global, como as sociedades  têm evoluído e como os novos paradigmas terminam por impactar as organizações e as pessoas. 

Em meio ao processo de globalização da economia, tornou-se necessário que novos modelos de gestão e de organização surgissem e fossem utilizados para tornar as organizações mais ágeis, flexíveis e estruturadas para os clientes, mercado e sociedade. É comum na prática das organizações a adoção de um projeto de planejamento bastante sofisticado que, muitas vezes deixa a desejar na etapa de comunicação. E tecnologia de informação pode vir a ser uma importante facilitadora do processo de comunicação. Porém o balanceamento do  contato presencial e humano com o uso da tecnologia tem sido um grande desafio para os gestores de empresas. 


2. Entendendo as mudanças a partir dos paradigmas

O fato é que fomos acostumados a trabalhar com paradigmas e por não concordar com eles, muitos negócios de grande valor foram descartados. Não é nada fácil difundir ideias que quebram os paradigmas vigentes. Porém existe a necessidade de mudança, e durante toda a evolução do homem, temos vivido e nos adaptado ás mudanças. O mesmo acontece nos negócios. A história dos negócios está cheia de exemplos de companhias que dominavam totalmente o seu mercado, mas que em pouco tempo, devido a leitura incorreta das necessidades de seus clientes, ou à falta de entendimento sobre uma nova tecnologia, foram praticamente eliminadas do mercado. Algumas mudanças que aconteciam lentamente hoje ocorrem a uma grande velocidade e para enfrentar esta situação, as organizações têm apenas duas escolhas: serem agentes de mudanças, tomando as inovações como uma vantagem, ou resistir à mudança, arriscando tornarem-se obsoletas. 


3. A evolução das Sociedades

Durante toda a história da humanidade, a cada novo paradigma que aparece, voltamos ao zero em termos dos padrões e regras até então utilizados. Neste processo evolutivo, passamos da sociedade agrícola para a sociedade industrial e, atualmente, para a sociedade da informação e do conhecimento, a qual está baseada em um intenso fluxo de informações, proporcionando as organizações o seu valor intangível, o qual as diferenciam em um mercado altamente competitivo.


4. A sociedade Industrial

Quando Frederick Taylor foi considerado o pai do gerenciamento científico ele implantou a ideia do controle de tempos e movimentos para garantir que todos os empregados fizessem as mesmas tarefas de forma exatamente igual, mas foi Max Weber quem fez um estudo sistemático da burocracia, que explodiu no inicio do século XX. Na implantação da sociedade industrial, a burocracia foi de fundamental importância, substituindo o favoritismo e o nepotismo por um sistema mais eficiente que permitia a divisão do trabalho, fornecendo regras para que todos pudessem trabalhar de forma coordenada para um objetivo comum. Além disso, a burocracia aprofundou o conhecimento e formalizou o poder nas organizações, permitindo, na época, a geração de produtos de forma mecanizada e em larga escala. 

A sociedade industrial é suportada por três pilares básicos: os meios de transporte, a energia, as indústrias. 

A burocracia, no seu ambiente mecanicista, proporcionou várias consequências, dentre elas: organizar a divisão do trabalho, fazer do processo de gerenciamento e decisão uma profissão; fornecer regras de uma forma organizada, permitindo que muitos especialistas pudessem trabalhar de modo coordenado para um objetivo comum; especializar o conhecimento dentro das organizações; formalizar o poder dentro das organizações; gerenciar grandes investimentos; produzir produtos de forma mecanizada, padronizada e em larga escala. 

Assim, uma organização baseada na sociedade industrial possuía, segundo Max Weber, as seguintes características: uma linha hierárquica de comando; especialização por função;  políticas uniformes cobrindo deveres e direitos; padronização de procedimentos de cada trabalho executado; carreira baseada em promoções por competência técnica; relações impessoais; toda coordenação realizada em um ou mais níveis acima da execução. 

As organizações baseadas em uma sociedade industrial impunham uma organização hierárquica e pode ser vista também dentro das características a seguir: burocrática; produtos e serviços padronizados; salários padronizados; estrutura organizacional hierárquica; autoridade do chefe; centralização das decisões e do poder; informação como fonte de poder. 



