Muitas pessoas tem grande curiosidade pelos tópicos da Bolsa
de valores já que eles atraem muito a atenção dos investidores por suas
peculiaridades. A volatilidade torna as coisas mais interessantes (às vezes,
como no caso das “ações X”, negativamente interessantes) e as características
da aplicação podem fazer com que os investidores se interessem em saber mais
sobre as empresas, algumas que estão diretamente no dia-a-dia das pessoas, e
outras nem tanto. Nesse texto, algumas curiosidades sobre as empresas listadas
em bolsa, começando pelos códigos utilizados para representar os ativos quando
da negociação em bolsa.
·
Por que VALE5, e não
VALE4?
Os códigos dos ativos negociados na ‘BM&F Bovespa’ são
feitos através de quatro letras mais um número, as letras identificando a
empresa e os números o tipo de ativo. Acrescentam-se letras após os números em
alguns casos, como o B para indicar que a ação é negociada no mercado de
balcão. O número 4 é reservado para as ações preferenciais quando há
apenas um tipo de ação preferencial. Quando há mais, o 4 é abandonado e a
numeração começa no 5 para as ações preferenciais do tipo A, 6 para as do tipo
B (se existir) e assim por diante.
Mas e nos casos como o da mineradora Vale? Só há um tipo de
ação preferencial sendo negociada, que é a ação do tipo PNA. Por que PNA, e não
apenas PN com numeração 4?
O fato é que existe outra ação preferencial, que é a ‘Golden
Share’ de posse do governo federal.
No Formulário de Referência da empresa, consta a existência
de 12 ações preferenciais do tipo E. No estatuto social, é mencionada a
existência de ações preferenciais do tipo A, incluindo 12 ações “especiais”.
A ação especial tem, segundo o estatuto social, o poder de
veto em uma série de questões, como a alienação ou encerramento de diversas
atividades, incluindo mineração. Essa ação é de posse da União Federal e
existia apenas uma (1) ação, mas, devido aos desdobramentos de ações, esse
número foi elevado para 12. Ou seja, se a Vale for vender o controle para outra
empresa ou decida se desfazer de uma jazida, o governo terá poder de veto,
mesmo que os acionistas aceitem a operação (muito embora o governo controle
indiretamente a empresa via BNDES e fundos de pensão estatais, o que torna uma
divergência improvável).
·
E quanto aos Códigos
estranhos?
Na maioria das vezes muitas empresas cotadas em bolsa possuem
códigos óbvios. Petrobras é PETR. Natura é NATU. Vale é VALE, mesmo nos tempos
de Companhia Vale do Rio Doce (hoje, o nome oficial da empresa é Vale). Outros
códigos não são tão óbvios, mas plenamente compreensíveis, como BBDC para
Bradesco, ITUB para Itaú-Unibanco e assim por diante. Alguns códigos podem
confundir. Quando ainda tinha ações em bolsa, Redecard não era REDE, código
utilizado pela Rede Energia. Multiplus não é MULT, código que é utilizado pela
Multiplan, que abriu capital antes da Multiplus. TECN se aplica para Tecnosolo,
Technos ou para a Teknos? (resposta: para a Tecnosolo). Profarma bem que
poderia ser PRFM, mas é PFRM. Seja como for, é possível compreender a escolha
do código.
Porém, outros códigos são mais “exóticos”. Alguns se referem
à atividade da empresa, como BEEF (Minerva), MILK (a quase finada Laep) e RENT
(Localiza). Mas há uma explicação para todos esses códigos. E quanto à MYPK
para Iochpe-Maxion? E a holding Jereissati (MLFT), que tem participações na
empresa de shoppings Iguatemi e na Oi?
A Iochpe-Maxion possui esse código por conta da aquisição da
empresa Massey Perkins, que possuía ações negociadas em bolsa. Foi dessa forma
que a Iochope-Maxion entrou na bolsa e veio inclusive a ser parte do Ibovespa
com o nome de Massey Perkins. Desde então, a empresa não mudou o seu código e
continua com o MYPK apesar da mudança de nome. Outras empresas mudaram de
denominação e também de código, como a Tereos (antiga Açúcar Guarani, código
ACGU), a Taesa (antiga Terna Participações, código TRNA) e a Arteris (antiga
OHLB Brasil, código OHLB).
A Jereissati seguiu caminho parecido. Há alguns anos, se
chamava La Fonte Participações, o que ajuda a entender as três últimas letras
do código (LFT). Mas onde entra o “M”? A empresa surgiu a partir da compra da
Metalúrgica La Fonte pelo grupo Jereissati. Depois de um tempo, a empresa
alterou o objeto social para se tornar uma holding e depois mudaria a razão
social para La Fonte Participações. Porém, como ocorreu com a Iochope-Maxion,
não decidiu mudar de código na bolsa.
Fonte
e Sítios Consultados
http://www.apogeo.com.br/blog-apogeo/economia-e-mercado
Nenhum comentário:
Postar um comentário