-
Soluções específicas para o departamento jurídico garantem eficiência às
empresas e a adoção das práticas de Governança Corporativa.
É
bem verdade que nos dias de hoje é muito comum que as grandes organizações que adotam
sistemas de gestão empresarial, como o ERP (Enterprise Resource Planning) e
outras soluções que ajudam na inteligência de seus negócios. A maioria dessas
soluções, no entanto, estão voltadas à gestão administrativa e operacional.
Poucas são as empresas as empresas que já atentaram para a importância de um
melhor gerenciamento das áreas especificas, como o departamento jurídico.
Sabemos
que o departamento jurídico é uma área totalmente estratégica, apesar de poucas
empresas enxergarem dessa forma. É mais simples visualizar esse departamento
como uma ´válvula de escape financeiro’.
Mas isso vem mudando. Em algumas empresas, já encontramos advogados ‘owner’, ou
seja, eles fazem parte do lançamento de um produto, por exemplo, e acompanham
todo o processo, desde o desenvolvimento até a estratégia final de lançamento e
relacionamento com o consumidor. Nessas empresas, a tecnologia para auxiliar a
gestão do departamento jurídico vem se tornando cada vez mais essencial.
A implantação de uma solução nessa área traz
benefícios como a gestão de risco, adequação às regras de auditoria,
transparência, automação dos processos e, principalmente, acesso às informações
que ajudam a empresa a definir o seu planejamento estratégico. No mercado,
existem soluções voltadas para determinados procedimentos da empresa, e
soluções completas, inclusive, com advogados envolvidos no desenvolvimento e
implantação do projeto. Ou seja, é a especialização do sistema, de acordo com
as necessidades específicas do departamento jurídico.
Para
ficar mais claro de que forma a tecnologia auxilia e oferece eficiência nos
departamentos jurídicos, destaco as principais dificuldades das grandes
organizações. São dificuldades que podem ser solucionadas com o auxílio de
ferramentas tecnológicas:
- Relacionamento com os escritórios
terceirizados: as grandes organizações têm
um número muito alto de processos e, por isso, trabalham com vários
escritórios de advocacia. Normalmente, não há um controle definido do tipo
de processo que vai para cada escritório, qual o escritório que tem o
melhor desempenho, o valor dos processos, entre outras características. A
solução ajuda a determinar regras automáticas para gerenciar essas ações.
Assim, a empresa pode enviar os processos trabalhistas para os escritórios
que têm o melhor desempenho nessa área, dividir os processos de grande
volume financeiro para não depender apenas de um escritório, regionalizar
os processos, entre outras atividades.
- Dificuldade e demora para consolidar as
informações dos escritórios terceirizados:
normalmente, as empresas conhecem apenas o resultado dos processos
judiciais e recebem as informações técnicas referentes às ações, como a
situação do processo, principais andamentos e importantes despachos, por
exemplo. Dessa forma, a empresa apenas realiza pagamentos, e não consegue
fazer uma gestão preventiva e de riscos. A utilização do sistema agiliza o
acesso a essas informações, pois elas são automaticamente atualizadas
pelos tribunais, ou então, pelos escritórios credenciados que podem ter
seus pagamentos condicionados à inserção das informações no sistema.
- Necessidade de adequação à Sarbanes-Oxley: as
regras de auditoria e segurança que passaram a ser seguidas pelas empresas
de capital aberto “sacudiram” o departamento jurídico. Com a Sarbanes-Oxley,
as empresas precisam ficar atentas a diversos detalhes, como as regras de
acesso de cada usuário às informações, a forma como são editadas e
acessadas e, principalmente, a um controle mais preciso de provisão de
valores, o que acaba, em um segundo momento, até fazendo parte do
planejamento tributário das empresas.
- Dados imprecisos e desatualizados do passivo
judicial e garantias: é
comum as empresas não conseguirem fazer o acompanhamento permanente dos
passivos e, assim, não terem o controle exato da quantia a ser paga no
final da ação. A mesma situação acontece com as garantias. Muitas
empresas, “esquecem” os valores das garantias e ficam sem a noção exata
daquilo que foi depositado. A solução focada no departamento jurídico
ajuda a identificar regras para fazer o acompanhamento desses processos,
gerando economia para as empresas, já que elas conseguem prever esses
valores e se organizar da melhor forma.
- Falta de indicadores gerenciais relacionados
ao contencioso: aqui, mais uma vez, a falta
de informações gera ineficiência e gastos para as empresas. E, hoje, uma
área jurídica possui diversos indicadores que devem ser observados e
monitorados. Com esse tipo de informações, como por exemplo, o número de
processos mensais que cada escritório deve encerrar no mês, ou a meta de
êxito dos processos em relação a quanto se ganha ou até mesmo deixa de
gastar, a empresa consegue ser mais eficiente e produtiva.
É fato
que as empresas estão começando a se preocupar e entender como as soluções
tecnológicas podem gerar mais eficiência e resultados, especialmente com a
adoção, cada vez mais intensa, de conceitos de Governança Corporativa e gestão
em Compliance. É assim que a área jurídica vai agregar aos seus papéis novas
atividades de valor estratégico e de gestão, assumindo outros desafios que
geram impacto no direcionamento das organizações.
As
empresas do segmento financeiro, já estão mais atentas a esses benefícios e vêm
investindo em soluções nessa área. Em algumas dessas companhias, foi possível
verificar o dobro de retorno em relação ao investimento realizado. Isso mostra
que as soluções voltadas ao departamento jurídico certamente agitarão o
mercado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário