A história ‘recente do Brasil’ demonstra que o nosso país perde o ‘equivalente’ a US$ 83,2 bilhões por ano
com custos logísticos em função de problemas que vão desde a elevada burocracia até a limitada
infraestrutura de estradas, ferrovias, portos e aeroportos e esse prejuízo
representa em torno de 5,6% do Produto
Interno Bruto (PIB).
“O primeiro economista da
história foi Cristóvão Colombo, que quando partiu não sabia para onde
estava indo e quando chegou não sabia onde estava. Tudo por conta do Governo”. (Jornalista e historiador Ronaldo
Costa Couto).
E
isso só acontece devido ao Brasil não investir o suficiente para recuperar nem
o que perde - isso significa perder
constantemente. Se o Brasil investisse esse montante seria possível perceber
os ganhos imediatamente na competitividade das empresas, na melhoria do
transporte de cargas e na fluidez da mobilidade urbana, ou seja, precisaríamos aplicar
5,6% do PIB – mas o patamar dos últimos anos de investimentos em logística
ficou em no máximo, 1,5%. Esses dados apresentados fizeram parte de uma extensa
radiografia que foi divulgada no ano de 2012. Este levantamento ouviu 126
companhias de vários segmentos econômicos, desde a indústria têxtil e o varejo
até o setor agropecuário e de mineração, que representam 20% do PIB do País.
Para elas, os custos logísticos comprometem 13,1% de todo o seu faturamento. Na
economia do País como toda a logística consome 12%, estima a FDC.
Investimentos Públicos – Sabe-se que nos
investimentos públicos existem inúmeros os nós
a desatar, em primeiro lugar, é preciso que os vários agentes aprendam a
conciliar investimento com democracia. Não por acaso, as maiores taxas de
crescimento do PIB nas últimas décadas aconteceram durante as ditaduras. De
fato, nas épocas do "cumpra-se", não havia as preocupações de hoje
com o meio ambiente, com o patrimônio público e com os direitos trabalhistas,
indígenas, sociais, entre outros.
Já, atualmente, existe um emaranhado de
leis, de decretos e de portarias que afetam questões diretamente relacionadas
aos empreendimentos, isso significa dizer que as obras passam necessariamente
pelas exigências, prazos e fiscalizações do Ministério Público,
Ibama, Funai, Iphan, CGU e TCU, além das ONGs e da imprensa. E, diga-se de
passagem, com o nível moral do Brasil atualmente, é melhor que seja assim.
Se bem que com o crescimento da burocracia e do formalismo dos órgãos de controle
que é agravado pela formação inadequada
dos gestores públicos, pela desvalorização dos funcionários de carreira e
pelo excesso das funções comissionadas e isso acabou criando na prática, uma
"estrutura de fiscalização"
cresceu muito mais do que a "máquina
de execução".
O fato é que o Brasil sofre de uma corrupção endêmica que também influi no ritmo das obras – sabemos que
de tempos em tempos existem as inevitáveis "faxinas nos Ministérios" e isso afeta significativamente muitos
dos investimentos dos Ministérios do Brasil e tudo isso sempre acontece pelo mesmo
motivo, que são os escândalos dos gestores que estão sendo sucedidos.
Todos os fatores mencionados - dentre outros
que poderiam ser elencados - levam à morosidade dos empreendimentos públicos.
Nos últimos o porcentual médio de execução dos investimentos da União foi de
apenas 60%. De cada R$ 10 autorizados pelo Congresso Nacional, somente R$ 6
foram utilizados. Em 2012, não está sendo diferente. Embora o Orçamento-Geral
da União (OGU) contenha dotação de R$ 904bilhões, faltando 20 dias para o
encerramento do exercício, apenas R$ 40,6 bilhões foram desembolsados,
incluindo os restos apagar. Em algumas empresas estatais, os resultados
também são pífios. Na Infraero, de 2007 a 2011, foram investidos apenas 47,7%
dos valores previstos. Em 2012, dos R$ 2 bilhões prometidos, somente 39% foram
realizados até outubro. E ainda querem que grupos internacionais se associem à
empresa brasileira.