5. A sociedade do Conhecimento

E foi deste modo que as organizações hierárquicas construíram uma grande pirâmide de poder e de relacionamentos. A organização hierárquica se espalhou para todas as empresas. Empresas como a Ford, que tinham no início do século XX, que pagar 54 mil trabalhadores, e chegaram ao final do mesmo século a ter 13 mil trabalhadores, uma redução próxima a 76%.

A burocracia implantada trouxe alguns problemas: a organização havia se tornado lenta devido a burocracia excessiva; o seu foco voltou-se para dentro, esquecendo-se principalmente, dos seus clientes; a empresa exigia lealdade dos empregados em troca de um salário crescente e estável, uma pensão e emprego por toda a vida e uma chance de crescer na hierarquia, que se transformaram em um engodo à medida que a pirâmide organizacional se transformava em um gargalo para o crescimento das pessoas dentro da organização; os empregados não eram pagos para pensar, mas para fazer. Mas o fazer ficava com as máquinas e os empregados, acostumados a obedecer e não a pensar, ficavam cada vez mais com menos espaço; os empregados somente podiam se dirigir aos seus chefes, mas para serem competitivas, as Organizações precisavam agilizar a sua comunicação interna e o relacionamento horizontal tinha de ser incentivado, criando um paradoxo com o poder dos chefes.

 Desta forma, a sociedade industrial foi deslocada por uma nova sociedade baseada em informação e conhecimento, motivada pelos fatores:

          * Informação – a troca de informações, de forma ampla e irrestrita, permitiu que os silos de comunicação fossem eliminados, dando lugar à troca de informações e à geração de novos conhecimentos entre as pessoas. 

* Conhecimento – é descrito como tendo quatro características, quais sejam: 


- O conhecimento é tácito, algo pessoal, humano, tem raízes na prática, não é propriedade de uma empresa ou de um grupo.


- O conhecimento é orientado para a ação. A partir das impressões sensoriais que recebemos, são gerados e acumulados, de forma sistemática, novos conhecimentos. 


- O conhecimento é sustentado por regras. O processamento destas impressões sensoriais é realizado por meio de regras que possuímos e desenvolvemos em nosso cérebro. 


- O conhecimento está em constante mutação. Ao ser acessado por outras pessoas que assimilam tais informações, terminam por acumular e alterar de forma dinâmica o conhecimento que possuem. 


* Valores intangíveis – Como a marca, imagem e capital humano, na sociedade do conhecimento constituem o diferencial competitivo entre as organizações, chegando a representar 85% do valor total de uma empresa para o mercado.

E desta forma, as tarefas repetitivas são realizadas por pessoas que, por meio da burocracia, fazem cumprir o definido pelo poder centralizado dessas organizações piramidais. Com a automatização das rotinas físicas e intelectuais, as pessoas são liberadas para outras funções que requeiram criatividade, pesquisa e capacidade de análise, gerando em grande parte, uma parte razoável de desempregados.
Portanto, os novos princípios incluem mais responsabilidade das pessoas para definir e gerar seu próprio trabalho, com um deslocamento da autoridade do chefe para os clientes, rotinas físicas e intelectuais e uso intensivo do conhecimento.



6. A Sociedade Baseada em Recursos Renováveis

A futuróloga Hazel Henderson detalhou, com muita propriedade, a queda do paradigma econômico, que dará lugar a outros valores mais importantes para a vida, sendo que o essencial é o humano. Nesta abordagem, voltada para o desenvolvimento sustentável, após a sociedade da informação e do conhecimento, várias mudanças ocorrem, como: 


* Redes – surgimento de redes de pessoas. 


* Conhecimento – uma rápida e permanente evolução do conhecimento humano. Com o uso de tecnologias de informação, as pessoas hoje estão online com um mundo em permanentes mudanças, onde a quebra de paradigmas é diária.

Essas mudanças farão com que as pessoas possam evoluir de uma visão fragmentada para uma consciência planetária, baseada em recursos renováveis e uma maior e mais profunda compreensão da natureza. 

A informação por si só não ilumina, não sendo possível diferenciar o que seja má informação de uma desinformação, diferente da sociedade industrial que estava baseada num produto escasso: o dinheiro. Portanto, neste novo ambiente. Novas regras locais e globais são exigidas. Com a ênfase dada à informação, temos uma sobrecarga de bilhões de dados, gerando no novos paradigmas dentro de uma visão mais orgânica e baseada nos modelos auto-organizados das ciências da vida.
A constante de Planck nos ensina que é a luz, e não a matéria, a energia ou o tempo, o elemento fundamental do Universo. Na visão da Era da Luz, o Planeta Terra volta a ser percebido como um organismo vivo e a sociedade mais adequada é a orgânica, baseada nos modelos auto-organizadores das ciências da vida. Deste modo, as ciências biológicas passam a ser mais adequadas para o entendimento das organizações. 

