Algumas Sugestões para fazer deste um País melhor
para nós e para os nossos filhos
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O Brasil precisa acreditar na
ideia de que, com o aperfeiçoamento de sua jovem democracia, saberá descobrir,
por si mesmo, do que precisa. O Brasil precisa aprender a discutir seus
problemas e não perder mais tempo com certas criaturas que se julgam iluminadas
a ponto de saber do que o Brasil precisa.
Diminuir a desigualdade social. Ainda
somos um dos países de pior distribuição de renda no planeta, em poucos lugares
há tanta diferença entre ricos e pobres. A miséria num país tão rico, os
sem-teto e os sem-terra, são uma vergonha, um atestado de incompetência da
sociedade brasileira e de seus muitos governos. Se não por questões
humanitárias, que já deveriam ser suficientes, a sociedade brasileira poderia
apoiar políticas de distribuição de renda e erradicação da miséria pensando ao
menos no bem-estar de seus filhos, já que os índices de violência estão
diretamente relacionados com os indicadores sociais.
Aumentar o salário dos professores. O Brasil
precisa melhorar muito a qualidade do ensino, especialmente do ensino público.
Acredito que a maneira mais rápida e eficiente de fazer isso é aumentar muito o
salário dos professores. Internet nas escolas, boas bibliotecas e bons prédios
são importantes, mas o que mais determina a boa qualidade do ensino são os bons
professores, que só existirão se profissionais competentes e preparados
pensarem que pode ser uma boa ideia ensinar.
Reduzir os índices de violência. Vivemos
num país onde os assassinatos passam de 40 mil por ano, número que supera
qualquer guerra em curso no planeta. Para quem já tem emprego, o que comer e
onde morar, o pior do Brasil é a violência, o medo de sair na rua, a insônia
pensando se os filhos vão chegar bem em casa. Os assassinados e os assassinos
são, em sua imensa maioria, pobres e jovens, quase adultos abandonados por suas
famílias e pelo Estado, sem educação, profissão ou esperança de um futuro
melhor do que lhes possa proporcionar uma arma. Como cantou Sérgio Sampaio, “um
marginal que já não pode mais fugir, vai reagir, menino é bom ficar de olho
aí!”
Fazer política, acreditar na política. Cresce,
especialmente entre os jovens, a ideia inteiramente falsa de que todos os
políticos são picaretas, que política não serve para nada e que todos são
iguais. Não são. É no debate político civilizado que surgem as ideias que viram
ações. Os políticos são, em sua imensa maioria, cidadãos honestos que trabalham
muito e se dedicam, às vezes recebendo baixos salários, a uma tarefa
fundamental na democracia. A ideia, falsa e amplamente disseminada, de que a
política é um emaranhado de malfeitorias é um desastre, atraindo para a vida
pública um número crescente de aproveitadores e afugentando pessoas decentes
que gostariam de trabalhar pelo bem comum.
De uma oposição melhor. Que
apresente alguma ideia, boa ou ruim que seja. Ideias ruins também podem apontar
caminhos, ao negá-las afirmamos algo. O problema é a total falta de ideias,
substituídas por um moralismo oportunista que joga para a plateia e segue
pesquisas de opinião o tempo todo, a ponto de o candidato de oposição declarar,
sem qualquer ironia, que o presidente – que há pouco era demonizado, chamado de
corrupto, ladrão e assassino – “está acima do bem e do mal”. A impressão é que
os partidos de oposição terceirizaram suas ideias, esperam para ler nos jornais
o que devem dizer aos jornais. Sem uma oposição consistente, que proponha
opções ou apresente ao menos uma ideia, qualquer governo se acomoda, se
apequena.
Respeitar a diversidade religiosa, mas coibir a
exploração da fé. É indecente que mistificadores enriqueçam à custa
da fé e da miséria alheia. A intimidação de fiéis para que façam doações,
frequentemente denunciada com vídeos assustadores, deveria ser um simples caso
de polícia. O fato de as igrejas não pagarem impostos é um convite à
'maracutaias'. A propriedade disfarçada de empresas de comunicação – a
Constituição Brasileira proíbe que igrejas sejam proprietárias de emissoras
comerciais – é uma das muitas hipocrisias nacionais, como a conivência com o
jogo ilegal e o tráfico de drogas: todos nós sabemos como e onde se dão estes
atos, pouco ou nada se faz para evitá-los.