Na comparação com
os EUA
Se o Brasil estivesse em exato pé de igualdade competitiva com uma
indústria americana, nas mesmas condições tecnológicas de produção e com a
mesma demanda de clientes, o Brasil entraria com esse prejuízo de US$ 83,2
bilhões.
Acreditem, os setores que mais sofrem com a ineficiência são os de
bens de capital e o de construção. Nestes dois segmentos, os transportes levam
22,7% e 20,9% da receita, respectivamente. A reclamação das empresas
fabricantes de equipamentos é de que a malha brasileira não é capaz de
transportar máquinas industriais com preços competitivos. E, essa é a cadeia
mais cara!
Na construção, os problemas são as restrições de carga e descarga
nas regiões metropolitanas.
E o PAC?
No PAC, os anúncios oficiais registram, entre 2007 e setembro de
2012, "aplicações gerais" de R$ 1 trilhão e "ações
concluídas" de R$ 716,6 bilhões. Mas, se excluirmos das "ações
concluídas" os empréstimos habitacionais às pessoas físicas, restarão R$
370 bilhões, o que significa pouco mais de R$ 60 bilhões ao ano. Esse montante
médio anual de "ações concluídas" envolve as estatais, o setor privado,
o OGU, as contrapartidas dos Estados e municípios, os financiamentos ao setor
público e os subsídios do Minha Casa, Minha Vida. No frigir dos ovos, é muito
pouco.
Na verdade, temos no PAC um grande canteiro de obras inacabadas.
No último balanço dessa pasta os atrasos em obras eram classificados como sendo "regras do
jogo". E a regra é clara, como diria ò árbitro, entre as maiores obras, os prazos de conclusão vêm sendo postergados, apesar
de o governo conservar sempre em seus balanços a informação
"adequado". A Refinaria Abreue Lima, por exemplo, segundo os balanços
de 2007, ficaria pronta no 4.0 trimestre de 2010. Na nova estimativa, ficará
pronta em 30/11/2014. A Usina de Belo Monte, que seria concluída em janeiro de
2014, agora entrará em atividade em janeiro de 2019. Acredite quem quiser.
Os governos 'falam' que tentam contornar os entraves para despertar
o "espírito animal" dos empresários e para isso eles desoneram as folhas de pagamento,
baixam os juros, lançam pacotes dos portos e etc. Em
relação aos investimentos públicos, criou o Regime Diferenciado de
Contratações (RDC) para as obras do PAC e isentou-as do cálculo do superávit
primário. Aproximou-se também do TCU e do Ibama para reduzir as paralisações e
agilizar as licenças ambientais e, ainda, lançou editais para contratar
centenas de funcionários para o Dnit e para a Valec. Afinal, investir é preciso.
Principais Gargalos
Todos os brasileiros sabem que muitas das nossas estradas estão em péssimas condições e que elas são um dos maiores entraves da nossa infraestrutura. Mais da metade das empresas consultadas (54,5%) reclama
das deficiências das rodovias como o aspecto que mais encarece o custo
logístico. A carga brasileira é transportada principalmente por rodovias, e os
traslados de longa distância são maioria.
A longa distância tem maior incidência nos custos logísticos das
empresas. Na mineração, por exemplo, mais da metade do custo logístico é
destinada a levar mercadorias, em caçambas de caminhão, pelo interior do País.
As estradas ruins tem um efeito de encarecer o custo em 30%, em média.
Outro problema é a informalidade do transporte rodoviário. Há
falta de capacitação de motoristas e riscos de segurança no transporte, e a
informalidade reflete-se em acidentes – o que custa caro às empresas. Os
acidentes matam em torno de 8 mil motoristas por ano nas estradas, sem contar
aqueles que acabam indo para os hospitais e não entram nessa conta. É preciso
evitar a informalidade!
A integração de modais de transporte é vista como saída urgente
para baixar os custos. Mais de 70% das empresas defendem a melhor gestão das
ferrovias com integração multimodal como uma ação relevante para a redução dos
custos logísticos.
