Gestão Estratégica da Informação
A formulação estratégica de qualquer negócio sempre é feita a partir das
informações disponíveis, portanto, nenhuma estratégia pode ser melhor que a
informação da qual é derivada. Nesse sentido, observa-se que, quanto melhor for
a gestão estratégica da informação, maior será a chance de a organização
manter-se competitiva.
- O tomador de decisões necessita de
informações relevantes, mas, antes de tudo,
precisa de dispositivos de filtros, pois está
exposto a uma massa infinita de
informações irrelevantes, muitas delas, que ele mesmo solicitara.
Todas as estratégias giram em torno de escolhas e
ênfases. Uma organização, ao ser criada e/ou quando busca o seu desenvolvimento
econômico e patrimonial, promoverá um processo de escolha, precisará optar pelo
tipo de negócio a que pretende se dedicar ou ampliar, que produto produzirá,
que mercado buscará atingir. Consequentemente, precisará de informações que
indiquem o norte a ser seguido, que indiquem qual é o melhor caminho,
propiciando maior segurança para o desenvolvimento das ações estratégicas ou não
estratégicas.
As estratégias corporativas requerem informações taticamente
gerenciadas, isto é, uma excelente estratégia sempre será subsidiada por
informações. Davenport e Prusak (1998, p.66) sugerem alguns motivos para pensar
estrategicamente acerca da informação:
* os ambientes
informacionais, na maioria das empresas, são um desastre;
* os recursos informacionais sempre podem ser mais bem alocados;
* as estratégias da informação ajudam as empresas a se adaptar às mudanças;
* as estratégias informacionais tornam a informação mais significativa.
A gestão estratégica da informação não é algo que
possui uma linearidade; o ambiente informacional de qualquer organização sofre
alterações promovidas pelas variações dos ambientes de negócios interno e
externo, e essas alterações exigem informações que indiquem sua natureza e
intensidade e como deve ser realizado o realinhamento organizacional frente à
nova demanda gerada.
O monitoramento do ambiente do negócio pode gerar um número
incomensurável de informações que, ao invés de contribuir para a definição das
ações e construção da consciência, acabam prejudicando o processo,
pois a informação, muitas vezes, não chega a ser utilizada. Para que isso não
ocorra, é necessário conseguir definir os conteúdos informacionais que atendam
de fato às necessidades dos tomadores de decisão.
Embora os tomadores de decisão tenham acesso a uma grande quantidade de
informações, a maioria presta atenção a determinados tipos, como por exemplo,
financeiras, operacionais e mercadológicas; ou seja, a informação que de algum
modo, esclareça melhor as incertezas estratégicas dos ambientes interno e
externo à corporação. Isso não é uma regra: existem organizações que dão ênfase
às informações dos clientes, dos concorrentes tradicionais e não tradicionais,
informações internas e, dependendo do ramo de atividade, definem sua estratégia
de informação com informações de produtos gerados internamente, informações
conseguidas junto aos fornecedores e parceiros, aperfeiçoamento da informação
logística e informações dos próprios funcionários.
É importante a análise contínua do negócio para uma gestão estratégica
da informação, como por exemplo: como está a posição da empresa no mercado e/ou
como está a posição das rivais tradicionais e estreantes. Além disso, observar
as forças externas que impulsionam a demanda de mercado, a própria estrutura e
função da organização, as novas tendências regionais, nacionais ou mundiais,
assim como as mudanças que a empresa precisa sofrer para obter êxito em sua
atividade.
O reconhecimento e compreensão desses fatores contribuem para o
desenvolvimento das estratégias de informação consistentes, que apoiem o
processo de tomada de decisão reduzindo a insegurança. As organizações que
melhor gerenciarem as informações do ambiente interno e externo, certamente
terão potencializadas suas condições de análise e identificação de ameaças e oportunidades
de mercado.