Alguns autores descrevem o futuro a partir da evolução ou extinção do petróleo, quando a economia do hidrogênio virá com toda a força. Diante deste cenário, é previsto que o processo de downsizing na área da energia ocorra de forma semelhante à tecnologia de informação, reduzindo o porte e aumentando a capacidade de geração de energia ao nível doméstico a partir do uso do hidrogênio como elemento de geração e armazenagem de energia, permitindo, assim, a distribuição do excedente doméstico via redes de energia, criando-se um novo paradigma na geração, distribuição e uso da energia, desenvolvida a partir da economia do hidrogênio. 

8. A Transformação das Organizações

Diversos autores enfatizam e disseminam a forma como as mudanças que ocorrem na sociedade influenciam e impulsionam mudanças organizacionais, muitas vezes radicalmente, afetando, em especial, as pessoas e a forma como o trabalho é realizado. Neste contexto de mudanças tão rápidas, tem-se uma grande riqueza de fatos e dados deste processo de transformação. Para alguns, a revolução industrial foi onde ocorreu o início da modernidade e foi iniciado um processo de aprendizagem e de domínio pelo homem da tecnologia que foi disponibilizada e, a cada dia, uma nova tecnologia deixava obsoletos os equipamentos em uso.

Dentro das organizações da sociedade industrial, com o tempo, foram identificados alguns problemas que causavam perdas de produtividade e, consequentemente, resultados aquém do esperado, como: perdas de comunicação entre o topo e a base da organização; níveis hierárquicos operacionais com pouca ou nenhuma autonomia; gerências intermediárias atuando como filtros de novas ideias.
Na década de 1970, foi desenvolvida a gestão pela qualidade total, como forma de reter clientes a partir da melhoria dos processos internos e da qualidade dos produtos e serviços oferecidos aos clientes. Porém esta gestão não estava sendo suficiente para manter a competividade das empresas americanas frente às japonesas, quando em 1990, surgiu a Reengenharia e se tornou o grande achado para a melhoria e recuperação das organizações. A definição fornecida por Michael Hammer sobre reengenharia foi a seguinte: “Reengenharia é repensar os fundamentos e mudar radicalmente os processos do negócio, objetivando alcançar melhorias drásticas, computadas através de índices críticos de desempenho, como custo, qualidade, serviço e tempo”. 
 


A reengenharia pode ser então entendida como um 'reprojeto' total dos processos de negócios de uma empresa, abrangendo os seguintes aspectos: o modo como o trabalho é executado; as técnicas de gerenciamento; os gerentes e empregados; os valores e crenças; o controle dos procedimentos; a organização; o negócio em nível global da organização.

Pelo fato de grande parte das organizações ter utilizado a reengenharia visando basicamente à redução de custos, a taxa média de falha na implantação deste processo foi de 50% a 70%.
As formas de estruturação da organização evoluíram bastante, e, cada vez mais estão se tornando mais flexíveis e variadas. A estrutura formal da organização era utilizada com o objetivo de direcionar o comportamento esperado das pessoas e buscar a eliminação das incertezas, privilegiando as dimensões internas e as funções administrativas, de forma independente com o seu posicionamento dentro de um contexto maior e mais complexo.


A  nova dimensão mudou para: 


* Conectividade -  comportamento das pessoas baseado na interação pessoas e grupal, nas percepções individuais e na forma como as informações são processadas internamente. 


* Gestão - base estrutural fundamentada em processos e equipes autônomas e de autogestão.


* Poder - autoridade e responsabilidade flexíveis e dinâmicas.


* Cliente - produção acionada pela demanda dos clientes e orientada da maneira mais rápida e eficiente - em tempo real. 


* Desperdício -  foco na eliminação de redundâncias e duplicações de tarefas. 


* Autocontrole - com um mínimo de controle formal. 


* Autonomia -  unidades independentes e autônomas.