As propostas do Governo Federal 'daquele momento' era licitar trechos de rodovias e
ferrovias, além de terminais portuários e aéreos, à iniciativa
privada. A indústria quer melhorar a oferta, com mais ferrovias e integração. É
preciso muito mais do que somente essas concessões, isso, porque o Brasil vive
um programa de recuperação do crescimento. Depois disso é que poderemos
conversar sobre o Programa de Aceleração do Crescimento. Um é o nome que o
governo dá, o outro é o que a sociedade vê.
Agregar valor
Nesse cenário, as empresas se esforçam para tentar baixar seus
custos com transportes. Terceirizar a frota e serviços logísticos para outros
operadores foi eleito por 65% das
empresas como a ação mais importante para redução de custos. Entre as
companhias participantes do estudo, 83% dizem já
mexer com algum nível de terceirização, seja ela meramente tática e operacional
ou voltada à inteligência estratégica dos negócios.
O caminho é a empresa saber como agregar valor aos seus
transportes. Mais de 9 em cada 10 priorizam
o cumprimento de prazo das entregas, o preço do serviço e a confiabilidade
nesse tipo de trabalho.
Para adicionar valor, é preciso dialogar com os clientes. As
empresas geralmente desenham seus processos logísticos com base no que é melhor
para elas em termos de custos. Mas é preferível que atendam as necessidades dos
clientes.
Se existem companhias que priorizam a velocidade da entrega, há
outras para as quais o cumprimento do prazo combinado, que pode ser mais longo,
é o ideal. Quem buscar o cumprimento de prazo não precisará da entrega amanhã.
Se o operador logístico se preparar para entregar rapidamente e o cliente não
tem espaço de armazenagem, ele destrói o valor e encarece o processo. O diálogo
sempre é e será o melhor caminho.
- Investimentos em infraestrutura não necessariamente geram
sozinhos, mais riqueza para o país!
- A Riqueza é gerada pela transformação da matéria-prima em
produto final!
O Presidente do Lean Institute Brasil, José Roberto Ferro,
acredita que é "um equívoco afirmar que haverá necessariamente um aumento
da riqueza do país, simplesmente gerado pelos investimentos em
infraestrutura", "É um erro afirmar que investimentos em infraestrutura
necessariamente geram mais riquezas. Investir em transporte e em energia, por
exemplo, não agrega valor em nada, apenas reduz custo de produção. E isso não
ajuda o país a crescer. O que gera, sim, riqueza é o processo de transformação
de matéria-prima em produto final. Portanto, a chave do crescimento econômico
está no aumento da produtividade", explicou o especialista, estudioso do
"pensamento enxuto" (lean thinking),
filosofia que prega o fim dos desperdícios nos processos produtivos, método
originário do Sistema Toyota de Produção.
O Professor José Roberto Ferro exemplifica seu argumento citando o
caso das estradas brasileiras. "Por exemplo, os problemas gerados pelas
nossas estradas esburacadas, que aumentam os custos de manutenção para o
caminhão, atrasam as entregas de produtos, gerando mais estoque e,
consequentemente, perda de dinheiro. Todos nós queremos estradas perfeitas, que
ajudem na distribuição. Mas isso não significa necessariamente gerar riqueza,
aumentar produção. Apenas vai reduzir custo", ensinou José Roberto Ferro.
Energia mais barata também não gera riqueza
De acordo com o Professor José Roberto
Ferro, o mesmo princípio vale para a geração de energia: "Uma energia
mais barata é uma condição básica para se ter um produto, pois uma empresa
precisa de energia para funcionar. Mas energia mais barata também não gera
riqueza. Apenas reduz custo, deixando o produto mais competitivo e só. Não
aumenta sua produtividade", argumenta o especialista.
Para José
Roberto Ferro, "qualquer proposta de crescimento econômico implica em
estimular quem efetivamente produz a gerar mais valor, com cada vez menos
recursos e investimentos".
Fonte e Sítios Consultados
http://www.soeconomia.com.br
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