Quando se fala em análise financeira na
empresa, é preciso saber que essa é uma etapa das mais importantes: o cálculo e o estudo dos índices de
desempenho – afinal, essa análise é capaz de fornecer ao gestor as informações que
permitem o acompanhamento da situação financeira e econômica da empresa em
qualquer momento. São por meio destes indicadores financeiros que são tomadas
algumas decisões gerenciais necessárias para corrigir ‘possíveis’ erros que
prejudicam o desempenho dos negócios no âmbito financeiro.
Trataremos aqui dos principais
indicadores financeiros, os de maior necessidade, para que você possa implantar
na sua empresa, fazendo uma avaliação dos mesmos e tomando a suas decisões
gerenciais de forma adequada, mantendo a boa saúde econômica e financeira do
seu negócio.
·
Lucratividade sobre as vendas
Indicador que demonstra o poder de
ganho da empresa comparando o seu lucro líquido com relação ao seu resultado
total (que pode ser o total de vendas, de serviços ou ambos), ou seja qual o
ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho que ela desenvolve.
A fórmula para calcular o lucro líquido é a seguinte:
Resultado Líquido / Receita Total (resultado líquido dividido pela receita total)
Por exemplo, se a lucratividade da sua
empresa é de 8%, isto significa que de cada R$ 100,00 vendidos, R$ 8,00 são de
ganho líquido.
A lucratividade é
obtida sob a forma de valor percentual, indicando, portanto a eficiência
operacional da empresa.
·
Rentabilidade
O indicador de rentabilidade tem por
finalidade demonstrar qual o seu poder de ganho, ou retorno, do seu capital
investido na empresa. Este índice defina a atratividade do negócio, afinal, é
ele que demonstra ao empresário a velocidade de retorno do capital investido.
Para termos este índice basta
dividirmos o resultado líquido (lucro líquido) pelo total do Ativo.
Fórmula = Resultado Líquido /
Total do Ativo (resultado líquido dividido pela total ativo)
Por exemplo, se o lucro líquido da
empresa é R$ 2.000,00 no ano e ela fez um investimento de R$ 17.000,00 a sua
rentabilidade será 12% ao ano. Isto significa que 12% de tudo que foi investido
no negócio retornam anualmente em forma de lucro.
Podemos afirmar que para cada R$ 100,00
investidos nos ativos da empresa ela obteve um retorno de R$ 12,00
aproximadamente.
·
Índice de Liquidez (Poder de Pagamento
da Empresa)
A análise de liquidez ou da capacidade
de solvência de uma empresa é realizada através do cálculo e interpretação dos
índices de liquidez, que demonstram a capacidade da empresa em cumprir em dia
seus compromissos assumidos com terceiros.
A análise de liquidez (poder de
pagamento) pode ser feita através do relatório gerencial do Fluxo de
Caixa, ou de indicadores financeiros.
O índice de liquidez é obtido da
seguinte forma: soma-se o total do disponível, mais o contas a receber e os
estoques, esse total deve ser dividido pelo total do passivo. Veja fórmula
abaixo.
Liquidez = (Disponível + Contas a
Receber + Estoques):Total do Passivo
Exemplo: (R$ 440,00 + R$ 5.000,00 + R$ 20.000,00) : R$ 16.250,00 = 1,57
Analisando o indicador acima podemos
concluir que o poder de pagamento da empresa referente ao exemplo acima foi de
1,57, ou seja, para cada R$ 100,00 de dívidas com terceiros a empresa possui R$
157,00 para cobrir tal compromisso, através de seus estoques, contas a receber
e as disponibilidades.
Quando os estoques possuírem
valores significativos (gerando um tempo maior para transformar-se em dinheiro)
é possível adotar outro critério: calcula-se então a liquidez sem considerar os
estoques, para ilustrar melhor essa situação iremos demonstrar por meio de
valores.
O poder de pagamento (liquidez) da
empresa sem considerar os estoques:
Disponível + Contas a Receber: Total do Passivo
R$ 440,00 + R$ 5.000,00: R$ 16.250,00 =
0,33
Analisando o indicador acima,
verificamos que o poder de pagamento da empresa sem considerar os estoques para
o exemplo de 0,33, ou seja, para cada R$ 100,00 de dívida a empresa possui
apenas R$ 33,00 de disponibilidade e valores a receber para cobrir os seus
compromissos com credores. Nesse caso, a situação financeira da empresa está
bastante complicada, pois o valor dos estoques está elevado.
Análise da liquidez obtida:
- Maior que 1: Demonstra sobras no disponível permitindo uma possível liquidação das obrigações.
- Igual
a 1: Demonstra que os valores dos direitos e das obrigações à
curto prazo são equivalentes.
- Menor
que 1: Não há disponibilidade suficiente para
quitar as obrigações à curto prazo.
