A
contabilidade de custos é uma poderosa ferramenta no planejamento e no controle
das atividades de uma empresa, sendo um instrumento eficaz na análise do
comportamento dos custos, nas tomadas de decisão e no atendimento das
exigências contábeis e fiscais das empresas.
É fundamental o perfeito detalhamento de
todos os custos, isto permitirá o estudo das correlações entre o nível das
atividades, o volume produzido e os custos e as receitas obtidas em um
determinado período, dando ao gestor o panorama do desempenho produtivo e a
saúde financeira da empresa.
A definição de custo, segundo Peinado e
Graeml no seu livro Administração da Produção (Operações Industriais e de
Serviços), é "todo aquele gasto ou
aplicação de origem que tem como contrapartida, uma receita que produza um
valor residual ao qual damos o nome de lucro".
Podemos classificar os tipos de custos como:
Custo primário: é o custo constituído apenas pela
matéria-prima (incluindo os componentes)
e mão-de-obra ‘direta’ que consumidos para a fabricação de um determinado
produto.
CP = MP consumida +
MOD; (MP consumida = EIMP + MP
comprada - EFMP)
Onde:
CP = custo primário
MP = matéria-prima
EIMP = estoque inicial de matéria-prima
EFMP = estoque final de matéria-prima
Custo de transformação: representa os gastos da empresa para
transformar a matéria-prima e componentes em produtos acabados. É constituído
pela mão-de-obra direta e pelos gastos gerais de fabricação.
CT = MOD + GGF
Onde:
CT = custo de transformação
MOD = mão-de-obra direta
GGF = gastos gerais de fabricação
Custo de produção: representa, num período de tempo, o custo
dos insumos utilizados no processo de transformar a matéria-prima e componentes
em produto acabado.
Cpro = MP consumida + MOD + GGF
Onde:
Cpro = custo de produção
MP = matéria-prima
GGF = gastos gerais de fabricação
Custo dos produtos fabricados: representa num determinado período, o custo
de produção de produtos (bens + serviços) efetivamente fabricados no período.
Levam em consideração os estoques de produtos em fase de fabricação que se
encontram na organização.
CPF = EIPP + Cpro – EFPP
Onde:
CPF = custo dos produtos fabricados
EIPP = estoque inicial de produtos em
processo
EFPP = estoque final de produtos em processo
Custo dos produtos vendidos: representa o custo dos produtos
efetivamente vendidos no período. Levam em consideração os estoques de produtos
acabados, ou em fase de produção, que se encontram na organização.
CPV = EIPP + EIPA + Cpro - EFPP – EFPA
Onde:
CPV = custo dos produtos vendidos
EIPP = estoque inicial de produtos em
processo
EIPA = estoque inicial de produtos acabados
Cpro = custo dos produtos produzidos
EFPP = estoque final de produtos em processo
EFPA = estoque final de produtos acabados
A análise de Custo-Volume-Lucro – CVL
A análise CVL, é uma das
ferramentas mais utilizadas nas empresas, ela estuda o comportamento entre os
custos incorridos, volume de produção e todas as receitas decorrentes de um
período pré-determinado pelo gestor. Apesar de ser um poderoso instrumento para
a tomada de decisões, ele deve ser vista como uma ferramenta auxiliar nos
processos de planejamento e controle empresariais.
Os critérios para a análise deverão ser ‘previamente’ estabelecidos tais como:
a)
os preços de venda permanecerão constantes para qualquer nível de atividade;
b)
todos os custos podem ser classificados como sendo fixos ou variáveis;
c)
o montante dos custos variáveis será diretamente proporcional ao volume de
produção;
d)
os preços dos insumos permanecerão constantes para qualquer volume de
compras;
e)
o período de tempo correspondente ao tempo de planejamento, não havendo
mudanças na política administrativa, no processo produtivo, na eficiência de
homens e máquinas, e no controle de custos;
f)
o volume de produção e o volume de vendas apresentarão um alto grau de
sincronização, não havendo mudanças significativas nos níveis de inventário;
g)
todos os produtos fabricados são vendidos.
Observemos que existem custos que são
tradicionalmente identificáveis, os custos fixos por exemplo, que são aqueles
que, durante períodos de tempo, não sofrem alteração em função do volume de
produção - o custo variável, mudo em proporção às alterações do nível de
produção, neste caso, as matérias primas, variará conforme o volume a ser
produzido.
A importância da verificação do Ponto de
Equilíbrio
Define-se como Ponto de Equilíbrio, o nível em que o volume de vendas se
iguala aos custos totais, melhor definindo, o ponto em que o lucro se iguala a
zero.
