Governança
Corporativa
Governança corporativa ou governo das sociedades ou das empresas é o
conjunto de processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições
que regulam a maneira como uma empresa é dirigida, administrada ou controlada.
O termo inclui também o estudo sobre as relações entre os diversos atores
envolvidos (os stakeholders) e os objetivos pelos quais a empresa se orienta.
Os principais atores tipicamente são os acionistas, a alta administração e o conselho
de administração. Outros participantes da governança corporativa incluem os
funcionários, fornecedores, clientes, bancos e outros credores, instituições
reguladoras (como a CVM, o Banco Central, etc.) e a comunidade em geral.
Governança corporativa é uma
área de estudo com múltiplas abordagens. Uma das principais preocupações é
garantir a aderência dos principais atores a códigos de conduta pré-acordados,
através de mecanismos que tentam reduzir ou eliminar os conflitos de interesse
e as quebras do dever fiduciário. Um problema relacionado, entretanto
normalmente tratado em outro fórum de discussão é o impacto da governança
corporativa na eficiência econômica, com uma forte ênfase em maximizar valor
para os acionistas. Há ainda outros temas em governança corporativa, como a
preocupação com o ponto de vista dos outros stakeholders que não os
acionistas, bem como o estudo dos diversos modelos de governança corporativa ao
redor do mundo. Assim, o corporate governance (ou o governo das
sociedades) é composto pelo conjunto de mecanismos e regras pelas quais se
estabelecem formas de controle da gestão das sociedades de capital aberto, e
onde se incluem instrumentos para monitorização e possibilidade de
responsabilização dos gestores pelas suas decisões (ou actos de gestão). A
governança corporativa visa diminuir os eventuais problemas que podem surgir na
relação entre gestores e accionistas e, consequentemente, diminuir o risco de
custos da agência.
Tem havido um renovado
interesse no assunto de governança corporativa desde 2001, particularmente
devido aos espetaculares colapsos de grandes corporações norte-americanas como
a Eron Corporation e Wordcom. Em 2002, o governo federal norte-americano
aprovou a Lei Sarbannes-Oxley, com o propósito de restaurar a confiança do
público em geral na governança corporativa.
Definição
A Governança Corporativa visa a
aumentar a probabilidade dos fornecedores de recursos garantirem para si o
retorno sobre seu investimento, por meio de um conjunto de mecanismos no qual
se inclui o Conselho de Administração.
O tema possui importância crescente,
por ser bem difundida a hipótese de que a estrutura de governança afeta o valor
da empresa.
A questão é descobrir se existe uma
estrutura de governança corporativa "melhor" ou "ideal".
Vários códigos de governança foram elaborados com esta intenção... No Brasil,
destacam-se os códigos do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC)
e da Comissão de Valores Mobiliários(CVM).
A governança é a capacidade das
sociedades humanas para se dotarem de sistemas de representação, de
instituições e processos, de corpos sociais, para elas mesmas se gerirem, em um
movimento voluntário. Esta capacidade de consciência (o movimento voluntário),
de organização (as instituições, os corpos sociais), de conceitualização (os
sistemas de representação), de adaptação a novas situações é uma característica
das sociedades humanas. É um dos traços que as distinguem das outras sociedades
de seres vivos, animais e vegetais.
São as instituições de Bretton Woods
– Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional – que a puseram na moda. Ela
engloba, com efeito, o conjunto dos poderes legislativo, executivo e
judiciário, a administração, o governo, o parlamento, os tribunais, as coletividades
locais, a administração do Estado, a Comissão Européia, o sistema das Nações
Unidas...
A emergência progressiva dos
Estados, dos princípios e das modalidades de governança pacífica, em sociedades
sempre mais povoadas e sempre mais complexas, é o sinal e para alguns a própria
definição da civilização.
Ora, o corporate governance
consiste, precisamente, na criação de mecanismos tendentes à minimização da
assimetria de informação existente entre a gestão e os detentores da
propriedade ou de interesses relevantes (daí ter-se evoluído da consideração
dos shareholders para outros stakeholders), de forma a permitir uma
monitorização tão próxima quanto possível da associação dos objetivos da gestão
àquela dos stakeholders: maximizar o valor da empresa. Dito de outra forma,
"corporate governance é uma área […] que investiga a forma de
garantir/motivar a gestão eficiente das empresas, utilizando mecanismos de
incentivo como sejam os contratos, os padrões organizacionais e a legislação. O
que frequentemente se limita à questão da melhoria do desempenho financeiro,
como, por exemplo, a forma como os proprietários das empresas podem
garantir/motivar os gestores das empresas a apresentarem uma taxa de retorno
competitiva".
As crises da governança
Apesar dos avanços da governança em
escala internacional e da recente reabilitação do Estado no próprio seio de
instituições internacionais tradicionalmente pouco simpáticas ao setor público,
existe uma profunda crise da ação pública desde o final dos anos 1970, mais ou
menos em todo o mundo. Estão na moda a crise do Estado, a crítica do setor
público, o fracasso da ONU, o euroceticismo. Observa-se em muitos países, o
desmantelamento dos sistemas estatais pelo tríplice movimento da privatização
dos serviços públicos, da mundialização dos mercados e da descentralização. A
implosão dos regimes de economia planejada na Europa e a abertura ao mercado
dos regimes comunistas da Ásia, a crise financeira e moral do
Estado-providência na maioria das democracias ocidentais, a rápida
mundialização das trocas comerciais e dos mercados financeiros puderam dar, nos
anos que se seguiram à queda do muro de Berlim, o sentimento de uma vitória do
neoliberalismo e da “revolução conservadora”[2].