Mais cultura. Para começar, melhorando a
qualidade da educação (ver “salário dos professores”) e aumentando muito o
investimento na produção e difusão cultural e também na preservação do
patrimônio histórico. A indústria cultural, além de “limpa”, não poluente e
autossustentável, emprega profissionais de todas as áreas, com qualificação e
salários, em média, mais altos que de atividades tradicionais, como a
agricultura e a indústria. A cultura está diretamente relacionada com outros
setores produtivos, comunicação, turismo e serviços. A riqueza cultural
brasileira é imensa e o seu público consumidor, especialmente o público
interno, tem grande potencial de crescimento. Uma sociedade mais escolarizada,
mais bem informada e com poder aquisitivo crescente, vai consumir mais livros,
mais filmes, discos, peças, vai frequentar mais museus e fazer mais turismo. A
longo prazo, a indústria cultural tem mais futuro, por exemplo, que a atividade
de fazer buracos e mandar minério, de navio, para a China.
Internet banda larga boa e barata para todos. A
comunicação rápida e o acesso à informação são fundamentais para o
desenvolvimento e para o aperfeiçoamento da democracia. O serviço de internet
no Brasil é dos mais caros do mundo e alcança apenas parte do País. O serviço
de internet nas grandes cidades deveria ser – e será, resta ver quando –
gratuito, como a televisão aberta e o rádio.
Cuidar melhor do seu patrimônio natural. Energia
e mineração são fundamentais, mas as usinas, de qualquer tipo, sempre causam
algum impacto ao meio ambiente e o petróleo e outros minérios são recursos não
renováveis. O Brasil precisa se aprofundar e democratizar, o debate racional e
consequente sobre crescimento sustentável. Não se trata (só) de preservar o
mico-leão ou o boto cor de rosa, trata-se de saber que tipo de futuro nós queremos
para os nossos filhos e netos.
Mais qualificação para os funcionários públicos. Uma lenda
amplamente difundida é a de que há funcionários públicos demais. Alguém acha
que há médicos demais nos postos de saúde? Há policiais demais nas ruas? Há
professores demais nas escolas? Talvez haja muitos fiscais nas reservas
ecológicas?
O Brasil precisa acreditar na ideia de que, com o
aperfeiçoamento de sua jovem democracia, saberá descobrir, por si mesmo, do que
precisa. O Brasil precisa aprender a não dar tanta atenção a criaturas que se
julgam iluminadas a ponto de saber do que o Brasil precisa. O brasileiro
informar-se tão bem a ponto de ficar em dúvida e decidir pensando por sua
própria cabeça. O Brasil precisa acreditar que a maioria saberá escolher o que
é melhor para o País e que, se achar que as coisas estão indo mal, pode fazer
outra escolha em alguns anos. Chama-se democracia. Ninguém teve uma ideia
melhor.
O Brasil precisa ler bons livros. É
assustador o domínio da autoajuda, emocional e financeira, nas prateleiras das
livrarias. Nossos excelentes romancistas, poetas, pesquisadores, jornalistas,
estão soterrados por livros de espertos que prometem ensinar o leitor pobre de
espírito a ser feliz em cinco dias e se tornar milionário em um ano. Espero que
essa espécie de livro migre rapidamente para as versões digitais, evitando a
continuada transformação de árvores em bobagens.
A Redução
da influência dos partidos políticos no Brasil. Assim
como defendeu o Presidente do Supremo Tribunal Federa, Joaquim Barbosa no dia
de 25/06/2013, a importância da ’vontade popular’ mais atuante sobre o sistema
político atual. Para Barbosa, o país vive uma crise de
"representatividade" e de "legitimidade" e está
"cansado de reformas de cúpula". "O Brasil está cansado de
reformas de cúpula. Examinem a história do Brasil. Todos os momentos cruciais
de nossa história tiveram soluções de cúpula. A independência foi um conchavo
de elites portuguesas e brasileiras. Na República, o povo esteve totalmente
excluído, acordou no dia 15 de novembro sem saber o que estava ocorrendo".
Outro dia ouvi minha filha conversando com as colegas da escola sobre o que o Brasil precisava para ser melhor. E elas falavam: “Casas
para os moradores de rua e preservar a natureza”
Fonte
e Sítios Consultados
http://www.pragmatismopolitico.com.br
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