Para os
gestores, torna-se fundamental projetar o nível de produção que gerará receita
necessária e suficiente para a cobertura dos custos totais, qual o volume de
vendas necessário para obter determinado lucro, qual o lucro esperado para um
dado nível de vendas e como qualquer mudança nos custos (fixos e variáveis), no
preço de venda, ou na quantidade irá alterar os lucros. Entender o
comportamento dos custos facilita a análise de determinação do nível de
operação provável para maximizar os lucros.
A análise
do ponto de equilíbrio baseia-se na decomposição dos custos (fixos e variáveis), sendo a equação do
custo escrita da seguinte forma:
CT = CF + CV
Onde:
CT = custo total
CF = custo fixo
CV = custo variável
Receita = P x Q
Onde:
P = preço/unidades
Q = quantidade
Lucro = R – CT
Onde:
R= Receitas
CT = custo total, e:
Lucro = Margem de contribuição total –
Custo Fixo
A diferença (P – V) entre o
preço e o custo variável unitário é definida como margem de contribuição
unitária. Esse é o montante com que cada unidade produzida e vendida contribui
para cobrir os custos fixos e obter lucro. A equação do lucro fica da seguinte
forma:
Lucro = Margem de contribuição Unitária x
Produção em Unidades – Custos Fixos
Para determinar o ponto de equilíbrio em
unidades (Q), considere-se o lucro igual a zero:
Peq = CF/(PV-CV)
PONTO DE EQUILÍBRIO EM UNIDADES =CF / Margem
de Contribuição Unitária
A análise do ponto de equilíbrio pode ser
utilizada quando precisamos determinar o nível de produção necessário para
atender à expectativa de um lucro predeterminado, um lucro meta (LM). Assim, a
equação do lucro fica da seguinte forma:
Peq =CF+LM/(PV-CV)
Peq= CF + LM/(Margem de Contribuição Unitária)
Os processos de planejamento empresarial
envolvem uma criteriosa seleção de objetivos e uma definição dos meios para
atingi-los.
Depois da globalização,
que trouxe um nível alto de concorrência, o lucro passou a ser uma consequência
final da gestão empresarial – isso significa dizer que para que o lucro seja
palpável é comum que ‘ocorram’ muitas
outras variáveis tais como: receitas, custos, despesas, volume ou mesmo os
níveis de atividade.
A maximização dos lucros constitui o objetivo
mais relevante e clássico de qualquer organização empresarial com fins de
lucro, por esta razão, para a alta administração das organizações empresariais,
necessita-se dispor de uma técnica de análise que permita estudar os
inter-relacionamentos e a influência em relação ao lucro.
Muitos
autores abordam este tema com diversos olhares, alguns de maneira tradicional
outros com abordagens inovadoras, porém todos priorizam a busca da
Lucratividade Máxima, da Capacidade Produtiva, e da Qualidade Total.
Em seu livro, A meta: um processo
de melhoria continua a escritora Eliyahu M. Goldrattt
usa de uma sequência de conclusões lógicas através da Teoria das
Restrições e conclui que a meta da empresa com fins lucrativos deve
ser a de "ganhar dinheiro" tanto no presente como no futuro e "A
garantia de continuidade da empresa é obtida quando o valor dos bens econômicos
dos bens e serviços que a empresa produz que oferece ao mercado e torna-se
superior ao valor econômico dos recursos (bens e serviços) que a empresa obtém
do mercado e consome no processo produtivo de agregação de valor."
De acordo com Goldrattt, a proposta da Teoria das Restrições é
estabelecer a necessidade de informações para tomada de decisões,
principalmente as de curto prazo. O modelo opõe-se ao tradicional da
contabilidade de custos, o qual se apoia no rateio de custos fixos e
consequentes alocação aos produtos.
Na visão de Goldrattt, o custo final do
produto é estabelecido por medidas operacionais globais e os valores relativos
a custo são mensurados e organizados no sistema de informações da empresa.
O Modelo de Decisão da Teoria das Restrições,
segundo Goldrattt
1- Identificar todas as restrições do
sistema produtivo;
2 - Decidir como explorar essas restrições;
3 - Subordinar qualquer mudança à decisão
anterior;
4 - Elevar as margens de restrições do
sistema;
5 – Em caso de quebra da sequência, volte a
anterior, mas não deixe que o problema se torne uma restrição do sistema.
Fonte
e Sítios Consultados
http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/
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