* Downsizing – ‘horizontalização’ da organização, sem chefias intermediárias.


* ‘Virtualização’ -  terceirização e ‘virtualização’ do trabalho. 

Dentro desta nova dimensão  empresarial, as mudanças são aceleradas e influenciam a todos como uma grande rede global, fortemente influenciada pela capacidade de geração de novos conhecimentos. Com este sistema empresa-sociedade cada vez mais interdependente, as transformações organizacionais irão fazer com que o repensar das organizações seja orientado para novas concepções de modelos de negócios, e a tecnologia, como um dos fatores impulsionadores das mudanças e de transformação das organizações, influencia e altera a cultura das empresas e em especial dos executivos.
Após o impacto das mudanças ocasionadas pela concepção de empresas mais enxutas e flexíveis, ocorreram grandes processos de reestruturação. Com o uso da tecnologia de informação na geração de softwares,  como, por exemplo, o uso de soluções de gestão e de processos de negócio totalmente automatizados, transformando radicalmente o papel dos gestores e dos profissionais da área de tecnologia da informação.
 

Estamos utilizando em pleno século XXI, uma tecnologia de informação desenvolvida no e para o século XX. Conclui-se que precisamos ter soluções tecnológicas que funcionem em tempo real na sua implementação e não demandem prazos e longas filas de espera, como ocorriam no século XX. A tecnologia de informação precisa funcionar em tempo real.


Capítulo 2: As organizações como modelos biológicos

O Objetivo deste segundo capítulo é fazer uma abordagem macro em termos da evolução da sociedade e sobre como esta evolução irá influenciar a forma de organização e gestão nas empresas. Apresentando as bases com que as organizações evoluíram, impulsionadas por novas tecnologias e relacionamentos, que fizeram o poder caminhar da força física para a inteligência e o conhecimento.


2. A organização como parte de um sistema

A organização é parte de um sistema, e um sistema é um todo que não pode ser dividido em partes independentes, o que implicaria:


* As propriedades essenciais que definem qualquer sistema são propriedades do todo. Logo, nenhuma de suas partes as tem. Isto porque as propriedades de um sistema vêm da interação das partes que compõe o sistema;


* Um sistema é mais que a soma das partes;


* As propriedades de um sistema podem ser percebidas quando suas partes estão conectadas e em funcionamento. Quando a desconexão ocorre, o sistema deixa de existir;


* Quando se aumenta o desempenho de partes do sistema separadamente, não se aumenta o desempenho do sistema.


Dentro desta abordagem sistêmica, vale alertar para algumas possíveis falhas que podem ocorrer:


* Programação estratégica baseada nas partes – a visão de futuro é projetada com base no comportamento passado das partes, e não o todo.


* Pensamento estratégico baseado no todo – a visão de futuro é projetada com base na percepção e no sonho das pessoas, rompendo com os paradigmas atuais e criando um novo desafio com base em uma visão sistêmica.


* Soluções pontuais de problemas – a abordagem pontual no tratamento de problemas acaba levando a outros problemas, enquanto que a abordagem sistêmica força a atuação no foco do problema, e não nas suas consequências.


* Elos frágeis – a deficiência de funcionamento de uma das partes de um sistema faz com que haja uma sobrecarga nas demais partes para poder superar esta deficiência.


* Partes defeituosas – o mau funcionamento de uma das partes do sistema pode ocasionar uma perda de eficiência no sistema como um todo.


Finalmente, podemos classificar os sistemas em três tipos, quais sejam:


* Mecânico- não possui um propósito próprio. Ele tem funções que servem a propósitos externos.


* Orgânico – tem um propósito próprio, enquanto as partes deste sistema funcionam para atender ao sistema dentro das suas áreas de conhecimento, exatamente como o corpo humano.


* Social – as partes deste sistema têm propósitos próprios e são partes de um sistema maior que também possui propósitos não necessariamente iguais ou semelhantes aos propósitos individuais, daí sua elevada complexidade.
 


Logo, só se deve melhorar o desempenho das partes se puder ser demonstrado que isso resultará em uma melhoria do todo. Para o entendimento de um sistema, não se pode começar por separá-lo, é preciso primeiro entende-lo como parte de um sistema ainda maior e buscar o propósito ou função deste sistema maior, e não das suas partes. Portanto, a compreensão de um sistema nunca estará dentro dele, mas fora dele.

