Algumas Tendências da Nova Mentalidade Empresarial
Pensar
estrategicamente é uma atividade de alto impacto, porque define onde queremos
chegar, considerando o ponto em que estamos, as circunstâncias deste momento e
as tendências do ambiente em que vamos empreender nossa jornada.
Fazer um diagnóstico
de onde estamos e decidir para onde vamos é algo relativo a cada um de nós e/ou
à nossa organização. Portanto, é preciso tomar uma decisão sobre essa questão
com vontade de descobrir de forma honesta e transparente uma posição
estratégica. As circunstâncias do momento dependem do diagnóstico sobre os
indicadores escolhidos, podem ser financeiros, sociais, de talento, de tempo,
de potencial, de clientes, de mercado, etc. Ou seja, é a fotografia da situação
de acordo com um ângulo pré-definido. Sobre isso também é necessário um esforço
de atenção e empenho, além da definição de fatores críticos para a elaboração
de um diagnóstico eficaz, contudo essas questões dependem exclusivamente de
nossa disposição.
Com
relação à percepção das tendências do ambiente é que o risco se mostra e isso
porque as possibilidades podem ser tantas e os sinais tão confusos e, por
vezes, contraditórios que a chance de tomarmos decisões incorretas não é nada
incomum, exemplos como das empresas japonesas de maquinas fotográficas, que não
acreditaram na tendência das imagens digitais já fazem parte das lendas do
mundo corporativo. As informações já disponíveis no mercado, a pesquisa de
dados gerados pelo movimento das organizações, a constatação dos investimentos
que vêm sendo realizados, os temas que ganham importância na mídia, o
comportamento do consumidor, além de uma boa dose de intuição permitem elaborar
algumas hipóteses muito prováveis.
Ø Economia
Digital
Sabemos
que a mentalidade humana esta mudando com os adventos da internet, da
tecnologia ou da automação presentes nessa tendência. O trabalho em rede, times
autogerenciados, atividades simultâneas e visão sistêmica são atributos dessa
grande tendência, e qualificam um novo tipo de perfil profissional e
corporativo. Se até aqui nós podemos realizar atividades, tarefas e processos
de maneira excludente, escolhendo entre isto ou aquilo, a economia digital nos
exige o esforço do paradoxo de viver tudo ao mesmo tempo. Não é mais um mundo
linear, as ações e seus efeitos são simultâneos. Devemos agora ver menos ‘OU’
e mais ‘E’, e ao invés de excluir possibilidades, ser capaz de compatibilizar
competências. Os engenheiros terão que ser bons marqueteiros, os advogados
também serão educadores, os matemáticos terão que desenvolver uma ampla
capacidade de relações interpessoais, e assim sucessivamente. Tudo que parecia
organizado por competências estanques, deverão ser fundidos numa visão holística
e num comportamento de aprendizagem permanente.
As
organizações vieram pouco a pouco modificando a forma e os processos para gerar
resultados, sabendo criar um ambiente para a multiplicidade de valores e
competências humanas, onde raças, credos, idades, sexos e nacionalidades sejam
absolutamente desejáveis, para atender a demandas que hoje em dia são múltiplas.
Essa grande tendência exige uma revisão dos paradigmas a respeito do que é
competência. Se até aqui competência estava ligada a ser capaz de gerar resultados,
vai passar a ser a capacidade de identificar novas maneiras, em diferentes
ambientes, para atender demandas diversas e gerar resultados.
O nível
de esforço aumenta consideravelmente e lidar com a diversidade nem sempre é
fácil, entretanto as oportunidades também se ampliam na medida exata da mudança
da mentalidade da organização. E como qualquer grande tendência vai definir
entre os que permanecem e os que desaparecem.
Ø Estética
Nos anos
noventa ‘o design’ tinha grande relevância, o mercado da decoração cresceu em
proporções geométricas, a arte passou a fazer parte do cotidiano do cidadão
comum. No dias de hoje se formam filas de cinco mil pessoas para ver a
exposição de Rodin em São Paulo e de Leonardo da Vinci em Curitiba, 12% dos
locais das viagens internacionais são puramente de caráter cultural e a World
Future Society conclui que estamos entrando na sexta onda do mercado, que é a
da cultura. A estética tomou proporções de máxima relevância para o consumidor
quando associada a símbolos de status, entretanto esse senso extrapola produtos
e serviços para classes privilegiadas e define uma grande tendência de mercado.
EM um
futuro próximo os consumidores vão eleger organizações que tenham um desempenho
estético. Ou seja, que coloquem beleza em todas as atividades. Exemplo, ao
atender-se o telefone na organização, no comportamento de seus colaboradores,
na parceria com seus fornecedores e no relacionamento com seus clientes. Cada
detalhe deve ganhar relevância de fato principal. A cortesia, o interesse, o
envolvimento com o sucesso de todos, não será apenas um coadjuvante das
atividades corporativas, mas o protagonista que vai definir o rumo da história.
