É possível fazer com que o
cliente se adapte a um produto ou seria mais ‘inteligente’ adaptarmos o produto ao cliente? Partiremos desse impasse para sugerir uma
analogia com o ‘mesmo’ dilema entre colaboradores e a cultura organizacional. Faremos isso pelo fato de algumas pesquisas
terem revelado que grande parte dos funcionários que pedem demissão de uma
empresa ‘na verdade’ estão pedindo demissão dos seus chefes. Com um olhar ‘um pouco’ mais crítico sobre esta
afirmativa, é possível identificar um dos fatores que contribui, e muito, com o desempenho e a satisfação
do colaborador com a organização: A sua
adaptabilidade à cultura organizacional.
Os brasileiros fazem parte
de uma população que sempre estão
sujeitos a viverem com a escassez de trabalho e a difícil capacidade do mercado
de trabalho mudar seu status de demanda para oferta – isso pode acontecer por
vários fatores, desde as crises mundiais ou a crise que o Brasil enfrenta a mais de 10 anos (uma crises
institucional, moral, política e de corrupção) e isso continua acontecendo
mesmo com o mercado de recursos humanos
se esforçando para estar mais atuante em oferta do que em demanda.
É fato que essa necessidade iminente de emprego por parte dos
candidatos na maioria das vezes faz
com que estes negligenciem a sua própria capacidade de exigência – isso faz com
que muitos aceitem qualquer ou ‘quase
qualquer emprego’ em qualquer ou quase qualquer organização, onerando
assim, muitas vezes a sua adaptabilidade à cultura, costumes e valores
organizacionais. Caberia então às organizações atuarem de forma efetiva a minimizar
essa curva negativa de colaboradores não adaptáveis para que seus níveis de
rotatividade e absenteísmo tomem proporções agradáveis. Para isso ser possível,
é preciso que a iniciativa comece ''desde o começo''.
Para
uma melhor sinergia entre as diversas
personalidades do ‘cliente interno’
com a organização é certo que os cuidados devem começar antes mesmo desses
colaboradores entrarem na empresa. Os processos de recrutamento e seleção são
ferramentas importantíssimas para que uma primeira filtragem seja feita, quando
é possível analisar o perfil, histórico, área de atuação e até mesmo um pouco
da personalidade desse candidato, fazendo sempre a comparação e projeção do
mesmo no ambiente da organização.
É
verdade que as boas ações de ambientação servirão como pontos de informação e irão
ajudar como agentes integradores à cultura organizacional para os colaboradores
selecionados. É importante aproveitar o espírito servil e prestativo de uma
pessoa recém-chegada em uma empresa para que as informações sejam assimiladas
com mais riqueza, atenção e compreensão – talvez este seja um dos raros
momentos em que se consiga prender a atenção ‘do funcionário’ com tanta intensidade. A modelagem do colaborador
com a empresa faz-se também na transição
da teoria para a prática. Os treinamentos específicos e recomendações sobre
o trabalho devem sempre contemplar a cultura organizacional, missão, visão e
valores, em suas orientações, para que a adequação desta cultura com o trabalho
em si se torne um hábito.
É preciso
salientar que a organização não deve agir como uma entidade onipotente e
onipresente. Pesquisas como as de clima
e satisfação são capazes de orientar a organização em possíveis mudanças
que atuariam como facilitadoras desta adequação. É claro que a relação entre
custo/benefício destas mudanças é também uma ferramenta estratégica. Muitas
vezes grandes mudanças na organização podem representar um déficit quando os
resultados obtidos ficam aquém dos esperados, e, para correr atrás dos
prejuízos é demandado muito tempo, paciência, e claro, dinheiro.
Todos sabem
que o bom relacionamento interpessoal entre
colaboradores é muito importante e para isso, é sempre necessário buscar
meios para promover o bom relacionamento ‘para
que’ as experiências daqueles que já são ''velhos de casa'',
e os seus conselhos possam atuar de
uma forma estratégica para os novatos - porém este tipo de ação deve ser ‘cuidadosamente calculada’ para que os
objetivos de entrosamento não se deturpem e acabem se tornando uma "rádio peão"
onde surjam conflitos interpessoais e outros aspectos psicológicos entre
colaboradores.
Os leitores deste podem até pensar que estamos em cima de um muro onde tudo pode dar certo ao mesmo tempo em que pode dar errado – isso é
bastante comum, afinal quando estamos lidando com a possibilidade de extremos entre ganhos e perdas. Mas a
coisa não é bem assim não, afinal, quando existe uma boa supervisão desse
trabalho que vem sendo realizado junto
com um feedback
é sinal que esses fatores são
essenciais para um bom alinhamento entre colaboradores e a cultura
organizacional. A comunicação deve fluir sem
ruídos entre as partes com uma compreensão correta e efetiva, assim, as
chances são muito maiores dessas
orientações conduzirem ao sucesso do trabalho realizado do que ao fracasso.
É preciso saber
que nem tudo serão flores nas organizações, afinal, não existe uma receita ‘pronta’
de sucesso para todas as ações, sabendo que na verdade muitas delas serão tentativas. Para aqueles que não se
adaptaram a organização no fim de todo este processo só restará à possibilidade
de procurarem pela felicidade e pelo sucesso em ‘uma outra’ organização.
Para aqueles que obtiveram êxito, cabe à empresa valorizar, reconhecer e
premiar a altura esse sucesso e o esforço empenhado.
Fonte e sítios Consultados
http://gustavolincolnadm
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