A partir da percepção de que as empresas são sistemas abertos, modelos de avaliação empresarial, considerando as variáveis externas, foram desenvolvidos com sucesso nas empresas, por exemplo, a avaliação de métricas balanceadas, levando em conta as dimensões financeira, processos internos, clientes, aprendizagem e crescimento. O balanceamento entre essas dimensões na busca de uma sintonia e um equilíbrio do sistema organizacional, considerado dentro um sistema maior, onde questões relativas à sociedade, aos acionistas, aos clientes, aos empregados e aos fornecedores irão fornecer o equilíbrio necessário para o crescimento da organização dentro de uma visão sistêmica de longo prazo.


3. O impacto das mudanças nas organizações

Avanços tecnológicos têm produzido um grande impacto nas empresas e mesmo na sociedade como um todo. Uma nova sociedade que surge, não implica no desaparecimento da anterior, mas apenas mudança no foco o poder e do real crescimento em valor, podendo, assim, coexistirem diversas sociedades, que estarão nos seus mais variados estágios de evolução. Da mesma forma, os pilares que sustentavam as sociedades anteriormente existentes não deixam de existir, apenas se tornam elementos secundários.
A Sociedade da Informação, iniciada a partir da década de 1940, com a revolução da tecnologia de informação, abriu espaço para a Sociedade do Conhecimento que, com o processo de automação das rotinas físicas e intelectuais, levou o homem a gastar maior parte do seu tempo em atividades consideradas mais nobres, como criar, analisar e inovar.

Deste modo, a Sociedade do Conhecimento encontrou um campo fértil para florescer e dar espaço para a diferenciação a partir dos valores intangíveis, que podem ser:


* Competência pessoal – relacionada à capacidade de pensar e agir das pessoas em diversas situações para a criação tanto de ativos tangíveis como de intangíveis.


* Estrutura interna – relacionada ao desenvolvimento, implantação e uso de patentes, conceitos, modelos, sistemas administrativos e infraestrutura tecnológica, além da cultura e do espírito organizacional.


* Estrutura externa – referente às relações externas da empresa, como clientes e fornecedores, bem como o estabelecimento e o desenvolvimento de marcas, da reputação e da imagem da empresa.


Com a Sociedade do Conhecimento, foi evidenciada a importância dos valores intangíveis no desenvolvimento das empresas, como os relacionados a seguir:


* Tempo de entrada no mercado – significando o tempo necessário desde a concepção inicial de um produto ou serviço e a sua efetiva liberação para os clientes. Trazer produtos e serviços para o mercado de forma rápida e eficiente é uma importante variável nos negócios.


* Tempo de acesso à informação – ou, mais precisamente, informação armazenada eletronicamente que possa ser recuperada em tempo real ou de forma eficaz.


* Visão estratégica – significando a habilidade de perceber o melhor negócio em termos estratégicos para a sobrevivência e o avanço da organização.


* Conhecimento e sua comercialização – uma moderna e bem-sucedida companhia irá obter as maiores fatias de receita a partir da venda de valores cada vez mais intangíveis.


* Inovação- a partir do trabalho intelectual, na tentativa de melhora permanentemente os produtos e serviços, com a introdução de novas ideias.


* Imagem – liderando as pessoas na compra de determinados produtos ou serviços. Este é um valor intangível apreciado pelos clientes, principalmente na comercialização de produtos baseados em uma imagem comercial do mesmo.
 



* Rede 'sociotécnica' – a conectividade entre as pessoas e a qualidade das relações que elas geram está diretamente relacionada ao valor agregado que as mesmas põem oferecer a outros. Para sua implementação é necessário um trabalho fortemente baseado em uma rede 'sociotécnica' e, à medida que não seja dado suporte a esta ideia, pouco irá ocorrer para a sua concretização.


4. A Fragmentação do Conhecimento

Com a transformação do mundo, o acúmulo do conhecimento tem-se multiplicado cada vez mais rápido. Neste ambiente, novos conceitos e ideias têm surgido e são capazes, quando combinadas, de alcançar os mais diversos resultados, estas inteligências que funcionam como a mola motora na geração de novos conhecimentos podem ser classificadas em:


* Inteligência matemática – capacidade de lidas com números e com a lógica matemática.


* Inteligência linguística – capacidade de se comunicar por meio da escrita e da fala.