Um dos fatores determinantes para o sucesso das organizações é o
gerenciamento das informações internas e externas. Neste caso, é importante
destacar que somente ocorrerá um gerenciamento dinâmico e efetivo da
informação, se as fontes de informação forem identificadas corretamente em cada
ambiente; o reconhecimento, manutenção e gestão informacional são cruciais para
o desenvolvimento da gestão estratégica da informação.
Para que uma organização consiga adotar uma estratégia eficaz de gestão
da informação, é necessário que ela desenvolva algumas atividades, dentre as
quais: prospectar/monitorar informação (captação/coleta/aquisição,
seleção/filtragem); tratar informação (análise, interpretação, transformação,
agregar valor); comunicar informação (circulação, difusão, disseminação,
transferência, mediação); usar informação (compartilhar/socializar,
retroalimentar o sistema).
Uma vez compreendido o ambiente informacional interno, a organização
deverá partir para um processo informacional mais amplo, buscando as
informações geradas externamente à organização. O maior desafio para a
organização é identificar e recuperar as informações externas, foco da maioria
das incertezas para a tomada de decisão exógena.
Muitas informações que não são acessadas pelos executivos durante o
desenvolvimento de suas ações, devido à avalanche informacional advinda dos
ambientes interno e externo, poderiam contribuir para o desenvolvimento das
estratégias e políticas de crescimento econômico corporativo. O cenário atual
marcado pela competitividade entre as organizações exige o desenvolvimento da
gestão estratégica da informação, constituindo-se assim em um modelo de gestão,
que permita um processo de tomada de decisão seguro e eficaz.
Para Oliveira e
Bertucci (2002, p.9), os objetivos da gestão estratégica da informação são:
a)
promoção da eficiência organizacional
de forma a organizar e suprir as demandas por informação vindas de dentro e de
fora;
b) planejamento de políticas de informação;
c) desenvolvimento e manutenção de sistemas e serviços de informação;
d) otimização de fluxos de informação;
e) controle da tecnologia de informação.
A gestão estratégica da informação proporciona uma
visão crítica e abrangente da atmosfera competitiva; por conseguinte, é
possível desenvolver ações estratégicas visando maior competitividade. Para
Davenport e Prusak (1998, p.176-199), o processo de gestão estratégica da
informação é composto por quatro passos:
Passo 1
|
Determinação das
Exigências |
Identificar como os gerentes percebem
os ambientes informacionais e como compreendem que tipo de informações um
administrador realmente precisa. Implica entender o mundo dos negócios e
requer as perspectivas política, psicológica, cultural, estratégica e
ferramental além de avaliações individual e organizacional.
|
Passo 2
|
Obtenção
|
Obter informações é uma atividade que deve incorporar um sistema de
aquisição contínua que, de forma geral, consiste nas seguintes atividades:
exploração de informações; classificação e formatação e estruturação das
informações.
|
Passo 3
|
Distribuição
|
Refere-se às formas de comunicação e divulgação utilizadas.
|
Passo 4
|
Uso da Informação
|
Diz respeito à utilização da informação disponibilizada. Está ligado à
maneira como se procura, absorve e digere a informação antes de tomar uma
decisão.
|
Passos para o Gerenciamento da
Informação
Fonte: DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. – 1998 – p.175-199
Fonte: DAVENPORT, T.; PRUSAK, L. – 1998 – p.175-199
A gestão estratégica da informação é como já se salientou necessária
para a manutenção da competitividade organizacional. Por este motivo, torna-se
imprescindível o desenvolvimento de estratégias voltadas a ela, de forma que
sejam catalisados os fluxos de informação, buscando, entre outras coisas,
subsidiar o processo de tomada de decisão. O desenvolvimento de ações
estratégicas direcionadas à manutenção e ao crescimento da organização
necessita de informações precisas, de modo que sejam potencializadas durante o
processo de análise, interpretação, reflexão e definição da ação a ser
empregada sobre o fenômeno percebido.
Fonte e Sítios Consultados
http://www.dgz.org.br/jun05/Art_03.htm
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