Quando até os números mentem
- Você sabia que as estatísticas sugerem ideias sobre o mundo em que
vivemos, e a maioria das pessoas não questiona se correspondem à realidade!
É comum
ao abrimos um jornal ou uma revista, encontramos uma infinidade de opiniões e
projeções sustentadas por estatísticas e gráficos – geralmente, dados colhidos
por institutos oficiais ou resultados de pesquisas de alguma universidade ou
organização não governamental. Esses números sugerem ideias sobre o mundo em
que vivemos, e a maioria das pessoas não questiona se correspondem à realidade.
Foi aí então
que o cientista dinamarquês Bjorn Lomborg enumerou no livro O ambientalista cético (Campus,
2002), vários “mitos numéricos”. Por exemplo, no início da década de 1990 os
meios de comunicação divulgaram uma pesquisa da Universidade de Oxford que
apregoava que a imensa maioria da população mundial não teria acesso à água nos
primeiros anos do século 21 – estatística que, hoje, corresponde a cerca de
10%. A pesquisa simplesmente projetou números sem considerar variáveis.
Em um
estudo da Stanford University, que foi publicado no jornal Plos One,
sugere-se o quanto os números podem ser entendidos de forma abstrata.
Pesquisadores solicitaram a 485 voluntários que lessem um texto sobre a
violência nas ruas de uma cidade fictícia, denominada Addison. O excerto trazia
estatísticas sobre o problema e propunha soluções. No entanto, havia uma
pequena diferença entre o material: metade dos textos distribuídos classificava
a criminalidade como uma “fera” que tomava a comunidade imaginária; o restante
se referia a ela como um “vírus”. Após a leitura, os participantes foram
convidados a selecionar propostas políticas que considerassem mais adequadas.
Observou-se que 71% das pessoas que analisaram a explanação com a palavra
“fera” optaram por soluções mais incisivas; enquanto 54% daqueles que leram o
termo “vírus” adotou tal postura.
Então,
podemos afirmar que por que essa divergência, se 470 participantes afirmaram
que o que mais pesou em sua decisão foi os dados numéricos, isso significa que
apenas 15 acreditavam ter se convencido a partir das metáforas usadas. "Estatísticas
podem conferir credibilidade e angariar adeptos a ideias e a discursos
políticos sem serem exatamente compreendidas", explica a psicóloga
Lera Boroditsky, uma das autoras do estudo. A linguagem teve aparentemente
maior influência sobre os leitores que os argumentos mais “concretos” – os
números. "Preferimos pensar que tomamos decisões racionais e as
estatísticas alimentam essa ilusão", diz Lera.
Fonte e Sítios Consultados
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