* Inteligência espacial – capacidade de desenvolver soluções com base em ambientes multidimensionais.


* Inteligência corporal sinestésica – capacidade de desenvolver ações com base na dinâmica do corpo.


* Inteligência musical – capacidade de ouvir e desenvolver sons por meio de instrumentos musicais ou pelo próprio corpo, utilizando-se dos ritmos e da harmonia desenvolvida.


* Inteligência intrapessoal – capacidade de introspecção e abstração da realidade e da concentração.


* Inteligência interpessoal – capacidade de relacionamento e sinergia com as demais pessoas na construção e manutenção de relacionamentos.


* Inteligência biológica – capacidade de atuar em sintonia com o meio ambiente, percebendo e agindo em harmonia com o seu contexto ambiental e biológico.


Diversos outros esforços têm sido feitos no sentido de um melhor entendimento do cérebro humano, sendo a seguir relacionados alguns dos seus esforços:


* Pela psicologia – podemos utilizar o conceito de “caixa-preta”, onde, a partir da análise das respostas oriundas do cérebro humano, as quais são geradas por meio de estímulos ao mesmo, são interpretadas as reações humanas dentro dos mais diversificados ambientes socioculturais.


* Pela medicina – utilizando a abordagem da medicina psicossomática, é entendido que as interações entre os diversos estados psicológicos e fisiológicos do ser humano afetam o seu sistema imunológico e, consequentemente, os seus processos de doença e cura do corpo humano.


* Pela neurofisiologia – através de pesquisas em neurofisiologia, foi possível o mapeamento das funções do cérebro, identificando, assim, o papel de cada lado do cérebro.


* Fragmentação do conhecimento – a partir de estudos realizados, foi identificado que o conhecimento é descrito como um conjunto de quatro funções distintas: o pensamento, a sensação, o sentimento e a intuição. E, como as partes funcionam em conjunto, o baixo desempenho de uma das dimensões irá significar que as outras podem estar sendo sobrecarregadas.

O nosso cérebro, é lembrado na cultura chinesa no símbolo do Tai Gi, que significa o princípio do princípio. Nesse símbolo, a parte branca do circulo representa o princípio ativo masculino, enquanto a outra parte, preta, simboliza o princípio negativo feminino. Yin e Yang são interdependentes e expressões de uma mesma energia. Ocidente e Oriente, ciência e mística, análise e síntese, masculino e feminino, Yang e Yin.


 



5. As novas organizações empresariais

Esta forma de ver o mundo, por meio das teorias da física quântica, pode afetar as organizações, em especial na forma de se organizarem, passando de relações hierárquicas rígidas para relações flexíveis e autônomas, onde tudo está interconectado, afetando diretamente a forma com que as pessoas veem o mundo e se organizam como empresa ou sociedade.

O modelo organizacional hierárquico e por funções gerava os chamados “silos de comunicação”, decorrentes dos departamentos estanques e burocráticos, e fazendo com que existissem vazios ou “buracos negros” entre esses departamentos, gerando atritos entre os mesmos, problemas estes que terminavam na maioria das vezes subindo na hierarquia, gerando gasto de energia em assuntos não prioritários e que poderiam ter sido resolvidos em outros níveis, e envolvendo menos pessoas.
No atual ambiente de negócios, as regras precisam ser reescritas: flexibilidade é melhor, delegação de decisão é melhor e descentralização das decisões no nível do cliente ou perto do cliente é mais eficaz.
A organização do tipo vertical não é mais eficiente. O ‘isolacionismo’ dá lugar a parceria nos negócios, com o uso da terceirização e da quarteirização, que representam uma eficiente solução para atender a algumas das necessidades da organização.

As novas organizações, baseadas em conhecimento, podem ser estruturadas a partir de times autogerenciáveis e suportadas por valores intangíveis que vão além do conhecimento, como, por exemplo, uma logística de distribuição de produtos ou uma marca.


6. Os Desafios do Século XXI

Mesmo estando no século XXI continuamos com o modo de pensar e agir do século passado, o que é muito natural. Se observarmos as dimensões de gestão, tecnologia de informação e pessoas, poderemos identificar diversos paradigmas que ainda são utilizados sem o menos problema. No entanto, para os anos que estão em andamento de forma cada vez mais rápido, podemos identificar os seguintes desafios:


* Efetiva orientação a resultados – as empresas estão fortemente estruturadas para permitir o controle das pessoas, do seu tempo e do quanto estão dedicadas em termos de tempo à organização, mas não estão tão bem estruturadas para uma efetiva orientação e resultados.


