As Inovações nas Organizações Empresariais
A expressão inovação vem ganhando
cada vez mais importância de um modo generalizado nas últimas décadas nos
textos que tratam de administração. Inovar significa renovar ou introduzir
novidades (uma ideia de fazer alguma coisa nova) de qualquer espécie. Como
dizem Freeman e Soete (1997), “não inovar é morrer”. As empresas que sobrevivem
ou crescem são as que introduzem novidades tecnológicas e organizacionais ao
longo do tempo.
Num contexto empresarial
significa produzir e comercializar bens e serviços que atendam ou superem as
expectativas dos clientes e investidores. As novas e crescentes exigências e os
inesperados desafios no contexto do mundo atual exigem que se pense e se aja de
um jeito novo, que se incorporem novas tecnologias para introduzir novos produtos,
processos e serviços.
A inovação é fruto da
criatividade, da invenção. A inovação pode ser confundida com criatividade. A
criatividade imagina coisas novas e a inovação faz coisas novas. A criatividade
é o meio, o processo e não o produto. Ou seja, é necessário que se tenha um
raciocínio criativo para produzir ideias novas que vão gerar coisas novas ou
inovação. Mas nem toda invenção é um inovação, pois esta só se efetiva se for
implementada e o mercado aceitá-la.
As novas e crescentes exigências
e os inesperados desafios no contexto do mundo atual exigem que se pense e se
aja de um jeito novo. A inovação surge quando acreditamos que tudo pode ser
melhorado. É preciso unir o raciocínio produtivo e a ação inovadora, que
resultem em vantagem competitiva.
A maioria das empresas reconhecem
que a inovação é fundamental para alcançar ou sustentar uma vantagem
competitiva num mercado em acelerada transformação, mas é bem restrito o número
de empresas que efetivamente trabalham pela inovação. Para isso, é preciso
primeiramente superar o medo de ousar e, depois, ousar. O sucesso de um negócio
está relacionado à capacidade do empreendedor de buscar o diferente, o quase
impossível. É preciso estar aberto para o inesperado, para assim reconhecer uma
descoberta ou uma oportunidade quando você der de cara com ela.
Um ponto básico que diferencia
uma organização de sucesso é a utilização criativa do conhecimento gerado pelos
avanços na tecnologia da informação. Estamos vivendo o momento onde as tecnologias
de vanguarda facilitam e permitem a expansão do processo criativo. A cada dia,
torna-se mais curta a distância entre o fato e a informação. Conhecimento sem
uso é um patrimônio pessoal.
Porém, podemos colocá-lo ao
alcance de todos com o auxílio da criatividade. Ela agrega valor a este
patrimônio. E a matéria-prima gerada pela tecnologia (fatos, informações,
dados) só é útil quando acompanhada por ideias. Ao estabelecer conexões entre
os dados chegamos à oportunidade (achado, descoberta) e as ações criativas tornam-se
mais viáveis.
§ INOVAÇÕES
NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS
Vamos definir inovação pela seguinte
equação: Inovação = ideia + implementação + resultados. E na
verdade, um processo de inovação que traz importantes novidades tecnológicas
geralmente requer outras inovações, muitas delas desenvolvidas durante seu
processo de implementação.
Produtos pioneiros e inovadores
são competitivos e levam as organizações que os desenvolveram a ocupar posições
de liderança no mercado, onde as empresas inovadoras destacam-se frente às
demais. Porém, as que não são as inovadoras, precisam também competir, e,
nestes casos, muitas vezes a única alternativa é imitar criativamente estas
inovações, tentando sustentar-se no mercado. Ao imitar, estas empresas
imitadoras podem também gerar novidades, passando a ocupar posições
efetivamente competitivas no mercado.
A imitação criativa como é uma
forma de propulsionar o desenvolvimento tecnológico e consequentemente, a competitividade
das empresas. As empresas voltam-se à imitação criativa seguindo suas
estratégias tecnológicas, integrando fontes internas e externas de tecnologia,
passando por processos de aprendizado tecnológico, obtendo assim, capacidade de
desenvolver tecnologia e inovar.
Contudo, a difusão das inovações
nunca é instantânea. Entre as várias causas estão a imperfeita difusão das
informações, a falta de infraestrutura relevante e, principalmente, o tempo
requerido por cada empresa para aprender como estabelecer-se na nova tecnologia
vigente e desenvolver suas novas habilidades.
Como demonstrado por Schumpeter
(1912 e 1942) e Freeman (1989) as inovações não são distribuídas uniformemente
no tempo e espaço, na verdade, elas são eventos desarmoniosos por natureza. No
entanto, as inovações possuem uma tendência a se agruparem, aglomerando-se sob
uma certa ordem. Ao surgirem, proporcionam ganhos para as empresas, elas
alteram o ambiente em que se inserem e passam a impor novos padrões que
determinam a sobrevivência, ou não, das empresas estabelecidas no mercado.
Os lucros obtidos pelos
inovadores são um impulso decisivo para o surgimento de imitadores. Mas, como
as empresas possuem diferenças entre si, a difusão tecnológica pode levar a uma
maior padronização nos produtos e compelir as empresas a fazerem inovações em
processos para que possam manter-se competitivas (Porter, 1989).