·
Nível de endividamento
Demonstra a dependência da empresa em
relação aos recursos obtidos com terceiros, como bancos, por exemplo. Quanto
mais a empresa depender destes recursos, maior irá ser a despesa financeira
referente ao pagamento de juros.
Quando o endividamento da empresa está
fora de controle, poderá provocar a quebra da mesma. Portanto, o cálculo e o
acompanhamento desse indicador são de suma importância.
O cálculo do nível de endividamento da
empresa é realizado com base nas informações obtidas no Balanço:
Fórmula: Nível de endividamento da
empresa = Total do Passivo: Total do Ativo
Exemplo:
Fornecedores + ‘Contas’ a Pagar +
Empréstimos: Total do Ativo
R$ 11.250,00 + R$ 5.000,00 + R$ 0,00: R$ 40.000,00 = 40,63%
Como demonstrado, o nível de
endividamento ficou em 40,63%. Podemos interpretar esse indicador
da seguinte forma: 40,63% dos recursos financeiros aplicados nos
ativos da empresa (disponível, contas a receber, estoques e imobilizado) são
financiados com recursos de terceiros (bancos, fornecedores e demais credores)
e os outros 59,37% são recursos próprios financiando os ativos
da empresa. Podemos deduzir que a participação de capitais próprios na empresa
é maior que os recursos de terceiros investidos nela. Portanto, o nível de
endividamento é satisfatório.
Seria importante que a empresa
mantivesse esse índice em torno de 50% no máximo. Pois quando
o índice supera os 50%significa que a empresa tem mais recursos
financeiros de terceiros investidos nela do que recursos próprios.
·
Margem de contribuição
A margem de contribuição é a diferença
entre o lucro bruto menos as despesas variáveis. O montante da margem de
contribuição deve ser superior às despesas fixas e financeiras para gerar o
lucro.
Pode ser definida também como a
diferença entre o preço de venda de um produto com os seus gastos variáveis
(custo da mercadoria mais as despesas variáveis).
Por exemplo, suponhamos que um produto
é vendido por R$ 30,00 a unidade, sendo que foi adquirido ao
custo de R$ 18,00 e as despesas variáveis (comissões +
impostos sobre vendas) são 10% do preço de venda, ou
seja, R$ 3,00.
A Margem de Contribuição desse produto,
neste caso, é de valor de R$ 9,00, isto é, a cada unidade vendida
desse produto, o mesmo contribui com R$ 9,00 para cobrir as
despesas fixas e financeiras e formar o lucro líquido da empresa.
·
Margem de Contribuição = Preço de Venda
(-) Gastos Variáveis
·
Margem de Contribuição = R$ 30,00 - R$
18,00 - R$ 3,00
·
Margem de Contribuição = R$ 9,00
Outra forma de cálculo é em percentual,
para isso, basta dividir o valor encontrado da margem de contribuição pelo
preço de venda.
Fazendo os cálculos ficaria: R$
9,00 : R$ 30,00 = 30%.
O conhecimento da Margem de
Contribuição permite identificar qual a participação de cada produto no
faturamento da empresa.
·
Ponto de Equilíbrio
Ponto de equilíbrio é o montante de
vendas ou o mínimo de serviços prestados necessários para cobrir todos os
custos e despesas para não ter prejuízo.
Portanto, ponto de equilíbrio é quando
as vendas se igualam com os custos e despesas totais, não gerando lucro e nem
prejuízo.
Fórmula: Vendas = Custos + Despesas
Totais
O cálculo é simples, basta somar as
despesas fixas mais as despesas financeiras e dividir pela porcentagem da
margem de contribuição. Vamos demonstrar os cálculos com o objetivo de
facilitar o entendimento.
O cálculo do Ponto de Equilíbrio pode
ser feito em três períodos diferentes em relação as suas atividades
operacionais:
· Antes do início das atividades com o
objetivo de prever o volume necessário de vendas para que a empresa não tenha
prejuízo, auxiliando desta forma no planejamento das vendas.
· Durante as atividades operacionais
com a finalidade de acompanhar a evolução das vendas, dos custos e das despesas
do período.
· Após as atividades operacionais com o
objetivo de comparar o volume de vendas planejado com o realizado e tomar as
decisões necessárias para a correção dos desvios de rota que possam ocorrer.
A importância da análise financeira - A análise dos indicadores de desempenho
é muito útil não somente na gestão da própria empresa, mas também para a
obtenção de financiamentos, pois os bancos, em geral, analisam a capacidade da
empresa de arcar com os encargos de uma eventual a dívida através desses mesmos
indicadores - a análise financeira é utilizada para fornecer informações consistentes para convencer os sócios
existentes, ou potenciais, de que é um bom negócio investir mais dinheiro na
empresa.
Fonte e Sítios Consultados
http://gestaoempresarial-br.com.br/livre/indicadores_desempenho.php
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