* Orientação para os clientes – as empresas gastam ainda muito tempo em questões internas e muito pouco tempo para os seus clientes. Isto pode ser traduzido no número de pessoas que possuem algum contato com os clientes.


* Gestão dinâmica – a implantação de mudanças nas organizações ainda funciona de forma intermitente, ou seja, após identificada a necessidade de mudança, há todo um processo que passa desde a preparação para a mudança, o seu planejamento, até chegar à sua efetiva implantação e finalmente a uma posterior avaliação, quando ocorrer. Desta forma, uma necessidade que tenha sido demandada hoje demora, em média, de três a 12 meses para o início de sua implantação.


* Gestão de processos de negócios – passada a fase de implantar os sistemas integrados de gestão, que ocorreu fundamentalmente a partir da década de 1990, a grande questão é partir para uma gestão de processos de negócio em tempo real.


Relativas à tecnologia


* Tecnologia como parte estratégica – a tecnologia é parte do ferramental necessário para a implementação da estratégia nas empresas, diferentemente de algo opcional como foi no século XX. Sem a tecnologia não haverá como viabilizar os negócios, já que a cada momento mais e mais empresas fazem da tecnologia o seu papel a lápis, eliminando etapas e procedimentos burocráticos que se realizados, inviabilizam o negócio pelo tempo e custo despedido, além da não aderência aos padrões de mercado.


* Somas exponenciais em tecnologia – a tecnologia somada com outras tecnologias cria um efeito multiplicador somente limitado pela capacidade de inovação e criação das pessoas. Assim, a união das facilidades de comunicação com os dados e conhecimentos, disponíveis e gerados a cada momento pelas pessoas se torna o mote do século XXI.


* Descoberta do conhecimento a partir das informações – a tecnologia irá absorver processamentos computacionais, os quais a capacidade humana não será capaz de lidar, como o tratamento matemático de bilhões de informações para a extração de padrões e regras de negócios.


Relativas às pessoas


* Alta resiliência - dentro de um ambiente de muitas e rápidas mudanças, e também com diversos interessem em jogo, será demandado às pessoas como aprimorar cada vez mais a sua capacidade de absorver e lidas com mudanças e outros interesses diversos relacionados, significando um mundo de muitas incertezas, onde as pessoas precisarão desenvolver competências como lidar e absorver as mudanças atuando de forma proativa e inovadora.


* Plano de vida – a família, tida como o grande pilar de sustentação da sociedade até o século XIX, já no século XX este espaço foi aos poucos tomado pelas empresas, ocupando o papel de donas do destino das pessoas. Já no século XXI, você e sua rede de relacionamentos é uma grande e importante diferença, significando que a administração das relações e a capacidade de agregação de valor pelas pessoas é o grande diferencial. Para isso, a importância do desenvolvimento de um plano de vida, para toda a vida, é de fundamental importância.


* Alta conectividade – saindo do modelo mecanicista construído no século XX para um modelo quântico proposto pelo século XXI, as pessoas precisarão desenvolver mais do que uma especialização em determinada área do conhecimento, mas também precisarão trabalhar na conectividade e em suas relações, navegando em uma rede altamente dinâmica e complexa de pessoas que a circundam, adquirindo novos conhecimentos e novos relacionamentos, modificando-os a cada momento, assim como a configuração da sua rede de relacionamentos, acumulando energias junto àquelas pessoas que lhes dão energia e se afastando daquelas que lhes tiram as energias.

Conclui-se que o final do século XIX transformou as movimentações físicas a partir do desenvolvimento do transporte e de pessoas e das coisas. Já no final do século XX ocorreu a transformação na forma de movimentação das informações de um modo nunca visto, tornando possível levar uma informação da Europa para a América Latina em questão de segundos, quando antigamente se levariam meses até que a informação chegasse por meio de um navio.

- E a pergunta que fica é: qual serão os paradigmas para os próximos anos?

 

Fonte e Sítios Consultados

Material da Disciplina de Gestão do Conhecimento do 8º. Semestre do Curso de Administração de Empresas

http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Resumo-Do-Livro-Gestão-Empresarial

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