Ø Ética
Essa discussão sobre ética com certeza irá ganhar a
cada dia uma importância de maior impacto no conjunto de resultados de uma
organização. Entretanto a aplicação desse conceito será muito mais abrangente
do que a questão moral envolvida, que é a única preocupação ética com a qual
nos envolvemos hoje, e vai ganhar uma dimensão conceitual de maior relevância.
O entendimento de ética como integração do indivíduo com sua essência básica
vai passar de uma imagem de retórica para ser a premissa na gestão dos talentos
humanos das organizações.
A cidadania, a missão individual dentro do ambiente coletivo, as aspirações sobre o futuro, a integridade do comportamento e a integração dos valores como família, trabalho, lazer e carreira. Todo esse conjunto de crenças e o reflexo das atitudes na sociedade e no mercado vão passar a ser preocupações de primeira ordem para qualquer empreendimento que deseje se perpetuar no tempo.
A cidadania, a missão individual dentro do ambiente coletivo, as aspirações sobre o futuro, a integridade do comportamento e a integração dos valores como família, trabalho, lazer e carreira. Todo esse conjunto de crenças e o reflexo das atitudes na sociedade e no mercado vão passar a ser preocupações de primeira ordem para qualquer empreendimento que deseje se perpetuar no tempo.
O nível de estresse, a qualidade das relações e a
harmonia das atividades na produção de resultados tem repercussões éticas muito
mais impactantes do que nossa percepção alcança hoje. Esse desenvolvimento será
vital para as empresas e é uma das tendências de maior abrangência porque
extrapola as questões puramente de mercado e muda de forma profunda a
responsabilidade social da empresa, numa visão que não se compõe de fronteiras,
internas ou externas. Assim a empresa passa a ser um ambiente de educação para
a vida e um palco de desenvolvimento dos indivíduos que a compõem, transmutando
muito mais do que insumos, gerando uma nova consciência.
Ø Ecologia
Palavras
e expressões como biodiversidade, desenvolvimento sustentado, planejamento
planetário, revisão sistêmica, operação holística, entre outras, serão cada vez
mais incorporadas pelas organizações como base do desenho estratégico do
negócio. A ideia de ecologia vai extrapolar a questão puramente ambiental e vai
ganhar conotação relacional. Ambientes ecologicamente corretos serão ambientes
em que os indivíduos sejam “preservados” da intensa matança de ideias, onde o
medo do risco será minimizado e o erro desejável como meio de aprendizagem.
O
ecológico nas grandes tendências de mercado tem a ver com a constatação pura e
simples da necessidade de integrar as pessoas, e sua rica diversidade, aos
projetos e objetivos da organização, com consciência do impacto que pode
provocar no ambiente como um todo, seja corporativo, familiar, comunitário e/ou
sistêmico. A organização ecológica é aquela que terá um sistema planejado e
organizado para respeitar e preservar a natureza básica dos indivíduos, sem
matar seus sonhos ou expectativas, ao contrário, gerando um ambiente
profundamente agradável e favorável ao seu desenvolvimento.
Ø Espiritualidade
A importância
da não conotação religiosa, da espiritualidade no ambiente corporativo se
caracteriza pela essência da organização. Atividades realizadas de forma
voluntária, com paixão e comprometimento é uma aspiração antiga, porém a
equação que possibilita essa atitude de forma permanente ainda não foi
encontrada. Nunca devemos nos afastar do pensamento principal: “O desafio não é
o abismo, mas a construção da ponte”.
O abismo
está presente nas relações, na operação, nos resultados e no conjunto de
práticas em confronto com os valores. A equação é a capacidade de perceber a
alma do conjunto, o porque da existência, o entendimento da missão maior, que
será uma expressão genuína do pensamento coletivo e não uma ideia ditada por
uma pessoa ou um pequeno grupo. A construção das pontes que interliguem os
diferentes níveis de consciência de uma organização e possam reverter esse
processo em resultados de valor é uma experiência de caráter espiritual porque
atua no âmbito da essência e tem caráter transformador para todos que dela
participam.
Ajustarmos nossa operação de forma a alinharmos nossos
princípios, nossos procedimentos e as expectativas cada vez mais aprimoradas da
sociedade é à base de todas essas tendências. Ainda estamos atuando num nível
muito intelectual, porém grandes transformações em nosso comportamento já são
exigidas em todos os aspectos de nossa atividade. Quanto mais demoradas forem essas
mudanças, mais desgastante será o processo e mais distante estará o sucesso.
Fonte e
Sítios Consultados
http://www.dulcemagalhaes.com.br/artigos
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