O Cérebro e a Competição das Células Neurais
Em uma pesquisa publicada no periódico Neuron, o neurocientista
Hisashi Umemori da Universidade de Michigan e seus colegas, identificaram
alguns mecanismos cerebrais que regulam a memória descartando os neurônios
“menos eficientes” para conservar os “bons”. Os cientistas focaram o
estudo na conexão entre o hipocampo – crucial para a aprendizagem e a memória –
e o córtex cerebral, área chave da percepção e da consciência e descobriam que
o processo de escolha dos melhores neurônios aperfeiçoa o desenvolvimento
cerebral.
À medida que as células nervosas crescem, elas se expandem para
ligar diferentes circuitos neurais. Com o desenvolvimento do cérebro, essas
conexões se tornam mais eficientes. Falhas nesse processo de refinamento abrem
caminhos para o desenvolvimento de distúrbios neurológicos, como o Alzheimer, o
autismo ou a esquizofrenia. No entanto, para Umemori e sua equipe, a maneira como os neurônios se desenvolvem
não é novidade. Eles estavam interessados em descobrir as reações do cérebro
quando detecta células neurais menos eficientes.
Os pesquisadores “desligaram” 40 % de determinadas conexões
entre neurônios de camundongos geneticamente modificados e observaram que o
cérebro eliminou as células inativas após alguns dias, mas poupou as “boas”. Em
seguida, Umemori e sua equipe,
desativaram todas as células neurais e se surpreenderam com o resultado: os
impulsos elétricos se mantiveram normalmente. Depois, os pesquisadores
analisaram a parte do hipocampo chamada giro dentado, uma importante área do
cérebro responsável pela gênese neuronal durante toda a vida e encontraram
outro tipo de competição: a de células “recém-nascidas” com as maduras. Os
cientistas bloquearam a capacidade do giro dentado de criar novos neurônios e
como resultado o cérebro interrompeu a eliminação das células, mesmo que elas
fossem inativas.
O neurocientista acredita que o cérebro tenha um modo eficaz de
escolher o grupo de células do sistema nervoso com as melhores conexões. Mas,
quando estão nessa espécie de competição e o aparato cerebral identifica todas
como inadequadas, não as elimina, pois nesse caso perderia completamente as
funções neurais.
“Os resultados sugerem que os processos de aprendizagem estão
relacionados à exclusão dos neurônios menos efetivos. Quanto mais pudermos
entender como esses mecanismos funcionam, mais seremos capazes de compreender o
que acontece quando eles não estão funcionando", conclui Umemori.
Fonte e Sítios Consultados
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