As pressões competitivas acabam
por estimular a imitação e a consequente difusão das inovações através do
sistema econômico. Não adotar uma inovação crucial pode significar estar fora
do mercado, pois as tecnologias já estabelecidas ficam obsoletas. Sendo assim,
a difusão não é uma escolha estratégica, mas o resultado de diferentes
escolhas, realizadas pelo inovador e pelos imitadores que somadas, dão a real
forma do desenvolvimento tecnológico.
A lógica das empresas buscarem
lucros através de diferenciação ou melhoramento dos produtos continua só que em
uma escala menor. Neste momento, com um maior número de empresas imitando esta
escala menor são exploradas as chamadas inovações incrementais, caracterizadas
por agregarem melhorias em inovações já apresentadas ao mercado, já que nestes
casos, as empresas não estarão fazendo apenas uma simples imitação.
Buscando diferenciar-se, no caso
de produtos que já estão bastante difundidos e um tanto padronizados, inovar no
processo produtivo pode levar a empresa a obter vantagens frente a seus
competidores. A empresa não estará realizando uma simples cópia, ela pode
agregar criatividade a este processo que pode levá-lo a inovar. Outros tipos de
inovação são as autônomas, que podem ser obtidas independentemente de outras, e
as sistêmicas, que só são alcançadas com outras inovações relacionadas.
As atividades relacionadas com
inovação envolvem um grau elevado de incerteza a ser enfrentada pela empresa, e
a imitação está relacionada com o um grau de incerteza inferior que certas
empresas estão dispostas a aceitar. Inovar significa direcionar muitos esforços
e investimentos a estas atividades, enfrentando riscos como o de não ter a
inovação aceita no mercado, gerando prejuízos que muitas vezes podem eliminar a
empresa do mercado. Imitar significa a oportunidade de “queimar etapas” rumo à
competitividade. Sendo assim, as empresas são obrigadas a escolher a melhor
maneira de manter-se competitiva no mercado. Para isso, cada empresa irá
considerar suas capacidades internas, decidindo-se, em linhas gerais, por
inovar ou imitar.
As empresas possuem certas
rotinas organizacionais que determinam o que fazer e como fazer, que devem ser
flexíveis o suficiente para enfrentar as mudanças do ambiente externo. Essas
mudanças, na verdade inovações introduzidas pelos demais agentes, podem forçar
as empresas a fazer alterações necessárias (mais inovações) para garantir a sua
sobrevivência no mercado. Uma empresa inovadora não irá simplesmente parar de
inovar após ter apresentado alguma inovação. Ela certamente buscará desenvolver
forças no mercado e prevenir-se contra pressões competitivas geradas pela
imitação e difusão de sua inovação. Para tal é necessário continuar inovando
(Clark, 1985).
As empresas enfrentarão eventuais
problemas e mudanças técnicas que irão surgir, forçando-as a alterar suas
rotinas e afetando seus lucros, para os quais são levadas a escolher algum tipo
solução. Cada empresa fará escolhas diferentes para manter-se competitiva em
relação às demais, pois cada uma possui diferentes expectativas e capacidades
tecnológicas que, em função desses fatores, irão obter diferentes desempenhos
no mercado.
Em suma, cada empresa irá
encontrar sua forma de resolver problemas e este contínuo processo de resolução
de problemas leva as consequentes escolhas que delineiam o comportamento das
empresas no mercado. Por isso, as empresas necessitam desenvolver atividades
relacionadas com pesquisa que, com complexidades crescentes, acabam sendo apresentadas
sob forma de organizações formais.
Assim, surgem no centro do
processo de inovação das economias contemporâneas, os centros de Pesquisa e
Desenvolvimento (P&D) como importantes recursos das empresas para o avanço
econômico. Estes são encarregados de realizar as mudanças e desenvolvê-las, por
meio de inovação ou imitação (Dosi, 1988).
As atividades de pesquisa e
desenvolvimento (P&D) se tornam atividades necessárias para que a empresa
possa se adaptar a realidade econômica vigente, garantindo seus lucros e
capacidades competitivas em mercados onde muitas empresas podem inovar.
Todavia, não seriam todas as empresas capazes de arcar com os altos gastos de
P&D, podendo esta atividade ficar restrita apenas às grandes empresas. De
maneira complementar as atividades de P&D, muitas atividades de inovação
iniciam em processos de aprendizado, quando a inovação original, gera inovações
incrementais.
Um processo de inovação só se
completa quando novos conhecimentos estiverem definitivamente incorporados em
produtos, serviços, processos produtivos, técnicas de gestão, estratégias,
etc., atendam aos objetivos que deles se esperam. No caso das inovações
tecnológicas, esse processo vai desde a percepção de um problema ou
oportunidade, técnica ou mercadológica, até a aceitação comercial do produto,
serviço ou processo que incorpore as soluções tecnológicas encontradas. E nas
inovações organizacionais, a inovação deve ser aceita pelos stakeholders
afetados pela novidade.
§ CONCLUSÃO
Para um novo produto, serviço ou
processo ser uma inovação, é necessário que seja disponibilizado no mercado e
principalmente usado por ele. A criatividade de uma invenção não garante seu
êxito como inovação. Hoje as empresas são levadas a implantar um sistema de
inovação que lhes dê agilidade e flexibilidade necessárias para prosperar sob
outra lógica competitiva através de um processo de aprendizagem contínuo e
cumulativo, que gera não só produtos novos como também processos, arquiteturas
organizacionais e modelo de negócios diferentes.
Fonte e Sítio s Consultados
Pós-graduada em
Gestão de Negócios
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