A década de 1960 fora aquela
do Estado triunfante. A URSS, com a conquista do espaço, parecia mostrar sua
capacidade, ao menos técnica, de alcançar os EUA. No terceiro mundo,
planejamento e capitalismo público pareciam, na ausência de tradições
industriais ou empresariais locais, o caminho principal e programado do
desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, os Estados aperfeiçoavam seus
instrumentos e suas políticas para enquadrar as economias nacionais, garantir o
pleno emprego, organizar as transferências sociais necessárias, oferecer a cada
um a proteção do Estado-providência.
Vinte anos depois, mudança
completa de discurso e de cenário. O Estado-nação ficou na berlinda. Sua
autonomia e seu poder foram erodidos. Erodidos por cima com a mundialização da
economia e a globalização dos mercados financeiros; com, para os países
europeus, o papel crescente da União Européia, das diretrizes de Bruxelas, dos
critérios de convergência de Maastricht, com o desenvolvimento das convenções
internacionais, como o GATT; com o aumento do poder das grandes firmas
multinacionais, sempre menos ligadas aos países em que nasceram. Erodidos por
baixo, com a descentralização, o aumento dos poderes locais e das
reivindicações autonomistas, com o enfraquecimento dos grandes corpos
intermediários políticos, sindicais, religiosos, sociais que garantiam em
escala nacional o diálogo entre o Estado e a sociedade.
As oito principais
características da "boa governança"
- Participação
- Estado de direito
- Transparência
- Responsabilidade
- Orientação por
consenso
- Igualdade e
inclusividade
- Efetividade e
eficiência
- Prestação de contas
(accountability)
Participação
Participação significa que homens e
mulheres devem participar, sem distinção, igualmente das atividades de governo.
A participação deve contemplar a
possibilidade de participação direta ou participação indireta através de
instituições ou representantes legítimos.
A participação implica a existência
de liberdade de expressão e liberdade de associação de um lado, e uma sociedade
civil organizada de outro lado.
O princípio, apesar de parecer
utópico, é perfeitamente possível desde que existam leis claras e específicas
que garantam os termos propostos; e existam iniciativas do Estado visando à
sustentação dos termos.
Estado de Direito
A boa governança requer uma
estrutura legal justa que se aplica a todos os cidadãos do Estado
independentemente de sua riqueza financeira, de seu poder político, de sua
classe social, de sua profissão, de sua raça e de seu sexo.
A boa governança deve garantir total
proteção dos direitos humanos, pertençam as pessoas a maiorias ou a minorias
sociais, sexuais, religiosas ou étnicas.
A boa governança deve garantir que o
poder judiciário seja independente do poder executivo e do poder legislativo.
A boa governança deve garantir que
as forças policiais sejam imparciais e incorruptíveis.
Transparência
Mais do que "a obrigação de
informar", a administração deve cultivar o "desejo de informar",
sabendo que da boa comunicação interna e externa, particularmente quando
espontânea, franca e rápida, resulta um clima de confiança, tanto internamente,
quanto nas relações da empresa com terceiros. A comunicação não deve
restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, mas deve contemplar também os
demais fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação empresarial e que
conduzem à criação de valor. No Brasil existe a Lei de Responsabilidade Fiscal,
que induz o gestor público à transparência de seus atos. Essa transparência
pode ser melhorada, significativamente, com instrumentos como a Demonstração do
Resultado Econômico, com o contracheque econômico e o balanço social.
Responsabilidade
As instituições governamentais e a
forma com que elas procedem são desenhadas para servir os membros da sociedade
como um todo e não apenas pessoas privilegiadas.
Os processos das instituições
governamentais são desenhados para responder as demandas dos cidadãos dentro de
um período de tempo razoável.
Decisões orientadas para um Consenso
As decisões são tomadas levando-se
em conta que os diferentes grupos da sociedade necessitam mediar seus
diferentes interesses. O objetivo da boa governança na busca de consenso nas
relações sociais deve ser a obtenção de uma concordância sobre qual é o melhor
caminho para a sociedade como um todo. Além disso, as decisões também devem ser
tomadas levando em conta a forma como tal caminho pode ser trilhado.
Essa forma de obter decisões requer
uma perspectiva de longo prazo para que ocorra um desenvolvimento humano
sustentável. Essa perspectiva também é necessária para conseguir atingir os
objetivos desse desenvolvimento.
Igualdade e inclusividade
A boa governança deve assegurar
igualdade de todos os grupos perante os objetivos da sociedade. O caminho
proposto pelo governante deve buscar promover o desenvolvimento econômico de
todos os grupos sociais.
As decisões devem assegurar que
todos os membros da sociedade sintam que façam parte dela e não se sintam
excluídos em seu caminho para o futuro.
Esta abordagem requer que todos os
grupos, especialmente os mais vulneráveis, tenham oportunidade de manter e
melhorar seu bem –estar.
Efetividade e eficiência
A boa governança deve garantir que
os processos e instituições governamentais devem produzir resultados que vão ao
encontro das necessidades da sociedade ao mesmo tempo em que fazem o melhor uso
possível dos recursos à sua disposição. Veja Lei de Ótimo de Pareto. Isso
também implica que os recursos naturais sejam usados sustentavelmente e que o
ambiente seja protegido.
Suporte à auditoria fiscalizadora
As instituições governamentais, as
instituições do setor privado e as organizações da Sociedade Civil deveriam ser
fiscalizáveis pelas pessoas da sociedade e por seus apoiadores institucionais.
De forma geral, elas devem ser fiscalizáveis por todas aquelas pessoas que
serão afetadas por suas decisões, atos e atividades.
Fonte e Sítios Consultados
Conteúdo da disciplina de Governança Corporativa – 7º.Semestre
– Administração de Empresas
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governan%C3%A7a_corporativa
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